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Fibromialgia: Dor Difusa e Sensibilização Central

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FERNANDA SOUZA 
CONCEITO 
Síndrome clínica caracterizada por dor musculoesquelética DIFUSA 
(paciente queixa dor no corpo todo, logo uma pessoa que chega 
falando que tem dor em algum lugar específico NÃO TEM COMO 
SER FIBROMIALGIA!!!!), acompanhado de fadiga, distúrbio do sono 
atribuída a amplificação da percepção da dor por sensibilização 
central 
EPIDEMIOLOGIA 
• 5% da população geral (EUA e Europa) 
• 2,5% (Brasil) 
• Sexo feminino 
• 35-44 anos 
• Não é uma doença ocupacional 
É bem frequente, adultas jovens, mulheres. 
Não tem relação com questões laborais. 
ETIOLOGIA 
Várias justificativas, mas de modo objetivo não temos nenhuma. 
• Componente biológico: genética, sexo feminino, alteração sono, 
trauma físico, stress/desregulação neuroendócrina, 
sedentarismo 
• Componente Psicológico: catástrofes, hiper vigilância, 
depressão, ansiedade - tem a capacidade de trazer situações 
de pressão, ansiedade, uma situação de desequilíbrio da 
paciente, ela consegue fazer essa correlação. 
• Componente ambiental: insatisfações pessoais, trauma infância, 
etc. 
F ISIOPATOLOGIA 
• Sensibilização central: 
o SNC obtém o potencial de manter e aumentar os 
estímulos dolorosos periféricos 
o A origem é uma dessensibilização de uma sensibilização 
central, nos temos um portal da dor que faz a 
interpretação das questões álgicas, estímulos que não 
levam a dor, nessas pacientes, desencadeiam. 
 
• Há redução do limiar doloroso (alodínia), resposta aumentada a 
estímulos dolorosos (hiperalgesia) e um aumento da duração 
da dor após estímulo. 
 
• Diminuição da tolerância a dor: 
o Serotonina reduzida 
o Substância P 
o Glutamato 
 
• Alterações endócrinas 
o Cortisol sérico 
o GH 
 
• Distúrbio do sono - grande das pacientes apresentam esse 
quadro. É um fator muito importante de se falar com a 
paciente, como está o sono. 
A nível de pesquisa clínica. Não há nada que dose para fazer o 
diagnóstico. Nenhum estudo é conclusivo quanto a relação causal. 
São hipóteses, mas ainda não se viu uma efetividade. 
QUADRO CLÍNICO 
• Dor: 
o Mal localizada, difusa - Alega que tudo incomoda. Principal 
característica é a dor difusa. Muitas ficam acamadas nas 
crises de fibromialgia para depois retornar as suas 
atividades normais. 
 
o Moderada a forte intensidade - Dor moderada a forte 
intensidade é o OLHAR DA PACIENTE, mas talvez de 
acordo com o conceito médico talvez não fosse 
classificado como moderado a forte. 
 
• Rigidez articular fugaz - Rigidez menor que 30 min. 
 
• Fadiga e sensação de fraqueza - Paciente que se sente 
extremamente cansada o tempo todo e com sensação de 
fraqueza. Entretanto, quando examina, a força vai estar normal, 
a sensação de fraqueza, então não é efetiva. 
 
• Distúrbio do sono (sono não reparador) - toda vez que estamos 
trabalhando sono: Como é o sono da Senhora? A paciente responde 
que dorme 8 horas todas as noites. Para identificar se tem sono de 
qualidade ou não, não é pra ver a quantidade de horas, o que vê a 
qualidade ou não é se teve a capacidade de descansar, visto que 
esse é o objetivo (acorda cansada - porque custou para dormir, tem 
dificuldade para começar a dormir ou o paciente tem um sono 
picado, sensação de ter ficado acordado, superficial, acorda por 
qualquer coisa), precisa ver se o sono é reparador ou não (caso não, 
problema para começar a dormir ou dificuldade para manter). 
 
• “ Edemas” e “parestesias” - Se tem edema, não encontra cacifo. 
Paciente alega parestesia, porém não consegue encontrar, ou não 
consegue trazer para substrato anatômico, é tudo uma sensação. 
 
• Transtorno de humor - Precisa tentar perceber qual o humor da 
paciente, porque também norteia a terapia que vai ser usada. 
(Principais: ansiedade e depressão) 
 
FERNANDA SOUZA 
 
• Cefaleia - cefaleia tensional 
 
• Alteração hábito intestinal - síndrome do intestino irritável, muito 
comum. 
DIAGNÓSTICO: 1990 – 1 1 / 18 
 
Essa era a forma de diagnosticar fibromialgia, tinham pontos 
específicos, caso tivessem 11 pontos + desses 18, na descrição são 
pontos bem específicos, quem faz reumato lembra, mas quem não 
faz isso não tem esses pontos decorados. 
D IAGÓSTICO: 2015 
A manutenção é feita pelos clínicos, então precisou ter um ajusto 
para que ficasse mais fácil o diagnóstico, precisamos documentar no 
exame físico que apresentam dor osteomuscular difusa. Não tem 
que comprimir uma região específica, mas precisa comprimir 
difusamente. 
Apresentação álgica difusa, comprimir para que a base do polegar 
fique branca, não é uma compressão que normalmente cause dor 
em alguém. 
Se apresenta conjuntamente fadiga, alteração na memória, alteração 
no sono (acordar cansada). 
 
FERNANDA SOUZA 
Se tem dor no abdome, fibromialgia é crônica, se já tem duração 
de três meses, se tem algo que melhora. 
D IAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
• Síndrome miofascial 
• Hipotireoidismo/hiperparatireoidismo 
• Doenças auto-imunes 
• Depressão /ansiedade 
• Paraneoplasia 
• Miopatias (inclusive por estatina) 
• Infecções crônicas: HBV, HCV, HIV 
• Hipovitaminose (vit D) 
• Anemia 
• Apneia do sono 
A única doença que causa dor difusa pelo corpo é fibromialgia? 
NÃOOO, NEM DE LONGEE 
Qual é a principal situação, paciente encaminhado com provável 
fibromialgia, mas tem hepatite B, paciente com câncer de mama, 
paciente com anemia entre outros. 
Se tudo isso pode simular fibromialgia, como que faz? A ferramenta 
mais eficaz que tem é a ANAMNESE, uma boa anamnese que vai 
nortear. 
COMO DIAGNOSTICAR? 
NÃO TEM UM MARCADOR!!!!! 
Preciso de uma anamnese decente para ver se é fibromialgia ou 
outra condição imitando fibromialgia. 
• Dor difusa MANDATÓRIO 
 
• Exame físico completo - Exame físico descente, para ver se 
de fato aqueles sensação que a paciente refere são efetivas 
ou não, FIBROMIALGIA NÃO TEM SENSAÇÕES EFETIVAS!!!! 
 
• Exame complementar: hemograma, PAI, sorologias para hep B, 
C e HIV, cálcio, vitamina D, TSH, TGO/TGP, ur/cr, Na/K, 
CPK/LDH/aldolase 
EXAME COMPLEMENTAR: 
É SÓ PARA PEDIR O COMPATÍVEL COM A ANAMNESE! 
COMO TRATAR? 
De tudo, o tratamento não farmacológico é o ponto principal. Dividir 
a responsabilidade da terapia, o papel do médico é orientar, e da 
paciente é fazer o tratamento real, fazer as coisas, TEM QUE 
FAZER O QUE É ORIENTADO!!! 
• Não farmacológico: 
o Atividade aeróbica - tem que ser uma atividade prazerosa, 
a melhor atividade física pra essa paciente é aquela que ela 
gosta de fazer. A MELHOR INDICAÇÃO É A QUE FOR 
MELHOR PARA O PACIENTE!!! 
 
o Terapia cognitiva - paciente que tem espectro ansioso ou 
depressivo, a terapia é algo muito efetivo, já que podem 
perceber como gatilho questões pessoas que não sabem 
lidar, então a terapia é parte importante do tratamento, já 
que a partir disso podem pensar melhor sobre os 
problemas na vida. 
 
o Orientação quanto a doença - Precisa saber lidar melhor 
com a doença dela. 
 
o Alongamento muscular e fortalecimento - pode começar 
por alongamento, uma questão de fortalecimento, mas 
passar o mais rápido possível para uma atividade aeróbica. 
 
o Hidroterapia 
 
• Farmacológico: 
o Antidepressivos 
o Ansiolíticos 
o Hipnóticos/indutor do sono 
o Relaxante muscular 
o Analgésicos** 
META DO TRATAMENTO 
• Melhor qualidade do sono 
• Controle da dor 
• Equilíbrio emocional 
• Melhorar qualidade de vida 
Pessoa seja funcional, precisamos ter sono de qualidade (não só na 
fibromialgia, mas para TODOS). 
MEDICAÇÕES 
• Antidepressivos tricíclicos: 
o Amitriptilina, nortriptilina,.. 
o Dose máxima: AMT 25mg/dia 
o Diminue recaptação serotonina e noradrenalina 
o Efeitos colaterais: ganho peso, efeito anticolinérgico 
Padrão depressivo, pode usar um antidepressivo, a preconizada pelo 
SUS é a amitriptilina (AMT), porém não é bom para paciente 
obesos, boca seca, fuma. PRECISA SABER DOSE! 
• Neuromoduladores: 
o Gabapentina 300mg8/8h – hepatotoxicidade 
o Pregabalina 150mg/dia – vertigem (tratamento padrão 
ouro, mas tem um custo caro, então tem um limitador 
financeiro). 
 
• Inibidores da recaptação serotonina (pacientes com perfil 
ansioso, atua no centro da fome) - tem como efeito colateral 
síndrome adrenérgica: 
 
FERNANDA SOUZA 
o Fluoxetina 20mg 2 cp/dia – síndrome adrenérgica 
 
• Inibidor da recaptação seletiva (costuma ter um excelente 
resultado): 
o Duloxetina 60mg/dia 
 
• Relaxante muscular alegam que pacientes fazem micro 
contraturas musculares, tendo esse raciocínio, os relaxantes 
musculares trazem grande alivio álgico as pacientes. (tem 
efetividade mais rápida que os outros medicamentos, que tem 
um período de semanas para ter esses efeitos).: 
o Ciclobenzaprina 10mg/noite – sonolência e anti-colin 
o Thiaticosídeo 4mg 12/12h – menor sonolência 
Ciclo caso muita sonolência, diminuir para mg ou trocar para thia 
(porém tem um valor alto) 
Sono - paciente que tem distúrbios de sono de indução do sono 
ciclo, se tem dificuldade de manutenção do sono precisa pensar em 
outras formas de tratamento, temos a melatonina 10mg/ noite e 
Donaren 50mg/noite. 
Tratamento é individualizado, vai com base naquilo que o paciente 
mais precisa.

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