Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Vitória Barbosa Turma XIII – 2020.1 AVALIAÇÃO DO ESTADO MENTAL NÍVEL DE CONSCIÊNCIA: ➢ Alerta/Vígil: acordado, orientado no tempo e espaço, consciente, responde de forma adequada a estímulos ➢ Sonolência: letárgico, abre os olhos, responde as perguntas e volta a dormir ➢ Obnubilado: apresenta-se mais letárgico, sonolento, abre os olhos, responde de forma lenta e com algum grau de confusão e, logo que cessa o estímulo, volta a dormir ➢ Estupor: acordado somente por estímulos dolorosos, as respostas verbais são lentas ou até mesmo inexistentes ➢ Comatoso: completamente inconsciente, sem resposta a estímulos • Possível lançar uso da escala de Glasgow, a qual permite determinar o nível de consciência da pessoa através da observação de 3 parâmetros: abertura ocular, reação motora e resposta verbal -> Mas utilizada para quadros comatosos • Além desse método, o nível de consciência pode ser avaliado a partir da aplicação do minimental, o qual visa avaliar a orientação temporal, orientação espacial, memória imediata e evocação, cálculo, linguagem-nomeação, repetição, compreensão, escrita e cópia de desenho. Mas atenção, o minimental não é um instrumento para diagnóstico, mas indica quais funções devem ser investigadas CONTEÚDO DA CONSCIÊNCIA ➢ Orientação: localização de si e do ambiente externo em relação ao tempo e espaço • Como obter: Que horas são? Que dia é hoje? Em que lugar nós estamos? ➢ Atenção: habilidade ou intencionalidade em prestar atenção em alguma coisa • Como obter: O senhor consegue prestar atenção nas coisas? -> Teste de acompanhar um objeto ➢ Cálculo ➢ Linguagem e fala: envolve nossa capacidade de nomeação, articulação das palavras, transformação das ideias em sons, interpretação, produção e compreensão ➢ Memória (Imediata/Recente/Remota) • Como obter: perguntas que mobilizem a evocação da queixa do paciente. Motivo que o trouxe ao serviço de saúde. Informações pessoais ➢ Praxia: capacidade que um indivíduo possui em controlar os membros para realizar movimentos finos • Como obter: O senhor poderia fingir que está pegando um pente no bolso da sua camisa e penteando o cabelo? ➢ Gnosia: corresponde ao reconhecimento dos objetos por intermédio de um dos sentidos ➢ Abstração: analisar se o paciente entende piadas/ditados populares • Como obter: O senhor poderia me explicar esse ditado: “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”? AVALIAÇÃO DO EQUILÍBRIO ➢ Estático (paciente parado) • Prova de Roomberg: O paciente apresenta-se descalço, em pé, com os pés na largura dos pés, os braços ao lado do corpo e o olho fechado, caso ao paciente feche o olho e apresente desequilíbrio (caia/trombe), considera-se que a prova de Roombeeg é positivo -> Isso ocorre devido a uma redução da percepção dos membros no espaço. Falso Roomberg: o paciente oscila, caindo sempre para o mesmo lado (fala em função de uma lesão vestibular) ou o paciente oscila para qualquer lado não chegando a cair (fala em função de uma lesão cerebelar) • Avaliar mudanças posturais ➢ Dinâmico (paciente caminhando) • Avaliação da marcha • Solicitar que o paciente ande de forma “pé ante pé” • Teste da passada de Fukuda: pede-se para que paciente fique com os olhos fechados e marche no mesmo lugar. Se apresentar lesão, ele irá vai para o lado lesionado PADRÕES DE MARCHA ➢ Atáxica: caracterizada por incoordenação dos MIII, dessa forma, o paciente anda com o caminhar de bêbado -> fala em função de uma lesão cerebelar ➢ Tesoura/Paraparesia espástica: os MMII ficam enrijecidos, permanecem semifletidos, os pés se arrastam e as pernas se cruzam ao andar. É mais comum em crianças • Ex: alguns casos de esclerose múltipla, paraparesias dos MMII ➢ Escarvante (pé caído): em função de um déficit na dorsoflexão do pé, ao caminhar, a pessoa arrasta o mesmo ou eleva-o bem alto, com joelhos flexionado. O pé retorna ao chão fazendo uma batida • Ex: lesão do nervo fibular, no nervo ciático ou na raiz de L5, além de doenças do neurônio motor inferior ➢ Ceifante/hemiparética: o paciente apresenta um braço flexionado em 90° imóvel e próximo ao corpo. A perna do mesmo lado fica espástica com flexão plantar e joelho não se move • Ex: doenças do trato córtico-espinhal, como AVC ➢ Parkinsoniana: paciente apresenta hesitação ao iniciar a caminhada, os passos são rápidos, curtos e os pés arrastam ao chão. É uma passada “robotizada”, com virada em bloco e o tórax e a cabeça inclinados para frente. Ocorrem paradas súbitas sem motivo aparente, fenômeno conhecido como “freezing” • Ex: doença de Parkinson, outras demências em estágio avançado AVALIAÇÃO DO TÔNUS E TROFISMO ➢ O trofismo consiste no grau de volume muscular que o paciente apresenta ➢ A avaliação do tônus muscular tem por objetivo, avaliar a capacidade que uma pessoa tem de contrair um músculo ou um grupo muscular de forma voluntária ➢ A avaliação se da a partir da inspeção, palpação e avaliação passiva ➢ Avaliação passiva • Hipertonia espástica (quanto mais rápido você tenta vencer o movimento, mais rígido fica): sinal do Canivete • Hipertonia plástica (típica rigidez de quem tem Parkinson – rigidez por todo o caminho): sinal do Cano de Chumbo AVALIAÇÃO DA MOTRICIDADE ➢ Movimentos involuntários ➢ Força muscular • Graduação − Grau 0: sem resposta − Grau I: um esboço ou traço de contração − Grau II: movimento ativo com gravidade eliminada − Grau III: movimento ativo contra gravidade − Grau IV: movimento ativo contra gravidade e resistência − Grau V: força normal • Provas deficitárias − Manobra dos braços estendidos − Manobra de Barré − Manobra de Mingazzini AVALIAÇÃO DOS REFLEXOS ➢ Avaliar se há assimetria dos reflexos • Grau 0: sem resposta • Grau I: presente porém diminuído • Grau II: normal • Grau III: aumento da área reflexógena e da amplitude (não necessariamente patológica) • Grau IV: acentuadamente hiperativo, patológico, com aumento de área e clônus ➢ Em casos de lesão do encéfalo até a medula (lesão do 1º neurônio), o paciente apresenta uma hiperreflexia (SNC). Lesões do nervo pra baixo, provocam uma hiporreflexia (SNP) ➢ Sinal de Babinski (não se fala que está positivo ou negativo, mas sim, sinal presente) ➢ Respostas cutâneo-plantar: flexor, extensor e indiferente • Um flerte e um indiferente: lesão no primeiro neurônio AVALIAÇÃO DA COORDENAÇÃO ➢ Prova de index-nariz e index-index: solicita que o paciente toque o nariz com a ponta do dedo indicador • Dismetria: o paciente erra o alvo ➢ Prova de calcanhar-joelho: ➢ Pesquisa de disdiadococinesia: AVALIAÇÃO DA SENSIBILIDADE ➢ Tátil: realiza o teste passando levemente algum pincel, gaze, algodão ➢ Térmica: realizar o teste com algum objeto metálico (haste do estetoscópio), copo com água gelada ➢ Dolorosa: realizar o teste com algo que possa espetar (agulha, alfinete, abaixador de língua) ➢ Proprioceptiva e vibratória: realizar o teste movimentando os dedos do paciente e com o diapasão • Palestesia: sensação vibratória com diapasão nas eminências ósseas • Artrestesia: propriocepção ou sensibilidade cinético-postural ➢ A avaliação da sensibilidade é algo muito subjetivo ➢ Dermátomos que merecem destaque (marcos): • T4: mamilo • T6: apêndice xifoide • T10: cicatriz umbilical • T12: crista ilíaca AVALIAÇÃO DOS NERVOS CRANIANOS NC I – NERVO OLFATÓRIO ➢ Teste do odor (faz-se uso de odores variados: café, perfume, chocolate) • Perda de olfato: anosmia ➢ Geralmente não é avaliado ➢ Principais causas de redução de olfato: rinosinusite, Parkinson, tabagismo, covid-19 ➢ Causa neurológica mais comum: trauma de crânio NC II – NERVO ÓPTICO ➢ Avaliar a acuidade visual, o campo visual e o fundo de olho • No exame de acuidade visual podem ser empregados mapas como o de Snellen. Quando existe déficit intenso de acuidade, pode-se verificar se o paciente conseguecontar dedos mostrados pelo examinados a três metros, aproximando-os se necessário, até que seja possível contá-los. Quando o déficit é mais intenso, é possível perceber apenas o movimento da mão do examinador, e, quando ainda mais grave, apenas a presença de luz • O campo visual é avaliado pelo exame de confrontação ou pela reação de piscamento à ameaça • O fundo do olho traz importantes avaliações sobre possíveis elevações da pressão intracraniana, atrofia de papila, edema de papila ou papilite, além de alterações retinianas pertinentes NC III, IV e VI – OCULOMOTOR, TROCLEAR E ABDUCENTE ➢ Os nervos motores oculares são examinados conjuntamente na avaliação da motricidade ocular, tanto respostas pupilares (intrínseca) e movimentação ocular (extrínseca) ➢ As pupilas devem ser observadas quanto a forma, diâmetro, simetria e quanto à presença do reflexo fotomotor e de acomodação • O exame é realizado solicitando que o paciente olhe para a direita, para a esquerda, para cima e para baixo • Observa-se se ocorre estrabismo, interroga-se sobre diplopia e pesquisa-se movimento voluntários sacádicos NC V – NERVO TRIGEMEO ➢ O nervo trigêmeo é dividido em dois componentes, um responsável pela sensibilidade facial e outro pelos músculos mastigatórios; isso ocorre pois ele é composto por três ramos: oftálmico, maxilar e mandibular ➢ A sensibilidade é examinada do mesmo modo que nos membros ou tronco • Quando há lesão unilateral do trigêmeo, não há resposta ao se estimular a córnea do lado afetado, sem comprometimento do reflexo ao se estimular o outro lado • Quando há paralisia facial periférica unilateral, o olho do lado parético não se fechando qualquer que seja a córnea estimulada, enquanto as pálpebras do lado não paralisado ocluem-se à estimulação de ambos os lados ➢ Atenção: a sensibilidade do ângulo da mandíbula não vem do nervo trigêmeo, mas sim do nervo facial ➢ Os músculos da mastigação são avaliados solicitando-se que o paciente feche a boca com força • Quando há lesão unilateral é possível observar que quando o paciente morde com força um abaixador de língua, é muito mais fácil retirá-lo do lado parético do que do lado não afetado • Ao abrir a boca, há desvio de mandíbula para o lado da lesão NERVO VII – NERVO FACIAL ➢ Realiza a inervação da musculatura da face, e por isso, é responsável pela mímica ➢ O exame é realizado solicitando-se que o paciente realize movimentos como franzir a testa, fechar os olhos com força contra a resistência do examinador, mostrar os dentes, e abrir a boca para que se avalie a simetria dos sulcos nasogenianos ➢ Paralisia periférica: afeta toda a hemiface • É necessário investigar a sensibilidade gustativa dos dois terços anteriores da língua para verificar se o nervo intermédio também foi atingido ➢ Paralisia central: apenas a porção inferior da face está comprometida do lado contralateral à lesão ➢ Paralisia de Bell x Desvio de comissura (AVC) • O desvio de comissura não afeta o terço superior da face • A paralisia de Bell é considerada uma lesão periférica NERVO VIII – NERVO VESTIBULO-COCLEAR ➢ Relacionado com o equilíbrio (a semiologia do NC VIII é realizada em grande parte, durante o exame de equilíbrio) ➢ Quando existe queixa de tontura é necessário realizar a distinção ➢ A sensação de vertigem está relacionada com etiologia vestibular ➢ A função auditiva é pesquisada interrogando o paciente sobre surdez ou sobre ocorrência de zumbidos • Compare-se a audição em ambos os ouvidos com um diapasão NERVO IX e X – GLOSSOFARINGEO E VAGO ➢ São nervos sensitivos e motores, responsáveis pela inervação da faringe ➢ Lesões nesses nervos geralmente provocam disfagia alta (sintoma: refluxo), disfonia, disfagia alta e provável ausência de reflexo nauseoso ➢ Características: elevação assimétrica do palato (sinal da cortina) e desvio da úvula NC XI – NERVO ACESSÓRIO ➢ Composto por duas porções: nervo acessório bulbar (inerva a laringe) e nervo acessório espinal (inerva o trapézio e o ECOM) • Lesões no nervo acessório bulbar estão associadas a alterações na fonação e na respiração • Lesões no nervo acessório espinal provocam o caimento do ombro e nota-se atrofia dos músculos envolvidos; além disso, provocam alterações na inclinação da cabeça NC XII – NERVO HIPOGLOSSO ➢ Responsável pela inervação dos músculos da língua ➢ O exame consiste na observação da língua dentro da boca, verificando se há assimetria, atrofia e fasciculações. Em seguida, solicita-se ao paciente que exteriorize a língua • Quando há lesão, é possível notar a presença de atrofia e fasciculações da hemilíngua ipsilateral à lesão. Dentro da boca, a língua desvia-se para o lado são, mas ao ser exteriorizada há desvio da ponta da língua para o lado afetado SINAIS MENINGORRADICULARES ➢ Sinal de Brudzinski: ao tentar fletir passivamente o pescoço, ocorre ligeira flexão das coxas e das pernas ➢ Sinal de Kernig: consiste na impossibilidade de permitir a extensão passiva das pernas quando o paciente está em decúbito dorsal, e as coxas são semifletidas, formando um ângulo de 90º com o tronco ➢ Sinal de Laségue: caracteriza-se por dor lombar irradiada para a face posterior do membro inferior quando este é elevado passivamente e em extensão pelo examinador, que, com a outra mão, impede que o joelho seja fletido ➢ Bibliografia: o Mutarelli o Sanvito
Compartilhar