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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CÊINCIAS HUMANAS, SOCIAIS E AGRÁRIAS 
COLÉGIO AGRÍCOLA VIDAL DE NEGREIROS
CURSO TÉCNICO DE NÍVEL MÉDIO EM AQUICULTURA 
A IMPORTÂNCIA DO CULTIVO DA ÁGUA NA CRIAÇÃO DE CAMARÃO VANNAMEI EM VIVEIROS ESCAVADOS
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
PATRICIA BORGES DE MEIRELES
Bananeiras-PB
 2021
PATRICIA BORGES DE MEIRELES
A IMPORTÂNCIA DO CULTIVO DA ÁGUA NA CRIAÇÃO DE CAMARÃO VANNAMEI EM VIVEIROS ESCAVADOS
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Relatório apresentado à Coordenação do Curso Técnico de Nível Médio em Aquicultura do Colégio Agrícola Vidal de Negreiros, Centro de Ciências Humanas, Sociais e Agrárias, Campus III da Universidade Federal da Paraíba sobre o estágio curricular realizado no Laboratório de Aquicultura/CCHSA/UFPB, em cumprimento ás exigências para a obtenção do grau de Técnica em Aquicultura.
 
Orientadora e Supervisora: Alda Lúcia de Lima Amancio
Bananeiras-PB
 2021
Dedico esse trabalho a Deus, que me presenteia todos os 
dias com a energia da vida, que me dá forças e coragem 
para atingir meus objetivos.
AGRADECIMENTOS
A Deus em primeiro lugar, pois tudo com Ele é possível.
As minhas filhas Cynthia e Dayanne que me incentivaram nos momentos mais difíceis, por acreditarem na minha escolha, me apoiando e compreendendo a minha ausência pelo tempo que dediquei na realização desse trabalho.
A minha Orientadora Alda Lúcia de Lima Amancio pelo suporte, pelas suas correções e incentivo.
A todos os Prof. Da Universidade Federal da Paraiba-Campus III do curso de Aquicultura que fizeram parte da minha trajetória, e que através dos seus ensinamentos permitiram que eu pudesse hoje estar concluindo esse curso. 
RESUMO
O referido estudo tem como objetivo ressaltar a importância do cultivo da água na criação do camarão Litopenaeus vannamei em viveiros escavados. A água está entre os fatores que são de fundamental relevância para um desenvolvimento apropriado do cultivo de camarão, pois o manejo inadequado do uso da água na aquicultura ocasiona prejuízo na saúde e sobrevivência dos animais
Para aprofundamento desse estudo foram feitas analises bibliográficas sobre os parâmetros físicos-químicos como: Temperatura, oxigênio dissolvido (OD), alcalinidade, potencial hidrogeniônico (PH), transparência, amônia (NH3), afim de levantar os fatores limitantes da qualidade da água na produção.
Palavras-chaves: Desenvolvimento no cultivo de camarão, tratamento adequado da água, camarão marinho (Litopenaeus vannamei).
ABSTRACT
This study aims to highlight the importance of water cultivation in the rearing of Litopenaeus vannamei shrimp in excavated nurseries. Water is among the factors that are of fundamental relevance for an appropriate development of shrimp cultivation, because inadequate management of water use in aquaculture causes harm to the health and survival of animals.
To deepen this study, bibliographic analyses were made on the physical-chemical parameters such as: Temperature, dissolved oxygen (OD), alkalinity, hydrogenionic potential (PH), transparency, ammonia (NH3), in order to raise the limiting factors of water quality in production.
Key words: Development in shrimp farming, proper water treatment, marine shrimp (Litopenaeus vannamei).
SUMÁRIO
1.	INTRODUÇÃO	7
2.	REVISÃO BIBLIOGRAFICA	8
2.1 	 História da carcinicultura marinha	8
2.2	 Camarão marinho (Litopenaeus vannamei)	8
2.3	O cultivo da água para carcinicultura	9
2.4	Parâmetros físico-químico ideais para carcinicultura	10
2.4.1 Temperatura	10
2.4.2 Oxigênio Dissolvido (OD)	10
2.4.3 Alcalinidade............................................................................................................11
2.4.4 Potencial hidrogeniônico (pH)................................................................................12
2.4.5 Transparência..........................................................................................................12
2.4.6 Amônia (NH3) .......................................................................................................13
3. CONCLUSÃO.............................................................................................................15
REFERÊNCIAS..............................................................................................................16
1. INTRODUÇÃO
 A Aquicultura se define como o processo de produção em cativeiro, responsável por cultivar organismos aquáticos em condições controladas, considerado como uma das atividades produtivas de maior complexidade nas interações entre os meios físicos, químicos, biológicos e climáticos. Isso ocorre pelo fato de que, os organismos aquáticos, que vivem em ambiente natural, são cultivados em ambiente adaptável, mediante adoção de técnicas de manejo adequado para que os mesmos se desenvolvam apropriadamente. 
Segundo dados da (FAO, 2018), a aquicultura tem sido responsável pelo crescimento contínuo e impressionante no fornecimento de peixe para consumo humano, e alcançou em 2018, seus 178,5 milhões de toneladas de pescado. 
 Dentre os fatores que são de fundamental importância para um bom desenvolvimento produtivo desses organismos, a água é um fator limitante se não for cultiva adequadamente. As condições inadequadas do uso da água na aquicultura, resultam em prejuízos na saúde e sobrevivência desses animais, comprometendo o sucesso da produção aquícola. Portanto, manter os parâmetros de qualidade da água é o principal mecanismo para um bom desempenho na produtividade, pois cultivar a água significa manter todas as características físicas, químicas, e biológicas que interagem individualmente ou coletivamente, influenciando significativamente no desenvolvimento da produtividade. 
 No entanto, dentro do setor aquícola, a carcinicultura, em especial o cultivo do camarão (Litopenaeus vannamei), embora tenha uma maior resistência a ambiente de cultivo em cativeiro devido a sua rusticidade e a seu rápido crescimento em todas as fazes de processo produtivo, independentemente de qualquer sistema, a espécie marinha cultivada comercialmente no Brasil, necessita de cuidados especiais principalmente relacionado á qualidade da água. Segundo Hernández e Nunes (2001), salientam que as condições da água estão sempre mudando, causando efeitos significativos sobre o bem estar e a saúde dos camarões. Diante disso, vale salientar que a falta de informação por parte dos cultivadores da região em relação a importância do cultivo da água resulta na baixa produtividade ou até mesmo na letalidade da produção. Portanto, preparar um ambiente adequando para o cultivo de camarão, considerando a importância da manutenção dos parâmetros de qualidade da água, é fundamental para o desenvolvimento e crescimento do camarão. 
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 2.1 História da carcinicultura marinha
A carcinicultura marinha ou cultivo de camarão em cativeiro, teve sua origem no Mediterrâneo na Indonésia, onde pescadores da região capturavam as pos-lavas e recriavam em viveiros construídos na costa. A era moderna da atividade nasceu nos anos 30, no Japão quando se alcançou a desova controlada do camarão Marsupenaeus japonicus, realizado pelo Dr Motosaku Fujinaga que através de sua experiência se desencadeou o desenvolvimento da tecnologia de reprodução de camarões em condições de cativeiro. Já no Brasil, a criação comercial de camarão teve iniciou na década de 70, sobretudo com a propagação de técnicas industriais de engorda em países de regiões tropicais e subtropicais. Com a crescente demanda e valor econômico, a carcinicultura marinha começou ganhar uma posição de destaque no cenário internacional, evoluindo rapidamente e hoje o cultivo do camarão marinho é praticado em mais de 50 países e estar presente em várias regiões do Brasil. (Nunes, Junior, Waldiger, 2004).
2.2 Camarão marinho (Litopenaeusvannamei)
O Litopenaeus vannamei também conhecido como camarão brando do Pacifico ou ainda camarão cinza, é uma espécie de crustáceo da família Penaeidae de maior importância para a aquicultura e se encontra em habitats marinhos tropicais. Por se tratar de uma espécie que apresenta uma certa rusticidade comparada as espécies nativas e alto desempenho zootécnico, oferece resultado satisfatório em seu desenvolvimento e maior produtividade. (Nunes, Junior, Waldiger, 2004).
 Enquanto adultos vivem e se reproduzem em mar aberto, enquanto que em fase de pos-lavas, a medida em que crescem, passando por vários estágios lavais, migram para o litoral para passar a fase juvenil nos estuários. A larvicultura é a primeira fase do cultivo e é responsável pela produção de pos-lavas, enquanto que, a engorda pode ser compreendida como a segunda fase do cultivo de camarão, responsável pelo crescimento até atingir o tamanho comercial, (SENAR, 2016).
A maturidade sexual dos machos e fêmeas ocorrem entre 6 e 7 meses de idade, atingindo peso de 30 a 45 gramatura. O Litopeneaue vannamei, quando apto para se reproduzirem, migram para mar aberto e liberam aproximadamente 300 mil ovos, sendo fecundado 16 horas após a desova. Em sua primeira fase larval denominado náuplio, os animais nadam em direção a luz, e num período de 50 hora se alimentam unicamente da reserva energética que carregam quando nascem. As fases seguintes, são chamados de zoea, misis e pós-lavas, respectivamente. São organismo bentônicos e considerados planctônicos e durante as fases lavais se alimentam de fitoplâctons e zooplâctons, e através das correntes de mares são levados para a costa, e após a ocorrência da metamorfose começam a se alimentarem de detritos bentônicos e pequenos crustáceos (Boyd, 2001).
Devido suas características adaptáveis as variadas condições de cultivo, o L. vannamei ganha cada vez mais destaque no Brasil. A produção de camarão criado em cativeiro foi de 45,8 mil toneladas em 2018, aumento de 11,4% em relação a 2017. Por tanto sofreu uma queda de 21,2% de 2016 para 2017, devido à incidência do Vírus da Síndrome da Mancha Branca, e o resultado de 2018 demonstra uma recuperação. (IBGE, 2019).
2.3 O cultivo da água para carcinicultura
Nos ecossistemas aquiculturais, inúmeros são as variáveis e processos envolvidos com a qualidade da água. Na criação de camarão a falta de conhecimento técnico e manejo na qualidade da água, pode colocar uma produção em risco ou pode ocorrer perdas total na produção. As condições inadequadas com os parâmetros de qualidade da água resultam em baixa no crescimento, na reprodução, sobrevivência e a saúde dos camarões (Kubitza, 1998).
Para a carcinicultura, manter os parâmetros de qualidade da água em condições ambientais adequada é de grande importância, principalmente em regiões interioranas onde o sistema de produção geralmente é intensivo e sobretudo, nesse tipo de sistema o camarão precisa que os parâmetros se mantenham em níveis aceitáveis para se desenvolverem e atingirem tamanho e peso considerável (Nunes, 2001).
O manejo com a manutenção dos parâmetros adequados de qualidade da 	água para receber as pós-larvas, deve receber toda atenção, tendo em vista que o ambiente deve estar em condições físico, químico e biológico em conformidade com os requisitos naturais. Devido as constantes modificações nos parâmetros físico-químico da água devido as práticas de manejo durante o ciclo, são fatores determinantes para o aparecimento de enfermidades, desencadeando perdas no processo produtivo do camarão.
Fatores ambientais como; temperatura, alcalinidade, oxigênio dissolvido, dureza, salinidade, pH, gás carbônico e compostos hidrogenados, em condições inadequadas podem ter um efeito significativo no desencadeamento de processos infeciosos nos camarões, resultando no comprometimento zootécnico dos animais (Kubitza, 1998).
2.4 Parâmetros físico-químico ideais para carcinicultura
2.4.1 Temperatura
A temperatura da água é um dos fatores mais importantes nos fenômenos químicos e biológicos existentes na carcinicultura. Enquanto que outros animais conseguem manter a temperatura corporal constante, os camarões regulam sua temperatura corporal de acordo com a temperatura ambiente em que vivem. Diante disso, todas as atividades fisiológicas dos camarões; respiração, digestão, reprodução, alimentação etc., estão intimamente ligadas a temperatura da água.
De acordo com BOYD (2001) as faixas aceitáveis são entre 25ºC a 32ºC, e estão dentro dos padrões específicos para o cultivo da espécie do L. vannamei, contribuindo positivamente no desenvolvimento dos animais. Por ser uma variável difícil de ser controlada, algumas alternativas podem ser empregadas como por exemplo, se a temperatura se encontra alta o recomendável é que aumente a circulação de água, e em temperaturas baixas fazer uso de aquecedores. Portanto para os animais pecilotérmicos como os camarões, é importante que a temperatura esteja adequada dentro dos valores permitidos para que os animais se sintam confortáveis e desenvolvam maior atividade metabólica, aumentando o consumo de alimento e consequentemente, atinja desempenho favorável em seu crescimento.
2.4.2 Oxigênio dissolvido (OD)
O oxigênio é o gás mais importante a manutenção da vida e é a ele que se deve dar maior importância. Na aquicultura existem duas formas de obtenção de oxigênio; uma por difusão direta, mediante contato com penetração direta do ar atmosférico na água, e a outra fonte é realizado através do processo de fotossíntese, onde ocorre a liberação de oxigênio na água e é principal fonte de obtenção de O.D em um sistema de cultivo de peixes e camarões (Boyd, 2001).
A temperatura da água tem grande influência na quantidade de oxigênio dissolvido. Quanto mais baixas for a temperatura, mais rico em oxigênio ficará o ambiente aquático, assim como quanto mais alta for a temperatura, menor será a quantidade de oxigênio dissolvido da água. 
Á flutuação do oxigênio dissolvido em um viveiro ocorre em níveis máximos ao final do dia devido a realização de maior intensidade do processo fotossintético, e níveis mínimos ao amanhecer. Diante disso, o monitoramento desses valores deve ser mantido diariamente, evitando assim, possíveis efeitos danosos a produção (Kubitza, 1998). Portanto, para manter o oxigênio adequado durante o ciclo de produção, é necessário o uso de aeradores em sistema intensivo durante o período de baixa concentração de oxigênio, controlar a densidade de estocagem indicada para esse sistema de produção, colocar a ração sobre controle para que não ocorra excesso de alimento, gerando assim compostos orgânicos, aumentando a densidade planctônica que venham consumir ainda mais o oxigênio do viveiro (Kubitza, 1998). 
 
2.4.3 Alcalinidade
A alcalinidade é um parâmetro de qualidade da água que tem a capacidade de neutralizar ácidos e garantir o efeito tampão da água, ou seja, essa capacidade refere-se a concentração total de sais, que são capazes de neutralizar íons de hidrogênio H+ e evitando alterações no PH. Entretanto alguns produtores desconhecem e outros não interpretam corretamente a função dessas variáveis e coloca a produção em risco, tendo em vista que esse fator estar relativamente relacionado com a formação do exoesqueleto do camarão (Panorama da aquicultura, 2020).  Ao contrário da água salgada, águas oligohalinas podem ser limitantes em Ca+ e Mg2+. Isto pode resultar em animais com uma carapaça mole ou com um crescimento deficiente (Boyd, 2001).
 A calagem tem sido bastante usada em aquicultura para controlar a acidez nos tanques, principalmente na fase de larva que são mais sensíveis. Isto fornece íons Ca2+ ao meio e o processo tem que ser cuidadosamente controlado porque seu excesso pode proporcionar a precipitação de hidróxidos nas brânquias, ocasionando estresse no sistema de osmorregulação e consequente morte. 
2.4.4 Potencial hidrogeniônico (pH)
A respiração, fotossíntese, adubação, calagem e poluição são os principais fatores quecausam a mudança de pH na água tornando-a ácida, neutra ou alcalina. Portanto a concentração de bases e ácidos na água determina o pH (Kubitza, 2017). A escala que determina valores do pH estar representado entre 0 a 14. Valores entre 7,5 a 8,5 são mais adequados a produção de camarão, tendo em vista que valores abaixo ou acima desta faixa podem prejudicar o desenvolvimento do animal, causando estresse e perdas na produção ou até mesmo chegar ao extremo e causar a morte dos camarões (Kubitza, 2017).
Durante o dia os valores de pH podem variar devido a realização da atividade fotossintética e respiratória dos organismos aquáticos, que diminui devido a concentração do gás carbônico (CO2) na água do viveiro (Kubitza, 2017). No entanto, (Kubitza, 1998), mesmo em altas concentrações, não é capaz de baixar o pH da água para valores menor que 4,5. 
2.4.5 Transparência
Esse parâmetro estar relacionado diretamente com a existência ou não, na água do viveiro, de pequenos vegetais e animais chamados planctos. A análise desse parâmetro é feita através de um equipamento chamado disco de Secchi, que ao ser imerso na água do viveiro, determina a capacidade de penetração de luz. Valor menor que 20 cm, representa uma água muito turva geralmente devido a presença excessiva de fitoplancton, causando no ambiente problemas com a baixa concentração de oxigênio. Também pode ocorrer turbidez pela presença de partículas de solo em suspenção.
Valores de transparência maiores que 40 cm, apresenta um ambiente equilibrado e com oxigênio em condições agradáveis para os animais. Entretanto, águas com transparência maior que 60 cm permite a presença de grande quantidade de luz solar e causa o surgimento de plantas aquáticas submersas e algas filamentosas no viveiro, (Kubitza, 1998). 
Portanto, para auxiliar no ajuste dos volumes de transparência em nível ideal da água do viveiro, é necessário controlar o arraçoamento diário, verificar se é necessário o uso de aplicação de fertilizantes, e promover a renovação da água, quando possível. 
2.4.6 Amônia (NH3)
O acúmulo de substâncias tóxicas inorgânicas, como amônia e nitrito, é um dos principais problemas de qualidade da água em sistemas de aquicultura intensiva.
Uma das principais fonte de amônia na água dos viveiros são as excreções dos camarões e o excesso de alimento que não foram ingeridos e a aplicação de fertilizantes orgânicos. A concentração de amônia e nitrito na água causa riscos danosos a produção, tendo em vista que, em condições a baixa concentração de oxigênio dissolvido no viveiro, torna o ambiente vulnerável e prejudicam o desempenho de bactérias do gênero Nitrobacter, favorecendo o acúmulo de nitrito na água (Kubitza, 1998). 
A amônia NH4 + é um agente tóxico que deteriora a qualidade da água e ameaça o crescimento dos camarões. Ela aparece na água como um produto da excreção do metabolismo animal e da decomposição e mineralização da alimentação não consumida. Em excesso, altera o metabolismo celular devido ao aumento da alcalinidade; o excesso de amônia nas mitocôndrias causa reversão da enzima glutamato desidrogenase, alterando o metabolismo oxidativo do ácido tricarboxílico, resultando na diminuição das concentrações celulares de ATP. Ela inibe o transporte ativo dos íons sódio, podendo afetar o transporte dos íons cloreto, bicarbonato e a reabsorção de água em epitélios transportadores, além de aumentar o consumo de oxigênio da água (Boyd, 2001).
A amônia é convertida a nitrato através do processo de nitrificação, representado pelas Equações 1 e 2, sendo nitrito o produto intermediário formado. Se a conversão para nitrato é impedida por falta de oxigênio, uma concentração significante de nitrito pode se acumular no ambiente. Níveis inferiores a 1 mg L são recomendados, já que seu acúmulo pode reduzir o crescimento dos animais por aumentar o consumo de oxigênio e exigir um aumento da quantidade de amônia, advindo da excreção via metabolismo animal (Boyd, 2001).
Nos camarões o nitrito se liga a uma proteína chamada hemocionina, importantes no transporte de oxigênio para as células, tecidos e órgãos do corpo. No entanto, oxidada pelo nitrito a hemocionina perde a capacidade de transportar o oxigênio, ocasionando intoxicação por nitrito, prejudicando o crescimento, o aproveitamento dos alimentos e a resistências dos camarões as doenças (Kubitza, 2019). 
Portanto, é importante que o produtor observe se a quantidade de alimento que estar sendo totalmente consumida para que não coloque alimento em excesso, evitando assim o acúmulo de matéria orgânica dentro do viveiro, o que reduz a geração de amônia via decomposição das fezes e excreção dos camarões.
A aeração e a circulação da água também são medidas preventivas que ajudam a manter o fundo dos viveiros mais oxigenados, o que favorece a oxidação do nitrito a nitrato pelas bactérias nitratificadoras. A renovação de água também é uma ótima alternativa para diluir o nitrito
Níveis de amônia que ultrapassem valores acima de 1 mg/l, é prejudicial ao cultivo e deixa os camarões vulneráveis a doenças (ABCC, 2013), além disso, causa toxidez no ambiente e influencia significativamente no crescimento dos animais (Kubitza, 1998).
 
 CONCLUSÃO
Vimos neste estudo a importância da manutenção adequada do cultivo da água na carcinicultura, mostrando que existe todo um cuidado especial com o ambiente para que os parâmetros físicos, químicos e biológicos estejam em conformidade com os requisitos naturais que são: temperatura, OD, alcalinidade, PH, transparência e NH3. Assim, demonstrando por fim que seguindo todos os parâmetros pode haver maior número de sobrevivência e biomassa significativa na criação de camarão marinho Litiopnaeus Vannamei em tanques escavados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
SENAR – Serviço nacional de aprendizagem rural. Produção de camarão marinho: preparação do viveiro, povoamento, manejo e despesca. Col. 167. Brasília, 2017.
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/84/ppm_2018_v46_br_informativo.pdf. Acesso em: 28/05/2021, ás 18:22.
BOYD,C. Manejo da qualidade da água na aquicultura e no cultivo de camarão marinho. Recife: Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC, 2001).
FAO - Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura e Organização Mundial da Saúde. (2018). El estado mundial de la pesca y la acuicultura 2018. Cumplir los objetivos de desarrollo sostenible. Roma. Licencia: CC BY-NC-SA 3.0 IGO, 17(19).
HERNANDEZ, J. Z.; NUNES, A. J. P. Biossegurança no cultivo de camarão marinho: Qualidade da água e fatores ambientais. Revista ABCC, v 2, p. 55-56, 2001.
KUBITZA, F. Qualidade da água na produção de peixes: parte I. Panorama da Aquicultura, Rio de Janeiro, v 8, n 45, p. 36-40, 1998.
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KUBITZA, F. A água na aquicultura: parte II. Panorama da Aquicultura. Rio de Janeiro, v 27, n 163, p 14-18, 2017.
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LOBÃO, V. L; TORRES. N. E. Camarões de água doce da coleta ao cultivo á comercialização, São Paulo, Ed. Ícone, 1985, 100 p.
NUNES, A. J. Panorama do cultivo de camarões marinho no Brasil. Revista Brasileira de Agropecuária. São Paulo, Ano I, n. 12, p,40-41, 2001.

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