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APICULTURA
para iniciantes
Módulo II – Parte 6 
Produtos das abelhas
Apitoxina
Apicultura para iniciantes – Módulo II – Produtos das abelhas – Parte 6
Produtos das Abelhas 
Apitoxina
• A palavra apitoxina vem do latim “apis =
abelha e toxikon = veneno”.
Apicultura para iniciantes – Módulo II – Produtos das abelhas – Parte 6
Apitoxina
Apitoxina é o produto de secreção das
glândulas abdominais (glândulas do veneno)
das abelhas operárias e armazenado no
interior da bolsa de veneno (Brasil 2001).
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Apitoxina
A apitoxina, o veneno das abelhas Apis
mellifera, é um líquido incolor, transparente,
solúvel em água, com odor característico,
amargo e que apresenta pH entre 4,5 a 5,5.
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Apitoxina 
· O veneno das abelhas pode ocasionar sintomas graves
como obstrução das estruturas renais, que podem ser
fatais, mas quando administrado em doses controladas, o
veneno é um potente medicamento.
· A reação de um indivíduo ao veneno depende de uma
série de fatores, como a dosagem recebida, o estado
fisiológico, além de fatores genéticos.
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Apitoxina 
· Em acidentes com abelhas em pessoas sem
hipersensibilidade, o local atingido apresenta inchaço,
coloração avermelhada e coceira.
· Em um ataque massivo de abelhas, os sintomas iniciais
incluem edema difuso, inflamação da pele, dor de
cabeça, fraqueza, fadiga e tontura.
· O fígado pode apresentar degeneração hidrópica,
ocorrendo também hemólise intensa, acompanhada por
insuficiência renal e insuficiência respiratória.
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Apitoxina 
· 0,1% a 2% da população são hipersensíveis à ferroada
de abelhas. O primeiro sintoma é coceira nas palmas das
mãos, que se espalha por todo o corpo, chegando à face.
· O pescoço e a face incham, a pulsação e a sudorese
aumentam e ocorre vertigem, podendo ocorrer estado
mental confuso devido à falta de sangue (oxigênio) no
cérebro.
· A glote pode fechar, promovendo a asfixia, que pode
culminar em choque anafilático.
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Classificação da Apitoxina
De acordo com sua apresentação:
Apitoxina na forma de pó amorfo
Apitoxina na forma cristalizada
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As propriedades terapêuticas da apitoxina vêm sendo alvo
de pesquisas que buscam empregar esse produto apícola
em tratamentos médicos alternativos.
Sendo uma toxina de grande interesse médico, apresenta-se
como um bioproduto promissor no tratamento de diversas
patologias.
O vasto potencial farmacológico da apitoxina teve eficiência
biológica comprovada para diversos usos terapêuticos.
Propriedades da Apitoxina
Apicultura para iniciantes – Módulo II – Produtos das abelhas – Parte 6
Propriedades da Apitoxina
Atividade Anti-inflamatória
Antinociceptiva
Analgésica
Cicatrizante
Antitumoral
Neuroprotetora
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Usos de Apitoxina pelas abelhas
A apitoxina é utilizada pelas abelhas como
mecanismo de defesa e proteção da colônia,
contra a extensa variedade de predadores, que
vão desde outros artrópodes a vertebrados.
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Comportamento defensivo das abelhas
O ato de ferroar das abelhas é, geralmente, desencadeado
pelo comportamento defensivo.
O comportamento defensivo usado para a proteção da
colônia é essencial para a sua sobrevivência.
A comunicação por meio dos feromônios de alarme
produzidos pelas células da glândula de veneno das
operárias (isopentilacetato) e glândulas mandibulares (2-
heptanona) contribui para a eficiência da defesa.
Estes feromônios marcam o invasor com o seu cheiro e
atraem as outras abelhas para o ataque.
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Comportamento defensivo das abelhas
A rainha e as operárias possuem ferrão, porém o da rainha
não é farpado, ou seja, não fica preso à vítima, sendo
utilizado na luta contra as possíveis rainhas rivais.
Durante o ato da ferroada ocorre autotomia do aparelho
de ferroar, permanecendo o ferrão preso à superfície
ferroada, garantindo que toda apitoxina (1-10 μL) seja
injetada na vítima, seguido da morte da abelha pela
ruptura de seu abdômen.
A picada da abelha induz a dor e edema locais, podendo
inclusive ser muito alérgicas para alguns indivíduos.
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Usos de Apitoxina pelo homem
Tanto a apitoxina, quanto seus compostos bioativos, apresentam
diversificada eficácia biológica in vitro e in vivo contra uma
variedade de doenças:
Artrite, reumatismo
Esclerose Múltipla
Doença de Parkinson e Alzheimer
Doenças dermatológicas
Ciática, dor lombar 
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A terapia com apitoxina tem sido utilizada na Medicina
tradicional chinesa, bem como na antiga Grécia e Egito,
há milhares de anos, para o tratamento da artrite,
reumatismo e outras doenças autoimunes, bem como
contra neoplasias, doenças de pele, dor e infecções e
mais recentemente contra alguns tipos de câncer.
Usos de Apitoxina pelo homem
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Composição da Apitoxina
Composição apitoxina em 100g (Maia, 2002)
Enzima Fosfolipase A2
(12% base seca)
Enzima Hialuronidase
(2% base seca)
Outras substâncias
Adolapina, inibidor de 
protease...(2% base seca)
Água (88%)
Outras Enzimas 
Fosfatase ácida, α -glucosidase, 
esterases... (3% base seca)
Peptídeos (15% base seca)
Monoaminas (3% base seca)
Outros (Aminoácidos 
isolados, carboidratos, 
fosfolípidios (6% base seca) 
Polipeptídios: 
Melitina (50% base seca)
Apamina (2% base seca)
Peptídeo MCD (2% base seca)
Outros (3% base seca)
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Composição da Apitoxina 
A toxicidade da apitoxina é atribuída principalmente a três
componentes proteicos que possuem atividades alérgicas e
farmacológicas:
Enzimas (fosfolipases A2 e hialuronidase)
Grandes peptídeos (melitina, apamina e peptídeo
degranulador de mastócitos - MCD)
Pequenas moléculas (peptídeos e aminas biogênicas)
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Composição da Apitoxina 
A Melitina é uma proteína de elevado potencial anti-
inflamatório, considerada o principal agente da apitoxina na
terapia da artrite reumática. A melitina tem apresentado
também importante ação cicatrizante.
Os fatores alergênicos são enzimas como fosfolipases,
hialuronidases, lipases e fosfatases, proteínas antigênicas que
inoculadas durante a ferroada, iniciam respostas imunes
responsáveis pela hipersensibilidade de alguns indivíduos e
pelo início da reação alérgica
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Composição da Apitoxina 
Em pequenas doses, a fosfolipase A2 não apresenta danos,
exceto para pessoas alérgicas. Em doses elevadas, associadas a
centenas de picadas simultâneas, ocorrem efeitos tóxicos
como a inibição da agregação de plaquetas.
A hialuronidase é uma enzima que atua sobre o ácido
hialurônico, importante componente do tecido conectivo. Com
isso, propicia a difusão dos demais componentes do veneno,
sendo referida como "fator de espalhamento”.
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Composição da Apitoxina 
A fosfatase ácida da apitoxina (1%) é considerada o principal
alergênico em 18% dos pacientes alérgicos. Produz inflamação
e ardor na pele.
A apamina apresenta propriedades neurotóxicas e analgésicas,
possui ação anti-inflamatória na área de aplicação muscular,
aliviando os sintomas, especialmente as dores.
O peptídeo MCD (do inglês "mast cell degranulating"), induza
degranulação dos mastócitos, células de defesa do organismo.
É um potente analgésico e tem propriedade anti-inflamatória.
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Elaboração de Apitoxina pelas abelhas
A apitoxina é produzida pela glândula ácida das abelhas operárias,
Apis mellifera, que se localiza na região posterior do abdômen,
entre o reto e os ovários.
A apitoxina é armazenada em uma vesícula até o momento de sua
aplicação, mediante ferroada.
Entre o 10º e 15º dia de vida das operárias, ocorre o maior
desenvolvimento das glândulas ácidas.
O grau de desenvolvimento das glândulas ácidas é reduzido nas
operárias após o 25º dia de vida, pois o auge da produção de
apitoxina ocorre quando a abelha está na fase de guardiã.
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Métodos de Produção de Apitoxina 
Extração manual
Esta técnica consta de leve pressão no abdome da abelha que
favorecerá a expulsão do veneno pelo ferrão, sendo o líquido coletado
por meio de uma microcápsula. O veneno extraído por este método
apresenta fragmentos de tecidos danificados e conteúdo intestinal,
sendo propenso a contaminações.
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Métodos de Produção de Apitoxina 
Extração elétrica
Consiste na colocação de um coletor, composto por placas de
vidro e gerador de pulsos, conectado a bateria ou a outra
fonte de energia, no alvado da colmeia.
As abelhas pousam sobre a placa, recebem um choque e
reagem no intuito de ferroar a placa coletora elétrica,
depositando uma carga de veneno entre o vidro e o material
protetor do equipamento, local onde seca e depois é raspado
e conservado sob refrigeração.
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Métodos de Produção de Apitoxina 
Extração elétrica
A vantagem desta técnica é que gera maior quantidade de
amostra pura, sem detritos, não provoca a morte da abelha
e ainda preserva o ferrão.
A coleta do veneno deixa as abelhas muito agressivas. É
aconselhável, não ter animais e movimentação de pessoas a
pelo menos a 300 metros.
A coleta deve ser feita somente 1 hora por dia. Para produzir
um grama de veneno é preciso dez colmeias.
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Legislação Brasileira de Apitoxina 
No Brasil, para garantir a qualidade de Apitoxina, o
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(MAPA) estabelece o Regulamento Técnico de
Identidade e Qualidade de Apitoxina, descrito na
Instrução Normativa nº 3, de 19 de janeiro de 2001,
(Anexo 1) (Brasil, 2001).
Esse documento estabelece a identidade e os
requisitos mínimos de qualidade que deve atender a
Apitoxina, destinada ao comércio nacional ou
internacional, a ser utilizada como matéria-prima para
fins opoterápicos.
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Características Físico-químicas de Apitoxina
Parâmetros Limites 
Umidade Máximo 3%
Teor Protéico 50% a 85%
Fosfolipase A 17 a 19 U/mg proteína
Requisitos físico-químicos estabelecidos pela Legislação Brasileira 
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Apitoxina
A apitoxina e seus compostos bioativos apresentam
diversificada eficácia biológica contra uma variedade de
doenças, trazendo importantes contribuições para a
saúde humana.
Desta forma, muitas pesquisas continuam sendo
desenvolvidas para avaliar o grande potencial deste
veneno produzido pelas abelhas.
Tome Nota!
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Bibliografia 
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Obrigada!
ana.horta@embrapa.br
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