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Cenários para Investigação Humanidades e Matemática em Contexto (25)

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Para tomar decisões de acordo com as necessidades de sobrevivência, 
é importante a administração da renda, e isso envolve o poder de compra, 
que se refere à quantidade de bens e de serviços que uma pessoa adquire 
conforme a sua renda. 
Assim, é importante refletir: O que compõe o poder de compra de um 
indivíduo ou de uma família? Apesar da evidente relação entre dinheiro e 
compra, você verá adiante que o poder de compra não se resume à quan-
tidade de dinheiro que uma pessoa possui e pode despender, ele está rela-
cionado à renda, ao cenário econômico, ao consumo e ao padrão de vida.
Renda e bem-estar
Na sociedade contemporânea, os indivíduos não possuem o mesmo po-
der de compra nem as mesmas oportunidades de acesso a bens e serviços.
Ainda que políticas sociais por parte do Estado sejam formas de diminuir 
desigualdades e proporcionar bem-estar social, a maior parte dos cidadãos 
precisa dispor de recursos próprios para arcar com as despesas do dia a 
dia. Por isso, observar a renda das pessoas é uma medida bastante utilizada 
por governos, comunidade científica, etc. para avaliar o bem-estar de uma 
população.
Para compreender melhor como a renda está distribuída entre os cidadãos, 
órgãos governamentais e instituições de pesquisa coletam informações, ge-
ram dados e realizam diversos estudos. Observe na imagem a seguir a distri-
buição de renda mensal familiar entre a população brasileira em 2018:
 Renda:  valor total de 
remunerações recebidas 
por pessoa física ou 
jurídica, por tempo 
determinado, como 
salário, lucros, juros, 
aluguéis, etc.; mesmo 
que rendimento.
 Padrão de vida:  diz 
respeito à qualidade 
e à quantidade de 
produtos e serviços 
de que dispõe uma 
pessoa, família ou uma 
população.
+ATITUDE+ATITUDE
Você já parou 
para refletir sobre 
quais gastos são 
essenciais em seu dia 
a dia, aqueles que 
envolvem despesas 
básicas, e quais são 
os chamados gastos 
supérfluos, uma 
vez que não são 
prioridades? Esse 
tipo de ponderação 
é importante para 
o equilíbrio das 
finanças e o cultivo 
da segurança e 
do bem-estar 
econômico.
Na imagem acima, a renda mensal de famílias brasileiras em 2018 está repre-
sentada, em porcentagem, por faixas de renda. De acordo com esses dados, 
responda oralmente:
 O valor da menor renda mensal (R$ 19 961,00) de cada uma das famílias 
brasileiras representadas no topo da figura equivale a quantas vezes o valor 
da maior renda mensal (R$ 1 996,00) das famílias brasileiras representadas 
pela faixa na parte inferior da figura?
PENSE+PENSE+
Na imagem 
ao lado, são 
mostradas faixas 
de renda. Por 
exemplo, 42% 
das famílias 
brasileiras contam 
com renda de 
até R$ 1 996,00, 
incluídas aí 
famílias que 
dispõem de valor 
ainda menor 
para suprir as 
necessidades de 
todos os seus 
membros.
Fonte: Datafolha publicado em Folha de S.Paulo, 2019. 
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/
fernandocanzian/2019/02/voce-acha-que-ganha-pouco-olhe-para-
baixo.shtml. Acesso em: 2 set. 2020.
Brasil: distribuição de renda familiar – 2018
64% 
das famílias 
ganham até 
R$ 2 994,00
R$ 4 491,00 a R$ 9 980,00
R$ 9 981,00 a R$ 19 960,00
1% - acima de R$ 19 961,00
42% 
renda familiar de até R$ 1 996,00
22% 
R$ 1 997,00 a R$ 2 994,00
18% 
R$ 2 995,00 a 
R$ 4 490,00
12%
3%
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(2% não souberam ou quiseram responder)
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Acesso à renda e ao consumo
Mas por que é tão importante avaliar o bem-estar, ou melhor, as diferen-
ças de renda da população?
Além de ajudar a entender como a renda está distribuída entre a popula-
ção e identificar problemas socioeconômicos em um país desigual como o 
Brasil, dados como esses são ferramentas que o poder público utiliza para 
elaborar políticas públicas mais eficientes e justas, com objetivo de melhorar 
a qualidade de vida das pessoas. Por exemplo, com base no mapeamento 
de quanto as parcelas mais pobres da população dispõem para suas ne-
cessidades básicas, o governo pode avaliar se há dinheiro suficiente para 
custear políticas voltadas a essas necessidades e à superação da pobreza e 
promoção da cidadania.
Considerando que a oferta de produtos e serviços precisa ser adminis-
trada para atender às necessidades de sobrevivência das pessoas, retome 
a imagem da página anterior e observe a renda do grupo mais rico e a do 
grupo mais pobre da população, representados, respectivamente, no topo e 
na faixa na parte inferior da figura. Dificilmente as pessoas que estão repre-
sentadas na faixa inferior da figura, e que contam com renda familiar de até, 
no máximo, R$ 1 996,00 mensais, conseguiriam comprar os mesmos produ-
tos e serviços que as pessoas do topo, que ganham acima de R$ 19 961,00 
mensais. Já o grupo mais rico pode, se quiser, adquirir os produtos e servi-
ços consumidos pelas pessoas mais pobres.
O acesso igualitário a bens e serviços favorece que uma economia seja 
saudável, porque sinaliza que a administração da renda mencionada ante-
riormente está obtendo sucesso. Além disso, também é muito importante 
do ponto de vista social, uma vez que indica que os cidadãos mais pobres 
estão conseguindo suprir suas necessidades adequadamente.
Evidentemente, a renda e o consumo individual ou familiar não são os 
únicos indicadores de bem-estar, mas quanto maior a renda das pessoas, 
elas têm acesso a mais produtos e serviços, e melhores são as suas condi-
ções de vida.
No entanto, como você verá adiante, outros fatores além da renda afetam 
o consumo das pessoas. É o caso da variação de preços.
No capítulo 
Desigualdades e 
justiça social, nesta 
obra, são propostas 
reflexões sobre os 
impactos de diversas 
categorias de 
desigualdade e como 
elas se relacionam. 
A desigualdade de 
renda, além de afetar 
a economia, está, 
com outros tipos de 
desigualdade, entre 
os desafios que se 
impõem à sociedade 
brasileira.
ìINTERSECÇÃO
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A Política Nacional de 
Cultura Viva certifica 
entidades e coletivos 
culturais como pontos 
de cultura para dar 
visibilidade e democratizar 
o acesso à cultura brasileira 
em toda sua diversidade. 
Na imagem, atividade 
cultural realizada no Ponto 
de Cultura Quilombo do 
Sopapo, Porto Alegre (RS). 
Fotografia de 2016.
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