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Derivadas Parciais - Seções 14.1-8 Cálculo II - ECT 1202 Escola de Ciências e Tecnologia Universidade Federal do Rio Grande do Norte Março 2011 Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 1 / 133 Funções de várias variáveis Definição Uma função f de duas variáveis é uma regra que associa a cada par ordenado de números reais (x,y) de um conjunto D, um único valor real, denotado por f (x,y). O conjunto D⊆ R2 é o domínio de f e sua imagem Im ⊆ R é o conjunto dos possíveis valores de f , i.e., {f (x,y)| (x,y) ∈ D}. Notação Escrevemos z= f (x,y), onde x e y são as variáveis independentes, e z a variável dependente. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 2 / 133 Funções de várias variáveis Exemplo 1 Para cada uma das seguintes funções calcule f (3,2) e encontre o domínio. a) f (x,y) = √ x+y+1 x−1 b) f (x,y) = x ln(y2− x) Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 3 / 133 Funções de várias variáveis Exemplo 1 Para cada uma das seguintes funções calcule f (3,2) e encontre o domínio. a) f (x,y) = √ x+y+1 x−1 b) f (x,y) = x ln(y2− x) Solução a) f (3,2) = √ 3+2+1 3−1 = √ 6 2 . Note que x+ y+1≥ 0 e que x−1 6= 0. Assim D= {(x,y)| x+ y+1≥ 0, x 6= 1}. b) f (3,2) = 3ln(22−3) = 0. O argumento do logaritmo dever ser estritamente positivo, assim y2− x> 0 e D= {(x,y)| y2 > x}. Ver figura Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 4 / 133 Funções de várias variáveis Exemplo 2 Determine o domínio e a imagem de g(x,y) = √ 9− x2− y2. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 5 / 133 Funções de várias variáveis Exemplo 2 Determine o domínio e a imagem de g(x,y) = √ 9− x2− y2. Solução Note que o argumento da função g(x,y) deve ser tal que 9− x2− y2 ≥ 0, assim o domínio é dado por D= {(x,y)| x2+ y2 ≤ 9}. O maior valor que o par (x,y) pode assumir é tal que x2+ y2 = 9, onde a função se anula, enquanto que o menor valor para (x,y) é x e y ambos nulos, onde a função vale 3. Assim a imagem de g(x,y) é Im = [0,3]. Ver figura Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 6 / 133 Funções de várias variáveis Gráfico de uma função de duas variáveis Se f é uma função de duas variáveis com domínio D, então o gráfico de f é o conjunto de todos os pontos (x,y,z) ∈ R3 tal que z= f (x,y) e (x,y) ∈ D. Gráfico de z= f (x,y) Cuidado! O gráfico de uma função de duas variáveis é uma superfície e não uma curva. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 7 / 133 Funções de várias variáveis Exemplo 3 Esboce o gráfico da função f (x,y) = 6−3x−2y. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 8 / 133 Funções de várias variáveis Exemplo 3 Esboce o gráfico da função f (x,y) = 6−3x−2y. Solução Sendo z= f (x,y) temos que z+3x+2y= 6. Essa função representa um plano com vetor normal dado por (3,2,1). Para desenhar o plano, devemos encontar as interseções com os eixos. para y e z iguais a zero temos x= 2 para x e z iguais a zero temos y= 3 para x e y iguais a zero temos z= 6 Ver figura Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 9 / 133 Funções de várias variáveis Exemplo 4 Esboce o gráfico da função g(x,y) = √ 9− x2− y2. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 10 / 133 Funções de várias variáveis Exemplo 4 Esboce o gráfico da função g(x,y) = √ 9− x2− y2. Solução Temos que x2+ y2+ z2 = 9, que reconhecemos como a equação de uma esfera centrada na origem de raio 3. Como a coordenada z≥ 0, o gráfico de g(x,y) é a metade superior desta esfera. Gráfico de g(x,y) Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 11 / 133 Funções de várias variáveis Curvas de nível As curvas de nível de uma função f de duas variáveis são aquelas com equação f (x,y) = k, onde k é uma constante (na imagem de f ). Curvas de nível Interpretação das curvas de nível As curvas de nível mostram onde o gráfico da função tem altura k. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 12 / 133 Funções de várias variáveis Exemplo 5 Esboce as curvas de nível da função f (x,y) = 6−3x−2y para os valores k =−6,0,6,12. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 13 / 133 Funções de várias variáveis Exemplo 5 Esboce as curvas de nível da função f (x,y) = 6−3x−2y para os valores k =−6,0,6,12. Solução As curvas de nível são dadas por 6−3x−2y= k =⇒ 3x+2y+(k−6) = 0. Assim vemos que as curvas de nível são retas com inclinação −32 . para k =−6 temos 3x+2y−12= 0 para k = 0 temos 3x+2y−6= 0 para k = 6 temos 3x+2y= 0 para k = 12 temos 3x+2y+6= 0 Ver figura Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 14 / 133 Funções de várias variáveis Exemplo 6 Esboce as curvas de nível da função g(x,y) = √ 9− x2− y2 para os valores k = 0,1,2,3. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 15 / 133 Funções de várias variáveis Exemplo 6 Esboce as curvas de nível da função g(x,y) = √ 9− x2− y2 para os valores k = 0,1,2,3. Solução Neste caso as curvas de nível são dadas por:√ 9− x2− y2 = k ou x2+ y2 = 9− k2 As curvas de nível são circunferências concêntricas centradas na origem e de raio √ 9− k2. Note que −3≤ k ≤ 3. Ver figura Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 16 / 133 Funções de várias variáveis Exemplo 7 Esboce algumas curvas de nível da função h(x,y) = 4x2+ y2. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 17 / 133 Funções de várias variáveis Exemplo 7 Esboce algumas curvas de nível da função h(x,y) = 4x2+ y2. Solução As curvas de nível são dadas por 4x2+ y2 = k ou x2 k/4 + y2 k = 1 As curvas de nível no plano xy são elípses centradas na origem com eixo menor √ k 2 e eixo maior √ k. Ver figura Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 18 / 133 Limites e continuidade Definição Seja f uma função de duas variáveis cujo o domínio D contém pontos arbitrariamente próximos de (a,b). Dizemos que o limite de f (x,y) quando (x,y) tende a (a,b) é L e escrevemos lim (x,y)→(a,b) f (x,y) = L se para todo ε> 0 existe um número correspondente δ> 0 tal que se (x,y) ∈ D e 0< √ (x−a)2+(y−b)2 < δ =⇒ |f (x,y)−L|< ε. Ver figura Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 19 / 133 Limites e continuidade Quando o limite não existe Para uma função de uma variável, dizemos que o limite não exite se os limites laterais (limite a direita e a esquerda) não existem ou são diferentes. Para uma função de duas variáveis o caso não é tão simples assim. Uma condição suficiente para a não existência do limite de uma função de duas variáveis é dada a seguir: Se lim(x,y)→(a,b) f (x,y) = L1 ao longo do caminho C1 e lim(x,y)→(a,b) f (x,y) = L2 , com L1 6= L2 então lim(x,y)→(a,b) f (x,y) não existe. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 20 / 133 Limites e continuidade Exemplo 8 Mostre que lim(x,y)→(0,0) x2−y2 x2+y2 não existe. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 21 / 133 Limites e continuidade Exemplo 8 Mostre que lim(x,y)→(0,0) x2−y2 x2+y2 não existe. Solução Seja f (x,y) = x 2−y2 x2+y2 . Seja ainda C1 o caminho ao longo do eixo x, i.e., y= 0, e C2 o caminho ao longo do eixo y, i.e., x= 0. Ao longo de C1 temos: lim (x,y)→(0,0) x2− y2 x2+ y2 = lim (x,y)→(0,0) x2 x2 = 1. Ao longo de C2 temos: lim (x,y)→(0,0) x2− y2 x2+ y2 = lim (x,y)→(0,0) −y2 y2 =−1. Como os limites são diferentes, lim(x,y)→(0,0) x2−y2 x2+y2 não existe. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 22 / 133 Limites e continuidade Exemplo 9 Se f (x,y) = xyx2+y2 , será que lim(x,y)→(0,0) f (x,y) existe? Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 23 / 133 Limites e continuidade Exemplo 9 Se f (x,y) = xyx2+y2 , será que lim(x,y)→(0,0) f (x,y) existe? Solução Seja C1 o caminho ao longo do eixo x, e C2 o caminho ao longo do eixo y. Sobre C1: lim (x,y)→(0,0) xy x2+ y2 = lim (x,y)→(0,0) 0 x2 = 0. Sobre C2 temos: lim (x,y)→(0,0) xy x2+y2 = lim (x,y)→(0,0) 0 y2 = 0. Mas sobre y= x temos: lim (x,y)→(0,0) x2 x2+ x2 = lim (x,y)→(0,0) 1 2 = 1 2 . Assim lim(x,y)→(0,0) xy x2+y2 não existe. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 24 / 133 Limites e continuidade Teorema Seja f (x,y) uma função limitada, ou seja |f (x,y)| ≤ k (k uma constante), e g(x,y) uma função tal que lim(x,y)→(a,b) g(x,y) = 0. Então: lim (x,y)→(a,b) f (x,y)g(x,y) = 0. Demostração −kg(x,y)≤ f (x,y)g(x,y)≤ kg(x,y) Tomando o limite de cada membro quando (x,y) tende a (a,b) temos: 0≤ lim (x,y)→(a,b) f (x,y)g(x,y)≤ 0. Logo devemos ter lim(x,y)→(a,b) f (x,y)g(x,y) = 0. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 25 / 133 Limites e continuidade Exemplo 10 Determine, se existir, lim(x,y)→(0,0) 3x2y x2+y2 . Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 26 / 133 Limites e continuidade Exemplo 10 Determine, se existir, lim(x,y)→(0,0) 3x2y x2+y2 . Solução Sejam f (x,y) = x 2 x2+y2 e g(x,y) = 3y. Note que 0≤ x 2 x2+ y2 ≤ 1 e lim (x,y)→(0,0) 3y= 0. Logo: lim (x,y)→(0,0) 3x2y x2+ y2 = 0. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 27 / 133 Limites e continuidade Continuidade Uma função f de duas variáveis é dita contínua em (a,b) se lim (x,y)→(a,b) f (x,y) = f (a,b). Dizemos que f é contínua em seu domínio D se f for contínua em todos os pontos (a,b) ∈ D. São exemplos de funções contínuas de duas variáveis: funções polinomiais (são contínuas em todo o R2), funções racionais (contínuas em seu domínio de definição), as funções trigonométricas, exponencial, etc. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 28 / 133 Limites e continuidade Exemplo 11 calcule lim(x,y)→(1,2) (x2y3− x3y2+3x+2y). Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 29 / 133 Limites e continuidade Exemplo 11 calcule lim(x,y)→(1,2) (x2y3− x3y2+3x+2y). Solução A função f (x,y) = x2y3− x3y2+3x+2y é um polinômio, logo é contínua em todo o plano. De modo que lim (x,y)→(1,2) (x2y3− x3y2+3x+2y) = f (1,2) = 11. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 30 / 133 Limites e continuidade Exemplo 12 Onde a função f (x,y) = x 2−y2 x2+y2 é contínua? Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 31 / 133 Limites e continuidade Exemplo 12 Onde a função f (x,y) = x 2−y2 x2+y2 é contínua? Solução Neste caso temos uma função racional que é contínua em seu domínio. Assim basta determinarmos o domínio de f (x,y) para sabermos onde a função é contínua. Note que a função não está definida para x2+ y2 = 0, ou seja, (x,y) = (0,0). Assim o domínio de f é dado por D= {(x,y) ∈ R2| (x,y) 6= (0,0)}. Logo f é contínua em D. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 32 / 133 Derivadas parciais Definição Seja f uma função de duas variáveis, fazendo y= b (b uma constante) ficamos com uma função apenas em x, g(x) = f (x,b). Se esta função tiver derivada em x= a, então essa será dada por: g′(a) = fx(a,b) = lim h→0 f (a+h,b)− f (a,b) h , e é chamdada de derivada parcial de f em relação a x no ponto (a,b). Da mesma forma, tomando x= a definimos h(y) = f (a,y). Supondo que h(y) é derivável em y= b temos: h′(b) = fy(a,b) = lim h→0 f (a,b+h)− f (a,b) h , chamdada de derivada parcial de f em relação a y no ponto (a,b). Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 33 / 133 Derivadas parciais Definição De modo análogo podemos definir as derivadas parciais de f para pontos genéricos (x,y) da seguinte forma: fx(x,y) = lim h→0 f (x+h,y)− f (x,y) h , e ainda, fy(x,y) = lim h→0 f (x,y+h)− f (x,y) h . Onde fx(x,y) é a derivada parcial de f em relação a variável x e fy(x,y) é a derivada parcial em relação a y. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 34 / 133 Derivadas parciais Notação Existem diversas notações para as derivadas parciais. As mais comumente empregadas são: fx(x,y) = fx = ∂f ∂x = ∂ ∂x f (x,y) = ∂z ∂x = f1 = D1f = Dxf , e fy(x,y) = fy = ∂f ∂y = ∂ ∂y f (x,y) = ∂z ∂y = f2 = D2f = Dyf . Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 35 / 133 Derivadas parciais Exemplo 13 Se f (x,y) = x3+ x2y3−2y2, determine fx(2,1) e fy(2,1). Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 36 / 133 Derivadas parciais Exemplo 13 Se f (x,y) = x3+ x2y3−2y2, determine fx(2,1) e fy(2,1). Solução Para determianarmos fx(x,y), basta manter y constante e derivar apenas em relação à x. fx(x,y) = 3x2+2xy3, no ponto (2,1) fx(2,1) = 16. De forma análoga, temos que: fy(x,y) = 3x2y2−4y, no ponto (2,1) fy(2,1) = 8. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 37 / 133 Derivadas parciais Interpretação geométrica Já vimos que z= f (x,y) representa o gráfico de uma superfície S. Ao fazermos y= b, a função varia apenas na direção do eixo x. A essa variação corresponde uma curva C1 sobre a superfície S, contida no plano y= b. Da mesma forma, se tomarmos x= a descrevemos outra curva C2 na direção do eixo y e contida no plano x= a. Curvas sobre a superfície S Coeficiente angular Os números fx(a,b) e fy(a,b) são respectivamente os coeficientes angulares das retas tangentes às curvas C1 e C2 no ponto (a,b,c), com c= f (a,b). Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 38 / 133 Derivadas parciais Exemplo 14 Se f (x,y) = 4− x2−2y2, encontre fx(1,1) e fy(1,1) e interprete esses números como inclinações. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 39 / 133 Derivadas parciais Exemplo 14 Se f (x,y) = 4− x2−2y2, encontre fx(1,1) e fy(1,1) e interprete esses números como inclinações. Solução Note que: fx(x,y) =−2x fx(1,1) =−2, e fy(x,y) =−4y fy(1,1) =−4. Ver figura Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 40 / 133 Derivadas parciais Exemplo 15 Se f (x,y) = sin ( x 1+y ) , calcule ∂f∂x e ∂f ∂y . Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 41 / 133 Derivadas parciais Exemplo 15 Se f (x,y) = sin ( x 1+y ) , calcule ∂f∂x e ∂f ∂y . Solução Usando a regra da cadeia para função de uma variável temos: ∂f ∂x = cos ( x 1+ y ) ∂ ∂x ( x 1+ y ) = cos ( x 1+ y ) 1 1+ y , ∂f ∂y = cos ( x 1+ y ) ∂ ∂y ( x 1+ y ) =−cos ( x 1+ y ) x (1+ y)2 . Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 42 / 133 Derivadas parciais Exemplo 16 Determine ∂z∂x e ∂z ∂y se z é definido implicitamente como uma função de x e y pela equação x3+ y3+ z3+6xyz= 1. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 43 / 133 Derivadas parciais Exemplo 16 Determine ∂z∂x e ∂z ∂y se z é definido implicitamente como uma função de x e y pela equação x3+ y3+ z3+6xyz= 1. Solução Derivando implicitamente em relação a x tomando y como constante temos: 3x2+3z2 ∂z ∂x +6yz+6xy ∂z ∂x = 0, isolando ∂z∂x temos: ∂z ∂x =−x 2+2yz z2+2xy . Da mesma forma temos: ∂z ∂y =−y 2+2xz z2+2xy . Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 44 / 133 Derivadas parciais Derivadas de ordem superior As derivadas parciais de f são ainda funções duas variáveis. Dessa forma podemos perguntar por suas derivadas parciais. Neste caso existem quatro derivadas chamadas de derivadas parciais de segunda ordem. (fx)x = fxx = f11 = ∂ ∂x ( ∂f ∂x ) = ∂2f ∂x2 = ∂2z ∂x2 , (fx)y = fxy = f12 = ∂ ∂y ( ∂f ∂x ) = ∂2f ∂y∂x = ∂2z ∂y∂x , (fy)x = fyx = f21 = ∂ ∂x ( ∂f ∂y ) = ∂2f ∂x∂y = ∂2z ∂x∂y , (fy)y = fyy = f22 = ∂ ∂y ( ∂f ∂y ) = ∂2f ∂y2 = ∂2z ∂y2 . Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 45 / 133 Derivadas parciais Exemplo 17 Determine as derivadas parciais de segunda ordem de f (x,y) = x3+ x2y3−2y2. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 46 / 133 Derivadas parciais Exemplo 17 Determine as derivadas parciais de segunda ordem de f (x,y)= x3+ x2y3−2y2. Solução No Exemplo 13 encontramos que fx(x,y) = 3x2+2xy3 e fy(x,y) = 3x2y2−4y. Assim: fxx = ∂ ∂x (3x2+2xy3) = 6x+2y3 fxy = ∂ ∂y (3x2+2xy3) = 6xy2, e fyx = ∂ ∂x (3x2y2−4y) = 6xy2 fyy = ∂∂y(3x 2y2−4y) = 6x2y−4. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 47 / 133 Derivadas parciais Teorema de Clairaut-Schwarz Suponha que f seja definida em um disco aberto D que contenha o ponto (a,b). Se as funções fxy e fyx forem ambas contínuas em D, então: fxy(a,b) = fyx(a,b). Exemplo 18 Verifique o teorema de Schwarz para f (x,y) = e−x2y2 . Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 48 / 133 Derivadas parciais Exemplo 18 Verifique o teorema de Schwarz para f (x,y) = e−x2y2 . solução Como a função exponencial e suas derivadas são contínuas, é de se esperar que f (x,y) satisfaça o teorema de Schwarz. Note que: fx =−2xy2e−x2y2 e fy =−2yx2e−x2y2 , fxy = ∂ ∂y (−2xy2e−x2y2) =−4xye−x2y2 +4x3y3e−x2y2 , fyx = ∂ ∂x (−2yx2e−x2y2) =−4xye−x2y2 +4x3y3e−x2y2 . Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 49 / 133 Derivadas parciais Exemplo 19 O parabolóide circular z= x2+ y2 intercepta o plano y= 1 em uma parábola. Determine as equações paramétricas para a reta tangente a essa parábola no ponto (1,1,2). Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 50 / 133 Derivadas parciais Exemplo 19 O parabolóide circular z= x2+ y2 intercepta o plano y= 1 em uma parábola. Determine as equações paramétricas para a reta tangente a essa parábola no ponto (1,1,2). Solução A equação da reta no plano y= 1 tem a forma z− z0 = a(x− x0), onde (x0,y0,z0) é o ponto de tangência, e a é o coeficiente angular da reta. Mas sabemos que: a= ∂z ∂x (1,1) = 2, de forma que a equação da reta é z−2= 2(x−1) e y= 1. Fazendo t = (x−1) temos: x= 1+ t y= 1 z= 2+2t. Ver figura Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 51 / 133 Planos tangentes e aproximações lineares Plano tangente É comum perguntarmos pela equação da reta tangente em um dado ponto (x0,y0) de uma curva y= f (x) diferenciável. Para uma função de duas variáveis existem infinitas retas tangentes em um ponto P= (x0,y0,z0) pertencente à superfície z= f (x,y). O plano tangente é o conjunto de todas essas retas tangentes à superfície z= f (x,y) em P. Plano tangente A curva C1 pertence à superfície z= f (x,y) e ao plano y constante. A curva C2 pertence à superfície z= f (x,y) e ao plano x constante. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 52 / 133 Planos tangentes e aproximações lineares Equação do plano tangente A equação geral do plano, que contém o ponto P= (x0,y0,z0), pode ser escrita da seguinte forma: z− z0 = a(x− x0)+b(y− y0). Se a equação acima representa o plano tangente à z= f (x,y), então a interseção deste plano com o plano y= y0 nos dá a reta z− z0 = a(x− x0). Mas já vimos que a= fx(x0,y0). Assim z− z0 = fx(x0,y0)(x− x0). Da mesma forma a interseção com o plano x= x0 nos fornece z− z0 = b(y− y0), com b= fy(x0,y0). De modo que a equação do plano tangente é: z− z0 = fx(x0,y0)(x− x0)+ fy(x0,y0)(y− y0). Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 53 / 133 Planos tangentes e aproximações lineares Exemplo 20 Determine a equação do plano tangente ao parabolóide elíptico z= 2x2+ y2 no ponto (1,1,3). Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 54 / 133 Planos tangentes e aproximações lineares Exemplo 20 Determine a equação do plano tangente ao parabolóide elíptico z= 2x2+ y2 no ponto (1,1,3). Solução fx(x,y) = 4x fy(x,y) = 2y fx(1,1) = 4 fy(1,1) = 2 A equação do plano tangente ao parabolóide elíptico no ponto (1,1,3) é: z−3= 4(x−1)+2(y−1) ou z= 4x+2y−3. Ver figura Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 55 / 133 Planos tangentes e aproximações lineares Aproximação Linear Se na figura do exemplo anterior dermos um zoom em torno do ponto P= (1,1,3), veremos que a superfície do parabolóide se aproxima do plano tangente. Quanto mais próximos do ponto P mais o gráfico do parabolóide se assemelha ao plano tangente. Para pontos próximos a P podemos aprixmar a função z= 2x2+ y2 pela equação do seu plano tangente. Esse procedimento é chamado de linearização ou aproximação linear. Para o exemplo anterior: L(x,y) = 4x+2y−3. Para uma função z= f (x,y), sua linearização no ponto (a,b) é dada por: L(x,y) = f (a,b)+ fx(a,b)(x−a)+ fy(a,b)(y−b). Temos então que f (x,y)≈ L(x,y) para pontos próximo de (a,b). Ver figura Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 56 / 133 Planos tangentes e aproximações lineares Funções diferenciáveis Nem toda função tem seu plano tangente como uma boa aproximação. A definição a seguir nos permite identificar se a aproximação pelo plano tangente será razoável. Definição Se z= f (x,y), então f é diferenciável em (a,b) se ∆z pode ser expresso na forma: ∆z= fx(a,b)∆x+ fy(a,b)∆y+ ε1∆x+ ε2∆y, onde ε1 e ε2→ 0 quando (∆x,∆y)→ (0,0). A definição acima nos diz que se uma função é diferenciável, sua linearização L(x,y) é uma boa aproximação para a função. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 57 / 133 Planos tangentes e aproximações lineares Exemplo 21 Mostre que a função z= x2+ y2 é diferenciável em um ponto genérico (a,b). Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 58 / 133 Planos tangentes e aproximações lineares Exemplo 21 Mostre que a função z= x2+ y2 é diferenciável em um ponto genérico (a,b). Solução Note que: f (a+∆x,b+∆y) = (a+∆x)2+(b+∆y)2 = a2+b2+2a∆x+2b∆y+(∆x)2+(∆y)2 = f (a,b)+2a∆x+2b∆y+ ε1∆x+ ε2∆y, onde ε1 = ∆x e ε2 = ∆y. O incremento ∆z= f (a+∆x,b+∆y)− f (a,b) fica: ∆z= 2a∆x+2b∆y+ ε1∆x+ ε2∆y= fx(a,b)∆x+ fy(a,b)∆y+ ε1∆x+ ε2∆y. Assim a função é diferenciável no ponto (a,b). Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 59 / 133 Planos tangentes e aproximações lineares Funções diferenciáveis As vezes é um pouco complicado utilizar a definição anterior para verificar a diferenciabilidade de uma função. O teorema a seguir nos fornece uma condição mais simples de se verificar. Teorema Se as derivadas parciais fx e fy existirem perto do ponto (a,b) e forem contínuas em (a,b), então f é diferenciável em (a,b). Assim para saber se a aproximação pelo plano tangente será razoável basta verificar a diferenciabilidade da função, segundo o teorema acima. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 60 / 133 Planos tangentes e aproximações lineares Exemplo 22 Mostre que f (x,y) = xexy é diferenciável em (1,0) e dertermine sua linearização ali. Em seguida, use a linearização para aproximar f (1,1,−0,1). Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 61 / 133 Planos tangentes e aproximações lineares Exemplo 22 Mostre que f (x,y) = xexy é diferenciável em (1,0) e dertermine sua linearização ali. Em seguida, use a linearização para aproximar f (1,1,−0,1). Solução As derivadas parciais são: fx(x,y) = exy+ xyexy fy(x,y) = x2exy fx(1,0) = 1 fy(1,0) = 1. As derivadas parciais são contínuas, logo f é diferenciável. Sua linearização é: L(x,y) = f (1,0)+ fx(1,0)(x−1)+ fy(1,0)(y−0) L(x,y) = x+ y. A aproximação é f (1,1,−0,1)≈ 1,1−0,1= 1. O valor real da função é ≈ 0,98542. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 62 / 133 Planos tangentes e aproximações lineares Diferenciais Se em vez de assumir valores ∆x e ∆y, as variáveis independentes assumirem valores infinitesimais dx e dy, chamados de diferenciais, a correspondente variação na função será dz. A essa variação chamamos de diferencial total que é dada por: dz= fx(x,y)dx+ fy(x,y)dy= ∂z ∂x dx+ ∂z ∂y dy. Diferença entre dz e ∆z Note que ∆z é a distância (variação) entre os pontos (a,b) e (a+∆x,b+∆y), enquanto que dz é a distância entre (a,b) e o plano tangente. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 63 / 133 Planos tangentes e aproximações lineares Exemplo 23 Seja f (x,y) = x2+3xy− y2, determine a diferencial dz. Se x varia de2 a 2,05 e y varia de 3 a 2,96, compare os valores de ∆z e dz. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 64 / 133 Planos tangentes e aproximações lineares Exemplo 23 Seja f (x,y) = x2+3xy− y2, determine a diferencial dz. Se x varia de 2 a 2,05 e y varia de 3 a 2,96, compare os valores de ∆z e dz. Solução A diferencial é: dz= fx(x,y)dx+ fy(x,y)dy= ∂z∂xdx+ ∂z ∂ydy= (2x+3y)dx+(3x−2y)dy. Tomando x= 2, dx= 0,05, y= 3 e dy=−0,04 temos que: dz= [2(2)+3(3)]0,05+[3(2)−2(3)](−0,04) = 0,65. O incremento de z é: ∆z= f (2,05,2,96)− f (2,3) = = [2,052+3(2,05)(2,96)− (2,96)2]− [22+3(2)(3)− (3)2] = 0,6449. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 65 / 133 Planos tangentes e aproximações lineares Exemplo 24 Foram feitas medidas no raio da base e na altura de um cone circular reto e obtivemos 10 cm e 25 cm, respectivamente, com possível erro nessas medidas, no máximo, 0,1 cm. Utilize a diferencial para estimar o erro máximo no cálculo do volume do cone. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 66 / 133 Planos tangentes e aproximações lineares Exemplo 24 Foram feitas medidas no raio da base e na altura de um cone circular reto e obtivemos 10 cm e 25 cm, respectivamente, com possível erro nessas medidas, no máximo, 0,1 cm. Utilize a diferencial para estimar o erro máximo no cálculo do volume do cone. Solução O Volume do cone é dado por V = V(r,h) = pir 2h 3 . A diferenciável é dada por: dV = ∂V ∂r dr+ ∂V ∂h dh= 2 pirh 3 dr+ pir2 3 dh. Tomando dr = dh= 0,1 e fazendo r = 10 e h= 25 temos: dV = 2 pi(10)(25) 3 (0,1)+ pi(10)2 3 (0,1) = 20pi≈ 63cm3. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 67 / 133 Regra da cadeia Regra da cadeia (Caso 1) Suponha que z= f (x,y) seja uma função diferenciável de x e y, onde x= g(t) e y= h(t) são funções diferenciáveis de t. Então z é uma função diferenciável de t e dz dt = ∂f ∂x dx dt + ∂f ∂y dy dt . Demonstração Como z= f (x,y) é diferenciável então: ∆z= fx(a,b)∆x+ fy(a,b)∆y+ ε1∆x+ ε2∆y, dividindo a equação acima por ∆t e tomando o limite quando ∆t→ 0 temos: lim ∆t→0 ∆z ∆t = ∂f ∂x lim ∆t→0 ∆x ∆t + ∂f ∂y lim ∆t→0 ∆y ∆t + lim ∆t→0 ε1 lim ∆t→0 ∆x ∆t + lim ∆t→0 ε2 lim ∆t→0 ∆y ∆t dz dt = ∂f ∂x dx dt + ∂f ∂y dy dt . Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 68 / 133 Regra da cadeia Exemplo 25 Se z= x2y+3xy4, onde x= sin(2t) e y= cos(t), determine dz/dt quando t = 0. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 69 / 133 Regra da cadeia Exemplo 25 Se z= x2y+3xy4, onde x= sin(2t) e y= cos(t), determine dz/dt quando t = 0. Solução dz dt = ∂f ∂x dx dt + ∂f ∂y dy dt = (2xy+3y4)(2cos(t))+(x2+12xy3)(−sin(t)). Em t = 0 temos que: dz dt = (0+3)[2cos(0)]+(0+0)[−sin(0)] = 6. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 70 / 133 Regra da cadeia Exemplo 26 A pressão P (em quilopascals), o volume V (em litros) e a temperatura (em Kelvins) de um mol de gás ideal estão relacionados por meio da fórmula PV = 8,31T . Determine a taxa de variação da pressão quando a temperatura é 300K e está aumentando com a taxa 0,1K/s e o volume é de 100L e está aumentando com a taxa de 0,2L/s. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 71 / 133 Regra da cadeia Exemplo 26 A pressão P (em quilopascals), o volume V (em litros) e a temperatura (em Kelvins) de um mol de gás ideal estão relacionados por meio da fórmula PV = 8,31T . Determine a taxa de variação da pressão quando a temperatura é 300K e está aumentando com a taxa 0,1K/s e o volume é de 100L e está aumentando com a taxa de 0,2L/s. Solução Sabemos que P= P(V,T) = 8,31TV , e dP dT = ∂P ∂T dT dt + ∂P ∂V dV dt : dP dT = ( 8,31 V ) (0,1K/s)− ( 8,31T V2 ) (0,2L/s) dP dT = ( 8,31 100 ) (0,1K/s)− [ 8,31(300) (100)2 ] (0,2L/s) =−0,042kPa/s. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 72 / 133 Regra da cadeia Regra da cadeia (continuação) É comum termos uma função de duas variáveis z= f (x,y) onde cada variável independente é função de mais duas variáveis. Neste caso ainda é possível perguntar pela derivada da função z em relação a essas outras duas variáveis. Para tal situação temos a seguinte versão da regra da cadeia. Regra da cadeia (Caso 2) Suponha que z= f (x,y) seja uma função diferenciável de x e y, onde x= g(s, t) e y= h(s, t) são funções diferenciáveis de s e t, então: ∂z ∂s = ∂f ∂x ∂x ∂s + ∂f ∂y ∂y ∂s e ∂z ∂t = ∂f ∂x ∂x ∂t + ∂f ∂y ∂y ∂t . Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 73 / 133 Regra da cadeia Exemplo 27 Se z= ex sin(y), onde x= st2 e y= s2t, determine ∂z/∂s e ∂z/∂t. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 74 / 133 Regra da cadeia Exemplo 27 Se z= ex sin(y), onde x= st2 e y= s2t, determine ∂z/∂s e ∂z/∂t. Solução Pela regra da cadeia do segundo caso temos: ∂z ∂s = ∂f ∂x ∂x ∂s + ∂f ∂y ∂y ∂s = [ex sin(y)](t2)+ [ex cos(y)](2st) = t2est 2 sin(s2t)+2stest 2 cos(s2t), ∂z ∂t = ∂f ∂x ∂x ∂t + ∂f ∂y ∂y ∂t = [ex sin(y)](2st)+ [ex sin(y)](s2) = 2stest 2 sin(s2t)+ s2est 2 sin(s2t). Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 75 / 133 Regra da cadeia Exemplo 28 Se z= f (x,y) tem derivadas parciais de segunda ordem contínuas e x= r2+ s2 e y= 2rs, determine ∂z/∂r e ∂2z/∂r2. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 76 / 133 Regra da cadeia Exemplo 28 Se z= f (x,y) tem derivadas parciais de segunda ordem contínuas e x= r2+ s2 e y= 2rs, determine ∂z/∂r e ∂2z/∂r2. Solução Pela regra da cadeia temos: ∂z ∂r = ∂z ∂x ∂x ∂r + ∂z ∂y ∂y ∂r = ∂z ∂x (2r)+ ∂z ∂y (2s) = 2r ∂z ∂x +2s ∂z ∂y . Para facilitar o cáculo da derivada segunda, façamos: g(x,y) = ∂z ∂x e h(x,y) = ∂z ∂y , de forma que ∂z∂r = 2rg(x,y)+2sh(x,y). Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 77 / 133 Regra da cadeia Exemplo 28 (Solução continuação) ∂2z ∂r2 = ∂ ∂r [2rg(x,y)]+ ∂ ∂r [2sh(x,y)] = 2g(x,y)+2r ∂g(x,y) ∂r +2s ∂h(x,y) ∂r . Temos ainda que: ∂g(x,y) ∂r = 2r ∂g(x,y) ∂x +2s ∂g(x,y) ∂y = 2r ∂2z ∂x2 +2s ∂z2 ∂y∂x ∂h(x,y) ∂r = 2r ∂h(x,y) ∂x +2s ∂h(x,y) ∂y = 2r ∂2z ∂x∂y +2s ∂z2 ∂y2 . Assim: ∂2z ∂r2 = 2 ∂z ∂x +4r2 ∂2z ∂x2 +8rs ∂2z ∂x∂y +4s2 ∂2z ∂y2 . Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 78 / 133 Funções a três variáveis Até agora estudamos apenas funções a duas variáveis, porém tudo que apredemos para duas variáveis pode ser estendido para três ou mais variáveis. Superfície de Nível No caso de uma função de três variáveis w= f (x,y,z) o conjunto dos pontos (x,y,z) tal que f (x,y,z) = k, k uma constante, é chamdado de superfície de nível. Derivadas parciais Para uma função w= f (x,y,z), temos as seguintes derivadas parciais: fx(x,y,z) = ∂w ∂x fy(x,y,z) = ∂w ∂y fz(x,y,z) = ∂w ∂z . Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 79 / 133 Funções a três variáveis Diferencial total Para uma função w= f (x,y,z), sua diferencial é definida da seguinte forma: dw= ∂w ∂x dx+ ∂w ∂y dy+ ∂w ∂z dz. Regra da cadeia (Caso 1) Sejam w= f (x,y,z), x= g(t), y= h(t) e z= p(t) então a derivada dwdt é dada por: dw dt = ∂w ∂x dx dt + ∂w ∂y dy dt + ∂w ∂z dz dt . Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 80 / 133 Funções a três variáveis Regra da cadeia (Caso 2) Suponha que w= f (x,y,z) seja uma função diferenciável de x, y e z, onde x= g(s, t), y= h(s, t) e z= p(s, t) são funções diferenciáveis de s e t, então: ∂w ∂s = ∂f ∂x ∂x ∂s + ∂f ∂y ∂y ∂s + ∂f ∂z ∂z ∂s e ∂w ∂t = ∂f ∂x ∂x ∂t + ∂f ∂y ∂y ∂t + ∂f ∂z ∂z ∂t . Note que as derivadas parciais acima devem depender unicamente das variáveiss e t. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 81 / 133 Derivadas direcionais e o vetor gradiente Até o momento aprendemos a derivar parcialmente ao longo dos eixos x e y. Veremos agora como derivar parcialmente em relação a qualquer direção. Derivadas direcionais Sejam z= f (x,y) uma função de duas variáveis,~c= 〈x0,y0〉 um ponto do domínio da função e~u= 〈a,b〉 um vetor unitário, tais que~c+h~u ainda pertence ao domínio da função, para um certo h ∈ R. A derivada direcional da função na direção do vetor unitário~u= 〈a,b〉 é definida como: D~uf (x0,y0) = lim h→0 f (~c+h~u)− f (~c) h = lim h→0 f (x0+ha,y0+hb)− f (a,b) h . Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 82 / 133 Derivadas direcionais e o vetor gradiente Teorema Seja z= f (x,y) uma função diferenciável de duas variáveis, então a derivada direcional de f na direção do vetor unitário~u= 〈a,b〉 no ponto 〈x0,y0〉 é: D~uf (x0,y0) = fx(x0,y0)a+ fy(x0,y0)b. Demonstração Seja g(h) = f (x,y), onde x= x0+ah e y= y0+bh. A derivada direcional é dada por g′(0) = D~uf (x0,y0). Da regra da cadeia temos que: g′(0) = dg dh = fx(x0,y0) dx dh + fy(x0,y0) dy dh = fx(x0,y0)a+ fy(x0,y0)b. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 83 / 133 Derivadas direcionais e o vetor gradiente Vetor gradiente A derivada direcional pode ser reescrita como: D~uf (x0,y0) = fx(x0,y0)a+ fy(x0,y0)b= 〈 ∂f ∂x , ∂f ∂y 〉 · 〈a,b〉= 〈 ∂f ∂x , ∂f ∂y 〉 ·~u. O vetor cujas componentes são as derivadas parciais da função f é chamado de vetor gradiente, e é denotado por: ∇f = 〈 ∂f ∂x , ∂f ∂y 〉 = fx(x,y)~i+ fy(x,y)~j. Usando a notação do vetor gradiente, a derivada direcional fica: D~uf (x0,y0) = ∇f ·~u. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 84 / 133 Derivadas direcionais e o vetor gradiente Exemplo 29 Determine a derivada direcional D~uf (x,y) se f (x,y) = x3−3xy+4y2,~u é o vetor unitário dado pelo ângulo θ= pi/6 no ponto (1,2). Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 85 / 133 Derivadas direcionais e o vetor gradiente Exemplo 29 Determine a derivada direcional D~uf (x,y) se f (x,y) = x3−3xy+4y2,~u é o vetor unitário dado pelo ângulo θ= pi/6 no ponto (1,2). Solução A derivada direcional é dada por: D~uf (x,y) = fx(x,y)cos(pi/6)+ fy(x,y)sin(pi/6) = (3x2−3y) √ 3 2 +(−3x+8y)1 2 . No ponto (1,2), temos que: D~uf (1,2) = 1 2 [3 √ 3(1)2−3(1)+(8−3 √ 3)(2)] = 13−3√3 2 . Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 86 / 133 Derivadas direcionais e o vetor gradiente Exemplo 30 Determine a derivada direcional da função f (x,y) = x2y3−4y no ponto (2,−1) na direção do vetor~v= 2~i+5~j. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 87 / 133 Derivadas direcionais e o vetor gradiente Exemplo 30 Determine a derivada direcional da função f (x,y) = x2y3−4y no ponto (2,−1) na direção do vetor~v= 2~i+5~j. Solução Normalizando~v temos:~u= ~v‖~v‖ = 2√ 29 ~i+ 5√ 29 ~j. O gradiente de f no ponto é: ∇f (x,y) = 2xy3~i+(3x2y2−4)~j ∇f (2,−1) =−4~i+8~j. A derivada direcional fica: D~uf (2,−1) = ∇f ·~u= 〈−4,8〉 · 〈 2√ 29 , 5√ 29 〉 = 32√ 29 . Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 88 / 133 Funções a três variáveis Vetor gradiente Para uma função w= f (x,y,z), o vetor gradiente é definido como: ∇f (x,y,z) = ∂f ∂x ~i+ ∂f ∂y ~j+ ∂f ∂z ~k. Derivada direcional A derivada direcional na direção do vetor unitário~u, no ponto (x0,y0,z0) é dada por: D~uf (x0,y0,z0) = ∇f (x0,y0,z0) ·~u. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 89 / 133 Derivadas direcionais e o vetor gradiente Existem casos onde queremos saber em que direção, a partir de um ponto dado, a taxa de variação da função é máxima ou mínima. O teorema a seguir nos permite determinar tal direção. Teorema Suponha que f seja uma função diferenciável de duas ou três variáveis. O valor máximo da derivada D~uf é ‖∇f‖ e ocorre quando~u tem a mesma direção que o vetor gradiente ∇f . Demonstração Note que a equação abaixo é máxima quando θ= 0, D~uf = ∇f ·~u= ‖∇f‖cos(θ) = ‖∇f‖. Como θ é o ângulo entre ∇f e~u, θ= 0 implica que o vetor unitário tem a mesma direção que o vetor gradiente. Neste caso seu valor máximo é ‖∇f‖. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 90 / 133 Derivadas direcionais e o vetor gradiente Exemplo 31 Se f (x,y) = xey, determine a taxa de variação no ponto P= (2,0) na direção de P a Q= (12 ,2). Em que direção f tem a máxima taxa de variação? Qual é a máxima taxa de variação? Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 91 / 133 Derivadas direcionais e o vetor gradiente Exemplo 31 Se f (x,y) = xey, determine a taxa de variação no ponto P= (2,0) na direção de P a Q= (12 ,2). Em que direção f tem a máxima taxa de variação? Qual é a máxima taxa de variação? Solução O vetor unitário na direção do vetor −→ PQ= (−32 ,2) é~u= 〈− 35 , 45〉. O gradiente de f em P é: ∇f = 〈fx, fy〉= 〈ex,xey〉 no ponto (2,0) ∇f (2,0) = 〈1,2〉. Logo a derivada direcional é D~uf (2,0) = ∇f (2,0) ·~u= 〈1,2〉 · 〈− 35 , 45〉= 1. E de acordo com o teorema, a taxa de variação da função é máxima na direção do vetor gradiente, isto é, na direção de ∇f (2,0) = 〈1,2〉, com valor máximo ‖∇f (2,0)‖=√5. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 92 / 133 Derivadas direcionais e o vetor gradiente Exemplo 32 Suponha que a temperatura em um ponto (x,y,z) do espaço seja dada por T(x,y,z) = 80/(1+ x2+2y2+3z2), onde T é medida em graus Celsius e x, y e z em metros. Em que direção no ponto (1,1,−2) a temperatura aumenta mais rapidamente? Qual é a taxa máxima de aumento? Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 93 / 133 Derivadas direcionais e o vetor gradiente Exemplo 32 Suponha que a temperatura em um ponto (x,y,z) do espaço seja dada por T(x,y,z) = 80/(1+ x2+2y2+3z2), onde T é medida em graus Celsius e x, y e z em metros. Em que direção no ponto (1,1,−2) a temperatura aumenta mais rapidamente? Qual é a taxa máxima de aumento? Solução A direção máxima é na direção do gradiente da função no ponto dado, ou seja: ∇T(x,y,z) = ∂T ∂x ~i+ ∂T ∂y ~j+ ∂T ∂z ~k = 160 (1+ x2+2y2+3z2)2 (−x~i−2y~j−3z~k). Assim: ∇T(1,1,−2) = 160320(−~i−2~j+6~k) = 58(−~i−2~j+6~k). A taxa máxima é ‖∇T(1,1,−2)‖= 58 √ 41. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 94 / 133 Derivadas direcionais e o vetor gradiente Plano tangente às superfícies de nível Seja S uma superfície de nível dada por F(x,y,z) = k. Suponha ainda que x(t), y(t) e z(t) sejam as equações paramétricas de uma curva sobre S. Note que: dF dt = ∂F ∂x dx dt + ∂F ∂y dy dt + ∂F ∂z dz dt = ∇F(x,y,z) · d~r dt = 0. Como o produto escalar entre ∇F(x,y,z) e d~rdt é nulo, temos que ∇F(x,y,z) é ortogonal à d~rdt . Porém d~r dt é um vetor tangente à curva 〈x(t),y(t),z(t)〉 sobre a superfície, logo ∇F(x,y,z) deve ser ortogonal (normal) à superfície. Dessa forma podemos utilizar o vetor gradiente como um vetor normal a uma superfície S. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 95 / 133 Derivadas direcionais e o vetor gradiente Exemplo 33 Determine a equação do plano tangente no ponto (−2,1,3) ao elipsoide x2 4 + y 2+ z 2 9 = 3. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 96 / 133 Derivadas direcionais e o vetor gradiente Exemplo 33 Determine a equação do plano tangente no ponto (−2,1,3) ao elipsoide x2 4 + y 2+ z 2 9 = 3. Solução A equação geral do plano que contém o ponto (x0,y0,z0) com vetor normal (a,b,c) é dado por: a(x− x0)+b(y− y0)+ c(z− z0) = 0. Note que o elipsoide é uma superfície de nível da função F(x,y,z) = x 2 4 + y 2+ z 2 9 , com nível 3. Para determinarmos o vetor normal a essa superfície basta obermos o vetor gradiente. ∇F(x,y,z) = x 2 ~i+2y~j+ 2z 9 ~k no ponto (-2,1,3) ∇F(−2,1,3) = 〈−1,2,−2 3 〉. Leonardo Mafra(ECT-UFRN) Março 2011 97 / 133 Derivadas direcionais e o vetor gradiente Exemplo 33 continuação O vetor normal ao plano tem componentes a=−1, b= 2 e c=−23 . O plano contém o ponto x0 =−2, y0 = 1 e z0 =−3. De forma que a equação do plano fica: −1(x+2)+2(y−1)− 2 3 (z+3) = 0. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 98 / 133 Valores máximo e mínimo Definição Uma função de duas variáveis tem um máximo local em (a,b) se f (x,y)≤ f (a,b) quando (x,y) está próximo de (a,b). O número f (a,b) é chamado de valor máximo local. Se f (x,y)≥ f (a,b) quando (x,y) está próximo de (a,b), então f tem um mínimo local em (a,b) e f (a,b) é chamado de valor mínimo local. Teorema Se uma função f tem um máximo ou mínimo local em (a,b) e as derivdas parciais de primeira ordem de f existem nesses pontos, então fx(a,b) = 0 e fy(a,b) = 0. Definição Um ponto (a,b) é chamado de ponto crítico (ou ponto estacionário) de f se fx(a,b) = 0 e fy(a,b) = 0, ou se uma das derivadas parciais não existir. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 99 / 133 Valores máximo e mínimo Exemplo 34 Determine os valores extremos de f (x,y) = x2+ y2−2x−6y+14, e verifique que f (1,3) = 4 é um mínimo local. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 100 / 133 Valores máximo e mínimo Exemplo 34 Determine os valores extremos de f (x,y) = x2+ y2−2x−6y+14, e verifique que f (1,3) = 4 é um mínimo local. Solução Devemos determinar onde as derivadas parciais se anulam. Assim: fx(x,y) = 2x−2= 0 =⇒ x= 1 fy(x,y) = 2y−6= 0 =⇒ y= 3. Assim (1,3) é o único ponto crítico. Note completando os quadrados temos: f (x,y) = 4+(x−1)2+(y−3)2. Como (x−1)2 ≥ 0 e (y−3)2 ≥ 0, temos que o menor valor de f é quando x= 1 e y= 3, com f (1,3) = 4. Ver figura Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 101 / 133 Valores máximo e mínimo Para classificarmos os pontos críticos utilizaremos o teste da segunda derivada a seguir. Teste da segunda derivada Suponha que as segundas derivadas parciais de f sejam contínuas em uma vizinhança de (a,b), e suponha que fx(a,b) = 0 e fy(a,b) = 0. Seja D= D(a,b) = fxx(a,b)fyy(a,b)− [fxy(a,b)]2, a) Se D> 0 e fxx(a,b)> 0, então f (a,b) é um mínimo local. b) Se D> 0 e fxx(a,b)< 0, então f (a,b) é um máximo local. c) Se D< 0, então f (a,b) não é um mínimo nem um máximo local (ponto de sela). Ver figura Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 102 / 133 Valores máximo e mínimo Exemplo 35 Determine e classifique os pontos críticos da função f (x,y) = x4+ y4−4xy+1. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 103 / 133 Valores máximo e mínimo Exemplo 35 Determine e classifique os pontos críticos da função f (x,y) = x4+ y4−4xy+1. Solução Os pontos críticos são dados por: fx(x,y) = 4x3−4y= 0 e fy(x,y) = 4y3−4x= 0. Resolvendo para x temos a equação x9−x= x(x8−1) = x(x4−1)(x4+1) = 0 com raízes x= 0,1,−1. Que fornece os pontos (0,0), (1,1) e (-1,-1). As derivadas parciais de segunda ordem são: fxx(x,y) = 12x2, fxy(x,y) =−4e fyy(x,y) = 12y2. Note que D(x,y) = fxxfyy− (fxy)2 = 144x2y2−16. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 104 / 133 Valores máximo e mínimo Exemplo 35 continuação Para classificar os pontos fazemos: D(0,0) =−16< 0, assim (0,0) é um ponto de sela. D(1,1) = 128> 0 e fxx(1,1) = 12> 0, assim (1,1) é um ponto de mínimo local. D(−1,−1) = 128> 0 e fxx(−1,−1) = 12> 0, assim (−1,−1) também é um ponto de mínimo local. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 105 / 133 Valores máximo e mínimo Exemplo 36 Determine a menor distância entre o ponto (1,0,−2) e o plano x+2y+ z= 4. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 106 / 133 Valores máximo e mínimo Exemplo 36 Determine a menor distância entre o ponto (1,0,−2) e o plano x+2y+ z= 4. Solução Devemos então minimizar d = √ (x−1)2+ y2+(z+2)2. Porém é mais fácil minimizar d2 = f (x,y) dada por: f (x,y) = (x−1)2+ y2+(6− x−2y)2. As derivadas parciais são: fx = 2(x−1)−2(6− x−2y) = 4x+4y−14= 0 fy = 2y−4(6− x−2y) = 4x+10y−24= 0. A solução é o ponto (116 , 5 3). Como fxx = 4= fyy e fxy = 10, temos D(x,y) = fxxfyy− (fxy)2 = 6> 0 e fxx > 0, o ponto (116 , 53) é realmente um mínimo. A menor distância é d(116 , 5 3) = √ (56) 2+(53) 2+(56) 2 = 56 √ 6. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 107 / 133 Valores máximo e mínimo Teorema do valor extremo para funções de duas variáveis Se f for contínua em um conjunto fechado e limitado do R2, então f assume um valor máximo absoluto e um mínimo absoluto. Conjuntos fechando e limitado Um conjunto do R2 é dito limitado se está contido em algum disco. E um conjunto do R2 é dito fechado se este contém os seus pontos de fronteira. Conjuntos fechados e não fechados Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 108 / 133 Valores máximo e mínimo Determinando máximo e mínimo absolutos Para determinar os valores máximo e mínimo absolutos de uma função contínua f em um conjunto fechado e limitado D devemos: 1 Determinar os valores de f nos pontos críticos de f em D. 2 Determinar os valores extremos de f na fronteira D. 3 O maior dos valores do passo 1 e 2 é o valor máximo absoluto; o menor desses valores é o valor mínimo absoluto. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 109 / 133 Valores máximo e mínimo Exemplo 37 Determine os valores máximo e mínimo absolutos da função f (x,y) = x2−2xy+2y no retângulo D= {(x,y)|0≤ x≤ 3,0≤ y≤ 2}. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 110 / 133 Valores máximo e mínimo Exemplo 37 Determine os valores máximo e mínimo absolutos da função f (x,y) = x2−2xy+2y no retângulo D= {(x,y)|0≤ x≤ 3,0≤ y≤ 2}. Solução 1 Pontos críticos em D, fx = 2x−2y= 0 e fy =−2x+2= 0 de onde temos o ponto (1,1) como ponto crítico, com f (1,1) = 1. 2 Valores extremos de f na fronteira de D. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 111 / 133 Valores máximo e mínimo Exemplo 37 continuação Ao longo de L1, y= 0, f (x,0) = x2 com 0≤ x≤ 3 é uma função crescente com mínimo f (0,0) = 0 e máximo f (3,0) = 9. Ao longo de L2, x= 3, f (3,y) = 9−4y com 0≤ y≤ 2 é uma função decrescente com mínimo f (3,2) = 1 e máximo f (3,0) = 9. Ao longo de L3, y= 2, f (x,2) = x2−4x+4= (x−2)2 com 0≤ x≤ 3, com mínimo f (2,2) = 0 e máximo f (0,2) = 4. Ao longo de L4, x= 0, f (0,y) = 2y com 0≤ y≤ 2 é uma função crescente com mínimo f (0,0) = 0 e e máximo f (0,2) = 4. Portanto na fronteira de D o valor mínimo de f é 0 e o máximo é 9. Comparando com o valor de f no ponto crítico f (1,1) = 1, vemos que o máximo absoluto ocorre em (3,0) e vale f (3,0) = 9, e o mínimo absoluto ocorre em (0,0) e (2,2) com valor f (0,0) = f (2,2) = 0. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 112 / 133 Multiplicadores de Lagrange Existem situações onde a função a ser extremizada possui algum tipo de vínculo entre as varíaveis independentes. Para este tipo de situação aplicamos o método dos multiplicadores de Lagrange para obter os pontos de máximo e mínimo da função. Método dos multiplicadores de Lagrange Para determinar os valores máximo e mínimo de f (x,y,z) sujeita à restrição g(x,y,z) = k: a) Determine todos os valores de (x,y,z) e de λ, tais que: ∇f (x,y,z) = λ∇g(x,y,z) e g(x,y,z) = k b) Calcule f em todos os pontos (x,y,z) do passo (a). O maior desses valores será o valor máximo de f , e o menor será o mínimo de f . Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 113 / 133 Multiplicadores de Lagrange Exemplo 38 Uma caixa retangular sem tampa é feita de 12 m2 de papelão. Determine o volume máximo dessa caixa. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 114 / 133 Multiplicadores de Lagrange Exemplo 38 Uma caixa retangular sem tampa é feita de 12 m2 de papelão. Determine o volume máximo dessa caixa. Solução O volume da caixa é V(x,y,z) = xyz. A área lateral da caixa é dada por g(x,y,z) = xy+2xz+2yz= 12. Note que na função g(x,y,z) asvariáveis independentes apresentam uma restrição. Assim: ∇V(x,y,z) = λ∇g(x,y,z) =⇒ 〈yz,xz,xy〉= λ〈y+2z,x+2z,2x+2y〉. Ficamos com o seguinte conjunto de equações: yz= λ(y+2z) xz= λ(x+2z) xy= λ(2x+2y) Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 115 / 133 Multiplicadores de Lagrange Exemplo 38 continuação A solução desse sistema de equações é: x= y= 2z. Mas sabemos que as variávies devem satisfazer xy+2xz+2yz= 12, de forma que encontramos: x= y= 2 e z= 1. O volume máximo é então V(2,2,1) = 4m3. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 116 / 133 Multiplicadores de Lagrange Exemplo 39 Determine os valores extremos da função f (x,y) = x2+2y2 no círculo x2+ y2 = 1. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 117 / 133 Multiplicadores de Lagrange Exemplo 39 Determine os valores extremos da função f (x,y) = x2+2y2 no círculo x2+ y2 = 1. Solução As variáveis independentes satisfazem ao seguinte vículo g(x,y) = x2+ y2 = 1. Assim: ∇f (x,y) = λ∇g(x,y) =⇒ 〈2x,4y〉= λ〈2x,2y〉. Ficamos com o seguinte conjunto de equações: 2x= λ2x 4y= λ2y. Se λ= 0 então x= 0 e y=±1. Se λ= 1 então y= 0 e x=±1. Assim temos (0,1), (0,−1), (1,0) e (−1,0). Logo f (0,±1) = 2 é o valor máximo e f (±1,0) = 1 é o valor mínimo. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 118 / 133 Multiplicadores de Lagrange Exemplo 40 Determine o produto máximo de três números positivos tais que sua soma é 12. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 119 / 133 Multiplicadores de Lagrange Exemplo 40 Determine o produto máximo de três números positivos tais que sua soma é 12. Solução Temos que f (x,y,z) = xyz é a função que deve ser extremizada sujeita ao vínculo g(x,y,z) = x+ y+ z= 12. ∇f (x,y,z) = λ∇g(x,y,z) =⇒ 〈yz,xz,xy〉= λ〈1,1,1〉. Ficamos com o seguinte conjunto de equações: yz= λ xz= λ xy= λ A solução é x= y= z= 4. Assim o produto máximo é f (4,4,4) = 64. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 120 / 133 Funções de várias variáveis Domínio do exemplo a) Domínio do exemplo b) Voltar Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 121 / 133 Funções de várias variáveis Domínio do exemplo 2 Voltar Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 122 / 133 Funções de várias variáveis Gráfico do plano z+3x+2y= 6 Voltar Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 123 / 133 Funções de várias variáveis Curvas de nível do exemplo 5 Voltar Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 124 / 133 Funções de várias variáveis Curvas de nível do exemplo 6 Voltar Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 125 / 133 Funções de várias variáveis Curvas de nível do exemplo 7 Voltar Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 126 / 133 Limites e continuidade Definição de limite Voltar Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 127 / 133 Derivadas parciais Inclinação no plano y= 1 Inclinação no plano x= 1 Voltar Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 128 / 133 Derivadas parciais Reta tangente à superfície z= x2+ y2 no plano y= 1 Voltar Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 129 / 133 Plano tangente e aproximações lineares Plano tangente à superfície z= 2x2+ y2 no plano (1,1,3) Voltar Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 130 / 133 Plano tangente e aproximações lineares Plano tangente em P Zoom em torno de P Voltar Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 131 / 133 Valores máximo e mínimo Gráfico da função f (x,y) = x2+ y2−2x−6y+14 Voltar Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 132 / 133 Valores máximo e mínimo Função que exibe um ponto de sela Voltar Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Março 2011 133 / 133
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