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PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO
Guia para a elaboração pelos municípios e cidadãos
APRESENTAÇÃO
Nos termos do Estatuto da Cidade, o Plano Diretor está definido como instrumento básico para orientar a política de desenvolvimento e de ordenamento da expansão urbana do município.
CONTEÚDO DO PLANO DIRETOR
O Plano Diretor é obrigatório para municípios:
› Com mais de 20 mil habitantes;
› Integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas;
› Com áreas de especial interesse turístico;
› Situados em áreas de influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental na região ou no país
O objetivo fundamental é estabelecer como a propriedade cumprirá sua função social, de forma a garantir o acesso a terra urbanizada e regularizada, reconhecer a todos os cidadãos o direito à moradia e aos serviços urbanos.
Nesta perspectiva, o Plano Diretor, DEIXA DE SER UM MERO INSTRUMENTO DE CONTROLE DO USO DO SOLO para se tornar um instrumento que introduz o desenvolvimento sustentável das cidades brasileiras.
O Plano Diretor portanto:
(i) indica os objetivos a alcançar,
(ii) explicita as estratégias e instrumentos para atingir os objetivos e
(iii) oferece todos os instrumentos necessários para que estes objetivos sejam cumpridos.
Também orienta os investimentos estruturais a serem feitos pelos agentes públicos e privados.
O Plano Diretor tem que:
I. definir o papel e atuação de cada agente, de forma pactuada;
II. prever critérios e formas pelos quais serão aplicados os instrumentos urbanísticos e tributários, dentre outros; e
III. prever as ações estratégicas a serem implementadas.
Deve articular outros processos de planejamento já implementados no município e na região, como a AGENDA 21, planos de bacia hidrográfica, zoneamento ecológico econômico, planos de preservação do patrimônio cultural, planos de desenvolvimento turístico sustentável, dentre outros.
CONSTRUIR O PLANO DIRETOR: Atividade participativa
› Deve ser elaborado e implementado com a participação efetiva de todos os cidadãos.
› Deve ser conduzido pelo poder Executivo, 
› Deve ser articulado com os representantes no poder Legislativo e com a sociedade civil.
› Deve ser conduzido, elaborado e acompanhado pelas equipes técnicas de cada Prefeitura Municipal e por moradores do município.
› A participação da sociedade não deve estar limitada apenas à solenidade de apresentação do Plano
Diretor, em Audiência Pública.
Para elaborar o Plano Diretor, a Prefeitura:
› deve definir uma equipe de coordenação, formada de técnicos de diversos setores da administração.
› Se necessário, essa equipe poderá ser complementada com outros profissionais especialistas, ou consultores, a serem contratados.
Em todos os casos, os contratos desses especialistas e consultores devem incluir cláusulas que prevejam:
› a transferência eficaz de conhecimento e
› a efetiva capacitação da equipe local que participe da elaboração do Plano Diretor.
Entender o Plano Diretor é condição essencial para saber defendê-lo e aplicá-lo.
“Ler a cidade e o território”: Leitura participativa
1ª etapa: leituras técnicas e comunitárias
› trata-se de identificar e entender a situação do município
› começará por leituras técnicas e leituras comunitárias, independentes, mas realizadas no mesmo período.
› “Ler a cidade” não é leitura exclusiva de especialistas,
› pressupõe olhares diversos sobre uma mesma realidade.
Mapas do município
Dentre os mapas temáticos básicos que se devem reunir, podem ser citados:
A – Mapas temáticos sobre o território
Fatores condicionantes e potencialidades físicoambientais
› geomorfologia,
› clima
› hidrografia
› vegetação
› solos
› outros
Identificar as áreas mais expressivas para
› a preservação ambiental
› para atividades rurais do município e
› para proteção de mananciais.
B – Mapas de caracterização e distribuição da população e seus movimentos
› por bairro e densidade;
› por faixa etária e escolaridade;
› por condições de emprego e de renda familiar;
› crescimento ou evasão de população.
C – Mapas de uso do solo
Mapa da ocupação atual do território
D – Mapas da infra-estrutura urbana
› Serviços e equipamentos e níveis de atendimento:
− Redes de infra-estrutura,
• esgotamento sanitário,
• água,
• luz,
• telefone,
• drenagem,
• TV a cabo,
• infovias
• outras
− Redes de equipamentos
• educação,
• saúde,
• cultura,
• esporte
• lazer
• etc
› População atendida por rede de água, esgotos e drenagem.
E – Mapas da atividade econômica do município
2ª etapa: formular e pactuar propostas
› definir os temas prioritários para o futuro da cidade e para a reorganização territorial do município.
› trabalhar com perspectiva estratégica,
› selecionar temas e questões cruciais para a cidade
› enfrentá-los rapidamente e com eficácia
Isto pode redefinir o destino da cidade.
3ª etapa: definir os instrumentos
› Instrumentos são ferramentas que viabilizam as intenções expressas no Plano Diretor.
› Os objetivos e estratégias devem estar articulados com instrumentos de planejamento e de política urbana.
› O Estatuto da Cidade oferece mais de 30 instrumentos para que o município tenha controle mais efetivo sobre o seu território
› Contém novos instrumentos para induzir o desenvolvimento e a inclusão territorial da população marginalizada,
› Fazer a gestão democrática do município.
4ª etapa: o sistema de gestão e planejamento do município
A lei do Plano Diretor deve estabelecer a estrutura e o processo participativo de planejamento para implementar e monitorar o Plano Diretor.
O monitoramento compreende
› avaliações,
› atualizações
› ajustes sistemáticos,
Definir instâncias de discussão e decisão do monitoramento, como os conselhos, sua composição e suas atribuições.
PARTE II
TEMAS SELECIONADOS
Tema 8 - plano diretor, transporte e mobilidade
O Estatuto da Cidade, em seus diversos artigos, reforça o serviço de transportes urbanos como serviço público e a competência da União no estabelecimento de diretrizes para seu desenvolvimento e torna obrigatória a existência de um plano de transporte urbano integrado para as cidades com mais de 500 mil habitantes ou situadas nas regiões metropolitanas.
Os instrumentos urbanísticos nele defendidos propiciam:
› maior controle sobre a expansão urbana pautada pelo mercado imobiliário
› a regularização dos assentamentos urbanos,
› maior aproveitamento da infra-estrutura existente.
Plano Diretor e mobilidade: construir um novo paradigma
Os problemas enfrentados diariamente pelas pessoas ao se locomoverem nas cidades normalmente têm sido analisados de forma fragmentada;
Nessa análise, os problemas do sistema de transporte são dissociados da circulação de veículos particulares e do uso do solo.
A análise dos sistemas de transporte focaliza itens inerentes à operação dos sistemas, como:
› demanda e oferta;
› garantir a fluidez de veículos com o máximo de segurança possível.
Tema 9 - plano diretor e saneamento ambiental
O saneamento ambiental é aqui conceituado como o conjunto de ações com o objetivo de alcançar níveis crescentes de salubridade ambiental,*
* Salubridade ambiental: qualidade das condições em que vivem populações urbanas e rurais no que diz respeito à sua capacidade de inibir, prevenir ou impedir a ocorrência de doenças veiculadas pelo meio ambiente, bem como de favorecer o pleno gozo da saúde e o bem-estar.
Compreendendo, além dos serviços públicos de saneamento básico:
› abastecimento de água,
› esgotamento sanitário,
› manejo de resíduos sólidos urbanos e
› manejo de águas pluviais urbanas;
e também
› o controle ambiental de vetores e reservatórios de doenças
› disciplina da ocupação e uso do solo,
› maximização, promoção e melhoria das condições de vida tanto no meio urbano quanto no meio rural.
PLANO DIRETOR E O ABASTECIMENTO DE ÁGUA
Com o crescimento populacional e a industrialização, mananciais de abastecimento de água mais próximos à zona urbana tornam-se insuficientes outêm a qualidade das águas deteriorada pela própria expansão urbana.
Torna-se necessário buscar água em maior volume, em mananciais mais distantes, o que, por vezes, implica transferência de água entre bacias hidrográficas.
Conflitos pelo uso da água para abastecimento urbano com:
› áreas de agricultura intensiva para a produção de frutas e hortaliças
› implantação de eixos rodoviários em áreas de mananciais.
A expansão urbana, está na origem de sérios comprometimentos de qualidade de água de mananciais de abastecimento urbano.
Cabe ao Plano Diretor
› identificar os mananciais destinados ao abastecimento de água em uso,
› avaliá-los e caracterizá-los 
− quanto à origem superficial ou subterrânea,
− quanto a quantidade e qualidade em relação à demanda
− quanto a riscos atuais e potenciais de redução de disponibilidade hídrica
Manejo das águas pluviais
As opções de desenvolvimento urbano definidas pelo Plano Diretor podem ter influência significativa sobre os corpos d’água presentes no próprio espaço urbano e a jusante desse.
Os impactos físicos maiores estão relacionados com aumentos em volumes e velocidades de escoamento da água de chuva e com redução de recarga de aqüíferos por 
› impermeabilização do solo,
› implantação de canais artificiais (sarjetas e redes de drenagem)
› canalização de cursos d’água, entre outras.
Os impactos de natureza física têm resultado em aumentos de freqüência e gravidade de
› inundações
› processos erosivos
› aumento da produção, transporte e deposição de sedimentos
› mudanças de morfologia fluvial
› impacto sobre os ecossistemas aquáticos
Impactos de natureza química e biológica
› lançamentos indevidos de esgotos sanitários
› esgotos industriais
Os impactos ambientais são bem conhecidos:
› Poluição visual por corpos flutuantes,
› poluição microbiológica de praias e lagos urbanos.
Repercutem sobre os usos da água, impondo restrições e riscos ou aumentando custos ao abastecimento de água potável, à piscicultura, ao turismo e ao lazer, entre outros.
Inovações importantes de caráter tecnológico, de planejamento e de gestão dos sistemas de drenagem de águas pluviais, ...., nos últimos anos, permitem diminuir, a um só tempo, problemas relacionados com inundações e com a poluição difusa de meios receptores.
Essas soluções também contribuem para que se criem alternativas de valorização corpos d’água em contexto urbano e de ampliação de espaços verdes e de áreas de lazer, fatores importantes para a melhoria da qualidade de vida.
Os objetivos dos sistemas de drenagem pluvial devem ser múltiplos, complementares entre si, associando controle das cheias e da poluição difusa, sempre que possível, à criação de áreas verdes e de espaços de lazer e de práticas esportivas;
Esgotamento sanitário
Uma das principais carências de saneamento é a de infra-estrutura de:
› coleta
› interceptação
› tratamento de esgotos sanitários.
A interconexão indevida entre redes de drenagem pluvial e redes de esgotamento sanitário é outro problema
Manejo de resíduos sólidos
Principais problemas de gestão de resíduos sólidos:
› resíduos sólidos não coletados, lançados indevidamente em encostas, talvegues e nos próprios cursos d’água
› aumento do risco de inundações em razão dos distúrbios que os resíduos sólidos não coletados
› ausência de aterros sanitários e a ocorrência freqüente de lixões e aterros não controlados
› disposição final inadequada de resíduos sólidos especiais
› A presença de catadores trabalhando em condições insalubres nos lixões e nas ruas
› Baixos índices de reutilização e reciclagem
A elaboração do Plano Diretor deve contemplar um levantamento completo dos meios operacionais, da infra-estrutura existente em particular, da área utilizada para receber lixo atualmente e da qualidade dos serviços relacionados à gestão de resíduos sólidos.
Instrumentos regulamentares, econômicos, de informação e outros
Instrumentos importantes e inovadores no Estatuto da Cidade
› o aprimoramento da gestão urbana
› a preservação ambiental
› a redução de riscos à saúde
› a redução de riscos naturais
› a redução de impactos da urbanização sobre meios receptores
› o controle da ocupação de áreas de risco geotécnico e de inundação.
O Plano Diretor pode orientar o desenvolvimento urbano para áreas:
› que ofereçam menores riscos naturais
› sejam ambientalmente menos sensíveis aos
› impactos da urbanização,
Restringindo a ocupação em áreas de risco ou áreas estratégicas.
Medidas que podem ser adotas:
› realocação de populações ocupando zonas de risco,
› restrições legais e regulamentares
› fiscalização
› ações educativas
› destinação adequada dessas áreas:
− áreas verdes
− áreas de lazer
− terrenos de esporte
› evitar que áreas de risco sejam ocupadas ou reocupadas
Outras medidas de base regulamentar
› identificar e zonear áreas inundáveis
› identificar e zonear áreas de risco geológico
› definir áreas com restrição de impermeabilização de solos
› orientar a implantação de medidas locais de controle de escoamentos
› identificar e restringir a ocupação de áreas
› definir reservas fundiárias destinadas à implantação de instalações para a coleta e o eventual armazenamento de águas pluviais
› Identificar e preservar zonas que exercem papel de armazenamento e amortecimento de cheias
› Controlar intervenções em cursos d’água e na planície de inundação
Tema 10 - plano diretor e estudo de impacto de vizinhança
Estatuto da Cidade, Estudo de Impacto de Vizinhança e Plano Diretor
O Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) permitem a avaliação dos impactos causados por empreendimentos e atividades urbanas.
Instrumento contemporâneo, integrado ao direito urbano-ambiental, que tem sua matriz no cumprimento da função social da propriedade.
A partir da avaliação de impactos é possível:
› avaliar a pertinência da implantação do empreendimento ou atividade no local indicado
› apontar formas para mitigar o impacto gerado
› medidas compensatórias para o mesmo meio no qual a atividade ou empreendimento instalar-se-á
Tema 12 - plano diretor e desenvolvimento regional
A despeito dos incontestáveis avanços o Estatuto da Cidade deixou algumas lacunas ao não abordar questões que, hoje, encontram-se no centro das atenções dos processos de urbanização das cidades brasileiras, principalmente no âmbito de processos regionais que extrapolam em muito os limites político-administrativos municipais.
Além disso, o Estatuto deu ao Plano Diretor uma dimensão fundamental na articulação das ações de planejamento no âmbito do município, evidenciando seu caráter de controle urbanístico municipal, mas deixando em aberto como articulá-lo ao desenvolvimento regional em diversas dimensões.
Portanto, aqui questionamos: “O que fazer, como gerir e tratar os problemas e questões que são comuns a mais de um município no âmbito da produção de Planos Diretores municipais?”

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