Buscar

Direito do Trabalho: Noções gerais

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Direito do Trabalho | Maria Eduarda Q. Andrade 
 
pág. 1 
 
 
 
 
 
¨ Conceito: 
 
É um conteúdo amplo o do Direito Trabalho, 
mas de uma forma simplista, vale dizer que 
é representado pelo conceito fundamental 
de TRABALHO. 
 
® Disciplina as relações de trabalho 
(vínculo de trabalho). 
® A posição majoritária diz que o DT é 
do ramo privado. 
 
Mas o que é Trabalho? 
 
Trabalho é uma expressão genérica que 
abrange toda e qualquer forma de 
PRESTAÇÃO DE SERVIÇO de uma pessoa 
física a outrem. 
® Pode ser remunerado ou gratuito. 
® Atividade = serviço= trabalho. 
® Relações de trabalho é gênero. 
 
E, vale lembrar que nem toda atividade 
considerada como trabalho é regulada pelo 
Direito do Trabalho. 
 
Existem diversas formas de trabalho: 
 
1. Voluntário; 
2. Estagiário; 
3. Temporário; 
4. Avulso; 
5. Eventual (diarista); 
6. Autônomo; 
7. EMPREGO; 
8. Etc. 
 
 
 
 
 
 
Apesar de todas essas formas, apenas UMA 
compõe o objeto do Direito do Trabalho. 
 
Trata-se da relação de trabalho 
subordinado ou então, relação de emprego. 
 
® Sendo os sujeitos dessa relação, o 
empregado e o empregador. 
 
® Pessoas físicas e jurídicas. 
 
® Através de grupos organizados 
(categorias) ou órgãos de 
representação (sindicatos). 
 
Relação de trabalho = vínculo de trabalho. 
 
Prestação de serviço: alguém presta o 
serviço (faz/ executa). 
 
Destinação do serviço: alguém que é 
destinatário do serviço, recebe (favorecido). 
 
® A destinação do serviço pode ser ao 
próprio executor (unilateral) ou para 
terceiros (bilateral). 
 
® Relação bilateral: há dois lados. 
Contratante e o contratado. 
 
Fala-se em relação obrigacional ou relação 
contratual. 
 
O DT possui como fundamento a proteção 
do trabalhador, parte economicamente 
mais fraca da relação jurídica. 
 
Direito do Trabalho: Noções gerais 
Direito do Trabalho | Maria Eduarda Q. Andrade 
 
pág. 2 
 
Na doutrina há certa divergência sobre a 
discussão do Direito do Trabalho, 
subdividindo-se em algumas teorias: 
 
1. Teoria Subjetivista: 
 
Nessa teoria, as definições de Direito de 
Trabalho têm como enfoque os sujeitos da 
relação jurídica por ele regulada, ou seja, os 
trabalhadores e os empregadores. 
 
® Adota como centro da definição o 
caráter protecionista das normas. 
® Possui fundamento na busca 
constante de meios para se alcançar 
a melhoria da condição econômica e 
social do trabalho. 
® O maior defensor é Cesarino Junior, 
desenvolveu a tese do Direito Social. 
 
De forma resumida, aqui, o Direito do 
Trabalho se caracteriza como um Direito de 
proteção aos trabalhadores, proteger a 
parte economicamente mais fraca 
(hipossuficiente) da relação jurídica. 
 
2. Teoria Objetivista 
 
Aqui as definições de Direito do Trabalho, 
 tem em vista a relação de emprego e o seu 
resultado (o trabalho subordinado), e não as 
pessoas que participam da relação. 
 
® Orlando Gomes e Elson Gottschalk 
trazem a definição. 
® O enfoque conceitual, está, portanto, 
na relação jurídica de dependência 
ou subordinação que se forma entre 
as pessoas que exercem certa 
atividade em proveito de outrem e 
sob suas ordens. 
 
3. Teoria Mista 
 
Faz a combinação com a teoria subjetiva e 
objetiva. 
Consideram tanto o sujeito como o objeto 
da relação jurídica regulada pelo Direito do 
Trabalho, além da finalidade do conjunto de 
normas que compõem este ramo. 
 
® A maioria dos doutrinadores são 
adeptos dessa teoria. 
® Tem relevância os sujeitos, 
empregado e empregador; 
® Relação jurídica (trabalho 
subordinado) 
® Finalidade das normas, proteção da 
parte economicamente mais fraca. 
¨ Características do Direito do 
Trabalho 
O Direito do Trabalho tem características 
que singularizam e diferenciam os demais 
ramos da ciência jurídica. 
 
® É um direito em constante formação 
e evolução: sofre influência dos fatos 
econômicos, sociais e políticos. 
 
® É um direito especial: para 
determinadas pessoas, 
especialmente os trabalhadores que 
exercem trabalho subordinado e 
remunerado. 
 
® É intervencionista 
 
® Tem cunho nitidamente universal 
 
® Seus principais institutos são de 
ordem coletiva e socializante. 
 
® É direito de transição e de transação. 
Direito do Trabalho | Maria Eduarda Q. Andrade 
 
pág. 3 
 
¨ Funções do DT 
 
Refere-se ao sistema de valores que o DT 
pretende realizar, aos objetivos ou 
propósitos do ordenamento trabalhista. 
 
Função Social: Realização de valores sociais 
e preservação da dignidade humana e 
Justiça social; 
 
® Trata-se do bem estar social 
relacionado aos direitos difusos e 
coletivos. 
® Tem como objetivo o 
desenvolvimento social. 
 
Função Econômica: Garantia de 
subsistência do trabalhador e de sua família; 
Equilíbrio econômico da sociedade; 
 
® Gerar riqueza (remunerado) 
® Específico (destinatário) 
® Fala-se na compra e venda: o 
contratante compra a prestação do 
serviço (paga o valor) e o contratado 
vende a prestação do serviço (recebe 
o valor). 
® Está ligado ao patrimônio, ligado a 
atender as necessidades das 
pessoas. 
® É determinado, ou seja, há 
beneficiários diretos. 
 
Função Tutelar: Proteção do trabalhador; 
 
Função coordenadora ou integradora: 
integração e coordenação de interesses 
sociais e econômicos; 
 
Função opressora do Estado: utiliza das leis 
para ofuscar e sufocar os movimentos 
operários e para restringir autonomia 
privada coletiva. 
¨ Natureza jurídica: 
 
A posição majoritária considera o Direito do 
Trabalho um ramo do Direito Privado. 
 
® Deriva da locação de serviços do CC. 
 
® Os sujeitos do contrato de trabalho 
são dois particulares agindo no seu 
próprio interesse 
 
Com a Reforma Trabalhista (Lei nº 
13.467/17): 
 
® Amplia significativamente a 
autonomia individual do trabalhador 
e prevê que o negociado passa a 
prevalecer sobre o legislado. 
 
® A irrenunciabilidade e a 
impossibilidade de se reconhecer o 
conteúdo contratual das normas 
foram mitigadas. 
 
Importante: Embora seja de direito privado, 
há a aplicação de normas de direito 
público. 
 
¨ Autonomia do Direito do Trabalho 
 
No campo do Direito (no todo), a autonomia 
é quando surge a necessidade do 
desmembramento, ou então, a 
especialização de determinado ramo do 
Direito. 
 
® Sistemas particulares de normas 
jurídicas. 
® O Direito é um todo orgânico, do 
qual partem diversos ramos, 
surgindo assim a especialização. 
 
Direito do Trabalho | Maria Eduarda Q. Andrade 
 
pág. 4 
 
A autonomia do Direito do Trabalho 
consiste, na: 
 
1. Autonomia legislativa: existem as leis 
(normas) trabalhistas; 
2. Autonomia doutrinária: bibliografia 
sobre o tema; 
3. Autonomia didática: é uma disciplina 
específica; 
4. Autonomia Jurisdicional: possui uma 
estrutura judicial, a Justiça do 
Trabalho, conforme disposto no art. 
92 da CF. 
 
¨ Divisão do direito do trabalho: 
 
O Direito do Trabalho apresenta uma 
divisão, que leva em conta a diversidade das 
normas trabalhistas e a necessidade de 
agrupá-las. 
 
® Possui setores específicos. 
® De acordo com o tipo de relação 
mantida pelos sujeitos na relação 
jurídica trabalhista. 
 
É divido em: 
 
1. Direito Individual do Trabalho: 
 
O objeto é o estudo das relações individuais 
de trabalho subordinado mantidas por seus 
sujeitos, ou seja, empregado e empregador. 
 
É analisado os direitos e obrigações do 
contrato de trabalho. 
 
2. Direito Tutelar do Trabalho: 
 
São de normas jurídicas que impõe ao 
trabalhador e ao empregador deveres 
jurídicos públicos. 
 
® Visa a proteção ao trabalhador. 
® O intervencionismo é mais 
acentuado. 
 
Falam sobre a identificação e registro 
profissional, limitação da jornada de 
trabalho; período de descanso; férias; 
descanso semanal remunerado; proteção 
ao trabalho menor e medicina e segurança 
do trabalho. 
 
3. Direito Coletivo do Trabalho: 
 
Tem por base as relações coletivas de 
trabalho. Pode ser por grupo de 
empregados ou grupo de empregadores 
 
Abrange as normas jurídicas derivadas da 
solução dosconflitos coletivos e que são 
fonte do próprio DT. 
 
® Regulam, portanto, a organização de 
trabalhadores e de empregadores, 
no âmbito da profissão ou empresa; 
® Convenções e acordos coletivos de 
trabalho; 
® Conflitos coletivos e as soluções. 
 
4. Direito Público do Trabalho: 
 
É composta pelo conjunto de normas e 
princípios que regulam a relação de cada 
um dos sujeitos da relação de emprego com 
o Estado. 
 
® Abrange as à fiscalização do trabalho; 
® À formação, qualificação e colocação 
da mão de obra; 
® Fundo de amparo ao trabalhador 
® Seguro-desemprego. 
 
 
 
Direito do Trabalho | Maria Eduarda Q. Andrade 
 
pág. 5 
 
Fontes do Direito do 
Trabalho 
 
As fontes do Direito são os modos de 
formação ou de revelação das normas 
jurídicas. Podem ser: 
 
® Fontes materiais. 
® Fontes formais. 
® Equidade e princípios gerais 
 
1. Fontes materiais do DT: 
 
Geral: São todos os elementos que inspiram 
a formação das normas jurídicas. é o 
fenômeno humano e/ ou social. 
 
No DT são os fatos verificado em uma 
sociedade em determinado momento 
histórico e que contribuirão para a formação 
das normas. 
 
® Os fatos sociais, econômicos e 
políticos influenciam nas normas 
trabalhistas. 
 
® As normas variam com a realidade. 
 
® As normas jurídicas devem adaptar-
se a realidade social. 
 
® Servem de parâmetro para informar o 
legislador e também como ponto de 
partida de algumas soluções dadas 
ao caso concreto. 
 
 
 
 
 
2. Fontes Formais do DT: 
 
São os meios de manifestação das normas 
jurídicas, mediante os quais se reconhece 
sua positividade. É forma em que ela se 
exterioriza. 
 
® Trata-se do sistema jurídico, ou seja, 
as normas jurídicas trabalhistas. 
 
® São as próprias normas. 
A fonte formal pressupõe a existência do 
chamado ato-regra, isto é, o ato dotado: 
 
1. Generalidade: dirigido a todos; 
2. Abstração: não incide sobre situação 
específica, mas sim sobre uma 
hipótese; 
3. Impessoalidade: se destina a 
coletividade; 
4. Imperatividade: investido de caráter 
coercitivo. 
 
A produção das fontes jurídicas formais, 
derivam de 2 teorias: 
 
1º teoria monista: as fontes formais derivam 
de um único centro de produção: o Estado. 
Pois somente o Estado pode exercer 
coerção e aplicar sanção em caso de 
descumprimento da norma. 
 
2º teoria Pluralista: aqui há a possibilidade 
de a norma jurídica emanar diversos centros 
de positivação. 
 
® Plurinormativismo jurídico. 
® Normas coletiva, estabelece regras, 
condutas e direitos diferentes e além 
dos previstos em lei. 
® Dinamicidade na relação entre 
trabalhadores e empregadores. 
 
Direito do Trabalho | Maria Eduarda Q. Andrade 
 
pág. 6 
 
As fontes formais podem se subdividir em 
fontes de direito interno e fontes de direito 
internacional. 
 
2.1 Fontes de direito interno: subdivide-se 
em heterônomas ou autônomas. 
 
FONTES HETERÔNOMAS: normas 
elaboradas por terceiros, alheios à relação 
jurídica regulada, sendo normalmente, o 
Estado. São: 
 
® As normas de origem estatal: CF, leis 
(CLT e leis esparsas) e atos adm. 
 
® As sentenças normativas da Justiça 
do Trabalho: peculiaridade desse 
ramo, pois constitui a exteriorização 
do poder normativo da Justiça do 
Trabalho previsto no §2º do art. 114 
da CF (Acórdão); 
 
® Jurisprudência: art. 8º da CLT, fonte 
normativa supletiva; 
 
® Sentença arbitral: solução de 
conflitos coletivos de trabalho, art. 
114, §1º da CF. 
 
® Tratados e convenções internacionais 
ratificados no BR. 
 
FONTES AUTÔNOMAS: um aspecto 
peculiar e relevante no DT. 
 
Decorrem da atuação direta dos próprios 
destinatários da norma, pela negociação 
coletiva de trabalho (acordo ou convenção). 
 
® Organização de trabalhadores e 
empregadores na busca de soluções 
para conflitos coletivos de trabalho. 
Por meio dos costumes ou dos instrumentos 
de negociação coletiva, os próprios 
interessados estabelecem a disciplina das 
suas condições de vida e de trabalho de 
forma democrática e dinâmica. 
 
Podendo ser: 
 
1. Convenção coletiva de trabalho 
(CCT): 
 
É o fruto da negociação coletiva entre os 
sindicatos representativos das categorias 
profissionais e econômicas. 
 
Sindicato dos trabalhadores assina com o 
sindicato das empresas. 
 
® Misto de contrato e lei; 
® Art. 611 da CLT; 
® Capazes de não só estabelecer 
normas e condições de trabalho, mas 
também de flexibilizar direitos 
fundamentais dos trabalhadores (Art. 
7º, XXVI da CF): 
® Art. 7º, VI que dispõe sobre o salário 
e art. 7º, XIII e XIV sobre duração de 
trabalho. 
 
2. Acordo coletivo de trabalho (ACT); 
 
Também é uma negociação coletiva entre 
uma ou mais empresas da correspondente 
categoria econômica e seus respectivos 
empregados, sem a participação do 
sindicato patronal. 
 
Sindicato dos trabalhadores com uma 
empresa ou mais empresas. 
 
® Art. 611, §1º da CLT. 
® É um âmbito mais limitado; 
Direito do Trabalho | Maria Eduarda Q. Andrade 
 
pág. 7 
 
® As condições estabelecidas em 
acordo coletivo de trabalho sempre 
prevalecerão sobre as estipuladas em 
convenção coletiva, vide art. 620 da 
CLT. 
® Costume: pratica reiterada em 
determinado âmbito; 
 
3. Regulamento interno da empresa: 
 
No âmbito interno da empresa, cria-se 
regras a serem adotadas nas relações 
jurídicas mantidas entre o empregador e 
seus empregados. 
 
Importante: Esse requisito é discutido na 
doutrina, se é ou não fonte do DT, pois o 
regulamento de empresa tem sido 
considerado somente um ato de vontade 
unilateral, razão pela qual adere ao contrato 
de trabalho como cláusula contratual, mas 
não constitui fonte formal. 
 
® Súmulas 51 e 288 do TST. 
® Regula condições concretas de 
trabalho existentes no dia a dia da 
empresa. 
® O regulamento empresarial pode ser 
previsto por convenção coletiva ou 
acordo coletivo de trabalho, art. 611-
A, VI, CLT. 
 
Importante 2: se o regulamento da empresa 
for bilateral, isto é, caso haja participação 
dos empregados em sua produção, aí sim, 
se trata de fonte formal autônoma. 
 
4. Costumes: 
 
São práticas sociais reiterada adorada em 
um âmbito determinado e que, como 
decorrência da repetição, firma um modelo 
de conduta geral, abstrata e aplicável a 
todos os trabalhadores que se encontrem 
na situação concreta regulada. 
 
® São práticas sociais repetidas que 
alcançam caráter de obrigatoriedade 
implícita. 
 
2.2 Fonte de Direito Internacional: 
 
São os tratados internacionais que tratem de 
matéria trabalhista e as convenções da 
Organização Internacional do Trabalho 
(OIT). 
 
® Dependem de ratificação para que 
passem a integrar o ordenamento de 
cada país. 
 
3. Equidade e Princípios gerais do 
Direito. 
 
Em relação à equidade, não é considerada 
uma fonte do direito, mas no âmbito do DT 
é revestida de certa peculiaridade que leva 
a doutrina a considerar como fonte. 
 
A equidade é a justiça do juiz, em 
contraposição à lei, justiça do legislador. E é 
tida como fonte material. 
 
® Sua função é a adaptação da norma 
jurídica a uma situação do caso 
concreto. Situação individualizada. 
 
® Fundamentado no disposto no art. 8º 
da CLT, que a considera como fonte 
normativa subsidiária a ser invocada 
em caso de lacuna. 
 
® At. 4º da LINDB sobre princípios 
gerais do direito. 
 
Direito do Trabalho | Maria Eduarda Q. Andrade 
 
pág. 8 
 
¨ Hierarquia das fontes no Direito do 
Trabalho. 
 
No Direito do Trabalho, entende-se que a 
hierarquia existente entre elas seria bastante 
peculiar. 
 
® É uma hierarquia flexível e relativa. 
Não é absoluta como no direito 
comum. 
 
Não é revestida da mesma rigidez, pois a 
fonte superior pode ser SUPERADA pela 
inferior, desde que esta fosse mais favorável 
ao empregado. 
 
Aqui a norma mais favorável ao empregado, 
ou a que lhe garantisse condição mais 
benéfica, prevaleceria sobre as demais. 
 
Entretanto, com a Reforma Trabalhista, 
foram alteradas as premissas acima 
indicadas. 
® Hipótese de hierarquia rígida de 
normas. 
 
® Prevêo art. 620 da CLT: as condições 
estabelecidas em acordo coletivo 
SEMPRE prevalecerão sobre as 
estipuladas em convenção coletiva 
de trabalho. 
 
® Convenção coletiva e acordo coletivo 
prevalecem sobre a lei, não sendo 
feita qualquer exigência no sentido 
de que isso somente ocorra quando 
contenham previsão mais benéfica 
para o trabalhador, art. 611- A, CLT. 
 
® Art. 619 dispõe que o contrato de 
trabalho que contrarie a ACT ou CCT 
não poderá prevalecer. Será NULO. 
® Trabalhador Hiperssuficente: art. 
444, paragrafo único. Também é uma 
exceção, pois prevalece a livre 
estipulação. 
 
Importante: com a Reforma trabalhista, foi 
relativizado a flexibilização das 
fontes/normas trabalhistas. 
 
® Adota-se o critério da especialidade 
e não o da norma mais favorável. 
 
® Além do que é mais favorável, 
também foi relativizado: o legislador 
restringiu a interpretação da norma 
autônoma (convenção e acordo 
coletivo de trabalho) pela Justiça do 
Trabalho, vide art. 8º, §3º, CLT. 
 
® E há prevalência do negociado sobre 
o legislado em muitas matérias, sem 
que se indague qual norma mais 
favorável, art. 611-A, CLT. 
 
Normas Jurídicas 
Trabalhistas 
 
 A conduta prevista na lei, é de forma 
abstrata, mas é a partir dela (norma) que se 
resolve determinado caso concreto. Fala-se 
na integração, interpretação e aplicação da 
norma. 
 
1. Integração 
 
Em casos em que não se encontre uma 
norma jurídica específica que regule uma 
determinada relação jurídica, formando-se 
lacunas no sistema. Utiliza-se então a 
integração das normas existentes. 
Denomina-se Lacuna o “vazio” normativo. 
Direito do Trabalho | Maria Eduarda Q. Andrade 
 
pág. 9 
 
® Lacuna normativa: ausência de 
norma sobre determinado caso; 
® Lacuna ontológica: embora a norma 
seja existente, não corresponde com 
o fato. 
® Lacuna axiológica: existe um preceito 
normativo, mas, se for aplicado, sua 
solução insatisfatória ou injusta. 
 
O juiz, ainda que a norma seja omissa, não 
pode escusar de decidir a questão que lhe é 
submetida a julgamento. Deverá integrar as 
lacunas da norma. 
 
® Art. 140 do CPC: o juiz não se exime 
de decidir sob a alegação de lacuna 
ou obscuridade do ordenamento. 
Parágrafo único: o juiz só decidirá por 
equidade nos casos previstos em lei. 
 
® Art. 4º e 5º da LINDB. 
 
® Os procedimentos para integração 
são: analogia, o costume, a equidade 
e os princípios gerais do direito. 
 
® A integração preenche as lacunas e 
busca a plenitude do ordenamento 
jurídico. 
 
O art. 8º da CLT também dispõe sobre o 
assunto, configurando assim a fonte 
subsidiária. 
 
Importante: também podem ser integradas 
por meio da subsidiariedade, que é a 
autorização legal para aplicar, na solução 
das questões trabalhistas, o Direito comum 
nos casos de lacuna, vide art. 8º, §1º da CLT. 
 
® Ponto para prestar atenção: é 
necessário que haja compatibilidade. 
® Nem sempre a norma do direito civil, 
por exemplo, pode ser aplicada no 
DT. 
 
2. Interpretação 
 
Toda norma requer interpretação, porque a 
clareza de uma norma é sempre relativa. 
 
® Contornos imprecisos é que levam à 
necessidade de interpretação de 
todas elas. 
 
Interpretar a norma jurídica significa atribui-
lhe um significado, estabelecer sua 
extensão e definir a possibilidade de sua 
aplicação a um determinado caso concreto. 
 
Sistemas interpretativos, que acabam 
oscilando entre um ou outro extremo: 
 
1. Sistema exegético; 
2. Sistema histórico; 
3. Sistema teleológico ou finalístico; 
4. Sistema da livre pesquisa científica; 
5. Sistema do Direito livre. 
 
® Se interpreta a lei ou segundo a 
vontade do legislador ou segundo as 
necessidades sociais do momento. 
 
Além dos sistemas existem também as 
técnicas ou métodos de interpretação que 
podem ser utilizados pelo intérprete na 
atuação do direito, que são: 
 
1. Interpretação gramatical: sentido 
literal do texto; 
2. Interpretação lógica: raciocínio 
lógico; 
3. Interpretação sistemática: conexão 
entre os textos; 
Direito do Trabalho | Maria Eduarda Q. Andrade 
 
pág. 10 
 
4. Interpretação histórica: antecedentes 
e/ou processo de elaboração; 
5. Interpretação sociológica ou 
teleológica: adaptar as normas com 
as exigências sociais. 
 
As técnicas se complementam. 
 
A regras interpretativas, como regra, 
devem-se invocar os princípios peculiares 
deste ramo, principalmente o princípio 
protetor. 
 
® No caso de dúvida, adotar 
interpretação mais favorável ao 
trabalhador. 
® In dubio pro operário; 
® Entretanto, nem sempre é possível 
aplicação dessa interpretação mais 
favorável ao trabalhador, pois a 
aplicação dessa regra de forma 
absoluta estaria contrariando a de 
que nenhum interesse de classe ou 
particular deve prevalecer sobre o 
interesse público (art. 8º, CLT). 
 
3. Aplicação 
 
A aplicação do Direito consiste em fazer 
incidir a norma jurídica, prevista de forma 
abstrata e genérica, a uma determinada 
situação concreta. 
 
® Passagem do plano abstrato ao plano 
concreto. 
 
E quando houver conflito de normas? 
 
Fala-se das antinomias de normas. São três 
os critérios para a solução: 
 
1º critério cronológico, a norma posterior 
prevalece sobre a anterior; 
2º critério da especialidade, norma especial 
prevalece sobre norma geral; 
 
3º critério hierárquico, norma superior 
prevalece sobre norma inferior. 
 
Aplicação no tempo (eficácia temporal) 
 
Refere-se a sua eficácia, a sua vigência, isto 
é, ao ciclo de existência durante o qual 
produz efeitos sobre as relações jurídicas. 
 
® Entretanto, no DT, dada a premência 
dos fatos sociais, inicia-se a vigência 
normalmente na data da sua 
publicação; 
 
® Lei no 13.467/2017: vacatio legis de 
120 dias, vide art. 6º. 
 
® Leva-se em conta as normas 
trabalhistas e as normas coletivas 
(acordo coletivo, convenção e 
sentença normativa). 
 
Começa a vigorar 45 dias depois de 
publicada, vide art. 1º da LINDB, na falta de 
indicação expressa. 
 
Normalmente as leis trabalhistas têm 
vigência para o futuro, sem prazo 
determinado. 
Com exceção das normas coletivas, que 
possui características próprias, logo, tem 
vigência temporária. 
 
Aplicação no espaço 
 
As normas jurídicas possuem vigência 
espacial, obrigando, como regra, somente 
no território nacional. 
® Princípio da territorialidade. 
Direito do Trabalho | Maria Eduarda Q. Andrade 
 
pág. 11 
 
TST: prevalece a previsão de aplicação da 
lei trabalhista brasileira, salvo se a legislação 
estrangeira for mais favorável, 
independente do local da prestação dos 
serviços. 
1. Técnicos estrangeiros domiciliados/ 
residentes no exterior e que sejam 
contratados para a execução de 
serviços especializados no BR, em 
caráter provisório: aplica-se as 
normas trabalhistas brasileiras, com 
as peculiaridades no Decreto-lei n. 
691/69 (lei do local da prestação dos 
serviços. 
 
2. Trabalhadores brasileiros que vão 
prestar serviço no exterior: Aplica-se 
a lei mais favorável ao trabalhador. 
Podendo ser ora a lei brasileira e ora 
a lei do local; aplicação concomitante 
de dois elementos de conexão. 
 
3. As diretrizes fixadas pela Lei nº 
7.064/82 são universais e devem ser 
aplicadas a todo trabalhador 
brasileiro contratado ou transferido 
para prestar serviço no exterior. 
 
Por fim, a aplicação das normas jurídicas 
deve ser feita pelo JUIZ. 
 
® Partir da premissa maior (norma 
jurídica), passando pela premissa 
menor (fato), a fim de chegar a uma 
conclusão (sentença). 
 
¨ Aplicabilidade (vigência) 
 
As leis trabalhistas possuem aplicabilidade 
imediata. 
É imediata porque é da sua natureza de 
regra imperativa e cogente, sobre a qual se 
apoiam todos os contratos de trabalho. 
Importante: a imediatidade das leis 
trabalhistas não significa retroatividade. 
 
® Art. 5º, XXXVI da CF e art. 6º da 
LINDB: a nova norma em vigor tem 
efeito imediato e geral, mas deve 
sempre respeitar o ato jurídico 
perfeito, o direito adquirido e a coisa 
julgada. 
® Princípio da irretroatividade: art.912 
da CLT. 
 
¨ Características das normas jurídicas: 
 
1. São indisponíveis. 
 
® As normas jurídicas são imperativas, 
ou seja, obrigatórias. 
® Visa equilibrar a desigualdade 
clássica existente entre os sujeitos da 
relação de emprego. 
® O trabalhador não pode abrir mão 
das leis trabalhistas = princípio da 
irrenunciabilidade. 
 
2. Renúncia e transação. 
 
® Renúncia: é ato jurídico unilateral, 
pelo qual o titular de um direito certo, 
assegurado pelas normas, dele se 
despoja, sem concessão pela parte 
beneficiada. Abrir mão do direito 
(abdicar). 
® Transação: ato jurídico bilateral, é 
concessão recíprocas das partes 
(negociar o direito), resolvendo 
questões fáticas e jurídicas duvidosas 
(res dúbia) 
 
Art. 444, caput da CLT: “As relações 
contratuais de trabalho podem ser objeto 
de livre estipulação das partes interessadas 
Direito do Trabalho | Maria Eduarda Q. Andrade 
 
pág. 12 
 
em tudo quanto não contravenha às 
disposições de proteção ao trabalho, aos 
contratos coletivos que lhe sejam aplicáveis 
e às decisões das autoridades competentes. 
 
® Art. 468 da CLT: restringe a 
possibilidade de alteração das 
condições de trabalho pactuas no 
contrato, exigindo que decorram do 
mútuo consentimento das partes. 
 
Importante: as hipóteses de renúncia no DT 
ainda sejam limitadas para os trabalhadores 
considerados HIPOSSUFICIENTES, o 
legislador ampliou as possibilidades de 
renúncia para os trabalhadores 
considerados HIPERSUFICIENTES. 
 
3. Flexibilização e desregulamentação 
 
® Flexibilização é um modelo que tem 
por objetivo tornar menos rígido o 
sistema de normas trabalhistas, 
permitindo adoção de formas 
opcionais ou flexíveis de estipulação 
de condições de trabalho. 
 
A CF permitiu a flexibilização, 
estabelecendo especificamente a 
possibilidade, por meio de: 
® Negociação coletiva; 
® De redução salarial; 
® De compensação de jornada de 
trabalho; 
® Fixação de jornada diferenciada para 
turnos ininterruptos de revezamento. 
® Art. 7º, VI, XIII e XIV. 
 
Importante: flexibilização não se confunde 
com desregulamentação. 
 
Desregulamentação é ausência de proteção 
do Estado ao trabalhador, ou seja, o Estado 
deixa de intervir nas relações de trabalho e 
passa às próprias partes a tarefa de 
regulamentar as condições de trabalho e os 
direitos e obrigações. 
 
® Consiste no exercício pleno da 
autonomia privada, individual e 
coletiva. 
 
Já a flexibilização, é mantida a intervenção 
do Estado, contudo, de uma forma menos 
rígida. O Estado fixa normas básicas de 
proteção. 
 
® Existem normas jurídicas autônomas, 
fruto da negociação coletiva.

Outros materiais