Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Desenvolvimento da dentição Grande parte das maloclusões apresentadas na dentição permanente são decorrentes de um evolução anormal ou falta de espaço na arcada, o que pode ser corrigido com a intervenção de um profissional. Todo dente decíduo tem uma função. A do molar decíduo, por exemplo, é de manter o espaço para o crescimento dos pré-molares permanentes. Para que uma maloclusão não seja instalada, é preciso trabalhar na prevenção da extração desses dentes, ou se necessário, a manutenção do espaço do dente que foi extraído. Dividimos o desenvolvimento da oclusão em período pré natal e pós natal, onde tem período dos roletes gengivais, dentição decídua, dentição mista e dentição permanente · Períodos dos roletes gengivais: Desde o 4º mês de vida intrauterina, até o 6° mês de vida pós-natal. É pré-determinado geneticamente. Durante a vida intrauterina temos a formação e calcificação dos dentes decíduos. Alguns bebês apresentam dentes decíduos precocemente erupcionados, que podem ser: dentes natais (presente ao nascimento), dentes neonatais (irrompe em 30 dias após nascimento) e dentes pré-erupcionados (durante o segundo/terceiro mês de vida). Nesses casos precisamos verificar se o dente tem raiz (devido ao risco de engolir ou aspirar), verificar se é supranumerário (caso sim, indica extração) ou decíduo (se não tiver implantação radicular extraímos). Quando extraímos, instalamos uma maloclusao no pacientinho. Caso o dente não seja supranumerário, tenha mobilidade e não extrairmos, o dentinho poderá provocar machucados na base da língua do nenê, devido a projeção da língua sobre os incisivos durante a amamentação (doença de Riga Fede), além de lesões no seio da mãe. Outra opção, além da extração é de fazermos um ataque ácido e arredondas as arestas dos dentinhos. · Decíduos precocemente erupcionados: Origem familiar, posição superficial do germe dentário (ou seja, quando o bebê nasce, não existe osso cobrindo a incisal dos dentes, então são separados da cavidade oral por gengiva), hipovitaminoses, síndromes (Turner, Noonan). 95% é da série normal, mas 5% é supranumerário. · Implicações: · Lesões na mãe · Aspiração do dente com pouca implantação radicular · Lesões na base da língua da criança (doença de Riga Fede, úlcera na base da língua pois o bebe raspa a língua na incisal durante a amamentação ao projetar a língua). · Supranumerários: extração. O diagnóstico de um dente supranumerário só é dado com radiografia. Só extrair se for supranumerário ou sem implantação radicular. Se for um dente da série normal, devemos fazer polimento e fluorterapia caseira (fluoreto sódio a 0,02%). Se extrairmos um dente da série normal devemos acompanhar a criança, devido a perda precoce de dente decíduo, e com 6 ou 7 anos devemos intervir. · Forma dos arcos: Os processos alveolares são recobertos por espessamento da mucosa bucal. Todos tem abaulamentos gengivais devido a coroa dos dentes. Assim que o bebê nasce, durante os 6 primeiros meses de vida, há um crescimento ósseo (aumentando a dimensão vertical da criança, pois a reabsorção óssea é menor do que a neoformação óssea) que passa a proteger a coroa dos dentes decíduos (que antes era recoberto apenas por gengiva) e nos garante tempo suficiente para crescer raiz; após 6 meses os dentes irrompem devido a diminuição da neoformação óssea, aumentando a reabsorção óssea, e assim são empurrados para a cavidade oral. Tamanho dos rebordos depende: · Estágio de maturidade da criança ao nascimento · Tamanho dos dentes decíduos em desenvolvimento · Fatores genéticos A forma do arco dentário é determinada na vida intra-uterina, a partir do 4º mês de vida, pois é quando as coroas dos incisivos passam a ser formadas. · Arco superior: É largo, com formato arredondado e de ferradura. Abóbada pouco profunda, e contem sutura palatina mediana, que permite crescimento transverso da maxila. Estende-se labialmente além do inferior. A sutura palatina mediana se fecha durante a adolescência (16-17 anos). · Arco inferior: Temos uma sutura anterior até o terceiro mês de vida, favorecendo crescimento transverso da mandíbula. Tem formato de U, e uma posição anterior mais pontiaguda e inclinada para vestibular. A partir do terceiro mês de vida, ossifica, formando um osso ímpar. · Oclusão gengival: · Plana e oblíqua · Topo a topo · Progênita · Relacionamento entre maxila e mandíbula: Quando o bebê oclui, apenas a parte posterior toca, a parte da frente tem um espaço mesial na região anterior (espaço mesial anterior), pois é onde ele coloca a língua formando um êmbolo na amamentação, chamada de postura neonatal da língua. Também permite que os incisivos irrompam sem machucar o rebordo oposto. Os rodetes se contatam na região posterior, apresentando um espaço na região anterior -> espaço mesial anterior. O espaço inter-maxilar anterior não é relacionado com mordida aberta, ele se fecha quando os incisivos irrompem. Os arcos dentais estão no mesmo plano, posição distal do arco inferior 5-6mm. É normal que a mandíbula seja retraída em relação a maxila, mas o crescimento é estimulado pela amamentação (e genética). A lactação natural estimula um crescimento ósseo. A lactação artificial pode causar classe II, cárie de mamadeira · Período pré-dental: A maxila e mandíbula é pequena em relação à cabeça, portanto tem um espaço mesial anterior e ter uma retrusão da mandíbula em relação a maxila. Essas características não podem ser usadas como critérios de diagnóstico de maloclusao. Movimento mandibular de um bebê: apenas abertura e fechamento. O ramo é curto e o côndilo achatado. · Calcificação dos dentes decíduos: Começa na vida intra-uterina. A sequência é: 1. Incisivos centrais decíduos (14ª semana;) 2. Primeiros molares decíduos (irrompe com 1 ano) 3. Incisivos laterais 4. Caninos 5. Segundos molares Intra-uterina, o primeiro molar permanente já está sendo formado; leva 6 anos para irromper. O 1º molar decíduo nasce com 1 aninho. Porque o primeiro molar decíduo demora apenas 1 ano para irromper e o primeiro molar permanente demora 6 anos? O molar decíduo é menos mineralizado e por isso se forma mais rápido, e o molar permanente tem muito osso antes de irromper, não tem espaço no arco. · Desenvolvimento da dentição decídua: Funções: · Manutenção do espaço para os dentes permanentes · Guia de erupção para os dentes permanentes · Desenvolvimento e manutenção do processo alveolar · Mastigação, deglutição, fonação e estética. · 2M decíduos são guia de erupção da oclusão, ou seja, 2ºM decíduo classe II, o 1M permanente provavelmente será classe I (face distal do decíduo serve como guia). · Aumento da DVO da criança. · Cronologia de erupção dos dentes: 1- ICI 2- ICS 3- ILS 4- ILI 5- 1 MIS 6- CSI 7- 2MI 8- 2MS Depois de irromper, o dente decíduo leva mais ou menos 1 a 2 anos para completar sua rizogênese; fica 1 ano estacionado e depois leva 3 a 4 anos para esfoliar. Não há diferença sexual; não há diferença entre lados direito e esquerdo. 78% tem conotação genética. Por volta dos dois anos de idade, todos os dentes decíduos devem estar na cavidade oral. · Biogênese da dentição decídua: 1ª fase: erupção dos incisivos centrais e lateral superiores e inferiores. Nessa fase não há nenhum sentido de oclusão, observando-se uma Sobremordida profunda e a possibilidade do indivíduo realizar grandes excursões mandibulares. A erupção dos incisivos decíduos – por volta de 6m · Movimentos mais precisos de abertura e fechamento · Não há sentido de oclusão (grandes excursões mandibulares) · Postura lingual mais retruída · Inicio do remodelamento da ATM – pois agora há guia incisal · Define-se a relação incisal · Sobremordida profunda · GUIA INCISAL DECÍDUO, ou seja, define-se a relação incisal78776 2ª fase: erupção dos primeiros molares decíduos superiores e inferiores: ocorre nesta fase a primeira levantada da mordida, isto é, o primeiro sentido de dimensão vertical, modificando-se a Sobremordida profunda incisal incial para uma mordida topo a topo. Através dos elementosguias constituídos pelas cúspides dos molares decíduos inicia-se o primeiro sentido de oclusão, e a primeira definição da ATM. · Erupção dos primeiros molares decíduos – por volta de 1 ano · Diminui a Sobremordida pois aumenta a dimensão vertical · Primeiro sentido da oclusão · Cúspides dos molares são elementos guias para a relação oclusal e ATM · PRIMEIRO AUMENTO DA DIMENSÃO VERTICAL · Sobremordida leve ou topo a topo 3ª fase: erupção dos caninos decíduos superiores e inferiores: nesta fase estabelece-se a “guia canina” que é importante no estabelecimento e manutenção dos espaços primatas · Erupção dos caninos decíduos – 18 meses · Movimentos de lateralidade · Estabelecimento de guia canino · Estabelecimento e manutenção dos espaços primatas (no arco superior tem função de alinhar os incisivos permanentes e se estabelecem na mesial do canino; já no arco inferior servem para ajuste dos primeiros molares permanentes e se estabelecem na distal do canino). 4ª fase – erupção dos segundos molares decíduos: as características princiapis são suas relações distais que passarão a ter grande influência na futura erupção dos primeiros molares permanentes. · Erupção dos segundos molares decíduos – por volta de 2 anos · Não tem aumento da DV, oclusão fica estável até 6 anos (dentição permanente). · Após isso reabsorve raízes dos dentes decíduos e formação dos dentes permanentes. · Dentição decídua completa · Estabilidade da oclusão, da dimensão vertical, Sobremordida e sobressaliência · Padrão mastigatório definido · Poucas modificações até a dentição mista · A relação distal influencia a erupção dos primeiros molares permanentes OBS: após o estabelecimento destas quatro fases e até o inicio da dentição mista, quando os primeiros molares permanentes iniciam a sua erupção, poucas modificações acontecem na dentição decídua. A menos que hajam fatores etiológicos externos. Somente a partir da troca de dentes, isto é, com a erupção dos incisivos, um novo ciclo de modificações podem ocorrer. Mas está acontecendo formação de dentes permanentes e reabsorção de raíz de decíduo, que não vemos clinicamente. Características: · Número de dentes: 20 (não existe PM decíduo), em 3 grupos: incisivos, caninos e molares · Forma das arcadas: mantem a forma do arco dos roletes gengivais, ou seja, parabólico, amplo e de palato raso. · Possuem cor mais esbranquiçada, leitosa, e por isso são conhecidos como dentes de leite. · O tempo de formação e mineralização é menor do que os parmentes · Menor resistência ao desgaste · Primeira elevação da oclusão: quando irrompe o 1M decíduo, assim aumenta a dimensão vertical. No final da dentição decídua (6 anos) é normal ter desgaste fisiológico (no molar), então a sobremordida fica topo a topo. Isso é normal pois o dente é pouco mineralizado, devido ao tipo de alimentação (desgaste mais acentuado); se não ocorre (devido alimentação pastosa) há contatos prematuros (principalmente na região de caninos decíduos), e assim a mandíbula desvia e assim há mordida cruzada. Desgaste muito acentuado, é causada por stress (bruxismo) e assim temos remoção de esmalte e dentina, causando sensibilidade dentária. Para resolver a mordida cruzada podemos desgastar o canino, e mais outra coisa q n sei. O desgaste ocorre por três fatores: tipo de alimentação, composição do dente e o fato dos dentes estarem verticalizados. Espaçamentos: são importantes para que os dentes permanentes tenham espaço para nascer. Existem dois tipos: · Espaços primatas · Diastema que aparece no arco superior, na mesial do canino decíduo. No inferior, na distal do canino decíduo. Tem função de ajudar a alinhar dente permanente (incisivos) no arco superior. No inferior tem função de ajuste dos primeiros molares permanentes, para conseguir atingir Classe I (molar nasce topo a topo e vem para a mesial, formando classe I). · São espaços encontrados mesiais aos caninos superiores e distais dos caninos inferiores. · Importância clínica: compensa a discrepância de tamanho entre permanentes e decíduos e facilita oclusão dos primeiros molares permanentes. OBS: nem toda criança tem espaço primata. · Diastemas generalizados (Baume) · Arco tipo I · Quando apresentam espaços entre os incisivos e decíduos. É ideal, pois os dentes permanentes são maiores (63-70%); · Arco tipo II · Quando não temos espaços entre incisivos e decíduos. Assim os dentes não terão espaços (30-37%); · Importância clinica compensar a discrepância de tamanho entre molares decíduos e permanentes, facilitar a oclusão dos primeiros molares permanentes. · Arco tipo I não se transforma em arco tipo II, e vice versa. É estável (exceto quando houver fatores etiológicos que atuam na oclusão) · Pode ocorrer arco tipo I na maxila e tipo II na mandíbula e vice versa, o mais comum é tipo I na maxila e II na mandíbula. · Tamanho das arcadas: depende da genética · Oclusão: · Cada decíduo tem relação com 4 outros: dois antagonistas e dois vizinhos. Em dentes decíduos vemos a chave de oclusão em no segundo molar. Em permanentes vemos no primeiro molar permanente. Cúspide MV no sulco MV. · Relação transversal: arco superior é mais largo no sentido transverso, pois a inclinação dos dentes decíduos são verticais, ou seja, inclinações axiais (sem inclinação mésio-distal). Os incisivos entre si formam um ângulo próximo a 180º, ocluindo frequentemente topo a topo. Devido a essa inclinação vertical, a dentição decídua não apresenta curvas de Spee e de Wilson. Logo, o plano oclusal é reto. · Inclinação axial dos decíduos: · Paralelismo entre as raízes · Dentes implantados verticalmente na base óssea · Faces oclusais e incisais se dispõem em um mesmo plano; sem curva de Spee e Wilson · O longo eixo dos dentes decíduos deve estar verticalizado em relação à sua base apical. · Só haverá essas curvas na erupção do 1ºM permanente. · Côndilo é baixo, pois está começando a se desenvolver. · Sobremordida: sofre modificações de acordo com a fase de desenvolvimento dentário, até que fique em zero, devido ao desgaste dos dentes decíduos. · Sobremordida: · No inicio temos Sobremordida profunda, com a erupção do primeiro molar decíduo, temos um levante da oclusão. · No final da dentição a sobremordida fica zero (topo a topo), devido ao desgaste dos dentes decíduos; · A partir de então fica estável até a erupção do segundo molar decíduo; · A Sobremordida sofre influência da formação da curva de Spee e Wilson · Relação antero-posterior: · Overjet: topo a topo · Relação molar (chave de oclusão) · Plano terminal distal dos segundos molares. O primeiro molar permanente · Relação canino e plano terminal distal dos 2ºMs: sabe-se que a relação distal dos 2ºM decíduos, isto é, as relações terminais das faces distais desses dentes, são de importância fundamental quando se estuda desenvolvimento da oclusão, principalmente em relação a erupção do 1ºM permanente. Sabe-se também que não só as faces distais dos 2ºM decíduos como também suas raízes, funcionam como verdadeiros guias de erupção para os 1ºM permanentes. Há três tipos fundamentais: · Relação terminal em plano vertical · Relação terminal formando um degrau mesial para a arcada mandibular · Relação terminal formando um degrau distal para a arcada mandibular.
Compartilhar