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P A R A R E F L E T I R
Leia o trecho do texto a seguir, retirado do livro Formas de pensar o desenho (DERDYK, 2015), e, em 
seguida, responda às questões.  
[...]
Numa sociedade  com condições precárias de 
sobrevivência cultural como a nossa, o desenho 
aponta uma grande vantagem: basta ao artista 
um lápis e um papel e eis o seu tratado. Neste 
sentido, o desenho funciona, por suas mínimas 
exigências de concretude material, como uma 
arma de combate, instrumento de guerrilha, a 
arte do mínimo, a arte da sobrevivência.
Seria ocioso demonstrar a indispensabilidade do 
Desenho para os artistas, para os operários, para 
os engenheiros e para todas as profissões con-
exas. Para esses, o Desenho vale mais do que a 
escrita e até do que a palavra.
Pode o engenheiro fazer ao seu contramestre 
um discurso de duas horas e no fim nada ter 
alcançado, mas em dois minutos, esboçando a 
peça da máquina que tem em mente, terá conse-
guido fazer-se compreender como por milagre. 
Para qualquer outra profissão, é pelo menos de 
maior utilidade. (Rebouças apud Barbosa, 1984)
O desenho serve aos artistas, assim como aos cien-
tistas, aos técnicos e até ao caipira para realizar a 
sua pequena escultura. A ação de moldar segue 
um projeto mental: o desenho aí também existe.
Apesar de sua natureza transitória, o desenho, 
uma língua tão antiga e permanente, atravessa 
a história, atravessa todas as fronteiras geográfi-
cas e temporais, escapando da polêmica entre 
o que é novo e o que é velho. Fonte original de 
criação e invenção de toda sorte, o desenho é 
exercício da inteligência humana.
O ato de desenhar exige poder de decisão. O 
desenho é possessão, é revelação. Ao desenhar 
nos aproximamos do objeto desenhado, revelan-
do-o. O desenho responde a toda forma de es-
tagnação criativa, deixando que a linha flua entre 
os sins e nãos da sociedade. [...]
 ATELIÊ do artista: 
Edith Derdyk. [S. 
l.], 2019. Revista 
Bravo! Disponível 
em: https://www.
youtube.com/ 
watch?v=lriA9 
Z0OcNg. Acesso 
em: 17 nov. 2020.
Nesse vídeo, 
Derdyk apresenta 
seu ateliê e a linha 
como protagonista 
de suas criações, 
experimentações e 
produções artísticas. 
Ela também fala sobre 
como cada trabalho 
impulsiona um 
novo, num processo 
contínuo de criação.
A P R O F U N D A R
P A R A
A artista Edith Derdyk (1955-) em foto de 2019. 
São Paulo (SP).
1. O que é o desenho para você? 
2. De que modo você identifica o desenho no seu cotidiano?
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https://www.youtube.com/watch?v=lriA9Z0OcNg
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E X P E R I M E N T A Ç Ã O
A ESCRITA ASSÊMICA COMO PROPULSORA 
DA CRIAÇÃO 
Você percebe a relação que existe entre a sua caligrafia e o seu desenho? Nesta 
vivência, você vai experimentar a escrita assêmica por meio do seu traço cali-
gráfico para explorar outras possibilidades de criação. 
A escrita assêmica é uma forma de arte que mescla elementos da caligrafia com 
o desenho ou a pintura abstrata, fundindo o texto com a imagem de modo que a 
palavra se expanda para além de seu sentido semântico. Assim, a subjetividade, 
a estética e a emoção do traço se manifestam nessa forma de pintura-poesia, 
muitas vezes sem pretensão alguma de gerar significados por meio da palavra. 
Após realizar a atividade, você também pode aplicá-la em sala de aula com os 
estudantes. A escrita assêmica pode ser trabalhada em Linguagens e suas Tecno-
logias, concomitantemente com Língua Portuguesa e Língua Inglesa, por meio de 
poemas que exploram a palavra, a caligrafia, o ideograma e a imagem, tais como 
na poesia concreta e simbolista. 
MOMENTO INDIVIDUAL
Objetivos: investigar e explorar o desenho por meio da caligrafia e incentivar 
reflexões sobre a vida e a prática docente, fazendo emergir os sentidos que a 
palavra impulsiona.
Justificativa: a investigação do desenho relacionado ao sentido subjetivo que 
uma palavra impulsiona ajuda a desenvolver a expressão subjetiva e processual 
de cada sujeito. 
Exemplos de 
escrita assêmica.
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