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GE - Atendimento Psicopedagógico_04

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UNIDADE IV
GUIA DE ESTUDO
Atendimento Psicopedagógico
1
As FormAs de Intervenção 
PAlAvrAs do ProFessor
Caro (a) aluno (a), estamos na reta final da nossa disciplina e é um momento não menos importante. 
Prepare-se para estudar conteúdos que se aproximam ainda mais da prática do psicopedagogo, especifi-
camente, a avaliação psicopedagógica. Espero que faça bom proveito!
orIentAções dA dIscIPlInA
Nesta unidade temos como objetivo apresentar para você as etapas de uma avaliação psicopedagógica, 
como a entrevista familiar exploratória, a anamnese, os recursos lúdicos para avaliar a aprendizagem etc. 
Porém, antes de mais nada, vamos entender o que é uma avaliação psicopedagógica.
Mais uma vez vou sugerir vídeos, livros e artigos a fim de enriquecer e complementar seus estudos. Va-
mos lá!
relembrAndo!
Vamos começar retomando o que é a avaliação psicopedagógica, abordada na unidade 2, onde apresen-
tamos seu conceito e seu objetivo, a saber: a avaliação psicopedagógica é um processo compartilhado 
de coleta e análise de informações importantes referentes aos vários fatores que interferem no processo 
de ensino e aprendizagem. Assim, a avaliação psicopedagógica tem como objetivo: identificar as neces-
sidades educativas de alguns estudantes que apresentam dificuldades em seu desenvolvimento pessoal 
ou desajustes relacionados ao currículo escolar por motivos diversos, e fundamentar as decisões relacio-
nadas à proposta curricular e ao tipo de intervenções necessárias, que favoreçam o desenvolvimento do 
aluno e da instituição escolar.
Assim, a avaliação psicopedagógica envolve:
a) A identificação do que interfere na aprendizagem da criança, ou seja, se é devido a um trans-
torno de aprendizagem ou se é constituído de uma dificuldade decorrente de prejuízos nos fatores 
psicógenos (dinâmica emocional da criança, da família etc), biológicos (distúrbios neuropsiquiátricos), 
ambientais (ambiente escolar, acesso a estímulos) etc;
b) Investigação das habilidades apresentadas pela criança, seja acadêmica, Cinestésica, pictórica 
etc, e como estas se relacionam com as características da criança em relação à atenção, hábitos de 
estudo, solução de problemas lógicos etc; 
c) Compreensão da dinâmica emocional da criança dentro e fora do contexto escolar.
2
Avaliar a aprendizagem é compreender até que ponto e como ele desenvolveu suas competências peda-
gógicas, pois para que o aluno possa adquirir novas aprendizagens é fundamental considerar no processo 
os conhecimentos prévios que ele apresenta.
GuArde essA IdeIA!
No processo de avaliação psicopedagógica, para compreender os fatores que levam a pessoa a não 
aprender é fundamental que o psicopedagogo vasculhe “todos os cantos” da pessoa, como o modo como 
se expressa, seu tom de voz, seu gestos, suas habilidades e suas dificuldades, a fim de que, caso neces-
sário, possa realizar encaminhamentos para outros profissionais como psicólogos, fonoaudiólogos, neuro-
logistas, psiquiatras, terapeutas ocupacionais etc. Como já pontuei na unidade 2, realizar uma avaliação 
com uma perspectiva interdisciplinar contribui significativamente para a investigação diagnóstica.
A avaliação psicopedagógica constitui-se de etapas que podem variar de acordo com o modelo adotado. 
Aqui, apresentarei as etapas sugeridas por Maria Lúcia L. Weiss, psicopedagoga brasileira, e constituem-
-se em: entrevista familiar exploratória situacional (E.F.E.S.), entrevista de anamnese, sessões lúdicas 
centradas na aprendizagem, provas e testes, síntese diagnóstica e entrevista de devolução e encaminha-
mento. O modelo proposto necessariamente não precisa ser realizado de acordo com a sequência apre-
sentada. Estas etapas podem ser modificadas quanto à sequência, como também à forma de aplicá-las. 
Por exemplo: se os pais são separados e não mantém um bom convívio, a entrevista pode ser feita com 
um de cada vez, separadamente. 
entrevIstA FAmIlIAr exPlorAtórIA sItuAcIonAl (e.F.e.s.)
Sendo realizada como primeira entrevista, esta etapa tem como objetivo compreender as queixas da 
escola e da família, especificamente ao que se refere às expectativas dos familiares em relação à apren-
dizagem escolar, a expectativa em relação à prática do psicopedagogo, a aceitação e o envolvimento do 
paciente e dos seus pais e/ou responsáveis em relação à avaliação psicopedagógica, o estabelecimento 
do contrato terapêutico, do enquadramento e do fornecimento de informações sobre o que significa um 
processo diagnóstico.
Caro (a) aluno (a), esta etapa pode ser realizada com a criança e os pais ou até com os familiares todos 
reunidos, dependendo da demanda e da disponibilidade. A entrevista familiar exploratória situacional é 
um momento em que se busca ainda fazer uma escuta dos conteúdos a-históricos, do discurso inconscien-
te, do não-dito, como você estudou na unidade 3. 
relembrAndo!
Para a realização desta escuta é necessário adquirir conhecimentos, através de estudos teóricos e da 
prática clínica psicanalítica.
3
???
A escuta de informações a-históricas exige que o psicopedagogo escute e traduza, sem qualificar ou 
desqualificar, ou seja, posicione-se em um lugar neutro. O trabalho psicopedagógico reúne a escuta do in-
consciente com o conhecimento do terapeuta em relação a como se aprende e sobre o organismo, o corpo, 
a inteligência e o desejo. Daí a necessidade de o psicopedagogo ter um alto investimento em relação a 
sua formação, a fim de estar apto a colher informações importantes para a elaboração de um conjunto de 
hipóteses que auxiliará na investigação psicopedagógica nas etapas posteriores.
GuArde essA IdeIA!
Durante a entrevista familiar exploratória situacional o psicopedagogo deve adotar atitudes, como: ficar 
atento a atos falhos presentes no discurso, escutar os significantes presentes no discurso e compreender 
a dinâmica de comportamento estabelecida entre os membros do grupo.
entrevIstA de AnAmnese
Bem realizada, a anamnese permite identificar pontos que irão orientar quais caminhos que podem ser 
seguidos na intervenção terapêutica. Esta etapa permite ao psicopedagogo obter informações objetivas 
sobre a história vital do paciente, como você estudou na unidade 3, no tópico descrição e explicação 
histórica. 
Lembre-se que aqui, é fundamental obter dados sobre a gestação; pós-parto; possíveis intercorrências na 
saúde do sujeito; a rotina familiar; expectativas em relação ao presente e ao futuro; como ocorreram as 
primeiras aprendizagens; dados sobre o desenvolvimento neuropsicomotor, sobre a linguagem e ativida-
des da vida diária (AVDs); história da família nuclear, assim como da família materna e paterna; história 
escolar, e características afetivas e sociais do paciente.
sessões lÚdIcAs centrAdAs nA APrendIZAGem
você sAbIA?
Você sabia que as sessões lúdicas centradas na aprendizagem são importantes para a compreensão sobre 
como ocorre o processo cognitivo, afetivo e social do paciente? Pois é, seu principal objetivo é entender 
como o sujeito aprende, e não apenas no quanto o paciente é ou não é inteligente.
A aprendizagem constitui-se em um processo de adaptação e para que ele ocorra é fundamental haver 
um equilíbrio entre os processos de assimilação e acomodação, já abordados anteriormente nesta aula. 
É no brincar livre que a criança encontra espaço para construir sua forma de explorar e experimentar, 
contribuindo para elaboração de conteúdos que transitam entre o mundo interno e o externo.
4
Meu caro (a), o brincar permite que o psicopedagogo observe como a criança interage com o meio e como 
ela expressa sua criatividade, seu planejamento, sua concentração, dados ricos para a compreensão so-
bre como o cognitivo da criança e como aprende. Isto permite que possíveis desequilíbrios nos processos 
de assimilação e acomodação sejam detectados, como também a compreensão sobre quais as oportuni-
dades que a criança tem para explorar o meio e transformá-lo, tanto através da imitação quanto no jogo, 
o que favorece a formação desímbolos e imagens.
O brincar simbólico inicia-se aos dois anos de idade, considerando-se o desenvolvimento normal infantil, 
e é a partir deste período que a linguagem, a imitação e o jogo são construídos, fazendo parte então da 
função semiótica, que é definida como o estudo das representações das coisas através de signos e da 
integração dos significantes.
•	 A imitação é uma ação internalizada como imagem e que é reproduzida através da utilização do 
próprio corpo, como o ato de fazer de conta que está segurando um copo e bebendo água;
•	 O jogo é uma atividade na qual o sujeito manipula simbolicamente um objeto, a fim de resolver 
um problema através de uma ação;
•	 A linguagem é uma função que possibilita a referência a um objeto que não está presente.
Para a realização de sessões lúdicas centradas na aprendizagem durante o processo diagnóstico dos 
problemas de aprendizagem, é necessário ficar atento aos mecanismos de construção do simbólico e para 
isto necessita-se de uma caixa com materiais diversos, como: blocos de construção, papéis coloridos, te-
soura, tinta, pincel, miniaturas de animais e bonecos. Até os nove anos de idade, as crianças apresentam 
muito envolvimento com a brincadeira livre. Já a partir dos dez anos de idade, começam a demonstrar 
mais interesse em jogos de regras, tais como: dominó, ludo, uno etc. 
dIcA
Caro (a) aluno (a), é extremamente necessário esclarecer para a criança que ela irá brincar e que o psi-
copedagogo irá ficar observando-a. Devido a isso, o terapeuta deve buscar saber se a criança sabe por 
que está no consultório e qual a sua função. Antes de iniciar a avaliação, é fundamental esclarecer para 
a criança o motivo pelo qual ela está no consultório, o objetivo da avaliação e o que irá acontecer no 
processo, inclusive o momento do brincar livre. 
A caixa deve estar localizada num lugar de fácil acesso e confortável, com uma mesa espaçosa e firme 
ou um tapete. No segundo caso, o psicopedagogo deve posicionar-se no nível da criança, sentando-se no 
chão ou em um banquinho.
No momento do brincar, a participação do psicopedagogo deve ser pouca, apesar de que em alguns mo-
mentos é necessário que o terapeuta interaja na brincadeira, como por exemplo: se a criança não quiser 
entrar na sala de atendimento (em alguns casos até a mãe deve ser convidada a entrar) ou não conseguir 
seguir as regras do jogo. 
5
Durante a observação lúdica, a fim de detectar os prejuízos na aprendizagem, é importante:
a) Verificar como a criança classifica os objetos da caixa lúdica. Seja através da manipulação do 
brinquedo, da experimentação de como este funciona ou se simplesmente através do olhar reconhece 
sua função e sabe sua possibilidade de ação;
b) Registrar como a criança lida com o jogo simbólico, a saber, como constrói uma brincadeira de faz 
de conta: organização dos brinquedos, das funções dos personagens, dos seus destinos. Este tipo de 
brincar revela as percepções e mobilizações emocionais da criança;
c) Registrar dados que tratam da aprendizagem propriamente dita, a saber, como a criança se inte-
gra e explora os objetos, fazendo uso dos seus esquemas de ação, o que revela qualitativamente suas 
características cognitivas, o que permite detectar o seu estágio de desenvolvimento psicogenético, de 
acordo com Jean Piaget, psicólogo francês.
Acesse o lInk!
O link citado abaixo apresenta brevemente a teoria de Piaget, o que te ajudará a com-
preender um pouco dos estágios de desenvolvimento cognitivo e o processo de assi-
milação e acomodação, termos abordados aqui nesta aula. Clique aqui para acessar.
ProvAs e testes
Em uma avaliação psicopedagógica podem ser utilizados instrumentos como provas e testes projetivos 
e cognitivos. Os testes projetivos avaliam conteúdos emocionais inconscientes. Já os testes cognitivos 
investigam as funções cognitivas (atenção, memória, linguagem, pensamento etc), revertendo os dados 
quantitativos obtidos em coeficiente de inteligência, de acordo com a psicometria.
A psicometria surgiu no início do século XIX e é um campo da psicologia que estuda o comportamento 
humano através de técnicas de medições estatísticas dos processos mentais. A primeira escala de inte-
ligência foi formulada por Alfred Binet, pedagogo e psicólogo francês, em 1905, e por Theodore Simon, 
psicólogo e psicometrista francês, por isso o nome Binet-Simon. Essa escala avaliava quantitativamente 
o julgamento, o senso prático, a iniciativa e a habilidade de se adaptar às circunstâncias. 
Em 1916, na Universidade de Stanford, Lewis Terman, psicólogo americano, realizou uma revisão da es-
cala original de Binet-Simon, formulando então a Escala Stanford-Binet. A partir disso, desenvolveu-se a 
expressão “Quociente Intelectual”, que leva em consideração a relação direta entre idade cronológica e 
idade mental do sujeito. 
http://www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/textos/d00005.htm
6
GuArde essA IdeIA!
Apesar da Escala Stanford-Binet se basear apenas em dados quantitativos, Terman defendia que não se 
podia considerar os dados sobre a inteligência a partir apenas de resultados quantitativos obtidos nos 
testes. Além disso, também afirmava que não existe uma escala que meça completamente a habilidade 
de lidar com todos os tipos de dados em todos os níveis de inteligência.
relembrAndo!
Como abordado na unidade 1, no Brasil, o uso de testes psicométricos é função exclusiva do psicólogo, 
de acordo com o art. 13 da lei nº 4.119/62. Contudo, vêm sendo debatido entre o conselho federal e 
representantes das profissões envolvidas (profissionais não psicólogos), a autorização para que pessoas 
sem formação em psicologia façam uso de testes psicológicos. Contudo, ainda não há uma conclusão 
satisfatória sobre o assunto. 
você sAbIA?
Se o psicopedagogo tiver formação em psicologia, poderá utilizar todos os testes psicológicos que têm 
seu uso autorizado pelo Conselho Federal de Psicologia? Mas, caso sua formação seja em outra área, por 
exemplo, pedagogia, fonoaudiologia etc, deverá consultar quais instrumentos podem ser utilizados por 
psicopedagogos não psicólogos. Esta consulta pode ser feita no site do Conselho Federal de Psicologia. 
Por exemplo, o psicopedagogo não psicólogo pode aplicar na avaliação psicopedagógica os testes TDE, 
Metropolitano, Provas Piagetianas, ABC, dentre outros. Portanto, busque consultar a lista do Conselho 
Federal de Psicologia. Aqui descreverei dois desses testes:
•	 TDE – avalia as competências básicas para o desempenho escolar, como a escrita, aritmética e 
leitura, no sentido de indicar quais as áreas de aprendizagem que estão prejudicadas ou não. Pode ser 
aplicado em crianças de 6 a 11 anos. Contudo, com certa reserva, pode ser aplicado em crianças entre 
os 12 e 13 anos de idade.
•	 Metropolitano – esse teste pode ser aplicado individualmente ou coletivamente, e se propõe a 
avaliar a prontidão para a aprendizagem de crianças de 5 a 9 anos de idade em relação a aptidões 
verbais e numéricas, percepção auditiva e visual, habilidades motoras e coordenação muscular. 
Meu caro (a), os psicopedagogos não psicólogos frente a não autorização para utilização dos testes psi-
cológicos também podem elaborar atividades que permitam a observação e o registro de habilidades 
cognitivas, numa esfera qualitativa. Além disso, também podem encaminhar o paciente para profissionais 
de áreas específicas, formando uma equipe multidisciplinar ou, porque não dizer, interdisciplinar, o que 
lhes ajudará a coletar dados de forma mais fidedigna. Assim, o paciente pode ser encaminhado para um 
psicólogo a fim de ser submetido a uma avaliação psicológica; para um fonoaudiólogo, com o objetivo de 
ser avaliada a sua linguagem e audição etc.
???
7
As provas e testes não devem ser considerados os únicos instrumentos a serem utilizados numa avaliação 
psicopedagógica. Estes, na realidade, representam um recurso a mais que pode ser utilizado dependendo 
do caso. Esses instrumentos de avaliação auxiliam na identificaçãoe compreensão do nível pedagógico no 
qual o sujeito se encontra e na compreensão sobre como se constitui a sua estrutura cognitiva e emocional.
GuArde essA IdeIA!
Fique atento pois, para que um teste psicológico possa ser utilizado no Brasil, é necessário que este seja 
aprovado pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), pois o instrumento deve ser padronizado e norma-
tizado de acordo com a população brasileira. Em 2004, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) alterou a 
Resolução CFP nº 002/2003, dispondo que: 1.º: Art. 1º - Alterar o artigo 14 da Resolução CFP nº 002/2003 
que passa a ter a seguinte redação: “Art. 14 – Os dados empíricos das propriedades de um teste psicoló-
gico devem ser revisados periodicamente, não podendo o intervalo entre um estudo e outro ultrapassar: 
15 (quinze) anos, para os dados referentes à padronização, e 20 (vinte) anos, para os dados referentes à 
validade e precisão”. 
Dessa forma, o psicopedagogo com formação em psicologia, apesar de estar autorizado a aplicar testes 
psicológicos, deve também estar atento e saber se o instrumento é autorizado para aplicação no Brasil. 
Esta consulta também pode ser feita acessando-se o site do Conselho Federal de Psicologia.
São muitos os testes psicométricos autorizados para aplicação no Brasil. Contudo, os mais conhecidos 
são o WISC IV (versão recente do WISC III) e o Raven, que são de fácil aplicação. 
•	 WISC IV – é um teste que avalia a capacidade intelectual e as funções executivas de crianças na 
faixa etária entre 6 anos e 0 meses até 16 anos e 11 meses. Com ele, obtém-se o QI total, como tam-
bém o QI verbal e o QI de execução. Para isto, o teste é composto de 15 subtestes, a saber: informação, 
semelhanças, compreensão, vocabulário, código, labirinto, arranjo de figuras, dígitos, cubos e procura 
de símbolos. Esse instrumento, além de oferecer informações sobre o QI, também disponibiliza infor-
mações sobre quatro índices fatoriais: organização perceptual, organização verbal, índice de memória 
operacional e índice de velocidade de processamento. É de aplicação individual e pode ser aplicado 
parcialmente, a fim de se obter dados mais específicos. Além dos dados quantitativos obtidos, durante 
a aplicação do teste, pode-se observar e coletar dados qualitativos significativos em relação ao cogni-
tivo e sobre como a criança assimila as informações.
você sAbIA?
Você sabia que as funções executivas são habilidades cognitivas? Sendo elas a saber: planejamento, 
controle inibitório, tomadas de decisão, flexibilidade cognitiva, memória operacional, fluência e redes 
atencionais. Essas habilidades possibilitam às pessoas conduzir comportamentos e metas, avaliar a per-
tinência e a eficácia dos comportamentos e elaborar estratégias para resolver problemas. 
???
8
vejA o vídeo!
Que tal assistir a este vídeo? Ele tem duração de cinco minutos e quarenta e três segun-
dos, e fala da importância das funções executivas para a aprendizagem humana. Clique 
aqui para assistir. Você vai gostar!
•	 RAVEN – a versão colorida, a saber, Matrizes Progressivas Raven Coloridas, é indicada para 
crianças na faixa etária entre 5 até 11 anos de idade. Propõe-se a avaliar a capacidade intelectual 
geral, o fator “g”, especificamente, a avaliação de como a pessoa compreende informações percebi-
das na esfera visuoespacial. O teste consiste na apresentação de uma figura principal com uma parte 
faltando. Embaixo desta são apresentadas seis alternativas de figuras, onde uma deve ser escolhida 
pelo avaliando, que complete a parte ausente da figura principal. O teste é constituído por três séries: 
A, Ab, B. Em cada série há uma sequência crescente no nível de dificuldade, como também a série 
posterior é mais difícil do que a anterior. 
Além dos testes que avaliam o cognitivo, existem os testes projetivos que investigam os aspectos psí-
quicos inconscientes dos sujeitos. Contudo, diferente dos testes cognitivos, os projetivos só podem ser 
utilizados por psicólogos.
Dentre os testes projetivos mais utilizados em avaliação psicopedagógica, temos:
•	 O HTP – é um teste em que, a partir do desenho de uma casa, uma árvore e uma pessoa, se pro-
põe a avaliar as características da personalidade do sujeito. Trata-se, portanto, de uma técnica proje-
tiva gráfica. Consiste em um protocolo que descreve conceitos interpretativos do desenho, associado 
a prováveis características psicopatológicas da personalidade do sujeito.
Em relação à aplicação, é fundamental que o aplicador tenha conhecimento técnico e teórico satisfató-
rio, principalmente em relação às técnicas projetivas. Para sua aplicação, é necessário estabelecer um 
bom vínculo com o avaliando e estar num ambiente tranquilo e confortável. A aplicação é individual.
•	 CAT-A – Esse teste faz parte das técnicas projetivas temáticas, e se propõe a avaliar processos 
projetivos a partir de estórias. A aplicação se dá através da apresentação de pranchas ou lâminas 
que apresentam uma cena com animais as quais a criança deverá descrever em forma de narrativa. É 
aplicado individualmente em crianças de 3 a 10 anos de idade.
síntese dIAGnóstIcA/ProGnóstIco
Esta etapa refere-se ao momento em que são analisados todos os dados obtidos nas etapas anteriores 
do processo de avaliação psicopedagógica, onde deve ser feita uma interrelação dos fatores destacados, 
com o objetivo de formular uma hipótese diagnóstica. 
Ela é de extrema importância para a etapa posterior, que é a entrevista de devolução, pois é o momento 
de fazer uma síntese de todos os dados coletados, a fim de buscar responder às queixas trazidas para o 
atendimento, visto que estas vão direcionar, nortear o que será indicado e proposto no acompanhamento 
e tratamento do paciente.
https://www.youtube.com/watch?v=6gIY_X9IXH8
https://www.youtube.com/watch?v=6gIY_X9IXH8
9
GuArde essA IdeIA!
Diagnosticar dificuldades ou transtornos de aprendizagem significa encontrar sua funcionalidade, ou seja, 
como os sintomas se interrelacionam com a vida psíquica, social e pedagógica do sujeito e dos seus pais. 
É preciso compreender o que significa a falta de aprendizagem no contexto familiar e para o sujeito, pois 
isto irá revelar como este se articula com seu organismo e com sua história de vida. Assim, não basta 
identificar o que o sujeito não sabe, mas sim, buscar compreender como ele se posiciona frente a esse 
não saber.
entrevIstA de devolução e encAmInHAmento 
Caro (a) estudante, aqui é o momento final do processo de avaliação psicodiagnóstica. É o momento onde 
será dada devolutiva. Inicialmente, deve ser realizada com o paciente (afinal, trata-se de um tema que se 
refere a sua pessoa) e posteriormente com os pais, a fim de informar e esclarecer os resultados obtidos 
verbalmente e por escrito de forma resumida. Também são realizados os encaminhamentos necessários 
e orientações importantes para contribuir com o processo, como: estimular a leitura em casa, repensar a 
dinâmica relacional estabelecida com a criança, como superproteção, negligência etc.
Indica-se que as informações sejam abordadas seguindo uma sequência, a saber, os dados obtidos no 
campo pedagógico, no cognitivo e no afetivo-social. Posteriormente, deve-se destacar os pontos mais 
relevantes. Sugere-se que para isto seja elaborado um roteiro, a fim de guiar o psicopedagogo para que 
as informações não fiquem confusas para os pais. É um momento que deve ser conduzido de forma aco-
lhedora, pois pode ocorrer dos pais fornecerem alguma informação anteriormente não passada, mas que 
é relevante e complementa o diagnóstico.
GuArde essA IdeIA!
Deve-se ainda ficar atento para que inicialmente sejam abordados os aspectos positivos do paciente, a 
fim de valorizá-lo e fortalecer sua autoestima.
PAlAvrAs do ProFessor
Ufa! O que você achou? Muita informação.
Pois é, chegamos ao final da nossa disciplina e espero que você tenha gostado! 
O conteúdo abordado nesta unidade é superficial diante da gama de informações que precisam ser absor-
vidas para que defato você esteja apto (a) a ter uma prática de atendimento psicopedagógico minima-
mente satisfatória. Portanto, não deixe de complementar seus estudos, não somente lendo o livro texto e 
10
realizando as atividades propostas, mas principalmente realizando cursos de curta, de média e de longa 
duração e participando de grupos de estudos. Sugiro, ainda, que procure um profissional que acompanhe 
você em supervisão nos seus primeiros anos de atendimento psicopedagógico, independente dele ser do 
campo educacional ou clínico. 
A supervisão irá ajudar você a desenvolver uma escuta do inconsciente, como também irá dar suporte nas 
avaliações e nas intervenções a serem realizadas nos atendimentos.
Como já falei na conclusão da unidade 3, a prática clínica é que de fato favorece o amadurecimento da 
sua prática profissional como psicopedagogo. Contudo, se aprofundar teoricamente, inclusive estudando 
outras áreas de conhecimento como a psicanálise, a neuropsicologia, a sociologia da educação, dentre 
outras, irá ajudar significativamente sua formação.
Nunca esqueça que, além de se apropriar dos fatores biológicos, psicógenos, ambientais etc, você, en-
quanto profissional que lida com a educação, nunca deve perder como referência o campo pedagógico, 
pois a psicopedagogia, antes de qualquer coisa, lida com o processo de ensino-aprendizagem. Esta relação 
entre o ensinar e o aprender não é um processo linear e contínuo que se encaminha sempre para uma 
mesma direção. Ao contrário, é um processo multifacetado, que sofre paradas, transformações, saltos etc.
Considerar que a dificuldade de aprendizagem é algo que se refere apenas a prejuízos do aluno ou do 
seu contexto familiar é uma postura alienada, frente à complexa rede de fatores que influenciam o pro-
cesso de aprendizagem. Ter uma consciência crítica acerca do sistema educacional, da formação dos 
professores e até o ambiente escolar é crucial para se refletir sobre o processo de aprendizagem. É muito 
fácil rotular uma criança e responsabilizá-la por seu fracasso. Difícil é voltar para si, enquanto educador, 
profissional da educação e detectar suas falhas no processo. 
dIcA
Lembre-se! Compete ao psicopedagogo detectar eventuais prejuízos no processo de aprendizagem de 
um indivíduo, mas, para isto, o profissional deve participar da dinâmica da comunidade educacional, 
promovendo a integração, realizando orientações metodológicas de acordo com as características e pe-
culiaridades de cada sujeito ou grupo. 
Em caso de dúvidas, consulte seu tutor! Ele estará sempre disponível para esclarecimentos. Não deixe de 
assistir as vídeoaulas de cada unidade. Elas ajudarão você a entrar em contato com o conteúdo de manei-
ra mais leve, contribuindo para reflexões mais dinâmicas acerca dos assuntos abordados. Tenho certeza 
que isso irá auxiliar na participação nos fóruns.
Espero que você tenha gostado desta disciplina e dos assuntos abordados nela! Encerramos por aqui 
nossos trabalhos e espero que possamos nos encontrar mais vezes durante o curso em outras disciplinas.
Um forte abraço!

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