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Resumo de Anatomia – Psiquiatria Divisões do Sistema Nervoso 1. Sistema Nervoso Central (SNC) 2. Sistema Nervoso Periférico (SNP) a) Somático: aferente e eferente, músculo esquelético. b) Visceral: glândulas, músculos lisos, músculo cardíaco. ➔ Aferente ➔ Eferente: Sistema Nervoso Autônomo (apresentam 2 neurônios: 1 na medula e 1 ganglionar – periférico) ➢ Simpático (fuga ou luta): ✗ 1º neurônio pré-ganglionar: T1 a L2, coluna lateral (menor); ✗ 2º neurônio pós-ganglionar: emerge próximo a medula (maior); ➢ Parassimpático (descanso): ✗ 1º neurônio pré-ganglionar: C1 a C7, sacral e tronco cerebral (maior); ✗ 2º neurônio pós-ganglionar: próximo as vísceras (menor); Diferenças entre Simpático e Parassimpático Posição dos neurônios pré-ganglionares ➔ No sistema nervoso simpático, os neurônios pré-ganglionares localizam-se na medula torácica e lombar (entre TI e L2). Diz-se, pois, que o sistema nervoso simpático é tóraco-lombar. ➔ No sistema nervoso parassimpático eles se localizam no tronco encefálico (portanto, dentro do crânio) e na medula sacral (S2, S3, S4). Diz-se que o sistema nervoso parassimpático é crânio-sacral. Posição dos neurônios pós-ganglionares ➔ No sistema nervoso simpático, os neurônios pós-ganglionares, ou seja, os gânglios, localizam-se longe das vísceras c próximo da coluna vertebral. Sidney Ferreira de Moraes Neto - Med2020 - 2017 ➔ No sistema nervoso parassimpático, os neurônios pós-ganglionares localizam- se próximo ou dentro das vísceras. Tamanho das fibras pré-ganglionares e pós-ganglionares ➔ No sistema nervoso simpático, a fibra pré-ganglionar é curta e a pós- ganglionar é longa. ➔ No sistema nervoso parassimpático, a fibra pré-ganglionar é longa, a pós- ganglionar curta. Organização do SNA Neurônios pré e pós-ganglionares são os elementos fundamentais da organização da parte periférica do sistema nervoso autônomo. Os corpos dos neurônios pré- ganglionares localizam-se na medula e no tronco encefálico. No tronco encefálico, eles se agrupam formando os núcleos de origem de alguns nervos cranianos, como o nervo vago. Na medula eles ocorrem do 1Q ao \2- segmentos torácicos (TI até TI2) nos dois primeiros segmentos lombares (LI e L2) e nos segmentos S2, S3 e S4 da medula sacral. Na porção tóraco-lombar (TI até L2) da medula, os neurônios pré-ganglionares se agrupam formando uma coluna muito evidente denominada coluna lateral, situada entre as colunas anterior e posterior da substância cinzenta. O axônio do neurônio pré- ganglionar envolvido pela bainha de mielina e bainha de neurilema constitui a chamada fibra pré-ganglionar, assim denominada por estar situada antes de um gânglio, onde termina fazendo sinapse com o neurônio pós-ganglionar. Sidney Ferreira de Moraes Neto - Med2020 - 2017 Sidney Ferreira de Moraes Neto - Med2020 - 2017 Sidney Ferreira de Moraes Neto - Med2020 - 2017 Tronco Encefálico O tronco encefálico interpõe-se entre a medula e o diencéfalo, situando-se ventralmente ao cerebelo. Na sua constituição entram corpos de neurônios que se agrupam em núcleos e fibras nervosas, que, por sua vez, se agrupam em feixes denominados tratos, fascículos ou lemniscos. Muitos dos núcleos do tronco encefálico recebem ou emitem fibras nervosas que entram na constituição dos nervos cranianos. Dos 12 pares de nervos cranianos, 10 fazem conexão no tronco encefálico. O tronco encefálico se divide em: ➔ Bulbo, situado caudalmente: ➔ Mesencéfalo cranialmente; ➔ Ponte, situada entre ambos. Bulbo O bulbo ou medula oblonga tem a forma de um tronco de cone, cuia extremidade menor continua caudalmente com a medula espinhal. A superfície do bulbo é percorrida longitudinalmente por sulcos ora mais; ora menos paralelos, que continuam com os sulcos da medula. Estes sulcos delimitam as áreas anterior (ventral), lateral e posterior (dorsal) do bulbo, que, vistas pela superfície, aparecem como uma continuação direta dos funículos da medula. De cada lado da fissura mediana anterior existe uma eminência alongada, a pirâmide, formada por um feixe compacto de fibras nervosas descendentes que ligam as áreas motoras do cérebro aos neurônios motores da medula, que será estudado com o nome de trato corticoespinhal ou trato piramidal. Na parte caudal do bulbo, fibras deste trato cruzam obliquamente o plano mediano em feixes interdigitados que obliteram a fissura mediana anterior e constituem a decussação das pirâmides. De cada lado da fissura mediana anterior existe uma eminência alongada, a pirâmide, formada por um feixe compacto de fibras nervosas descendentes que ligam as áreas motoras do cérebro aos neurônios motores da medula, que será estudado com o nome de trato corticoespinhal ou trato piramidal. Na parte caudal do bulbo, fibras deste trato cruzam obliquamente o plano mediano em feixes interdigitados que obliteram a fissura mediana anterior e constituem a decussação das pirâmides. Entre os sulcos lateral anterior e lateral posterior temos a área lateral do bulbo, onde se observa uma eminência oval, a oliva formada por uma grande massa de substância cinzenta, o núcleo olivar inferior, situado logo abaixo da superfície. A metade caudal do bulbo ou porção fechada do bulbo é percorrida por um estreito canal continuação direta do canal central da medula. Sidney Ferreira de Moraes Neto - Med2020 - 2017 Ponte Ponte é a parte do tronco encefálico interposta entrego bulbo e o mesencéfalo. Está situada ventralmente ao cerebelo e repousa sobre a parte basilar do osso occipital e o dorso da sela contúrcica do esfenoide. Sua base, situada ventralmente, apresenta estriação transversal em virtude da presença de numerosos feixes de fibras transversais que a percorrem. Estas fibras convergem de cada lado para formar um volumoso feixe, o pedúnculo cerebelar médio. Considera-se como limite entre a ponte e o braço da ponte o ponto de emergência do nervo trigêmeo, V par craniano. Esta emergência se faz por duas raízes, uma maior, ou raiz sensitiva do nervo trigêmeo, e outra menor, ou raiz motora do nervo trigêmeo. Percorrendo longitudinalmente a superfície ventral da ponte existe um sulco, o sulco basilar, que geralmente aloja a artéria basilar. A parte ventral da ponte é separada do bulbo pelo sulco bulbo-pontino, de onde emergem de cada lado a partir da linha mediana o VI, VII e VIII pares cranianos. O VI par, nervo abducente, emerge entre a ponte e a pirâmide do bulbo. O VIII par, nerjo vestíbulo- coclear, emerge lateralmente, próximo a um pequeno lóbulo do cerebelo, denominado flóculo. O VII par, nervo facial, emerge medialmente ao VIII par, com o qual mantém relações muito íntimas. Entre os dois emerge o nervo intermédio, que é a raiz sensitiva do VII par, de identificação as vezes difícil nas peças de rotina. Mesencéfalo O mesencéfalo interpõe-se entre a ponte e o cérebro, do qual é separado por um plano que liga os corpos mamilares, pertencentes ao diencéfalo, à comissura posterior. É atravessado por um estreito canal, o aqueduto cerebral, que une o III ao IV ventrículo. A parte do mesencéfalo situada dorsalmente ao aqueduto é o teto do mesencéfalo; ventralmente temos os dois pedúnculos cerebrais, que, por sua vez, se dividem em uma parte dorsal, predominantemente celular, o tegmento, e outra ventral, formada de fibras longitudinais, a base do pedúnculo. Em uma secção transversal do mesencéfalo vê-se que o tegmento é separado da base por uma área escura, a substância negra, formada por neurônios que contêm melanina. Correspondendo à substância negra na superfície do mesencéfalo existem dois sulcos longitudinais: um lateral, sulco lateral do mesencéfalo, e outro medial, sulco medial do pedúnculo cerebral. Estes sulcos marcam na superfície o limite entre base e tegmentodo pedúnculo cerebral. Em vista dorsal, o tecto do mesencéfalo apresenta quatro eminências arredondadas, os colículos superiores e inferiores (corpos quadrigêmeos), separados por Sidney Ferreira de Moraes Neto - Med2020 - 2017 dois sulcos perpendiculares em forma de cruz (Fig. 5.2). Na parte anterior do ramo longitudinal da cruz aloja-se o corpo pineal que, entretanto, pertence ao diencéfalo. Caudalmente a cada colículo inferior emerge o IV par craniano, nervo troclear. muito delgado e por isto mesmo facilmente arrancado com o manuseio das peças. Vistos ventralmente, os pedúnculos cerebrais aparecem como dois grandes feixes dc fibras que surgem na borda superior da ponte c divergem cranialmente para penetrar profundamente no cérebro. Delimitam, assim, uma profunda depressão triangular, a fossa interpeduncular, limitada anteriormente por duas eminências pertencentes ao diencéfalo, os corpos mamilores. O fundo da fossa interpeduncular apresenta pequenos orifícios para a passagem de vasos e denomina-se substância perfurada posterior. Como já foi exposto, do sulco longitudinal situado na face medial do pedúnculo, sulco medial do pedúnculo, emerge de cada lado o nervo oculomotor Sidney Ferreira de Moraes Neto - Med2020 - 2017 Sidney Ferreira de Moraes Neto - Med2020 - 2017 Sidney Ferreira de Moraes Neto - Med2020 - 2017 Formação Reticular Denomina-se formação reticular a uma agregação mais ou menos dilusa de neurônios de tamanhos e tipos diferentes, separados por uma rede de fibras nervosas que ocupa a parte central do tronco encefálico. A formação reticular tem, pois, uma estrutura que não corresponde exatamente à da substância branca ou cinzenta, sendo, de um certo modo, intermediária entre elas. Trata-se de uma região muito antiga do sistema nervoso, que, embora pertencendo basicamente ao tronco encefálico, se estende um pouco ao diencéfalo e aos níveis mais altos da medula, onde ocupa pequena área do funículo lateral. No tronco encefálico ocupa uma grande área, preenchendo todo o espaço que não é preenchido pelos tratos, fascículos e núcleos de estrutura mais compacta. Faz conexão entre as estruturas: ➔ Cérebro; ➔ Tálamo; ➔ Cerebelo; ➔ Ponte e Bulbo; Sidney Ferreira de Moraes Neto - Med2020 - 2017 Pesquisas citoarquiteturais detalhadas mostraram que a formação reticular não tem estrutura homogênea, podendo-se delimitar grupos mais ou menos bem definidos de neurônios, que consumem os núcleos da formação reticular. Entre eles, destacam-se por sua importância funcional os seguintes: ➔ Núcleos da rafe – trata-se de um conjunto de oito núcleos, entre os quais um dos mais importantes é o nucleus raphe magnus, que se dispõe ao longo da linha mediana (rafe mediana) em toda extensão do tronco encefálico. Os núcleos da rafe contêm neurônios ricos em serotonina, alguns dos quais, como será visto mais adiante, com funções importantes; ➔ Locus ceruleus – situado logo abaixo da área de mesmo nome no assoalho do IV ventrículo (Fig. 5.2), este núcleo apresenta células ricas em noradrenalina; ➔ Substância cinzenta periaquedutal – também chamada substância cinzenta central, corresponde à substância cinzenta que circunda o aqueduto cerebral. Embora tenha uma estrutura bastante compacta, essa região é considerada um núcleo da formação reticular, importante na regulação da dor; ➔ Área tegmentar ventral – situada na parte ventral do tegmento do mesencéfalo, medialmente à substância negra, contém neurônios ricos em dopamina. Conexões da formação reticular A formação reticular possui conexões amplas e variadas. Além de receber impulsos que entram pelos nervos cranianos, ela mantém relações nos dois sentidos com o cérebro, o cerebelo e a medula, como será visto a seguir: ➔ Conexões com o cérebro – a formação reticular projeta fibras para todo o córtex cerebral, por viatalâmica e extratalâmica. Projeta-se também para outras áreas do diencéfalo. Por outro lado, várias áreas do córtex cerebral, do hipotálamo e do sistema límbico enviam fibras descendentes à formação reticular; ➔ Conexões com o cerebelo – existem conexões nos dois sentidos entre o cerebelo e a formação reticular; Sidney Ferreira de Moraes Neto - Med2020 - 2017 ➔ Conexões com a medula – dois grupos principais de fibras ligam a formação reticular à medula, as fibras rafe-espinhais e as fibras que constituem o importante trato retículo-espinhal. Por outro lado, a formação reticular recebe informações provenientes da medula através das fibras e spina-reticulares; ➔ Conexões com núcleos dos nervos cranianos – os impulsos nervosos que entram pelos nervos cranianos sensitivos ganham a formação reticular através das fibras que a ela se dirigem a partir de seus núcleos; Funções da formação reticular As principais funções da formação reticular são: a) Controle da atividade elétrica cortical. Sono e vigília; b) Controle eferente da sensibilidade; c) Controle da motricidade somática; d) Controle do sistema nervoso autônomo; e) Controle neuroendócrino; f) Integração de reflexos. Centro respiratório e vasomotor Sistema Ativador Reticular Ascendente (SARA) Existe, na formação reticular, um sistema de fibras ascendentes que têm uma ação ativadora sobre o córtex cerebral. Criou-se, assim, o conceito de Sistema Ativador Reticular Ascendente – SARA. Sabe-se hoje que o SARA é constituído de fibras noradrenérgicas do locus ceruleus, serotoninérgicas dos núcleos da rafe e colinérgicas da formação reticular da ponte. Na transição entre o mesencéfalo e o diencéfalo, o SARA se divide em um ramo dorsal e outro ventral. O ramo dorsal termina no tálamo (núcleos intralaminares que, por sua vez, projeta impulsos ativadores para todo o córtex. O ramo ventral dirige-se ao hipotálamo lateral e recebe fibras histaminérgicas do núcleo tuberomamilar do hipotálamo posterior, e sem passar pelo tálamo, este ramo dirige-se diretamente ao córtex, sobre o qual tem ação ativadora. A ativação cortical envolve neurônios noradrenérgicos, serotoninérgicos, histaminérgicos e colinérgicos que fazem parte dos sistemas modulatórios de projeção difusa, que serão estudados no item B deste Sidney Ferreira de Moraes Neto - Med2020 - 2017 capítulo. O conjunto das fibras ativadoras noradrenérgicas e colinérgicas que constituem o SARA e das fibras ativadoras histaminérgicas do hipotálamo denomina-se Sistema Ativador Ascendente, cujos componentes são mostrados na chave que se segue. Este sistema tem papel central na regulação do sono e da vígilia. Sistema Ativador Ascendente Formação Reticular (SARA) Lócus ceruleus (noradrenalina) Núcleo da rafe (serotonina) Núcleo pedúnculo-pontino (acetilcolina) Hipotálamo Núcleo tuberomamilar (histamina) Prosencéfalo basal Núcleo basal de Meynert (acetilcolina) Neurônios e vias serotoninérgicas A maior parte dos neurônios serotoninérgicos do tronco encefálico localiza-se na formação reticular, nos nove núcleos da rafe que estendem na linha média, do buldo ao mesencéfalo. Os axônios originados nos núcleos situados em níveis mais altos têm trajeto ascendente, projetando-se para quase todas as estruturas do prosencéfalo, incluindo córtex cerebral, hipotálamo e sistema límbico, e participam da regulação do ciclo vígilia- sono, de comportamentos motivacionais e emocionais. O sistema serotoninérgico participa também do controle afetivo, digestão, termorregulação, comportamento sexual e tônus motor, além de promover ativação cortical durante a vigília, como parte do SARA. Especialmente importantes são as fibras rafe-espinhais, que do núcleo magno da rafe ganham a substância gelatinosa da medula, onde inibem a entrada de impulsos dolorosos, fazendo parte das vias de analgesias. Sidney Ferreira de Moraes Neto - Med2020- 2017 Neurônios e vias noradrenérgicas A grande maioria dos neurônios noradrenérgicos do sistema nervoso central está distribuída em vários núcleos na formação reticular do bulbo e da ponte. Destes, o núcleo mais importante é o locus ceruleus, núcleo situado no assoalho do IV ventrículo. As projeções noradrenérgicas desde atingem praticamente todo o sistema nervoso central, inclusive todo o córtex cerebral. Um neurônio pode fazer até 250000 sinapses, sendo um dos sistemas de projeção mais difusa do encéfalo. O sistema noradrenérgico está envolvido na regulação do alerta, da atenção seletiva, e da vigília, assim como no aprendizado e na memória. Está envolvido também na regulação do humor e da ansiedade. Devido a suas projeções difusas, pode influenciar literalmente todo o encéfalo. São especialmente ativados por estímulos sensoriais novos e inesperados, oriundos do ambiente. Em casos de eventos estressantes, participam do alerta geral do encéfalo, aumentando a capacidade cerebral de responder a estímulos e sua eficiência. Por outro lado, encontram-se menos ativos nas atividades calmas, durante o repouso e as refeições. Neurônios e vias adrenérgicas Os neurônios adrenérgicos encontram-se misturados aos noradrenérgicos do bulbo. Existem também neurônios adrenérgicos do tronco encefálico que se projetam para a coluna lateral da medula, modulando a atividade vasomotora por meio do sistema simpático. Outros projetam-se para o hipotálamo, participando do controle cardiovascular. Neurônios e vias colinérgicas O sistema modulatório colinérgico tem dois componentes, um situado na formação reticular da junção ponte-mesencéfalo (núcleo pedúnculo-pontino), o outro situado no prosencéfalo basal. O núcleo pedúnculo-pontino é responsável pelo sono REM e pela atonia muscular durante este sono. O principal componente de prosencéfalo basal é o núcleo basal de Meynert, que provê grande parte das projeções colinérgicas para o encéfalo sendo um dos componentes do sistema ativador ascendente. Neurônios e vias dopaminérgicas A maioria dos neurônios dopaminérgicos localiza-se no mesencéfalo em duas regiões muito próximas; área tegmentar ventral pertencente à formação reticular e a substância negra. Nesta última, origina-se a via nigroestriatal, que termina no corpo estriado sendo muito importante no controle da atividade motora. Sidney Ferreira de Moraes Neto - Med2020 - 2017 Na área tegmentar ventral, origina-se a via dopaminérgica mesolímbica, que se projeta para o núcleo accumbens núcleos do septo e o córtex pré-frontal integrantes do sistema de recompensa ou de prazer do cérebro. Sua descoberta veio reforçar a chamada hipótese dopaminérgica da esquizofrenia, segundo o qual os sintomas físicos observados nessa doença resultariam de alterações na transmissão dopaminérgica para o sistema límbico e o córtex pré-frontal. Havia uma hiperatividade na via dopaminérgica mesolímbica, tanto que a administração de drogas que bloqueiam os receptores dopaminérgicos têm efeitos benéficos sobre a doença. Comparando-se as áreas de projeção das vias dopaminérgicas com as já estudadas para as vias serotoninérgicas e noradrenérgicas, verifica-se que, enquanto estas se distribuem a quase todo o sistema nervoso central, as vias dopaminérgicas têm distribuição bem mais restrita e localizada. Além das regiões descritas como tendo funções modulatórios existem neurônios dopaminérgicos de distribuição mais restrita em várias partes do encéfalo, em especial no hipotálamo, onde estão envolvidos na regulação endócrina e autônoma autonômica. Sidney Ferreira de Moraes Neto - Med2020 - 2017 Sidney Ferreira de Moraes Neto - Med2020 - 2017 Sidney Ferreira de Moraes Neto - Med2020 - 2017 Sidney Ferreira de Moraes Neto - Med2020 - 2017 Sidney Ferreira de Moraes Neto - Med2020 - 2017 Sidney Ferreira de Moraes Neto - Med2020 - 2017 Sidney Ferreira de Moraes Neto - Med2020 - 2017 Sistema Límbico e Emoções Sulco central – Sulco de Rolando separa: ➔ Giro pós-central: somestésico primário; ➔ Giro pré-central: motor primário; Sulco lateral ou de Sylvius separa: ➔ Lobo frontal do Temporal; ➔ Lobo Temporal do Occiptal; Estrutura Notas Anatômicas Significância funcional e Observações Clínicas Hipocampo Situa-se profundamente na parte medial do lobo temporal, medialmente ao corno temporal do ventrículo lateral Principal regulador do sistema límbico, especialmente de codificação da memória Fórnice Estrutura em forma de C que se estende a partir do hipocampo. Passa inferiormente ao corpo caloso e mergulha nos corpos mamilares Transporta eferência do hipocampo aos corpos mamilares do hipotálamo e aos núcleos septais. Corpo Amigdaloide Estrutura em forma de amêndoa anterior ao hipocampo e situada profundamente no lobo temporal Envolvido em respostas emocionais, incluindo raiva. As lesões podem causar crises comportamentais ou docilidade Estria Terminal Trato em forma de C que liga o corpo amigdaloide ao hipotálamo e prosencéfalo basilar Principal eferência do corpo amigdaloide. Envolvida na resposta autônoma a medo, raiva e outras emoções Habênula Pequena estrutura nuclear superior à glândula pineal Parte do epitálamo; principal aferência dos núcleos septais e do tálamo através da estria medular. Principal eferência para o núcleo interpeduncular através do fascículo retroflexo Sidney Ferreira de Moraes Neto - Med2020 - 2017 Núcleos septais Grupo de estruturas nucleares anteriores à comissura anterior Funcionam como centro do prazer do cérebro. Comunicam-se com o hipocampo, o corpo amigdaloide e o hipotálamo Circuito de Papez Esse circuito é composto por: 1) Hipocampo; 2) Fórnix; Sidney Ferreira de Moraes Neto - Med2020 - 2017 3) Corpo Mamilar; 4) Trato Mamilo-talâmico; 5) Núcleos anteriores do tálamo; 6) Cápsula interna; 7) Giro do Cíngulo; 8) Giro para-hipocampal 9) Hipocampo Sidney Ferreira de Moraes Neto - Med2020 - 2017 Sistema Límbico Emoções Áreas Corticais Córtex cingular anteriores Córtex insular anteriores Córtex pré-frontal orbitafrontal Áreas subcorticais Hipotálamo (parte) Área septal Núcleo occumbens Habênula Amigdala Memória Áreas Corticais Hipocampo Giro dentado Córtex entorrinal Córtex para-hipocampal Córtex cingular posterior Áreas subcorticais Fórnix Corpo mamilar Trato mamilotalâmico Núcleos anteriores do tálamo Sidney Ferreira de Moraes Neto - Med2020 - 2017 Resumo de Histologia – Psiquiatria Tecido Nervoso O tecido nervoso é distribuído pelo organismo, interligando-se e formando uma rede de comunicações, que constitui o sistema nervoso. Anatomicamente, este sistema é dividido em: ➔ Sistema nervoso central (SNC): formado por encéfalo, constituintes do sistema fotorreceptor e medula espinhal. ➔ Sistema nervoso periférico (SNP) : formados pelos nervos e gânglios nervosos; Os nervos são formados por prolongamentos dos neurônios situados no SNC ou gânglios nervosos. O tecido nervoso apresenta dois componentes principais: ➔ Neurônios ➔ Células da glia ou neuróglia No SNC há a segregação entre corpos celulares dos neurônios e seus prolongamentos, fazendo com que haja duas porções distintas no encéfalo e na medula espinhal: ➔ Substância cinzenta: formada por corpos celulares e células da glia, tem também prolongamentos de neurônios. ➔ Substância branca: formada por prolongamentos de neurônios e por células da glia. É branca por conter mielina dos axônios, que é um lipídio. Neurônios São compostos pelas seguintes partes: ➔ Corpo celular: contem o núcleo e é de onde saem os prolongamentos ➔ Dendritos: prolongamentos especializados em receber os estímulos ➔ Axônios: prolongamento único especializado na condução de impulsosque transmitem informações do neurônio para outras células (nervosas, musculares ou glandulares) De acordo com a morfologia, os neurônios são classificados em: ➔ Multipolares: tem mais de dois prolongamentos celulares ➔ Bipolares: um dendrito e um axônio, apenas. ➔ Pseudounipolar: tem prolongamento único que se divide em dois – um ramo para a periferia e outro para o SNC. Quanto a função os neurônios são classificados em: Sidney Ferreira de Moraes Neto - Med2020 - 2017 ➔ Motores: controlam órgãos efetores como glândulas exócrinas e endócrinas, e músculos ➔ Sensoriais: recebem estímulos do meio exterior e interior ➔ Interneurônios ou associativo: estabelecem conexões entre outros neurônios No SNP, os corpos celulares são encontrados em gânglios e em alguns órgãos sensoriais, como a mucosa olfatória. Células da Glia Oligodendrócitos – produzem as bainhas de mielina para os neurônios do SNC Células de Schwann – produzem as bainhas de mielina para os neurônios do SNP Astrócitos – células de forma estrelada com múltiplos processos irradiando do corpo celular, se ligam aos capilares sanguíneos e à pia-máter (tecido conjuntivo que reveste o SNC). Tem função de sustentação e controle da composição iônica e molecular do ambiente extracelular dos neurônios. ➔ Astrócitos fibrosos: substância branca, prolongamentos menos numerosos e mais longos. ➔ Astrócitos protoplasmáticos: substância cinzenta, maior número de prolongamentos que são curtos e muito ramificados. Células ependimárias – tecido epitelial simples cúbico, revestem os ventrículos do cérebro e o canal central da medula espinhal, são ciliadas em alguns locais facilitando a movimentação do líquido céfalo raquidiano (LCR). Micróglia – pequenas e alongadas, com prolongamentos curtos e irregulares, são fagocitárias, derivadas de precursores trazidos da medula óssea pelo sangue, sendo o sistema mononuclear fagocitário. Participam da inflamação e reparação do SNC. Sistema Nervoso Central (SNC) Cérebro, cerebelo e medula espinhal são divididos em duas regiões quando cortados: ➔ Substância branca: composta por axônios mielinizados e outras células da glia, não contêm corpos de neurônios. ➔ Substância cinzenta: formada por corpos de neurônios, dendrites, a porção inicial não mielinizada dos axônios e células da glia. O cerebelo é constituído por 3 camadas: ➔ Camada molecular: mais externa – poucos núcleos de neurônios, arborização dendrítica, tem núcleos da glia. Sidney Ferreira de Moraes Neto - Med2020 - 2017 ➔ Camada das células de Purkinje: mais central – maiores neurônios do SN ➔ Camada granulosa: mais interna – menores neurônios do SN ➔ Substância branca: tem capilares no interior. Na medula espinhal, a composição é oposta ao encéfalo: ➔ Substância branca: externamente ➔ Substância cinzenta: internamente, forma de letra H. No seu centro, há um orifício chamado de canal central, que é revestido pelas células ependimárias. A letra H é dividida em: ➢ Cornos anteriores: tem neurônios motores com axônios que dão origem às raízes ventrais dos nervos raquidianos. ➢ Cornos posteriores: recebem as fibras dos neurônios situados nos gânglios das raízes dorsais dos nervos espinais (fibras sensoriais) Meninges O SNC está contido e protegido na caixa craniana e no canal vertebral, sendo envolvido por membranas de tecido conjuntivo chamadas meninges. As meninges são formadas por três camadas (de fora para dentro) que são as seguintes: ➔ Dura-máter: meninge mais externa, tecido conjuntivo denso modelado, separada do periósteo das vértebras formando o espaço peridural entre elas, que contém veias de parede delgada, tecido conjuntivo frouxo e tecido conjuntivo. Entre dura-máter e aracnoide existe virtualmente o espaço subdural, que existe apenas em situações patológicos em que há acumulo de líquido. A superfície interna e externa são revestidas por tecido epitelial simples pavimentoso de origem mesenquimatosa. ➔ Aracnoide: tecido conjuntivo frouxo avascular com superfícies revestidas por tecido epitelial simples pavimentoso, tem duas partes, uma em contato com a dura-máter sob forma de membrana e outra formada por traves que ligam a aracnoide a pia-máter. As cavidades entre as traves conjuntivas formam o espaço subaracnoideo, que contém LCR, comunica-se com os ventrículos cerebrais, mas não tem comunicação com o espaço subdural. O espaço subaracnoideo, cheio de líquido, constitui um colchão hidráulico que protege o sistema nervoso central contra traumatismos. Em certos locais, forma expansões que perfuram a dura-máter e provocam saliências em seios Sidney Ferreira de Moraes Neto - Med2020 - 2017 venosos, onde terminam como dilatações fechadas: as vilosidades da aracnoide, com função de transferir LCR para o sangue. ➔ Pia-máter: muito vascularizada e aderente ao tecido nervoso, sem ficar em contato direto com células ou fibras nervosas. Entre a pia-máter e os elementos nervosos há prolongamentos dos astrócitos, que formam uma camada muito delgada, que se unem firmemente à face interna da pia-máter. Os vasos sanguíneos penetram o tecido nervoso por meio de túneis revestidos por pia- máter, os espaços perivasculares. A pia-máter desaparece antes que os vasos se transformem em capilares. Os capilares do sistema nervoso central são totalmente envolvidos pelos prolongamentos dos astrócitos. Sidney Ferreira de Moraes Neto - Med2020 - 2017 Sistema Nervoso Periférico Fibras nervosas – constituídas por um axônio e suas bainhas envoltórias. Grupos de fibras nervosas formam os feixes ou tratos do SNC e os nervos do SNP. Todos os axônios do tecido nervoso do adulto são envolvidos por dobras únicas ou múltiplas formadas por uma célula envoltória. Nas fibras periféricas a célula envoltória é a célula de Schwann. Sidney Ferreira de Moraes Neto - Med2020 - 2017 No SNC as células envoltórias são os oligodendrócitos. Fibras nervosas amielínicas – axônios de pequeno diâmetro envolvidos por uma única dobra da célula envoltória Fibras nervosas mielínicas – nos axônios mais calibrosos a célula envoltória forma uma dobra enrolada em espiral em torno do axônio. Quanto mais calibroso o axônio, maior o número de envoltórios concêntricos provenientes da célula de revestimento. O conjunto desses envoltórios concêntricos é denominado bainha de mielina. Entre cada bainha tem os nódulos de Ranvier. Sidney Ferreira de Moraes Neto - Med2020 - 2017 Nervos São fibras nervosas que se agrupam em feixes, originando os nervos. Devido ao seu conteúdo de mielina e colágeno, os nervos são esbranquiçados, exceto os raros nervos muito finos formados somente por fibras amielínicas. O tecido de sustentação dos nervos é dividido em 3, do mais exterior para o mais interior: ➔ Epineuro: reveste o nervo e preenche os espaços entre os feixes de fibras nervosas, tecido conjuntivo denso não modelado ➔ Perineuro: reveste um feixe de fibras nervosas, formado por uma bainha de várias camadas de células achatadas, justapostas, tecido conjuntivo frouxo. ➔ Endoneuro: reveste cada axônio, é um envoltório conjuntivo constituído principalmente por fibras reticulares sintetizadas pelas células de Schwann. Os nervos são classificados conforme os tipos de fibras que os constituem: ➔ Nervos sensoriais: apenas fibras de sensibilidade (aferentes) ➔ Nervos motores: levam a mensagem dos centros para os efetores ➔ Nervos mistos: contêm fibras mielínicas e amielínicas Sidney Ferreira de Moraes Neto - Med2020 - 2017
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