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Pública Federal Nesse contexto, o MPOG exerce a orientação normativa dos órgãos setoriais e específicos, das unidades de planejamento e do orçamento das entidades (Administração Indireta), e tam- bém das unidades responsáveis pelos orçamentos dos outros Poderes. Naturalmente, são preservadas a hierarquia administrativa (nos casos em que os órgãos estejam subordinados administrativamente a outros órgãos) e as competências constitucionais e legais dos outros Poderes. Sistema de Planejamento e Orçamento Apesar de as atividades de planejamento e orçamento estarem interligadas e, na maioria das vezes, serem desenvolvidas pelos mesmos órgãos, a Lei definiu as competências relativas a essas atividades em seções diversas. São competências das unidades responsáveis pelo planejamento, entre outras: • Realizar estudos e pesquisas sócio-econômicas e análises de políticas públicas; • Identificar, analisar e avaliar os investimentos estratégicos do Governo; • Manter sistemas de informações relacionados a indicadores econômicos e sociais; • Elaborar e supervisionar a execução do PPA e de planos e programas nacionais e setoriais de desenvolvimento econômico e social, com acompanhamento físico e financeiro. Portanto, as unidades responsáveis pelo planejamento devem realizar atividades relaciona- das à estratégia dos gastos governamentais. MPOG Orientação normativa Órgãos Setoriais Órgãos Específicos Entidades Outros Poderes 10 Estruturas de Gestão Pública Tr ib un al d e Co nt as d a Un iã o Devem ser elaboradas políticas públicas por meio de estudos, pesquisas e indicadores econômico-sociais, para que os gastos melhor atendam às necessidades das comunidades espe- cíficas e do país em geral. A partir dos dados coletados e das políticas e estratégias traçadas, o Governo deve elabo- rar os planos e programas, para que haja a concretização do planejamento dos gastos públicos. Como vimos, a gestão brasileira está orientada por três documentos: PPA, LDO e LOA. O PPA é responsabilidade das unidades que cuidam do planejamento. A LDO e a LOA – docu- mentos que tratam da parte orçamentária – são responsabilidades das unidades que tratam do orçamento. Além da competência de elaborar os documentos orçamentários, cabem a essas unidades, entre outras coisas: • Elaborar normas e procedimentos para implementação, desenvolvimento e aperfeiçoamento do processo orçamentário; • Acompanhar e avaliar a execução orçamentária e financeira, sem prejuízo da competência atribuída a outros órgãos; • Estabelecer classificações orçamentárias, tendo em vista as necessidades de sua harmonização com o planejamento e o controle. Se observarmos essas competências, podemos concluir que as unidades responsáveis pelos orçamentos devem compatibilizar o planejado pelo Governo com a previsão de arrecadação de receitas e possibilidade de realização de despesas. 3.2 Sistema de Administração Financeira Federal Vimos que o sistema de planejamento e orçamento é responsável por estabelecer a desti- nação dos gastos públicos. Na sequência, cabe ao sistema de administração financeira conciliar as despesas estabele- cidas pelos planos e orçamentos com as receitas que o Governo receberá ao longo do exercício, ou seja, o sistema deve promover o equilíbrio financeiro. Mas como a APF faz para concretizar o orçamento? E se a arrecadação de receitas não ocorrer como previsto? 11 Tribunal de Contas da União Aula 2 - Ciclo de G estão na Adm inistração Pública Federal Para começo de conversa, as unidades integrantes do sistema de Administração Pública Financeira (APF) devem gerir o Tesouro Nacional, com respaldo nas seguintes competências, entre outras: • Administrar os haveres financeiros e mobiliários; • Elaborar a programação financeira, gerenciar a Conta Única e subsidiar a formulação da política de financiamento da despesa pública; • Gerir a dívida pública mobiliária federal e a dívida externa; • Administrar as operações de crédito; • Editar normas sobre a programação financeira e a execução orçamentária e financeira, bem como promover o acompanhamento, a sistematização e a padronização da execução da despesa pública. Haveres financeiros: créditos que surgem a favor da União, decorrentes, por exemplo, de privatizações e do parcelamento de dívidas de estados e municípios. Haveres mobiliários: participações societárias em empresas públicas e socie- dades de economia mista, bem como os seus respectivos rendimentos e direitos. Dívida pública mobiliária federal: dívida pública representada por títulos emitidos pela União, inclusive os do Banco Central. Dívida externa: dívida pública resultante de empréstimos e financiamentos contraídos no exterior. Cabe-lhes também desenvolver as atividades de programação financeira da União, de ad- ministração de direitos e haveres, garantias e obrigações de responsabilidade do Tesouro Nacional e de orientação técnico-normativa referente à execução orçamentária e financeira. Logo, as unidades do sistema de administração financeira são responsáveis por executar o orçamento predefinido, o mais fidedignamente possível. Claro que podem advir circunstâncias que interfiram na execução do planejado. Por exemplo, se a arrecadação de receitas não ocorrer conforme o esperado, a LRF define que haja limitação de empenho e movimentação financeira, ou seja, medidas diretamente rela- cionadas com as atribuições do sistema de administração financeira. Integram o sistema de administração financeira federal: • Órgão Central: Secretaria do Tesouro Nacional (STN); 12 Estruturas de Gestão Pública Tr ib un al d e Co nt as d a Un iã o • Órgãos Setoriais: unidades de programação financeira dos Ministérios, da Advocacia- Geral da União, da Vice-Presidência e da Casa Civil da Presidência da República. Nesse sistema, os órgãos setoriais também devem obedecer à normatização expedida pelo órgão central – a STN. Em todos os sistemas do ciclo de gestão, o respectivo órgão central estabelece a normatização e exerce a supervisão técnica sobre os outros órgãos e unidades. A lei ainda prevê que os representantes do Tesouro Nacional nos conselhos fiscais, ou ór- gãos equivalentes das entidades da Administração Indireta, controladas direta ou indiretamente pela União, subordinam-se tecnicamente à STN. Sistema de Administração Financeira STN Ministérios Presidência AGU Vice-Presidência Órgãos Setoriais Conselhos Fiscais 3.3 Sistema de Contabilidade Federal Concomitantemente com a elaboração e a execução do orçamento, deve haver a eviden- ciação e o registro dos atos e fatos gerados por essas atividades. Cabe ao sistema de contabili- dade federal registrar os atos e fatos relacionados com a administração orçamentária, financeira e patrimonial da União, evidenciando, entre outras coisas: • os recursos dos orçamentos vigentes, as alterações decorrentes de créditos adicionais, as receitas prevista e arrecadada, a despesa empenhada, liquidada e paga à conta desses recursos e as respectivas disponibilidades; • a situação patrimonial do ente público e suas variações; • a aplicação dos recursos da União, por unidade da Federação beneficiada; 13 Tribunal de Contas da União Aula 2 - Ciclo de G estão na Adm inistração Pública Federal • a renúncia de receitas de órgãos e entidades federais. É por meio do sistema de contabilidade federal que são elaborados os demonstrativos contábeis para atender ao princípio público da transparência. A evidenciação das receitas, das despesas e da situação patrimonial do ente público confere transparência à atividade administra- tiva, que, em regra, não pode ser sigilosa e deve ser de conhecimento geral. Esse sistema também compara o planejado com o executado, permitindo o controle e a avaliação contábeis. São competências das unidades desse sistema, entre outras: • Manter e aprimorar o