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UNIVERSIDADE SALVADOR CURSO DE MEDICINA VITÓRIA BARBOSA VALOIS ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA SALVADOR - BA 2021 VITÓRIA BARBOSA VALOIS ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA Trabalho solicitado pelos professores Daniela Oliveira de Almeida, Felipe Oliveira Costa, Gustavo Sperandio Barros, Luanne Lisle dos Santos Silva e Thomas Pitangueira Barros da matéria Sistemas Orgânios III do curso de Medicina da Universidade Salvador Turma: MR01 SALVADOR – BA 2021 1. ATIVIDADE I 2. ATIVIDADE II Foi atendido no ambulatório de otorrinolaringologia da Santa Casa de São Paulo paciente de 48 anos de idade, de cor branca e do sexo masculino, com queixa de perda lentamente progressiva da força muscular da hemiface direita há nove meses. Durante a anamnese negou alterações auditivas, modificações na força de outros grupos musculares ou fenômenos desencadeantes. Negou também antecedentes neurológicos ou quadro similar anterior. Ao exame físico apresentava-se com desvio acentuado da rima bucal para o lado esquerdo, apagamento do sulco nasolabial, dificuldade para fechar o olho e para enrugar a fronte do lado direito da face, foi observada diminuição do lacrimejamento do lado acometido do teste de Schirmmer. A audiometria tonal revelou limiares auditivos dentro dos padrões da normalidade e à imitanciometria, ausência do reflexo do musculo do estribo da orelha direita. Os exames otorrinolaringológico e neurológico não evidenciaram nenhuma outra anormalidade, havendo a preservação funcional dos demais nervos cranianos. O paciente foi submetido à ressonância magnética de crânio, sendo constatada lesão expansiva acometendo tronco cerebral, se estendendo da porção superior da ponte e pedúnculo cerebelar direito até a junção bulbomedular. Este paciente foi encaminhado ao serviço de neurocirurgia que, diante da localização da lesão, contraindicou o tratamento cirúrgico. Pelas evidências clínicas e radiológicas, o tumor foi diagnosticado como glioma do tronco encefálico e tratado com radioterapia. Atualmente o paciente encontra-se estável, mantendo ainda a paralisia facial, porém sem apresentar outras manifestações neurológicas. 1. Conforme o caso estudado acima, o paciente fez uma ressonância magnética, para avaliação do tumor. Defina os planos de secções (cortes) utilizados para estudo neste tipo de exame e porque o clínico escolheu este exame para confirmar sua hipótese diagnóstica. R: A ressonância magnética possibilita a visualização em três planos: axial, sagital e coronal. Além disso, esse exame de imagem possui uma grande precisão, produzindo imagens em 2D e 3D, com alta definição e um rico nível de detalhes, por essa razão, ela acaba sendo a mais indicada para identificação de problemas de saúde, inclusive de tumores cerebrais. Dessa forma, justifica-se assim o motivo pelo qual o clínico optou pela ressonância magnética para confirmar sua hipótese diagnostica. 2. Analise o exame do caso clínico e cite a secção presente na imagem, da ressonância magnética. R: Corte axial 3. O exame de imagem evidenciou um comprometimento do tronco encefálico. Faça um mapa conceitual da divisão do Sistema Nervoso, detalhando as partes do tronco encefálico e associe funções a cada uma delas 4. Quais as células que constituem o tecido nervoso? No caso do paciente, quais células formam o tumor? R: O tecido nervoso é composto por células neurais (astrócitos, células ependimárias, oligodendrócitos, micróglia, células de Schwann e células satélites) e células gliais. No caso do paciente, por se tratar de um glioma, o tumor é formado por células gliais. 5. O paciente apresenta paralisia do nervo facial. Explique do ponto de vista histológico, o que é um nervo e descreva as funções do nervo facial. R: Do ponto de vista histológico, os nervos correspondem a fibras nervosas agrupadas em feixes os quais são responsáveis por conduzir os sinais entre o SNC e as diversas partes do corpo. Nesse contexto, o nervo facial (nervo acometido no caso clínico) possui funções sensitivas, sensoriais e motoras. A sua função sensitiva se dá pela inervação das glândulas salivares, a sua função sensorial corresponde a inervação dos 2/3 anteriores da língua, e por fim, a sua função motora é realizada pela inervação dos músculos da mímica facial. 6. Analise os sintomas do caso clínico e explique a relação destes sintomas com o tumor no tronco encefálico. R: O tronco encefálico é uma porção do SNC composto pelo mesencéfalo, bulbo e ponte, e constituído por neurônios que se agrupam em núcleos, os quais emitem fibras nervosas que darão origem aos pares de nervos cranianos. Dos 12 pares de nervos cranianos, 10 saem do tronco encefálico, sendo assim, lesões nessa região podem acometer tais estruturas nervosas prejudicando suas funções. No caso clínico descrito, os sintomas podem ser resultados de um comprometimento desses nervos pelo tumor, tais como: • Nervos troclear (IV) e abducente (VI): são responsáveis pelo movimento dos músculos dos olhos, dessa forma, a dificuldade em fechar o olho pode ser justificada por uma lesão nesse par craniano; • Nervo facial (VII): este nervo está relacionado com as expressões faciais, secreção de saliva e com a produção de lagrimas, sendo assim, lesões neste par craniano justificariam a dificuldade para enrugar a fronte do lado direito da face, a redução do lacrimejamento, além do desvio acentuado da rima bucal para o lado esquerdo e o apagamento do sulco nasolabial; • Nervo vestibulococlear (VIII): a porção coclear deste nervo é responsável pela audição, sendo assim, a ausência do reflexo do musculo do estribo da orelha direita pode ser explicada por lesões nessa porção deste par craniano. 7. Para que uma informação seja passada de um neurônio para outro, a transmissão de impulso nervoso, envolve um mecanismo denominado potencial de ação. Explique a fase de despolarização e repolarização da membrana celular, explicando como ocorre o influxo e efluxo de íons em cada uma destas etapas. R: Durante a fase de despolarização a membrana fica mais permeável aos íons sódio, permitindo assim que um grande número de íons Na+ se difundam para o interior do axônio fazendo com que o potencial aumente rapidamente para um valor positivo, e despolarize a membrana. Já na fase de repolarização, os canais de Na+ começam a se fechar, e os canais de K se abrem mais que o normal fazendo com que esses íons se direcionem para o meio externo e reestabeleçam o potencial de repouso negativo da membrana. 8. A comunicação rápida e precisa entre neurônios é possível devido a dois mecanismos: condução axonal e transmissão sináptica. As sinapses são estruturas especializadas que permitem comunicação elétrica entre células excitáveis. Elas se subdividem em sinapse elétrica e sinapse química. Diferencie-as e correlacione os tipos de sinapse com o seu papel na transmissão da informação. R: Nas sinapses químicas o primeiro neurônio secreta por seu terminal os neurotransmissores, que por sua vez atuam em proteínas receptoras presentes na membrana do neurônio subsequente, a fim de promover excitação, inibição ou ainda modificar de outro modo a sensibilidade dessa célula. Vale ressaltar ainda, que a condução das sinapses químicas é unidirecional, ou seja, o sinal vai do neurônio que secreta o neurotransmissor (neurônio pré-sináptico) para o neurônio no qual o neurotransmissor age (neurônio pós-sináptico). Em contrapartida, as sinapses elétricas são caracterizadas por canais que conduzem eletricidade de uma célula para a próxima. A maior parte dessas sinapses consiste em pequenas estruturas tubulares proteicas chamadas junções comunicantes (gap), que permitem omovimento livre dos íons de uma célula para outra. É por meio dessas junções gap e de outras junções similares que os potenciais de ação são transmitidos de fibra muscular lisa para a próxima no músculo liso visceral, e de célula muscular cardíaca para a próxima no músculo cardíaco. 9. Descreva os componentes anatômicos da sinapse química. R: A sinapse química possui três componentes principais: o terminal pré-sináptico, os neurotransmissores e o terminal pós-sináptico. 10. Explique o papel do cálcio na transmissão sináptica. R: Nas transmissões sinápticas o cálcio está relacionado com a liberação de neurotransmissores na fenda sináptica. Isso ocorre pois na membrana pré-sináptica é possível notar uma vasta presença de canais de cálcio o que possibilita a entrada desses íons no momento de despolarização. Uma vez despolarizada e devido o influxo de íons cálcio, ocorre a indução da ancoragem de vesícula com seguinte liberação do neurotransmissor na fenda sináptica. Após ser liberado, esses mediadores químicos agem em receptores específicos presentes na célula pós-sináptica o que desencadeia a sua ativação e uma série de ações.
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