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adequadas à realização de certas atividades e obedece aos normativos que disciplinam a execução dos gastos públicos. A CF/1988 também impôs a necessidade de integração entre planejamento e orçamento. Normativos posteriores instituíram normas para a realização dos gastos e organizaram a Administração Pública Federal (APF) para melhor executá-los. Administração Indireta Atuação mais ágil e desembaraçada Menor burocracia e controle Administração Direta Atividades inerentes ao Estado Burocracia e controle Autarquias Submetem-se ao Direito Público Não possuem capacidade para legislar Fundações Públicas Lei criadora de�ne o regime jurídico: Direito Público ou Direito Privado Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista Submetem-se ao direito privado Se exploram atividade econômica, não lhes é dado qualquer privilégio; se prestam exclusivamente serviços públicos, recebem privilégio ineren- tes ao direito público, em respeito ao princípio da continuidade dos serviços públicos Lei 10.180/2001 Estabeleceu vedações e garantias Disciplinou o Ciclo de Gestão (4 sistemas) Planejamento e orçamento federal Administração �nanceira federal Contabilidade federal Controle interno do Poder Executivo Federal 4 Tr ib un al d e Co nt as d a Un iã o Estruturas de Gestão Pública A relação de atribuições que a CF/1988 deu especificamente à União é extensa. Logo, para desempenhá-las satisfatoriamente, a União descentraliza atividades. 1. Introdução ............................................................................................................................................ 6 2. Descentralização de atividades para outros entes públicos .................................. 7 2.1 Convênios ....................................................................................................................................... 8 2.2 Contratos de repasse ........................................................................................................... 10 3. Descentralização de atividades para entidades do Terceiro Setor ................. 11 3.1 Serviços Sociais Autônomos (SSA) ................................................................................. 12 3.2 Organizações Sociais (OS) .................................................................................................. 13 3.3 Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) ................... 16 4. Delegação de serviços públicos .............................................................................................. 19 4.1 Concessão de serviço público .......................................................................................... 20 4.2 Permissão de serviço público ........................................................................................... 22 4.3 Autorização de serviço público ..................................................................................... 23 5. Outros tipos de descentralização ........................................................................................ 24 A União pode descentralizar qualquer atividade que lhe compete? Pode haver descentralização para particulares? Quais os tipos de descentralização a União pode fazer? Para responder a essas questões, veremos os tipos de descentralização de atividades pro- movidos pela União e suas características. A fim de facilitar o estudo, esse texto está organizado da seguinte forma: 5 Tribunal de Contas da União Aula 3 - Descentralização de Atividades Ao final, esperamos que você tenha condições de caracterizar os tipos de descentralização realizados pela União. 5.1 Convênios com entidades privadas sem fins lucrativos ................................... 24 5.2 Benefícios fiscais .................................................................................................................... 25 Síntese ........................................................................................................................................................ 28 Bibliografia ............................................................................................................................................. 29 6 Estruturas de Gestão Pública Tr ib un al d e Co nt as d a Un iã o 1. Introdução Nos últimos anos, verifica-se uma tendência mundial de reduzir o tamanho da máquina administrativa estatal, com o intuito de aumentar a eficiência do Estado no tocante aos serviços públicos essenciais. Os serviços para os quais a presença do Estado não seja imprescindível, por sua vez, serão prestados por entidades organizadas pela própria sociedade, porém com o apoio e a assistência dos Governos. No Brasil, a implantação desse modelo de administração, comumente chamada adminis- tração gerencial, ainda necessita de reformas constitucionais e de normas regulamentadoras para deixar mais claras e seguras as relações criadas a partir desse novo tipo de administração. É nesse contexto que a descentralização de atividades da União para outros entes públicos ou organizações privadas ganha importância: a prestação de alguns serviços passa a ser feita pela própria sociedade ou pelos níveis de governo mais próximos a ela, como estados e municípios. Por um lado, quando a execução das atividades é transferida para outros entes públicos, os instrumentos utilizados são as transferências voluntárias, como o convênio e o contrato de repasse. Por outro, quando a descentralização é realizada para organizações privadas, os instru- mentos são mais diversificados, como, por exemplo: • convênio e contrato de repasse com entidades privadas sem fins lucrativos; • Serviços Sociais Autônomos (SSA); • contrato de gestão com Organizações Sociais (OS); • termo de parceria com Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP); • benefícios fiscais. 7 Tribunal de Contas da União Aula 3 - Descentralização de Atividades 2. Descentralização de atividades para outros entes públicos A União pode transferir recursos para outros entes da Federação de dois modos: obriga- toriamente ou voluntariamente. As transferências obrigatórias são parcelas de recursos arrecadados pela União, mas que, por obrigação constitucional ou legal, devem ser repassadas a outros entes ou a algum fundo. São exemplos de transferências obrigatórias os recursos do imposto de renda (IR) e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), destinados à formação do Fundo de Participação dos Estados e Distrito Federal (FPE) e do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), conforme o art. 159 da CF/1988. Os recursos repassados por transferência obrigatória são, via de regra, originários de quem os recebe. Por isso, geralmente o TCU não tem competência para fiscalizar a sua aplicação. As transferências obrigatórias não são consideradas descentralização de atividades pela União, vez que se trata de recursos originariamente pertencentes aos outros entes, a quem cabe decidir o que fazer com eles. Diversamente, nas transferências voluntárias a União repassa os recursos para outros entes e também para entidades particulares sem fins lucrativos por sua própria vontade para a execu- ção de objetos de interesse recíproco das partes. Toda transferência de recursos da União para outros entes é considerada descentralização de atividades? Para saber mais, consulte os arts. 157 a 162 da CF/1988. Compete ao TCU fiscalizar a aplicação de recursos originários de transferência voluntária repassados pela União a Estado, DF e Município. Art. 71, VI, da CF/1988. 8 Estruturas de Gestão Pública Tr ib un al d e Co nt as d a Un iã o Como esses recursos são originariamente da União e não perdem essa condição mesmo depois de transferidos, as transferências voluntárias são consideradas formas de descentralização de atividades. Veremos, agora, algumas características