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Pílula anticoncepcional alvo de influenciadores americanos
Eles geralmente falam sobre yoga e alimentação saudável. Mas alguns influenciadores americanos de
bem-estar estão agora atacando pílulas anticoncepcionais, acusados, sem evidências, de causar uma
ladainha de males, com o risco de um aumento na gravidez indesejada, alertam especialistas.
Pílula do divórcio
Essa explosão de desinformação na pílula via TikTok e Instagram ocorre em um momento em que o
aborto e a contracepção estão no centro da campanha presidencial entre o democrata Joe Biden e o
republicano Donald Trump. Ele se orgulha de ser o arquiteto, quando era presidente, das muitas
restrições ou mesmo proibições do direito ao aborto em todo os Estados Unidos.
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Taylor Gossett tem quase 200.000 assinantes no TikTok. Chamando a pílula de “tóxica”, ela oferece um
curso sobre o controle de natalidade “natural”. Na mesma plataforma, a altamente conservadora
Candace Owens sugere, sem fornecer evidências, que essa droga causaria problemas de infertilidade.
Quanto ao "treinador" Naftali Moses, ele diz a seus 280.000 seguidores que a pílula "muda seu
comportamento sexual".
Em um vídeo visto mais de 550.000 vezes, o podcaster Sahara Rose chega a denunciar uma "pílula de
divórcio" que levaria aqueles que a levam a mirar no parceiro errado. O impacto da pílula nas mulheres
tem sido debatido há décadas, com alguns reclamando de diminuição da libido ou ganho de peso.
Enquanto algumas mulheres experimentam efeitos colaterais, os especialistas em saúde acreditam que
essas experiências individuais não refletem um verdadeiro nexo causal. Também não há qualquer
evidência de efeitos generalizados da pílula sobre a fertilidade ou comportamento sexual.
Necessidade de aconselhamento
Mas a nova campanha de desinformação poderia “deter” as pessoas de usá-la, adverte Michael
Belmonte, membro da ACOG, uma das principais associações de ginecologistas obstetras americanos.
E "a coisa mais preocupante sobre o atual cenário político dos EUA" é que essas mesmas mulheres
"podem não ter acesso ao aborto", disse ele à AFP.
O médico disse que ele próprio recebeu pacientes que engravidaram depois de ter parado de usar
contraceptivos por causa dessa "desinformação nocaça". Desde que a Suprema Corte, em grande parte
reembaralhada por Donald Trump, em 2022 anulou a garantia federal do direito ao aborto, cerca de 20
estados dos EUA proibiram ou restringiram severamente.
Jenna Sherman, uma pesquisadora de desinformação, vê “uma correlação entre esse pico de
desinformação sobre a contracepção e a restrição de acesso ao aborto”. “As pessoas precisam de mais
conselhos para tomar decisões de saúde reprodutiva e estão cada vez mais com medo de recorrer a um
profissional”, disse ela à AFP.
Alguns influenciadores recomendam, por exemplo, rastrear o ciclo menstrual e a temperatura corporal
para agendar o sexo fora das janelas de fertilidade. Mas os especialistas dizem que esses métodos são
muito menos eficazes do que a contracepção médica, com uma taxa de falha de até 23%, levando a
gravidezes indesejadas.
"Pleanização e estigmatização"
Outros aconselham abandonar a contracepção a perder peso, muitas vezes usando vídeos
espetaculares mostrando um "antes e depois". Aqui, novamente, sem evidências científicas.
Mais ces fausses informations peuvent avoir un impact psychologique : "Il est probable que cela
contribue à accroître la honte, la stigmatisation et la distorsion de l'image du corps", fait valoir Jenna
Sherman.
La pilule contraceptive est considérée comme sûre et efficace par les experts de la santé, mais comme
beaucoup d'autres médicaments, elle peut avoir des effets indésirables: nausées, maux de tête,
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saignements entre les règles.
Dans de rares cas, elles peuvent également entraîner la formation de caillots sanguins et des accidents
vasculaires cérébraux. Selon l'agence américaine des médicaments (FDA), le risque de caillots peut
toucher trois à neuf femmes prenant la pilule sur 10.000.
"Les gens ne réalisent pas que nombre de ces influenceurs ont leurs propres motivations financières
pour diffuser des informations fausses ou trompeuses qui ne donnent pas la priorité à la santé des
personnes qu'ils ciblent", observe Jenna Sherman.