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Linguagem Contemporânea: Performance e Vídeo Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Profa. Ms. Rita Farcia Jimenez Revisão Textual: Profa. Dra. Selma Aparecida Body Art – Ações Artísticas com o Corpo • Introdução • Radicais (Acionistas) Vienenses • Guerra e Corrupção: Panos de Fundo • Novas Tecnologias, Novos Objetivos, Novos Corpos • Body Art no Brasil · Conhecer e explanar a Linguagem Contemporânea no âmbito da performance e do vídeo e suas proposições, especificamente o Body Art – Ações Artísticas com o Corpo. OBJETIVO DE APRENDIZADO Body Art – Ações Artísticas com o Corpo Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como o seu “momento do estudo”. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo. No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados. Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Body Art – Ações Artísticas com o Corpo Introdução “A performance e a body art devem mostrar não o homo sapiens – que é como nos intitulamos do alto de nosso orgulho – e sim o homo vulne- rabilis, essa pobre e exposta criatura, cujo corpo sofre o duplo trauma do nascimento e da morte, algo que pretende ignorar a ordem social.” René Berger (1915-2009), escritor, filósofo e historiador da Arte Apoiado no parachoque traseiro de um Volkswagen Beetle, o artista teve suas mãos fixadas com pregos no teto do automóvel. Como um Cristo crucificado, saiu de uma garagem, apresentando-se a um grupo de espectadores em Venice, Califórnia (Estados Unidos). O motor do carro foi acelerado ao máximo por dois minutos, simbolizando o som de uma dor martirizante. Logo depois, Burden re- tornou para a garagem, como se tivesse ocorrido uma aparição. Tatuagens, piercings, maquiagem, ci- rurgias plásticas, escarificação – cortes superficiais na pele, produzindo cicatrizes mais ou menos pronunciadas, pinturas, queimaduras (marcas), além de vestimen- tas e adornos corporais, são maneiras de se construir a relação de identidade e de diferenças por meio do próprio corpo. Figura 1 – Trans-fixed (1974), de Chris Burden, body art Fonte: Wikimedia Commons Ao longo do tempo, e em diversas culturas, o corpo tem sido modificado de maneira consistente e constante. As relações entre Arte e vida cotidiana, o rom- pimento das barreiras entre Arte e não Arte e a importância decisiva do espec- tador como parte integrante do trabalho constituem pontos centrais para a Arte contemporânea. O corpo, que tanto foi tema de pinturas, de esculturas, do teatro e da dança, passa a se revelar como uma mídia fundamental da expressão artística, enfatizando a complexidade dos padrões de comportamento e problematizando as estruturas sociais às quais está submetido. Para os artistas de artes performáticas, o corpo é o centro de todas as crises sociais, pois é primeiramente nele que se revelam as manifestações sociais, com seus objetivos e contradições. Assim, aceitando o corpo como o primeiro lugar de manifestação política, surge a body art, no final da década de 1960. 8 9 Mas, a body art, ou a Arte do corpo, não se limita apenas a fazer algumas tatuagens. O artista utiliza a si próprio como suporte para expressar suas ideias. O corpo é encarado em sua materialidade (sangue, suor, química e física do corpo), como um vasto campo de possibilidades criativas. Em alguns casos, a linguagem pode assumir o papel de ritual ou a apresentação pública, aproximando-se de outras formas de manifestações, como o happening e a performance. Outras vezes, sua comunicação com o público se dá por meio de documentação, por meio de vídeos ou fotografias, articulando, também, com diferentes linguagens – dança, Música, Pintura, Teatro, Escultura, Literatura... E, o artista é, ao mesmo tempo, criador e criatura, transformando seu corpo no campo da experiência estética. A body art, uma das mais controversas formas de Arte, disseminou-se pelo mundo, representando, sob muitos aspectos, uma reação à impessoalidade da Arte Conceitual e do Minimalismo, que não utilizaram, em grande parte desse período, o corpo do criador de Arte. Nos exemplos em que assume a forma de um ritual público ou de uma performance, sobrepõe-se à performance art, embora seja criada frequentemente na intimidade e, em seguida, comunicada ao público por meio da documentação como em Auto Polaroid (1969-1971), do artista grego radicado nos Estados Unidos, Lucas Samaras (1936-), que transforma o espectador em uma testemunha. Figura 2 - Auto Polaroid (1969-1971), de Lucas Samaras, body art/fotografi a Fonte: moma.org A body art, em benefício das emoções, utiliza todo o tipo de vestígio humano como exames clínicos, fotos, raios-X, voz, excrementos, fluídos... pois vê neles realidades tangíveis. Nascida em um grupo de artistas austríacos denominados Radicais (Acionistas) Vienenses, criado em 1962, tem fortes referências nas experiências de Marcel Duchamp (1887-1968) com o corpo como material. 9 UNIDADE Body Art – Ações Artísticas com o Corpo Em Tonsure (1919), trabalho no qual cortes de cabelo em Duchamp foram registrados como arte; de Yves Klein (1928-1962), que utilizava corpos femininos como “pincéis vivos”, em Anthropometries (1960); e, de Piero Manzoni (1933- 1963), que assinava seu nome nos corpos das pessoas para criar a série Esculturas vivas (1961). Figura 3 – Tonsure (1919), de Marcel Duchamp, body art/performence Fonte: davidboeno.org Figura 4 – Anthropemetries (1960), de Yves Klein, body art/performence Fonte: Wikimedia Commons Esculturas vivas (1961), de Piero Manzoni, body art: https://goo.gl/kvsJVj Ex pl or Várias das primeiras criações de body art parecem ter derivado diretamente dessas fontes. Autorretrato como fonte (1966), do artista norte-americano Bruce Nauman (1941-), exerce o papel de uma homenagem/referência ao famoso mic- tório Fonte (1917), de Duchamp, ampliando o preceito duchampiano que inclui o próprio artista como obra. Nauman dá continuidade à afirmação de Duchamp de que tudo pode ser transformado em Arte. O corpo é um tema recorrente na obra de Nauman, seja ele visto por meio do neon ou do vídeo. Suas criações exploram o corpo no espaço, as nuances psicológicas e os jogos de poder dos relacionamentos humanos, a linguagem corporal, o corpo do artista como recurso material e sua autoprocura narcisista. Na performance Velocity Piece 1 e 2 (1969), o artista norte-americano Barry Le Va (1941-)percorreu uma distância de 15 metros dentro de uma Galeria de Arte até seu corpo se chocar contra a parede. O artista repetiu a ação, de um lado a outro da sala, até que as paredes ficassem manchadas de sangue, enquanto um equipamento gravava Figura 5 - Autorretrato como fonte (1966), de Bruce Nauman, body art. A imagem inclui o artista atuando, enquadrado pela moldura da Arte e não permanecendo do lado de fora, como um mero produtor Fonte: lounge.obviousmag.org 10 11 os ruídos de seus movimentos. Depois do evento, ao ouvir os resultados de sua performance, as pessoas seguiam o som dos passos de Barry em um movimento imaginário em pingue-pongue de suas cabeças. Figura 6 – Velocity Piece 1 e 2 (1969), de Barry Le Va, body art Fonte: artperformance.org A manifestação da body art requer, para existir, uma situação performática, ainda que ela seja configurada apenas como uma experiência privada e individual do artista. Nem sempre ela se configura como um corpo atuando ao vivo diante de uma audiência, ainda que a body art tenha seu núcleo expressivo no corpo. Não é unicamente por intermédio dele que esse tipo de arte finalizará suas necessidades expressivas, vez que pode, como recurso de apropriação, ser veiculada em diferentes mídias, tais como vídeo, fotografia, apresentação ao vivo, ruídos, pinturas, esculturas e instalações, entre outras. Conforme Lucia Santaella, em Culturas e artes do pós-humano – Da cultura das mídias à cibercultura (Paulus, 2003): A body art é primariamente pessoal e privada. Seu conteúdo é autobio- gráfico e o corpo é usado como o corpo próprio de uma pessoa particular e não como uma entidade abstrata ou desempenhando um papel. O con- teúdo dessas obras coincide com o ser físico do artista que é, ao mesmo tempo, sujeito e meio da expressão estética. Os artistas eles mesmos são objetos de arte. Mesmo nos trabalhos criados para existir apenas na forma de documentação fotográfica ou videográfica, o poder da fisicalidade e a diretividade psicológica do gesto transcendem sua representação imagética Com um vasto espectro de expressões diferenciadas e profundamente subjetivas, a body art abrange as ações sadomasoquistas do grupo austríaco Radicais Vienenses; o culto do corpo de Vito Acconci e Vettor Pisani; as autoflagelações de Gina Pane, com intervenções em seu próprio corpo, utilizando o tema da violência contemporânea; o questionamento dos papéis sexuais de Urs Lüthi, Annete Messager e Karina Sieverding; da francesa Orlan, que utiliza o próprio corpo como suporte para transformações e criações – sua ação é transformar-se esteticamente em outras pessoas, outras caras, tornando sua obra autorretratos reais; os quadros vivos de Gilbert & George; a paródia corporal de Arnulf Rainer, Bruce Nauman e Denis Masi... 11 UNIDADE Body Art – Ações Artísticas com o Corpo Radicais (Acionistas) Vienenses Figura 7 – Autopintura, automutilação (1964), de Günter Brus, body art Fonte: slought.org Foram os Radicais Vienenses – também denominados Acionistas Vienenses – que desenvolveram e sistematizaram a body art, levando o gênero da performance a extremos. O grupo, formado em 1962, por Günter Brus (1938-), Otto Muehl (1925-2013), Hermann Nitsch (1938-) e Rudolf Schwarzkogler (1940-1969), fez do horror e da obscenidade elementos centrais de suas apresentações. Produzindo vídeos, pinturas e performances escatológicas e obscenas, e realizando em público uma série de situações tabu, seus integrantes eram perseguidos e eventualmente detidos pela polícia. Schwarzkogler foi vítima desse comportamento: morreu com 29 anos em decorrência de suas próprias ações sobre seu corpo – ele pulou de uma janela em um suicídio público. Em 1968, Muehl participa como coadjuvante da performance Art and revolution, de seu colega Günter Brus. Convidado a falar sobre a função da Arte na sociedade capitalista a um grupo de estudantes na Universidade de Viena, Brus fica nu, urina, bebe sua própria urina, automutila-se, defeca, espalha as fezes em seu corpo e finalmente se masturba enquanto canta o hino nacional austríaco. Dois anos depois, Muehl realiza uma de suas obras mais controversas. No vídeo Oh sensibility, o artista e uma performer encenam uma interação sexual com um ganso. Após uma longa sequência em que o animal é manipulado por Muehl e sua parceira, segue-se o clímax da ação: o artista mata o ganso, decapitando-o e, em seguida, utiliza a cabeça da ave para estimular sexualmente a mulher. Aparentemente inaceitáveis tanto do ponto de vista moral quanto artístico, essas propostas foram, surpreendentemente, ganhando gradativamente status de vanguarda e conquistando o mundo da arte como a participação de Otto Muehl em duas exposições no Museu do Louvre (Posséder et détruire, em 2000, e La peinture comme crime, em 2002). 12 13 A vida e a obra de Muehl e de Schwarzkogler, por exemplo, suscitam um questio- namento: como avaliar a complexa produção do grupo? Há aqueles que idolatram seus integrantes pelo teor revolucionário de sua Arte e outros para quem os artistas não passam de perversos. Segundo Muehl e Nitsch, a podridão e a perversidade teriam, paradoxalmente, poderes curativos: o choque promovido pela indigesta Arte do grupo teria a capacidade de purificar e redimir. Schwarzkogler produziu um total de seis ações em um período que durou pouco mais de um ano, dos quais apenas uma, Casamento (1965), foi realizada diante de uma plateia convidada. No lugar de fórmulas socialmente aceitáveis como troca de anéis, votos de fidelidade e brindes de champanhe, ele evoca imagens de con- taminação (com a cor “clean” azul) a partir da separação, lesões, tortura e morte. Casamento (1965), de Rudolf Schwarzkogler, body art: https://goo.gl/fGWVdK Ex pl or Animais mortos, incluindo peixes e galinhas, e os instrumentos médicos que evocavam métodos de tortura, apresentam-se regularmente em seu trabalho, assim como sua vestimenta branca ou seu corpo nu vistos na série Ações, realizada entre 1965 e 1966. Schwarzkogler não realizará em vida nenhuma exposição de suas ações ou de sua obra plástica. Suas ações ocorrem em espaços brancos, com poucos elementos (tesouras, lâminas de barbear, facas, cabos elétricos, seringas, fios etc.) e a câmara fotográfica como testemunha. Sua obra será marcada pela alquimia física, alteração formal do corpo, atmosfera hospitalar, castração e violação. Encerrado o ciclo de Ações, Schwarzkogler se volta para o desenho e para a escrita conceitual, mas suas obsessões em relação ao corpo permanecem. 3ª Ação (a) (1965) e 6ª Ação (b) (1966), de Rudolf Schwarzkogler, body art: https://goo.gl/Z1mHZr e https://goo.gl/sotmh1Ex pl or Guerra e Corrupção: Panos de Fundo Na América, mais especificamente nos Estados Unidos, algumas das criações mais perturbadoras da body art foram realizadas durante as rebeliões estudantis e os protestos pelos direitos civis relacionados à Guerra do Vietnã, nos anos 1960/1970 e ao escândalo político Watergate, que culminou com a renúncia do então presidente Richard Nixon, em 1974. Contra um pano de fundo de atrocidades e corrupção, enfatizado pelos meios de comunicação americanos, Vito Acconci (1940-), Dennis Oppenheim (1938-2011) 13 UNIDADE Body Art – Ações Artísticas com o Corpo e Chris Burden (1946-2015) criaram obras dolorosas, que implicavam o abuso de si mesmos, com subtextos masoquistas. Suas ações extremadas eram provas de resistência, envolvendo automutilação e dor ritualizada. Acconci foi professor de Teoria da Arte na School of Visual Arts de Nova Ior- que, entre 1968 e 1971. Em 1970, realizou trabalhos em vídeo e em película, como o filme Body art, concretizado entre 1970 e 1972. Conhecido no meio da arte como um dos precursores da body art nos anos 1970, nos Estados Unidos, suas performances e vídeos da época constituem um importante referencial para as gerações seguintes que discutiram – e ainda discutem – questões relacionadas à crí- tica institucional,à Arte como ferramenta ativista e à sua aproximação com a vida. Nas ações que realizou, Acconci aborda temáticas ligadas à relação entre o homem, o sexo, o prazer e o desejo. Em Trademarks (1970), o artista, sentado nu no chão morde seu próprio corpo em tantas partes quanto sua boca pode chegar. Trademarks (1970), de Vito Acconci, body art: https://goo.gl/cHiBM1 Ex pl or Em Rubbing Piece (1970), apresentada em Nova Iorque, Acconci esfrega o próprio braço até produzir uma ferida. O sangue, o suor, o esperma, a saliva e outros fluidos corpóreos mobilizados nos trabalhos interpelam a materialidade do corpo, que se apresenta como suporte para cenas e gestos que tomam, por vezes, a forma de rituais e sacrifícios. A Rubbing Piece (1970), de Vito Acconci, body art: https://goo.gl/BkUPQK Ex pl or Chris Burden é outro nome importante, um dos mais influentes das artes visuais na segunda metade do século XX. O norte-americano despontou no circuito nos anos 1970, no auge da performance. O artista se tornou uma das vozes mais influentes de sua geração e formou uma leva de novos artistas, que frequentaram suas aulas na Cal Arts, em Los Angeles, uma das Escolas de Arte mais prestigiadas dos Estados Unidos. Burden fez uma série controversa de ações, que incidiu colocar- -se em real perigo com a ajuda de armas, carros, fogo e cacos de vidro. Sua obra mais conhecida é Shoot, de 1971, em que pediu para um amigo atirar em seu braço com um rifle dentro de uma Galeria de Arte em uma referência ao trauma causado pela Guerra do Vietnã: “Fiz essa performance durante a guerra, quando milhares de garotos da minha idade eram alvo de disparos”, lembrou Burden (MARTÍ, 2005). Foi tudo planejado para a bala passar de raspão e fazer rolar só uma gota de sangue, mas o ferimento foi bem maior. Shoot (1971), de Chris Burden, body art: https://goo.gl/gTDtP1 Ex pl or 14 15 Dennis Oppenheim, artista do autoflagelo, foi apedrejado e se deixou queimar sob o sol e, seguindo a mesma linha, temos a italiana Gina Pane (1939-1990), uma artista de grandes investidas contra o corpo que, em seus atos extremos no sentido de automutilação, valoriza o gesto, o movimento do corpo. Com o sofrimento, pretendia acentuar o problema da violência da vida contemporânea na sua relação com a vulnerabilidade e com a própria passividade com que o indivíduo enfrenta estes temas. Aproximando-se das orientações estéticas de outras artistas femininas, a obra de Gina Pane pretende abordar, por meio de sofrimento, a relação entre os se- xos, os tabus, os estereótipos e o problema da dominação masculina, fazendo nascer uma nova abordagem, em que a marca estampada no corpo passa a sim- bolizar o sofrimento. Ação psyche (1974), de Gina Pane, body art: https://goo.gl/zWPPyp Ex pl or A violência e o masoquismo também estão presentes na obra da artista per- formática francesa ORLAN (1947-) – seu nome é escrito com todas as letras em maiúsculo porque ela não quer se encaixar em linhas ou fileiras padronizadas. A artista cria esculturas, fotografias, performances, vídeos e videogames, realidade aumentada, usando técnicas científicas e médicas, como cirurgia e biogenética. ORLAN faz de seu próprio corpo a matéria-prima para suas obras. Em um manifesto, em 1989, ela definiu seu trabalho como “Arte carnal”. A artista defende posições inovadoras, interrogativas e subversivas, opondo- -se ao determinismo natural, social e político e a todas as formas de dominação, supremacia masculina, religião, segregação cultural e racismo. Misturando humor, muitas vezes em paródia ou mesmo de forma grotesca, suas obras provocativas chocam porque ela sacode os códigos pré-estabelecidos: “Sou o primeiro artista a usar a cirurgia como um meio e a alterar o objetivo da cirurgia plástica” (DEMPSEY, 2003, p.246), afirmou ORLAN. A partir de 1990, a artista realizou nove cirurgias plásticas na série A reencarnação de Santa ORLAN, assumindo, em cada uma delas, novas formas e particularidades em seu rosto. Na primeira, implantou protuberâncias em cada lado da testa para, de acordo com sua concepção, fazer lembrar as sobrancelhas da Mona Lisa, de Leonardo da Vinci. Essas mudanças pretendiam emprestar particularidades e ícones de beleza de grandes obras da história da arte, como O nascimento de Vênus (1484-86), de Botticelli, e O banho de Diana (1724), de François Boucher, entre outros. O corpo se torna um readymade modificado, não mais aquele readymade tradicional, que basta estar assinado. A arte de ORLAN busca expor a realidade obsoleta do corpo para inaugurar uma morte seguida de ressurreição. Ela luta 15 UNIDADE Body Art – Ações Artísticas com o Corpo contra a hipervalorizarão da estética pela estética, colocando-se contra normas e valores que a estética transmite sem qualquer embasamento ético que deveria precedê-la. Figura 8 – 1ª Cirurgia-performance (1990), de ORLAN, Paris, body art Fonte: orlan.eu 9ª Cirurgia-performance (1993), de ORLAN, Nova York, body art: https://goo.gl/TR99vY Ex pl or Enquanto se submetia às cirurgias, ORLAN se manteve consciente a maior parte do tempo, desenhando com seu dedo manchado de sangue e declamando partes de seu Manifesto de arte carnal: “Posso observar meu próprio corpo aberto, sem sofrimentos... Me vejo inteira, por dentro, até as entranhas... Um novo estado de espelho...” (CANTON, 2009). Em outra série mais recente, realizada por ORLAN, intitulada Auto-hibridi- zação, ela conta com a manipulação de imagens por computador para exibir seu rosto, misturado a formas que chegam a padrões de beleza de diferentes culturas e civilizações, como as pré-colombianas, as africanas e a chinesa, entre outras. Por isso mesmo, ORLAN diz: “Esse é meu corpo, esse é meu software” (ULPIANO, 2010). Em depoimento ao jornal britânico The Guardian, a artista declarou: O narcisismo é muito importante. Ele está na capacidade de mostrar algo interessante sobre a nossa sociedade. Já a dor é anacrônica. Existem anestesias, morfinas. Se eu experimentasse a dor, não teria como, durante algumas partes das cirurgias, ler meus textos ou desenhar com meu sangue. 16 17 Figura 9 – Self-hybridations (2000-2003), de ORLAN, body art Fonte: orlan.eu Figura 10 – Reconfi guração auto-hibridização (2006), de ORLAN, body art/performance Fonte: orlan.eu Interferências no corpo como as realizadas por ORLAN começaram a ser denominadas de body modification (modificação do corpo), ações que agregam acessórios ao corpo e intervém no seu projeto original, sendo que o corpo passa a sofrer modificações das mais diversas formas, chegando a perder a aparência humana. A body modification cria novas formas corporais, texturas e cores, tatuagens e introduz novos elementos, tornando o corpo diferenciado e surpreendente em permanente exposição, o tempo todo. Não há separação entre a vida e a obra, entre o sujeito criador e o objeto criado. 17 UNIDADE Body Art – Ações Artísticas com o Corpo Novas Tecnologias, Novos Objetivos, Novos Corpos No final do século XX, novas tecnologias ampliaram o objetivo da Arte do corpo. A artista libanesa Mona Hatoum (1952-) mostra no vídeo Corpo Outro fator importante no que se refere à Arte do corpo hoje é o esvaziamento da questão política que caracterizara a body art. Ao longo do tempo, os aspectos outro- ra dramáticos da liberação do corpo foram se transformando e, atualmente, está voltado mais para o indivíduo do que para a coletividade. Reina uma arte introspec- tiva com as características de um diário: intimista, confessional, particular. No discur- so sobre o corpo, há um deslocamento do social ao privado, ou da política rumo à psicologia. O que um dia foi celebração comunitária converteu-se em certa solidão. Corpo estrangeiro (1994) de Mona Hatoum, body art: https://goo.gl/UujPCz Ex pl or Hoje, o trabalho de muitos artistas parece sugerir que a Tecnologia seja uma extensão e uma prótese do homem em uma evolução sem precedentes. A En- genharia Genéticaencontra soluções até pouco tempo impensáveis – cuida do corpo antes mesmo de ele vir ao mundo, a inseminação artificial faz o homem existir mesmo onde não seria possível, as pró- teses tecnológicas, os transplantes de órgãos e as células-tronco fazem o homem viver mais e mais... a cirurgia estética repara falhas e nos transformamos no que queremos ser. Para onde vai o nosso corpo? Para a obsolescência? O trabalho de muitos artistas contemporâneos parece indicar algumas direções que respondem – em parte – essa questão. O australiano Stelarc (1946-) – pseudônimo de Stelios Arcadiou – é um artista performático cujas obras concentram- -se fortemente no futurismo e na extensão das capacidades do corpo humano. Ele trabalha na conexão entre o corpo natural e o corpo arti- ficial: “Nós criamos instrumentos e tecnologias cujas capacidades de percepção superam de lon- ge as nossas, em questão de evolução, estamos em crise... o nosso corpo está se tornando obso- leto...” (COSTA, 2003, p. 310), afirmou. Figura 11 – Third hand (1980-2002), de Stelarc, body art Fonte: stelarc.org 18 19 A ideia central do artista vai ao encontro da superação dos limites físicos da natureza humana. Ele não se preocupa apenas pela dimensão puramente estética ou tecnológica do seu trabalho, mas também coloca questões pertinentes em nível filosófico e científico e defende a mutação física sintética para alcançar um grau de superioridade humana. Em 2007, Stelarc implantou uma terceira orelha no seu braço. A orelha foi criada por modernos processos de cultivo em laboratório de tecido humano e, posteriormente, implan- tada, de forma subcutânea, em seu braço. O artista afirma que vai continuar a fazer cirur- gias, de forma que a orelha implantada no braço pareça ainda mais realista e com melhor definição estética. O conceito final do artista é implantar um microfone ligado a um transmis- sor Bluetooth de modo a que a orelha do bra- ço transmita o que o braço dele “ouve”, para qualquer um que queira ouvir isso na Internet. O filósofo italiano Mario Costa, em A arte no século XXI – A humanização das tecnolo- gias (UNESP, 2003) vaticina: “Que o corpo se encontre atualmente no seu declínio, que ele vai se fazendo vazio e obsoleto, é, enfim, uma constatação de fato sobre a qual nenhuma dú- vida pode subsistir”. Body Art no Brasil No Brasil, artistas como Antonio Manuel (1947-) e Gretta Sarfaty (1947-) desenvolveram trabalhos de body art a partir da década de 1970, mas não são muitos artistas que se encaixam nessa vertente da Arte contemporânea. A partir dos anos 2000, surgiram na cena nacional os nomes de Priscilla Davanzo (1978-) e do amazonense radicado em Recife (Pernambuco) Rodrigo Braga (1976-). A partir de alguns trabalhos em vídeo do artista português radicado no Brasil, desde 1953, Antonio Manuel, realizados na década de 1970, podemos identificar conteúdos evidentes relacionados à loucura e à violência discutidos a partir do corpo, da memória e da morte. Figura 12 – Ear on arm (2003-2012), de Stelarc, body art Fonte: stelarc.org 19 UNIDADE Body Art – Ações Artísticas com o Corpo A participação do artista no Salão Nacional de Arte Moderna de 1970, no Rio de Janeiro, propon- do o próprio corpo como obra, foi marcante. Tendo sua proposta recusada pelo júri, na noite de abertu- ra da exposição, ele, totalmente nu, apresentou-se ao público como obra rejeitada. Para o crítico Mario Pedrosa (1901-1981), Manuel apresentou o ato como obra, irresistível e, ao mesmo tempo, irreprimível. Ninguém pode impor uma ex- clusão, porque não havia regulamento que impedisse que a obra se fizesse ou que o ato se realizasse. Contemporânea de Antonio Manuel, a grega Gretta Sarfaty, radicada no Brasil desde 1954, também de- senvolveu, no início de sua carreira, trabalhos relacio- nados à body art. Aos 25 anos começa a expor pro- fissionalmente. Por conta de sua produção artística e exposições, muda-se para Paris, Milão e Nova Iorque, ganhando reconhecimento internacional. O crítico de arte Roberto Pontual afirmou, nas páginas do Jornal do Brasil, em 1979: O trabalho de Gretta foi originalmente mais relacionado com a linguagem da fotografia, especialmente durante sua recente estadia na Europa. Seu foco principal tem sido sempre o corpo da mulher, incluindo o seu próprio corpo como um símbolo de condição das mulheres na nossa sociedade. Figura 14 – Autofotos IV (1976), de Gretta Sarfaty, body art, fotografia (48 cm x 33 cm) Fonte: gretta.info Figura 13 – O corpo é a obra (1976), de Antonio Manuel, body art/performance Fonte: portaldoprofessor.mec.gov.br 20 21 Gretta Sarfaty faz o registro permanente do seu corpo e de seu psiquis- mo. Ela utiliza para estes registros todos os suportes e mídias dispo- níveis, tais como telas, pinturas, papel, desenhos, fotografias, vídeos, holografias, performances etc. Gretta faz igualmente o registro de suas fantasias e de seus relacionamentos. Desta maneira, ela aparece de- formada, envolta em rendas negras, deitada na cama, em movimento, misturada com outros personagens. Ela realiza estes trabalhos individu- almente e, em alguns casos, através da junção e esforço de vários artis- tas e técnicos. Gretta Sarfaty é, desta maneira, o ego mais registrado da história da arte ocidental e oriental. Não há notícia de outro artista que tenha sido de tal maneira esmiuçado, revirado ao avesso, deforma- do, reencarnado e submetido às mais variadas possibilidades da mídia do que a brasileira Gretta Sarfaty. (...) A base inicial deste trabalho é a figura humana, representada de maneira expressionista. Depois, dentro do mesmo espírito, a artista permite-se a liberdade de elaborar esta figura e transformá-la, com o objetivo de tornar explícitos os seus estados de ansiedade, morbidez, desgosto, esperanças e, finalmente, as percepções que teve de vidas pregressas e funções carmáticas. Amiga de novidades, Gretta procurou conhecer todos os instrumentos à sua disposição, desde a simples pintura até a utilização do computador, do vídeo e da holografia (KLINTOWITZ, 1988). Body Art Hoje no Brasil Conhecida pelo processo radical de tatuagem, que fez com que, no ano 2000, ela realizasse As vacas comem duas vezes a mesma comida – o título provém da composição Maneiras, de Arnaldo Antunes e David Calderoni (1998) – a artista e pesquisadora Priscilla Davanzo (1978-) articula vários tipos de experimentação corporal em uma crítica à superficialidade da condição humana. Na ação, ela tatuou manchas de vacas em todo o seu corpo como vemos nas vacas holandesas, que são malhadas. A sua opção pela vaca não é fortuita; é porque elas digerem duas vezes o mesmo alimento e isso cria uma comparação com o humano pouco profundo: “Nós não digerimos bem as ideias que recebemos de filmes, livros e jornais” (FREY, 2014). Com graduação em Artes Plásticas e mestrado em Artes Visuais, ambos pelo Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista (UNESP), Priscilla apresenta visão crítica sobre as simulações e as mudanças apenas aparentes, defendendo veracidade nas alterações corporais, cada vez maiores com o uso de novas tecnologias. A body modification realizada por Priscilla difere da body art por permane- cer todo o tempo em exposição no seu corpo; não há separação nunca entre a vida e a obra, entre o sujeito criador e o objeto criado: “O sujeito é objeto e não deixará de ser, independentemente do tempo e do espaço em que se encontre” (FREY, 2014). 21 UNIDADE Body Art – Ações Artísticas com o Corpo Se eu me pintasse de vaca com uma tinta (uma tinta guache ou uma tinta qualquer), eu seria vaca por um dia, mas se eu me tatuo, se é uma coisa permanente, eu estou me propondo a ser vaca para sempre. Esta é a diferença: você não está brincando de ser vaca, você está sendo vaca... Essa coisa do permanente assusta as pessoas, porque ninguém quer assumir esses compromissos. A tatuagem permanente representa um conceito totalmente diferente. Seriaoutra coisa se ela fosse pinta- da com uma tinta guache, por exemplo, principalmente no caso das tatuagens de vaca que eu faço no meu corpo. Assim, eu estou sendo vaca para sempre, não estou brincando de ser vaca (DAVANZO apud GARCIA, 2000). Priscilla Davanzo no documentário Geotomia (Marcelo Garcia, 2000): https://youtu.be/eaY8-vYoVYUEx pl or Conforme Katia Canton (Corpo, identidade e erotismo, 2009), a ideia de permanência e verdade, associadas à preocupação de Priscilla em seu trabalho, inclui a possibilidade da dor, como um sentir que faz parte da vida humana: “A dor, para ela, é um elemento que pode ser incorporado nas práticas artísticas, assim como é aceito em atividades cotidianas ligadas ao culto do corpo, como tratamentos de beleza e exercícios físicos”, afirma a autora. Esse elemento da dor, segundo a artista, não equivale à violência. Em Pour être plus belle et plus efficiente (2005), Priscilla colhe flores naturais de um jardim e as costura na pele. Trata-se de um embelezamento com dor, em uma crítica às práticas cosméticas. Pour être plus belle et plus efficiente (2005), de Priscilla Davanzo, body art: https://goo.gl/QLc278Ex pl or Enquanto Priscilla Davanzo produz marcas reais em seu próprio corpo, o artista pernambucano Rodrigo Braga faz uso de técnicas de manipulação de imagens que, conforme Katia Canton, “geram resultados radicais, causando desconforto e repulsa” (2009, p. 38). As séries Fantasia de compensação e Risco de desassossego, ambas de 2004, bem como Sem título, de 2005, “são quase insuportáveis de se ver, ainda que o observador tenha consciência do tratamento de imagem realizado” (2009, p. 38), afirma a autora. 22 23 Em Fantasia de compensação, o artista apresenta uma sequência de imagens em que ele mesmo incorpora pedaços da cabeça de um cão morto. Por intermédio de uma cirurgia, o focinho, as orelhas e parte da cabeça do cão são costurados ao seu rosto. Figura 15 – Fantasia de compensação (2004), de Rodrigo Braga, body art, fotografi a (30 cm x 45 cm) Fonte: rodrigobraga.com.br Em Risco de desassossego (2004), Rodrigo Braga tem parte de palitos de fósforo implantados na sua testa, no pescoço, atrás da orelha, em uma das bochechas e na nuca. Posteriormente, o palito é aceso. Em Sem título (2005), o rosto do artista é pintado com camadas grossas de tinta vermelha, que também cobrem seu olho por dentro: “O mais desconcertante em seu trabalho é justamente a junção da repulsa com a consciência de que se trata de uma obra cujas imagens são manipuladas digitalmente”, analisa Katia Canton. Figura 16 – Risco de desassossego (2004), de Rodrigo Braga, body art, fotografi a (30 cm x 45 cm) Fonte: rodrigobraga.com.br 23 UNIDADE Body Art – Ações Artísticas com o Corpo Figura 17 – Sem título (2005), de Rodrigo Braga, body art, fotografia (10 cm x 15 cm) Fonte: rodrigobraga.com.br A pesquisadora Christine Greiner (O corpo artista como desestabilizador de certezas, 2005) afirma: [...] assim como a atividade sexual e a experiência da morte (próxima ou anunciada), a atividade estética representa no processo evolutivo uma ignição para a vida. Uma espécie de atualização de um estado corporal sempre latente e fundamentalmente necessário para nossa sobrevivência. Isso significa que todo corpo muda de estado cada vez que percebe o mundo. Mas, dessa experiência, necessariamente arrebatadora, nascem deslocamentos de pensamentos que serão, por sua vez, operadores de outras experiências sucessivas, prontas a desestabilizar outros contextos (corpos e ambientes) mapeados instantaneamente de modo que o risco se tornará inevitavelmente presente. 24 25 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Sites Revista eletrônica Performatus http://performatus.net/ Livros The artist’s body WARR, T. (ed.). The artist’s body. Londres: Phaidon Press, 2003. Vídeos Tônus 1 Rodrigo Braga. Tônus 1, 2012, body art. https://vimeo.com/55520783 4ª Ação Rudolf Schwarzkogler. 4ª Ação, 1965, body art. https://youtu.be/8bzQk3jBr_A Priscilla Davanzo https://vimeo.com/priscilladavanzo 25 UNIDADE Body Art – Ações Artísticas com o Corpo Referências CANTON, K. Corpo, identidade e erotismo. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2009. COHEN, Renato. Performance como linguagem – Criação de um tempo-espaço de experimentação. São Paulo: Perspectiva, 2002. COSTA, C. T. Arte no Brasil 1950-2000 – Movimentos e meios. São Paulo: Alameda, 2004. COSTA, M. Corpo e redes. In: DOMINGUES, D. (org.). A arte no século XXI – A humanização das tecnologias. São Paulo: UNESP, 2003. DEMPSEY, A. Estilos, escolas & movimentos. São Paulo: Cosac naify, 2003. DOMINGUES, D. (org.). A arte no século XXI – A humanização das tecnologias. São Paulo: UNESP, 2003. GLUSBERG, J. A arte da Performance. São Paulo: Perspectiva, 1987. GREINER, C. O corpo artista como desestabilizador de certezas. In: COCCHIARALE, F e MATESCO, V. (org.) Corpo. São Paulo: Itaú Cultural, 2005. SANTAELLA, L. Culturas e artes do pós-humano – Da cultura das mídias à cibercultura. São Paulo: Paulus, 2003. WESTCOTT, J. Quando Marina Abramovic morrer: uma biografia. São Paulo: SESC, 2015. Sites visitados BARBOSA, E. R. L. O corpo representado na arte contemporânea – o simbolismo do corpo como meio de expressão artística. 19º ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISADORES EM ARTES PLÁSTICAS. Cachoeira/Bahia, 2010. Disponível em: <http://www.anpap.org.br/anais/2010/ pdf/cpa/eduardo_romero_lopes_barbosa.pdf>. Acesso em: 19 nov. 2016. COHEN, R. Performance como linguagem – Criação de um tempo-espaço de experimentação. São Paulo: Perspectiva, 2002. Disponível em: <https:// disciplinas.stoa.usp.br/pluginfile.php/82649/mod_resource/content/1/ COHEN%20Renato%20-%20Performance%20como%20linguagem.pdf>. Acesso em: 10 nov. 2016. CUNHA, C. M. Introdução à arte da performance. Universidade Estadual do Centro-Oeste/Unicentro: Paraná, s/d. Disponível em: <http://repositorio. unicentro.br/bitstream/123456789/158/1/INTRODU%C3%87%C3%83O%20 A%20ARTE%20DA%20PERFORMANCE%20-%20Clovis%20Marcio%20 Cunha.pdf>. Acesso em: 8 nov. 2016. 26 27 DAVANZO, P. apud GARCIA, M. Documentário Geotomia. 2000. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=1AQLzXIMGqE>. Acesso em: 15 nov. 2016. ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural. Body art. Disponível em: <http://enciclopedia. itaucultural.org.br/termo3177/body-art>. Acesso em: 19 nov. 2016. FARTHING, S (ed.). 501 Grandes artistas. Rio de Janeiro: Sextante, 2009. ________. Tudo sobre arte – Os movimentos e as obras mais importantes de todos os tempos. Rio de Janeiro: Sextante, 2011. FREY, T. Priscilla Davanzo: a arte de avacalhar com o corpo imaculado. eRevista Performatus, Inhumas, ano 2, n. 8, 2014. GRAHAM-DIXON, A. Arte: o guia definitivo. São Paulo: Publifolha, 2012. KLINTOWITZ, J. Uma viagem pelo ego de Gretta Sarfaty. Jornal da Tarde, São Paulo, 14 mar. 1988. MARTÍ, S. Pioneiro da performance, Chris Burden morre aos 69 em Los Angeles. Folha de S.Paulo, São Paulo, 10 mai. 2015. Disponível em: <http:// www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2015/05/1627244-pioneiro-da-performance- chris-burden-morre-aos-69-em-los-angeles.shtml> Acesso em: 8 nov. 2016. 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