ATIVIDADE 1: Os alunos deverão ler e compreender o capítulo 3 do livro: Semiotécnica, Diagnóstico e Tratamento das Doenças da Boca. BORAKS, Silvio. Série Abeno: Odontologia Essencial - Parte Clínica. Artes Médicas, 2013, disponibilizado antes da aula teórica relacionada com esse tema. Os alunos devem complementar as informações sobre lesões ulceradas e vesicobolhosas em artigos científicos recentes e realizar a atividade proposta no próprio ambiente virtual de aprendizagem (Blackboard) e ter seu upload realizado lá, ficando registradas em sua integralidade. Deverá cumprir todos os itens descritos a seguir. 1) Pesquisar as diferentes lesões ulceradas e vesicobolhosas, suas manifestações clínicas e formas de tratamento. 2) Criar dois casos clínicos que envolvem o diagnóstico e o tratamento de lesões ulceradas e vesicobolhosas. 1) A lesão ulcerada é também conhecida como ferida. É interessante observar que existe um grande grupo de lesões que se assemelham entre si, tendo em comum o aspecto clínico de úlcera ou ferida. No entanto, com base nas características particulares de cada úlcera, muitas vezes pode-se identificar a doença de que se trata. Pode-se observar, por exemplo, que a afta inicia de forma semelhante ao tipo mais comum de câncer na boca, o carcinoma – ou seja, com uma ferida. O desenvolvimento clínico identifica a afta, que desaparece em poucos dias, ao passo que o câncer evolui para uma lesão maior e mais profunda. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: A semelhança entre a afta (lesão da mucosa bucal de maior ocorrência e absolutamente benigna) e o carcinoma epidermoide (uma lesão mais grave) exige extremo cuidado na observação e no conhecimento do comportamento clínico de cada doença para definir o diagnóstico. as lesões que surgem na mucosa bucal com aspecto clínico de úlcera, como: • Afta, Etiologia: desconhecida. Aspectos clínicos: úlcera rasa, contorno regular e uniforme, cerca de 3 mm, halo eritematoso ao redor, mucosa pouco queratinizada. Evolução: regride em 5 a 7 dias. Diagnóstico: clínico. Tratamento: sintomático • Úlcera traumática; Etiologia – trauma mecânico em geral, provocado por dentes, próteses, alimentos e procedimentos odontológicos. Aspecto clínico – úlcera profunda, com contorno irregular, dimensões variadas proporcionais ao traumatismo, às vezes halo esbranquiçado ao redor. Diagnóstico – clínico. Evolução – regride após a remoção do agente traumático. Tratamento – sintomático. • Úlceras causadas por reação de hipersensibilidade (alergia); Podem-se classificar as alterações imunológicas que ocorrem na mucosa bucal em dois grupos. O primeiro resulta da reação de hipersensibilidade (alergia) provocada, em geral, por medicamentos. O segundo grupo é composto por úlceras provocadas por reações autoimunológicas que se desenvolvem na mucosa bucal, independentemente de fatores externos. Este tipo de reação é, em geral, provocada por medicamentos usados por via oral ou de forma tópica. Também pode ser causada por outros fatores, como o Sol. Etiologia: Está relacionada com a perda de tolerância imunológica a uma série de antígenos. É uma doença autoimunológica em geral provocada por medicamentos. Manifestações Clínicas: Apresenta-se sob a forma de úlcera rasa. É encontrada na mucosa do palato duro e na mucosa jugal, bilateralmente, com filetes esbranquiçados em forma raiada. Diagnóstico: Laboratorial, com pesquisa de células LE (representativas de lúpus eritematoso) no sangue e biópsia. Evolução: Doença crônica com prognóstico reservado em virtude das complicações, que podem se tornar graves. Eritema multiforme. Tratamento: Com corticoides. • Úlceras causadas por infecção; Sífilis – úlceras ora rasas, ora profundas no local de inoculação do Treponema pallidum, que desaparecem em aproximadamente 10 a 15 dias com medicação antimicrobiana. Candidíase – úlceras extensas, pouco profundas, recobertas por membrana esbranquiçada, causadas pela espécie Candida sp., fungo oportunista que desaparece cerca de uma semana após o uso de antifúngicos. Paracoccidioidomicose – úlceras extensas e rasas de fundo esbranquiçado com pontos avermelhados em meio à lesão, que eclodem no local de inoculação do Paracoccidioides brasiliensis. São lesões persistentes, de forma crônica, com períodos de melhora. Dependendo do quadro clínico, faz-se tratamento com sulfa, cetoconazólicos e anfotericina D, por longos períodos. Doenças viróticas como sarampo, herpes, mononucleose infecciosa, entre outras, são úlceras de pequenas dimensões, arredondadas, umas próximas às outras concentradas em algumas áreas da mucosa bucal. Não existe medicação específica para esse tipo de úlcera. • Úlceras causadas por tumores. Essas úlceras são representadas pelo carcinoma epidermoide, que é o tumor maligno de maior prevalência na boca. É uma lesão ulcerovegetante de bordas elevadas e roliças, crateriforme e de base endurecida pela infiltração. É fixa em tecidos adjacentes. O tratamento segue os parâmetros recomendados para o CE da língua, independentemente da idade do paciente, consistindo em cirurgia com esvaziamento cervical bilateral, seguido de radioterapia e quimioterapia. 2) Caso clínico – Pênfigo Vulgar Caso baseado no artigo Doi: https://doi.org/10.5335/rfo.v20i3.5272 Relato de caso 1 Paciente do gênero feminino, feoderma, 29 anos de idade, com o diagnóstico de pênfigo vulgar desde 2011, foi internada no Hospital Universitário Presidente Dutra, da Universidade Federal do Maranhão, queixando-se de lesões dolorosas no corpo e na cavidade bucal. Em relação ao aspecto ético, este estudo obteve aprovação por meio do Parecer nº 981.721/2015, do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade. A paciente relatou que as lesões tinham evolução de três semanas, afetando inicialmente a mucosa bucal, depois os membros superiores, inferiores e tronco, associadas à sensibilidade dolorosa tipo queimação e de grande intensidade. A paciente apresentava depressão, diabetes descompensada, osteoporose, úlcera gástrica e quadro não controlado de pênfigo vulgar. No controle das patologias, foram prescritos os medicamentos no período da internação: prednisona 80 mg/dia (pênfigo vulgar), azatioprina 100 mg/dia (pênfigo vulgar), tramadol IV de 8/8h (analgesia), alendronato de sódio 70 mg/dia (osteoporose), diazepan 5 mg/dia (depressão), amitriptilina 25 mg/dia (depressão), ranitidina IV de 8/8h (úlcera gástrica) e o esquema insulinoterapia (Insulina NPH) e metformina 850 mg/dia (diabetes). Conduta, diagnóstico e tratamento O exame físico extrabucal revelou a presença de lesões eritematosas descamativas na região geniana, mentoniana e labial com ausência de linfoadenopatia cervical. No exame intrabucal, observou-se a presença de lesões de halo eritematoso na região do palato e ventre da língua, e uma pseudomembrana na região do dorso lingual o controle do pênfigo vulgar. Retornando ao setor de odontologia, a paciente relatou ausência de qualquer sintomatologia na pele e na cavidade bucal, e no exame físico todas as estruturas apresentavam aspectos de normalidade. O tratamento periodontal foi realizado e a paciente recebeu orientação para a confecção da prótese dentária parcial em sua cidade de origem. O diagnóstico do pênfigo vulgar é baseado nos achados clínicos e histopatológicos e na técnica de anticorpos fluorescentes do tecido da biópsia. Nessa técnica ocorre a visualização da separação intraepitelial, acantólise da camada espinhosa e presença das células de Tzanck, manifestando-se clinicamente na forma de bolhas na mucosa bucal e na pele, devido à reação dos autoanticorpos contra as desmogleínas 1 e 3. O tratamento utilizado nesse caso foi o corticoide sistêmico prednisona, medicamento que a paciente já utilizava, mantendo-se assim o seu plano