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Diverticulite: Causas, Sintomas e Tratamentos

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Ana Julia Rocha 131 
DIVERTICULITE – IPC 2021 
Divertículo - Protrusão sacular de uma víscera oca. Pode ser classificado em: 
 - Divertículo verdadeiro: Quando as saculações acometem todas as camadas do órgão 
 - Pseudo-divertículo: As saculações acometem apenas a mucosa e a serosa do órgão. 
• Diverticulose – Presença de divertículos no cólon sem que haja sintomas associados. 
• Diverticulite – Processo inflamatório e infeccioso dos divertículos (principal complicação da diverticulose). 
• Doença diverticular – Inclui todas as manifestações associadas aos divertículos (presença, sintomas e 
complicações). 
A causa base da diverticulite é a micro ou macroperfuração do divertículo, geralmente por um fecalito, que gera a 
inflamação da mucosa e leva a perfuração, ocasionando peritonite fecal (fezes na cavidade abdominal, quando há 
. Pode ocorrer em 4 a 15% dos casos de diverticulose, com idade média do diagnóstico de 63 perfuração macro)
anos. Importância da dieta: O consumo baixo de fibras e alto de gorduras e carne vermelha é o grande fator de risco 
para a doença!! 
O divertículo pode estar presenta em qualquer parte do tubo digestivo, mas no colon é mais comum. No esôfago 
existe comumente o divertículo de zencker, que hera halitose. 
 
Diverticulite aguda pode ser simples ou complicada (formação de abscesso, fístula, obstrução ou peritonite difusa). 
Obs: O termo diverticulite perfurada usado para classificar uma complicação da diverticulite aguda deveria ter seu 
emprego desestimulado, uma vez que em todas as crises de diverticulite aguda ocorre perfuração (ainda que 
microscópica na maioria das vezes, sem repercussão intraperitoneal.). 
Diverticulite Aguda: Processo inflamatório do divertículo. 
Diverticulite Perfurada: Contaminação difusa da cavidade peritoneal associada ou não à pneumoperitônio. 
 
Prevalência 
• Possui maior prevalência no Ocidente (hábitos alimentares). 
• Atinge homens e mulheres de forma semelhante. 
• A prevalência acompanha a idade. 
• Suas complicações resultam em significativas morbidades. 
• A maioria dos divertículos são assintomáticos (dificultando a prevalência). 
• 10 a 25% dos pacientes com diverticulose irão evoluir para um quadro de diverticulite. 
 
Etiologia 
 Ana Julia Rocha 131 
• Ação de três fatores: Redução da resistência da parede do cólon, dismotilidade (intestino não funciona 
e dieta pobre em fibras. normalmente) 
• Divertículos do cólon podem variar de solitários a múltiplos, sendo frequentemente observados na 
topografia dos vasos retos mesocólicos. 
 
Fisiopatologia 
• Os vasos ao atravessarem a camada muscular própria (a partir da subserosa) e comunicar- se com a rede 
vascular submucosa, originam regiões de fraqueza na parede do cólon, o que predispõe à herniações da 
mucosa. 
 
Doença diverticular não-complicada 
• Maioria assintomática; 
• Dor ou sensibilidade abdominal em QIE associada a alterações do hábito intestinal. A dor pode ser 
acentuada pela refeição e aliviada pela evacuação e eliminação de gases; 
• Constipação. 
• Conduta: 
» Enema opaco: identifica e localiza os divertículos de cólon; (doloroso) 
» Colonoscopia: diagnóstico de pólipos e carcinoma. 
• Tratamento: 
Pacientes com diverticulose sintomática; 
» Ingestão de fibras alimentares; 
» Laxantes no alívio da constipação; 
» Antiespasmódicos no alívio das cólicas abdominais 
 
 
Diverticulite aguda 
• Localização e magnitude da contaminação determinam a apresentação clínica. 
• Micro ou macroperfuração de um divertículo isolado; 
»Micro: podem permanecer restritas à gordura pericólica, apresentando flegmão ou abcesso pericólico. 
»Macro: formação de abcessos que podem atingir localmente a cavidade peritoneal exigindo o bloqueio pelo grande 
omento ou outros órgãos intraperitoneais (intestino delgado, útero e anexos ou bexiga) originando massa palpável 
ou trajetos fistulosos. 
• Ao exame físico, dor no QIE ocorre em 70% dos pacientes; 
• Febre baixa e leucocitose são comuns em 55%; 
• Conduta: Padrão-ouro: TC 
 Tto: jejum + antibioticoterapia, geralmente há melhora sintomática e laboratorial entre 2 e 4 dias. • (quando 
não há contaminação peritoneal ) 
 
Caso Clínico 
 
 Ana Julia Rocha 131 
Identificação: F.S.M., 60 anos, masculino, branco, casado, aposentado (bancário), natural e residente em Campos 
dos Goytacazes. 
Queixa principal: “dor na barriga” 
HDA: Paciente procurou atendimento médico em hospital de emergência com queixas de dor abdominal, abdominal, 
de inicio súbito há 8 horas, tipo cólica, cólica, em região umbilical e hipogástrio, de intensidade moderada, contínua, 
associada a calafrios . Usou analgésico (Dipirona) em casa com alívio (calafrios – bactéria na corrente circulatória)
parcial da dor. Não aferiu a temperatura axilar. Negava outros sinais e sintomas. Foi internado para investigação 
diagnóstica. Negava alterações urinárias e intestinais. 24 horas após a internação houve piora da intensidade da dor, 
que passou a ser em todo andar inferior do abdome e acompanhada de distensão abdominal. 
HPP: Hipertenso, em uso regular de Atenolol 50mg por dia. Dislipidêmico em uso regular de Rosuvastatina 10mg por 
dia. Alérgico a Iodo. Nega Diabetes Mellitus e internações prévias. História de Litíase renal há 30 anos. 
História familiar: Esposa e 3 filhos saudáveis, pais falecidos e irmãos apresentando hipertensão arterial. 
História social: Boas condições de moradia e bom nível sócio-econômico, nega etilismo e tabagismo. Alimentação 
quantitativamente e qualitativamente satisfatória. 
Acordado, lúcido, orientado, eupneico, hipocorado 1+/4+, hidratado, acianótico, anictérico, afebril, jugulares planas, 
sem linfonodomegalias e sem lesões cutâneas. AR: MV presente sem ruídos adventícios bilateralmente. FR = 20 irpm 
ACV: RCR 2T, BNF, sem sopro. PA= 140 x 90 mmHg FC= 96 bpm Abdome: plano; sem circulação colateral; flácido, 
depressível; discretamente doloroso à palpação profunda em andar inferior; manobra de descompressão súbita 
indolor; ruídos hidroaéreos presentes. MMIIs: sem alterações. 
EXAME FÍSICO 24 HORAS APÓS ADMISSÃO Acordado, lúcido, orientado, eupneico, hipocorado 1+/4+, hidratado, 
fácies de dor. AR: MV presente sem ruídos adventícios bilateralmente. FR = 20 irpm ACV: RCR 2T, BNF, sem sopro. 
PA= 130 x 90 mmHg FC= 100 bpm Abdome: distendido +/4, doloroso à palpação profunda em andar inferior; 
manobra de descompressão súbita dolorosa ruídos hidroaéreos presentes. MMIIs: (sinal de irritação no peritônio); 
sem alterações 
EXAMES DA ADMISSÃO 
 Hemácias: 3.9milhões/mm3 HT: 34.2% HB: 11.8% Leucócitos: 14.860/mm3 Eosinófilos: 1.1% PCR: (leucocitose) 
149,6 mg/dl Ureia: 34,7 mg/dl Creatinina: 0,8 mg/dl Sódio: 132 mEq/l Potássio: 3,8 mEq/l l (doença com infecção) 
Eosinófilos: 1.1% Bastões: 1% Segmentados: 82.6% Linfócitos: 8,5% Monócitos: 6,8% Plaquetas: 159.000/mm3 
Potássio: 3,8 mEq/l TGO: 24,5 U/L TGP: 20,5 U/L 
Hipóteses diagnósticas / conduta 
DOR ABDOMINAL MESOHIPOGÁSTRICA SÚBITA E CONTÍNUA 
LEUCOCITOSE / CALAFRIOS / AFEBRIL (?) / PCR ↑ 
DESCOMPRESSÃO SÚBITA DOLOROSA + TAQUICARDIA + DISTENSÃO ABDOMINAL 
 
Diagnóstico diferencial 
APENDICITE AGUDA / DIVERTICULITE AGUDA / COLECISTITE AGUDA 
1ª hipótese: Diverticulite aguda - Epidemiologia: incidência similar entre homens e mulheres e aumenta com a idade; 
80% dos casos ocorrem após a quinta década de vida. Apresentação clínica e exame físico: dor hipogástrica + 
irritação peritoneal com calafrios Casos calafrios esporádicos. Em mais de 90 % dos quando casos ocorre dor em 
fossa ilíaca esquerda. 
 Ana Julia Rocha 131 
Contestam: ausência de fatores de risco e outros comemorativos comuns: alteração do hábito intestinal, urgência 
urinária e febre. Casos esporádicos, em especial quando há doença complicada, podem cursar com dor supra púbica 
dada a origem embriológica da aferência sensitiva dos cólons descendente e sigmoide. 
Paciente idoso, sexo masculino, boacondição socioeconômica, poucos fatores de risco para outros diagnósticos 
diferenciais. Apresentação Dor aguda em topografia mesogástrica e suprapúbica com calafrios, elevação da 
atividade inflamatória e leucocitose neutrofílica Taquicardia, distensão abdominal e manobra de descompressão 
brusca positiva = abdômen agudo. 
EVOLUÇÃO DO PACIENTE : Após o laudo da segunda tomografia e diante da melhora clínica do paciente com uso de 
medicações sintomáticas e antibioticoterapia com ciprofloxacino e metronidazol, optaram pelo tratamento clínico. 
48 h após, paciente apresentou apresentou piora clínica da dor, acompanhada acompanhada de calafrios, febre, 
náuseas e vômito em “borra de café”, realizada então a terceira tomografia de abdome e pelve. 
Paciente admitido na U.T.I. após ser submetido a retossigmoidectomia à Hartmann (retirado o reto e o sigmoide, 
 e colostomia terminal de sigmóide, sob anestesia geral, sem fecha a parte distal e colostomia na parte proximal)
relatos de intercorrências, devido à diverticulite perfurada com peritonite. Segundo relato do cirurgião, havia grande 
quantidade de secreção purulenta em cavidade abdominal e abscesso entre alças. 
DIAGNÓSTICO ABORDAGEM DIAGNÓSTICA: 
•Tomografia = é o melhor exame diagnóstico. Seu valor preditivo positivo é de 88% na inflamação pericólica e de 
100% quando há espessamento da parede cólica maior que 10 mm. Permite classificar a diverticulite aguda em não 
complicada e complicada (abscesso, fístula, fístula, obstrução, obstrução, perfuração perfuração livre) norteando, 
norteando, junto à classificação classificação de Hinchey, o tratamento a ser instituído. 
•Colonoscopia = deve ser evitada no quadro agudo pelo risco de perfuração, mas deve ser realizada meses depois 
após a recuperação para excluir câncer colorretal. 
•Ultrassonografia = tem a capacidade de avaliar espessamento do cólon, assim como de visualizar coleções 
intraperitoneais. Tem limitações em obesos e é operador dependente 
Em quais casos a cirurgia para diverticulite é indicada? 
Quando o paciente não responde às medidas clínicas conservadoras ou sua condição está se deteriorando, é 
necessária uma intervenção cirúrgica urgente. Contudo, pacientes com dor e diverticulite aguda localizada, sem 
sinais e sintomas que sugiram comprometimento de sua condição sistêmica, podem ser tratados sem internação 
hospitalar. 
Não havendo melhora dos sintomas, recomenda-se a internação. Persistindo dos sintomas, se faz necessário novos 
exames radiológicos, a fim de se avaliar possíveis complicações - como perfuração livre do intestino, abscessos, 
peritonite generalizada e fístulas. Nestes casos, a cirurgia é indicada nos abscessos localizados que não responderam 
a drenagem guiada por radiologia, abscessos pélvicos ou intra-abdominais, pneumoperitôneo (ar livre dentro do 
abdômen) e peritonite (infecção abdominal) generalizada. 
TRATAMENTO CONSERVADOR 
A TC de abdome e pelve também permite classificar a diverticulite aguda em não complicada e complicada 
(abscesso, fístula, obstrução, perfuração livre) norteando, junto à classificação de Hinchey, o tratamento a ser 
instituído. 
I: Abscesso pericólico ou flegmão 
II: Abscesso intra-abdominal ou retroperitoneal 
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 Ana Julia Rocha 131 
III: Peritonite purulenta 
IV: Peritonite fecal 
 
O tratamento clínico da diverticulite aguda pode ser ambulatorial com dieta rica em fibras e antibioticoterapia oral 
de amplo espectro (cobertura para gram negativos e anaeróbios), sucesso em 85% dos casos A suplementação oral 
de fibras dietéticas reduz o risco de recorrência. 
ATB: mais utilizados Ampicilina com sulbactam (Trifamox) ou Ampicilina com clavulonato (Clavulin). 
As fistulas são comunicações do intestino com órgãos como a bexiga, a vagina e o ureter, condição essa que também 
requer tratamento cirúrgico. 
A decisão de se intervir cirurgicamente em pacientes com diverticulite sem complicação, é controverso. 
 É aceita nos casos de pacientes jovens (menos de 50 anos), com sinais obstrutivos, fistulas e dor crônica de difícil 
resolução. 
Já pacientes imuno deprimidos devem ser operados após a primeira crise não complicada, para se evitar uma 
segunda crise complicada. 
 
Opções cirúrgicas 
A cirurgia pode ser pelas vias aberta e laparoscópica, onde a porção acometida e mais frequentemente ressecada é o 
cólon sigmóide. As modalidades cirúrgicas mais frequentes na crise de diverticulite aguda complicada são: 
1. Ressecção e anastomose primária (cirurgia em um tempo): Vem sendo nos últimos anos a cirurgia de escolha, pois 
os estudos mostram menor morbidade de mortalidade. 
2. Cirurgia de Hartmann (cirurgia em dois tempos): Resseca-se o sigmóide, fecha-se o reto e confecciona-se uma 
colostomia com o cólon descendente ou transverso. O fechamento da colostomia, ligando-se o cólon ao reto 
acontece três meses após a primeira cirurgia. 
3. Sigmoidectomia e anastomose primária com ileostomia protetora: opção interessante pois desvia-se o trânsito 
intestinal da anastomose com uma bolsa de ileostomia, a qual é muito mais fácil de ser fechada do que a cirurgia de 
Hartmann, reduzindo as complicações no caso de abertura da ligação do cólon com o reto. 
Na cirurgia eletiva (fora do período da diverticulite complicada grave), sempre é realizada a resseção com 
anastomose primária. Faz um bom preparo do intestino e consegue fazer uma anastomose com segurança. 
 
Complicações da diverticulite aguda 
• Abscesso e a fístula ( pp. colovesical) 
• Conduta: TC que evidencia espessamento do cólon sigmóide associado a presença de divertículos e ar no 
interior da bexiga. 
• Tto: cirurgia 
• Objetivo de retirada do o segmento perfurado (sigmoidectomia), redução da contaminação (lavagem da 
cavidade), e, quando possível, reestabelecimento do trânsito intestinal (anastomose primária). 
 
 
Hemorragia digestiva por doença diverticular 
• Eliminação anal de grande quantidade de sangue vivo inicialmente com fezes e posteriormente, com 
coágulos; 
 Ana Julia Rocha 131 
• Início abrupto; 
• Ausência de dor abdominal. Cólicas abdominais acompanham a necessidade de evacuação. 
• Conduta: 
»Ressuscitação imediata por venóclise (reposição com cristalóides e concentrado de glóbulos de acordo com a 
hematimetria e nível pressórico) 
» Colonoscopia 
• Tto: cirúgico, quando a hemorragia não cessa espontaneamente.

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