um sistema de controle numérico O programa do processo é o conjunto de comandos detalhados que dirigem as ações do equipamento de processamento. O programa é codificado em um meio adequado para a apresentação à unidade de controle da máquina. O programa transforma as linhas de comando em coordenadas x-y-z, velocidade de rotação do eixo, sentido de rotação e outros comandos relacionados à operação A unidade de controle da máquina (MCU) (unidade de controle da máquina – Machine Control Unit, em inglês) é um microcomputador, e seus periféricos, que armazena as instruções do programa e as executa U1 - Fundamentos sobre sistemas industriais26 convertendo cada comando em ações mecânicas do equipamento de processamento, um comando por vez. Os periféricos relacionados à MCU incluem componentes de comunicação com o equipamento de processamento e elementos de controle de realimentação (feedback). O equipamento de processamento executa o real trabalho produtivo (por exemplo, a usinagem). Ele realiza os passos do processamento para transformar a peça inicial em uma peça terminada. Sua operação é dirigida pela MCU que, por sua vez, é dirigida pelas instruções contidas no programa da peça. Sistema de coordenadas do controle numérico Para realizar a programação do equipamento de processamento do CN, a programação deve ser definida a partir de um sistema de eixos padrão pelo qual a posição do elemento de ação (conhecido como cabeçote) possa ser especificada. Há dois sistemas de eixos usados no CN, um para peças de trabalho rotacionais e outro para peças de trabalho planas e prismáticas. A Figura 1.5 mostra a representação desses eixos no sistema de coordenadas. Fonte: elaborada pelo autor. Figura 1.5 | Sistemas de coordenadas utilizados em máquinas CN: (a) peça de trabalho rotacional, (b) peça de trabalho prismática Os eixos de coordenadas para um sistema de CN rotacional estão ilustrados na Figura 1.5(a). Esses sistemas estão associados com tornos e centros de torneamento de CN. Considerando que o referencial permita que a peça gire, em vez da ferramenta, dois eixos são suficientes para realizar a ação. O caminho de uma ferramenta de corte relativa à peça é definido no plano x-z, em que o eixo x é a localização radial da U1 - Fundamentos sobre sistemas industriais 27 Fonte: elaborada pelo autor. Figura 1.6 | Diferença entre posicionamento em CN: (a) posicionamento absoluto, (b) posicionamento incremental ferramenta e o eixo z é paralelo ao eixo de rotação da peça. Na Figura 1.5b, existem eixos de rotação especificados como a, b e c. Esses eixos são posicionados de forma angular em relação aos eixos x, y e z respectivamente. Os eixos rotacionais podem ser usados para a orientação da peça, apresentando diferentes superfícies para a usinagem e/ou orientação de ferramenta ou cabeçote em algum ângulo relativo a algum eixo da peça ou alguma superfície dela. Esses eixos adicionais permitem a usinagem de geometrias complexas. O sistema de coordenadas é um ponto fundamental para a realização dos movimentos de ferramenta e objeto de trabalho. O posicionamento pode ser absoluto ou incremental. No posicionamento absoluto, o posicionamento do cabeçote sempre é definido em relação à origem do sistema de eixos. No posicionamento incremental, a próxima posição do cabeçote é definida em relação à sua posição atual. Considere uma peça na qual será necessário realizar três furos. A indicação da posição dos furos e do seu posicionamento pode ser esquematizada conforme a figura a seguir. Quando os furos forem realizados utilizando o posicionamento absoluto, o programa vai compreender que os furos serão realizados nas posições, considerando os pontos representados por Furo = (coordenada em x, coordenada em y) mm: Exemplificando U1 - Fundamentos sobre sistemas industriais28 Furo mm Furo mm Furo mm 1 5 5 2 5 15 3 17 5 = = = ( , ) ( , ) ( , ) Esses pontos são referenciados pelo plano cartesiano representado na figura. No posicionamento incremental, a máquina partirá para a realização do Furo 1 e, a partir dele, deslocar-se-á 10 mm positivamente (para cima) no eixo y para realização do Furo 2. Depois se deslocará 10 mm negativamente (para baixo) no eixo y e 12 mm positivamente no eixo x. Além do sistema de coordenadas, o controle da trajetória é um item importante para a programação de CN. Imagine que uma peça precisa ser feita e são necessários três furos nela. Esses furos podem ser programados a partir de seus pontos de referência, seguindo uma sequência de movimentação da máquina para a realização da ação ponto a ponto. Nessa trajetória, não há uma preocupação a respeito do caminho a ser utilizado para que a máquina movimente a ferramenta/ objeto de trabalho até o ponto referenciado. A Figura 1.7a mostra o deslocamento realizado para alcançar o posicionamento dos pontos de perfuração. Fonte: elaborada pelo autor. Figura 1.7 | Esquema de trajetória: (a) ponto a ponto para realização de furos em uma peça, (b) trajetória contínua para ação em superfície Quando é importante saber a trajetória necessária para a realização de uma ação, a programação deverá considerar um controle de trajetória contínuo. Esse controle considera a trajetória, pois a ferramenta fará uma ação durante o percurso da trajetória. A Figura 1.7b mostra um exemplo em que uma ferramenta de tratamento superficial pode percorrer uma trajetória realizando uma ação por toda a superfície da peça. U1 - Fundamentos sobre sistemas industriais 29 Fonte: elaborada pelo autor. Figura 1.8 | Desenho esquemático do aspecto físico de um robô industrial mostrando suas juntas e seus elos Manipuladores robóticos Um robô industrial é uma máquina programável de aplicação geral. Alguns robôs possuem determinadas características antropomórficas. Uma dessas características mais utilizadas em um robô industrial é o braço mecânico, com desempenhos múltiplos em tarefas industriais. O manipulador de um robô industrial consiste de uma série de articulações (ou juntas, do inglês, joints) e elos (do inglês, links). Os eixos aos quais as juntas ficam posicionadas definem os graus de liberdade de um robô, portanto, um robô com 3 graus de liberdade possui 3 juntas (3 eixos) e um robô com 4 graus de liberdade possui 4 juntas (4 eixos). A anatomia de um robô diz respeito aos tipos e tamanhos dessas articulações e elos, além de outros aspectos da construção física do manipulador. A figura a seguir mostra os elementos de juntas e elos de um robô. As juntas podem ser classificadas de acordo com o tipo de movimento a ser realizado. Os cinco tipos de articulações, bem como suas definições, são apresentados na próxima figura. U1 - Fundamentos sobre sistemas industriais30 Fonte: elaborada pelo autor. Figura 1.9 | Cinco tipos de articulações comumente usadas na construção de robôs industriais: (a) articulação linear (do tipo L), (b) articulação ortogonal (do tipo O), (c) articulação rotacional (do tipo R), (d) articulação de torção (do tipo T) e (e) articulação rotativa (do tipo V) Configurações de corpo e braço. Dados os cinco tipos de articulações definidos acima e sabendo que a combinação entre elas é uma prática comum no projeto de manipuladores robóticos, supondo um robô com três graus de liberdade, existem 5 5 5 125� � � combinações de articulações que podem ser usadas para projetar o manipulador robótico. Além disso, há variações de design dentro dos tipos de articulações individuais (por exemplo, tamanho físico da articulação e raio de ação do movimento). Mesmo assim, as configurações básicas de robôs com 3 graus de liberdade possuem 5 tipologias que observam o espaço de trabalho do manipulador. Essas possíveis configurações, para manipuladores de três graus de liberdade, podem ser apresentadas de acordo com a seguinte figura. Assimile U1 - Fundamentos sobre sistemas industriais 31 Fonte: elaborada pelo autor. Figura 1.10 | Configurações de braços