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Hysla Maria – P8 Responsabilidade profissional e direito do trabalho Pericia: -É um procedimento especial de constatação, prova ou demonstração científica ou técnica, relacionado com a veracidade de uma situação ou análise. É a procura de elementos que formem uma opinião segura e adequada do fato que se pretende provar e que, por isso, se constituem na prova desse fato -perito: -Pessoa a quem incumbe a realização de exames técnicos de sua especialidade ou competência, para esclarecimento de fatos que são objeto de inquérito policial ou de processo judicial. -peritos oficiais: São chamados os que exercem esse mister por atribuição de cargo público, como, por exemplo, os médicos-legistas, os odontolegistas, os peritos criminais etc. Têm eles por missão efetuar os exames de corpo de delito e outras perícias requisitadas pela autoridade ao diretor da repartição em que desempenham suas atividades, cabendo-lhes a elaboração e assinatura do laudo correspondente. A par de reconhecida probidade e amplo tirocínio profissional, devem primar, também, pelo conhecimento de toda a legislação e formalidades jurídicas pertinentes à função, de modo a assegurarem cabal execução das tarefas que lhes forem cometidas. -Peritos não oficiais. São aqueles designados pela autoridade para suprirem a falta de peritos oficiais, ou para substituí-los, quando, por qualquer motivo, estiverem estes impedidos ou impossibilitados -Perito nomeado ou perito louvado: (Também chamado perito ad hoc), é todo expert em determinado assunto que, não o sendo de ofício, é nomeado por uma autoridade, para atuar como perito, em determinado caso. -Denomina-se perito louvado (do lat. laudo-are, enaltecer, gabar, exaltar, elogiar) e, daí, louvado = enaltecido, exaltado, elogiado àquela pessoa que não é expert oficial, mas a autoridade, judiciária ou policial, o enaltece, o exalta ou o elogia, chamando-o para exercê-la. de funcionar. -são escolhidas, de preferência, pessoas legalmente habilitadas para o exercício de uma profissão que se coadune com o exame que se tem em vista (peritos habilitados), ou, na falta destes, pessoas outras, dotadas de um grau de experiência que lhes possibilite o atendimento à requisição legal (peritos leigos). -Os peritos não oficiais, antes de realizarem a perícia, prestam o compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo que lhes é confiado, devendo assinar, juntamente com a autoridade que estiver presente, o auto de exame lavrado pelo escrivão. -No foro criminal, os exames periciais são realizados, em regra, por dois peritos. Todavia, por resolução da autoridade judicial e sob determinadas circunstâncias previstas no Código Processual, esse número poderá ser aumentado para três ou, mesmo, mais, esclarecendo-se que em nenhum caso intervirão as partes para indicá-los. -Nas ações cíveis, funciona apenas um perito, podendo cada litigante indicar um assistente técnico, que participará do exame ou o acompanhará, assinando, em caso de concordância, o laudo elaborado pelo perito -Havendo divergência de opiniões, o assistente técnico oferecerá, nos 10 dias subsequentes à entrega do Laudo Oficial, seu parecer, em separado, à luz do que lhe faculta o art. 433, Parágrafo Único, do Estatuto Adjetivo Civil. -O laudo (do lat. ego laudo, enalteço, exalto, saliento) é o instrumento legal que recolhe, à guisa de relatório, tudo quanto o Perito viu e achou importante registrar sobre o material objeto da perícia -Os peritos nomeados não podem, injustificadamente, esquivar-se ao encargo para o qual são designados, sob pena de lhes serem impostas as sanções previstas em lei. Podem, em contrapartida, estar impedidos de atuar, por qualquer uma das seguintes razões: Hysla Maria – P8 •Pelos mesmos motivos que impedem o juiz de exercer jurisdição em um processo ou que levantem suspeição contra sua pessoa •Pela interdição de direitos mencionada nos incisos I e IV do art. 69 do Código Penal, ou seja, pela incapacidade temporária para investidura em função pública, ou pela incapacidade temporária para profissão ou atividade cujo exercício depende de habilitação especial, ou de licença ou autorização do poder público. -Não podem funcionar como peritos, ainda, os que tiverem prestado depoimento ou opinado anteriormente sobre o objeto da perícia, bem como os analfabetos e os menores de 21 anos. -A legislação concernente aos peritos, sua nomeação, atuação, deveres etc., está compreendida nos arts. 159 e 160, 178 a 182 e 275 a 280 do Código de Processo Penal e nos arts. 138 (inciso III), 145 a 147 e 420 a 439 do Código de Processo Civil. -documentos odontolegais: -classificação: -Os documentos odontolegais compreendem o conjunto das declarações, orais ou escritas, firmadas por cirurgião-dentista, no exercício da profissão, para servir como prova, que podem ser utilizadas com finalidade jurídica. -Podem ser classificados de diferente forma, conforme se utilizem critérios diversos. As classificações mais utilizadas são: •Quanto à sua procedência: -Oficial: é aquele oriundo de uma repartição ou dependência oficial como o Centro de Saúde, o Instituto Médico-Legal (IML), ou de um profissional que no momento de expedi-lo esteja em uso e gozo de cargo ou função pública -Oficioso: é todo documento promanado de profissional odontólogo, em consultório particular ou em qualquer local ou instituição, desde que não esteja submetido ao vínculo do cargo ou função pública •Quanto à sua finalidade: -Administrativo: é o documento produzido por cirurgião-dentista e que se destina a ser apresentado perante qualquer pessoa, empresa, instituição ou repartição, mesmo que dependa direta ou indiretamente do Poder Judiciário, mas desde que venha a ser entranhado em processo judicial -Judicial: é qualquer documento da lavra de cirurgião-dentista que se destina a ser utilizado, nos autos de processo judicial (p. ex., atestado, para justificar ausência de testemunha em audiência; parecer, para alicerçar ação indenizatória etc.) •Quanto ao seu conteúdo: -Verdadeiro: diz-se daquele documento emitido por cirurgião-dentista e cujo texto é a mera expressão da verdade, isto é, contém dados técnicos de fatos que realmente foram constatados no paciente -Falso: é todo documento cujo conteúdo difere da realidade ou não é a expressão da verdade. Seu autor está sujeito às penas que a lei impõe para tanto. -tipos: -notificação ou comunicação compulsória: -É um documento que relata fatos, de índole odontológica ou não, observados ou constatados no exercício da profissão, e que, por força de lei, o cirurgião-dentista tem obrigação de comunicar. Inclui a comunicação de: •Acidentes de trabalho (Decreto no 357/91). Compreende, essencialmente, os acidentes-tipo, mas, para fins previdenciários e securitários, as doenças profissionais (tecnopatias), as doenças do trabalho (mesopatias) e os acidentes de percurso (in itinere) equiparam-se aos acidentes de trabalho •Moléstias infectocontagiosas de notificação compulsória (CP, Art. 269) Hysla Maria – P8 •Doenças profissionais (tecnopatias) e doenças do trabalho (mesopatias) (CLT, Art. 169) •Morte encefálica comprovada em estabelecimento de saúde (Decreto no 2.268/97, Art. 18) •Crimes de ação pública (LCP, Art. 66) -Essa comunicação deve ser feita, por escrito, à autoridade competente, para que sejam tomadas as providências sanitárias, judiciárias ou sociais cabíveis. A autoridade competente, como é curial, variará de caso para caso. Assim, em se tratando de crimes de ação pública (LCP, Art. 66), como, por exemplo, maus-tratos infantis ou agressões, as notificações devem ser feitas, perante a Autoridade Policial, junto ao Ministério Público (Promotoria da Infância, Adolescência e Juventude) ou ao ConselhoTutelar da Infância, Adolescência e Juventude da região em que o fato tenha sido constatado. As notificações de acidentes de trabalho são feitas através de documento próprio, a CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho), em seis vias, a primeira das quais deve ser encaminhada, incontinenti, à Agência local do Instituto Previdenciário Pode ser o caso da Autoridade Sanitária, como, por exemplo, Diretor do Centro de Saúde I a cuja jurisdição esteja submetido. Em toda localidade em que exista pelo menos um Centro de Saúde, este será o Centro de Saúde I. A essa autoridade dirigir-se-ão as notificações referentes a moléstias infectocontagiosas de notificação compulsória (CP, Art. 269). A notificação odontológica, para que cumpra suas finalidades legais, e a fim de que o cirurgião-dentista tenha sua responsabilidade resguardada, deverá conter: •A identificação do paciente (nome, RG, endereço) •A informação acerca do ato profissional realizado ou da constatação que foi feita durante o atendimento, sem risco de cometer infração ética por revelação de segredo (Art. 9o, § 1o do Código de Ética Odontológica, ver Apêndice 2), sendo certo que poderá ser utilizada a CID-10 (Classificação Internacional de Doenças, versão 10, ver Apêndice 5) •Horário e a data em que o paciente foi atendido •Local e data do atendimento •Assinatura do cirurgião-dentista que está realizando a notificação •Carimbo esclarecedor do cirurgião-dentista, com nome e número do CRO, mesmo quando for utilizado o impresso do receituário. -atestado odontológico: -É uma declaração particular sucinta em que se afirma a veracidade de certo fato odontológico e as consequências deste que implicam providências administrativas, judiciárias ou oficiosas, relacionadas com o cliente. -É mister lembrar que ao cirurgião-dentista só é permitido atestar, certificar, testemunhar ou declarar, para qualquer fim, o que tenha examinado ou verificado pessoalmente. -A competência do cirurgião-dentista para atestar, no setor de sua atividade profissional, estados mórbidos e outros e, inclusive, para justificação de faltas às tarefas habituais, é conferida pela Lei Federal no 26.215, de 30.06.75 -o atestado odontológico deverá conter: •A identificação do paciente: nome, RG e endereço (opcional) •A finalidade para a qual foi expedido (fins trabalhistas, escolares, desportivos etc.; não se deve utilizar o chavão “para os devidos fins”) •Horário e a data em que o paciente foi atendido •Se for recomendado repouso, este será indicado em horas (24 horas, 48 horas etc.) •Quando houver necessidade de revelação do diagnóstico ou da intervenção praticada, utilizar a CID-10 (ver Apêndice 5), recomendando-se que o Hysla Maria – P8 paciente assine o rodapé do atestado anuindo com a publicidade do seu diagnóstico, evitando-se o cometimento de infração ética por revelação de segredo (Art. 9o, § 1o do Código de Ética Odontológica, ver Apêndice 2) •Local e data da expedição •Assinatura do cirurgião-dentista responsável pela declaração •Carimbo esclarecedor do cirurgião-dentista, com nome e número do CRO, mesmo quando for utilizado o impresso do receituário -relatório: -É um documento que exige compromisso prévio, que obedece a uma determinada formalidade, minucioso, e que deve contribuir com o esclarecimento de um ou mais fatos de ordem odontológica -obs: O odontolegista é dispensado desse ato, porquanto tem compromisso permanente, enquanto no exercício de sua função, junto à Secretaria de Segurança Pública ou assemelhada. -O Relatório denomina-se laudo quando é escrito pelo próprio perito (p. ex., Laudo de Exame de Corpo de Delito); designa-se auto quando é ditado pelo perito ao escrivão (p. ex., Ata de Exumação). -no relatório devem constar as seguintes partes: -Preâmbulo: introdução, que se refere ao local, à data e à hora da perícia, a autoridade requisitante, os peritos designados, a identificação da pessoa a ser periciada, o exame a ser realizado e os quesitos a serem respondidos •Histórico ou comemorativo: um relato sucinto, ainda que completo, do fato justificador do pedido de perícia •Descrição (visum et repertum): contém, com todos os detalhes, os achados objetivos e subjetivos dos exames realizados •Discussão: o debate, a confrontação de hipóteses, as controvérsias possíveis de cada caso •Conclusão: a ilação da análise dos dados descritos e discutidos, a posição final procurada pelo requerente da perícia •Respostas aos quesitos: permite a formação de juízos de valor, quer pelas partes, quer pelo magistrado. -parecer: -É a resposta escrita a uma consulta formulada com o intuito de esclarecer questões de interesse jurídico, feita pela parte ou pelo advogado de uma das partes em processo judicial (consulente), procurando interpretar e esclarecer dúvidas levantadas em relação a um relatório odontolegal. -Em geral é endereçada a um profissional que tenha competência especial sobre o assunto, que dará a sua opinião pessoal sobre a matéria, sendo esse parecer passível de juntada nos autos do processo judicial. -O valor e a credibilidade do parecer dependerão do prestígio, bom conceito, renome científico e moral usufruído por aquele que o emite (parecerista). Trata-se de documento particular, unilateral, que não exige compromisso legal do parecerista, donde que nunca se possa enquadrar como falsa perícia. -O parecer não tem forma fixa, seguindo, aproximadamente, a mesma sequência do relatório, com as seguintes partes: •Preâmbulo: a introdução, na qual devem constar, além do nome, todos os títulos do parecerista e o nome do consulente, bem como a forma como foi feita a consulta, se por escrito ou oralmente •Exposição de motivos: um histórico do caso, no qual são relatados os motivos da consulta e são transcritos os quesitos (caso tenham sido propostos) •Discussão: a parte mais importante do parecer, na qual é feita a análise de fatos e documentos, são formuladas hipóteses plausíveis e são feitas as deduções fundamentadas, que servirão de alicerce para a elucidação das questões propostas. Nessa parte cabem citações e referências bibliográficas que orientem o consulente para a compreensão e o Hysla Maria – P8 entendimento da opinião do parecerista a respeito da questão proposta •Conclusão: a parte em que o parecerista colocará, concisamente, a sua maneira de ver e interpretar os fatos •Respostas aos quesitos: permitirão a formação de juízos de valor pelo consulente -Depoimento oral -É uma informação prestada, de viva voz, coram judice, pelo perito, perante a autoridade policial ou judiciária, que a registra por termo, em assentada. -Consulta É um esclarecimento prestado à Autoridade em consequência de dúvidas ou omissões de ordem odontológica -perícia em odontologia legal: -Para obter a identificação de um indivíduo através da Odontologia Legal, não resta dúvida de que o mais importante é poder fazer um estudo minucioso da dentadura questionada, de modo a poder captar o maior número de informações que permitam a sua caracterização. -Em se tratando de uma ossada, é muito mais simples, porquanto se podem estudar ambos os arcos, superior e inferior, separadamente. Já quando se trata de um cadáver fresco, completo, ou de uma cabeça decepada – coisa frequente quando o homicida pretende que não se identifique o cadáver –, dever-se-á proceder à retirada do arco maxilar e do arco mandibular, para facilitar o manuseio, obtendo toda a informação dental, inclusive permitir a tomada de radiografias.
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