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1ª Avaliação do Compromisso Nacional 
Criança Alfabetizada 
 
Avaliação de Implementação | 2023 
 
 
 
 
 
 
1ª Avaliação do Compromisso Nacional 
Criança Alfabetizada 
 
Avaliação de Implementação | 2023 
 
 
 
 
 
Brasília 
Março | 2024 
 
Ministério da Educação 
Secretaria de Educação Básica 
Diretoria de Monitoramento, Avaliação e Manutenção da Educação Básica 
Coordenação-Geral de Monitoramento e Avaliação da Educação Básica 
 
 
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA 
Katia Helena Serafina Cruz Schweickardt 
 
 
DIRETORIA DE MONITORAMENTO, AVALIAÇÃO E MANUTENÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA 
Valdoir Pedro Wathier 
Luciana da Silva Castro 
 
 
COORDENAÇÃO-GERAL DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA 
Janaina Ferreira Ma 
 
EQUIPE TÉCNICA 
Isabela Marinho Menezes 
Maria Aparecida da Silva Prado 
 
CHEFE DE PROJETO 
Mauro Lucio de Barros 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esta publicação deverá ser citada da seguinte forma: 
BRASIL. Ministério da Educação (MEC). 1ª Avaliação do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada: 
Avaliação de Implementação 2023. Brasília, DF: MEC, 2024. 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
 
1. Introdução ................................................................................................................................. 5 
2. Os Objetivos da Avaliação de Implementação no escopo do Compromisso ............................ 6 
3. Metodologia .............................................................................................................................. 8 
4. Análise dos Resultados e Avaliação da Implementação por Eixo do Compromisso ............... 12 
4.1. Governança e gestão da política de alfabetização .................................................................. 12 
4.2. Formação de profissionais da educação e melhoria das práticas pedagógicas e de gestão 
escolar ..................................................................................................................................... 22 
4.3. Melhoria e qualificação da infraestrutura física e pedagógica ............................................... 30 
4.4. Sistemas de avaliação ............................................................................................................. 39 
4.5. Reconhecimento e compartilhamento de boas práticas ........................................................ 44 
5. Discussão dos Resultados ....................................................................................................... 44 
5.1. A instituição das instâncias de participação ........................................................................... 47 
5.2. O planejamento das formações e a garantia de orçamento para sua implementação .......... 47 
5.3. A reprodução de materiais suplementares de apoio didático e a distribuição no território.. 49 
5.4. A instalação dos cantinhos de leitura e o papel da assistência técnica no processo.............. 50 
5.5. A definição de criança alfabetizada e a articulação entre os sistemas de avaliação .............. 52 
6. Conclusão ................................................................................................................................ 53 
6.1. Recomendações ...................................................................................................................... 55 
Referências .......................................................................................................................................... 57 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
1. Introdução 
O Compromisso Nacional Criança Alfabetizada (Compromisso) é um programa 
instituído pelo Decreto nº 11.556, de 12 de junho de 2023, que tem como objetivos 
implementar políticas, programas e ações para que as crianças brasileiras estejam 
alfabetizadas ao final do segundo ano do ensino fundamental; e promover medidas para a 
recomposição das aprendizagens, com foco na alfabetização e na ampliação e 
aprofundamento das competências em leitura e escrita das crianças matriculadas na rede de 
ensino até o final dos anos iniciais do ensino fundamental, prioritariamente aquelas que não 
alcançaram os padrões adequados de alfabetização até o segundo ano do ensino 
fundamental (Brasil, 2023). 
O programa deve ser implementado pelo Ministério da Educação (MEC), em 
articulação com os estados, o Distrito Federal e os municípios, por meio de ações integradas 
em cinco eixos estruturantes. Por seu lançamento recente, o programa encontra-se há menos 
de um ano do início de sua implementação, ou seja, ainda em estágio de pouca maturidade 
para a avaliação de seus resultados. O programa, no entanto, previu uma série de ações em 
cada um dos seus eixos estruturantes, necessárias à sua realização. Tais ações são 
importantes para alocar os insumos destinados ao Compromisso e garantir as entregas dos 
produtos necessários ao alcance dos resultados almejados. 
Nesse contexto, este relatório apresenta os resultados da primeira avaliação de 
implementação do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, realizada com o objetivo de 
avaliar se o programa está sendo executado conforme o seu desenho e identificar se os elos 
entre os insumos, os processos e os produtos estão condizentes com o esperado. Além disso, 
buscou-se verificar se a alocação dos insumos ocorreu atendendo aos critérios de priorização 
estabelecidos para o programa. Esta avaliação é um dos produtos previstos no Plano de 
Monitoramento e Avaliação (Plano de M&A) do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada 
(Brasil, MEC, 2023a). 
Em termos metodológicos, a avaliação cobriu as ações realizadas até o final de 2023 
e a coleta de dados foi feita por meio de pesquisa documental (legislação, documentos e 
dados de implementação), além de entrevistas com os gestores do programa. As análises 
foram conduzidas utilizando-se de análise documental, estatísticas descritivas e lógica causal, 
 
 
 
 
6 
 
tomando como base o previsto no Decreto nº 11.556, de 2023 e o modelo lógico detalhado 
no Plano de M&A do Compromisso. 
Além desta Introdução, o documento está organizado em quatro seções. Na seção 2 
são discutidos os objetivos da avaliação conduzida a partir do diálogo com as ações previstas 
por eixo estruturante do programa. Na seção 3 são detalhados os procedimentos 
metodológicos adotados. Na seção 4 é apresentada a análise e a avaliação da 
implementação, buscando responder às questões avaliativas propostas. A seção 5 discute os 
resultados encontrados, destacando as principais entregas do programa e pontos que 
merecem atenção no processo de implementação. Por fim, conclui-se com um conjunto de 
recomendações construídas e validadas junto aos gestores do programa. 
 
2. Os Objetivos da Avaliação de Implementação no escopo do Compromisso 
O Compromisso previu uma série de ações distribuídas em cinco eixos estruturantes: 
1) governança e gestão da política de alfabetização; 2) formação de profissionais da educação 
e melhoria das práticas pedagógica de gestão escolar; 3) melhoria e qualificação da 
infraestrutura física e pedagógica; 4) sistemas de avaliação; e 5) reconhecimento e 
compartilhamento de boas práticas. As ações que integram cada um dos eixos estruturantes 
são consolidadas no Quadro 1 a seguir, adaptado do Plano de M&A do Programa: 
QUADRO 1 
AÇÕES POR EIXO ESTRUTURANTE DO COMPROMISSO 
Eixos Ações 
Governança e 
Gestão da Política de 
Alfabetização 
Adesão ao Compromisso. 
Formação do Comitê Estratégico Nacional do Compromisso (Cenac). 
Instituição do Comitê Estratégico Estadual do Compromisso (Ceec). 
Instituição da Rede Nacional de Articulação de Gestão, Formação e Mobilização 
(Renalfa). 
Elaboração de Políticas de Alfabetização, conforme orientações elaborações pelo 
MEC. 
Formação de 
profissionais de 
educação e melhoria 
das práticas 
pedagógicas e de 
gestão escolarElaborar diretrizes e orientações para estruturação e implementação de ações de 
formação com foco em: melhoria das práticas pedagógicas e melhoria da gestão 
escolar. 
Oferta de assistência técnica e financeira para estruturação e implementação de 
ações de formação. 
Melhoria e 
qualificação da 
infraestrutura física 
e pedagógica 
Melhoria e expansão da infraestrutura física 
- Projetos de manutenção, reforma e ampliação no âmbito do Plano de Ações 
Articuladas - PAR e do Programa Dinheiro Direto na Escola - PDDE. 
Melhoria da infraestrutura pedagógica das escolas 
 
 
 
 
7 
 
- Disponibilização de materiais didáticos suplementares destinados a atender aos 
objetivos do Compromisso, nos termos do disposto no art. 24 do Decreto nº 9.099, 
de 18 de julho de 2017, observada a pluralidade de métodos pedagógicos; 
- Disponibilização de recursos pedagógicos, equipamentos, materiais e outros 
insumos utilizados pelas redes de ensino para a implementação dos programas de 
alfabetização; e 
- Instalação de espaços de incentivo a práticas de leitura apropriados à faixa etária, 
ao contexto sociocultural, ao gênero e ao pertencimento étnico-racial dos 
estudantes. 
Sistemas de 
avaliação 
Avaliação periódica de leitura, realizada pelas escolas e liderada pelas redes 
municipais e estaduais de ensino, com apoio do Ministério da Educação; 
Avaliação periódica de língua portuguesa e matemática, realizada pelas escolas e 
coordenada pelas redes municipais e estaduais de ensino, com apoio do Ministério 
da Educação; 
Avaliação estadual anual de língua portuguesa e matemática, realizada pelas redes 
municipais e estaduais de ensino, integradas em sistemas estaduais de avaliação; e 
Sistema de Avaliação da Educação Básica - Saeb, realizado pelo Instituto Nacional 
de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). 
Reconhecimento e 
compartilhamento 
de boas práticas 
Desenvolvimento de estratégias para identificar, reconhecer, premiar e disseminar 
práticas pedagógicas e de gestão exitosas no campo da garantia do direito à 
alfabetização, desenvolvidas por: 
I - Professores da educação infantil e dos anos iniciais do ensino fundamental; 
II - Equipes gestoras das escolas de educação infantil e dos anos iniciais do ensino 
fundamental; e 
III - Secretarias municipais e estaduais de educação, ou órgão equivalente. 
Fonte: Adaptado do Plano de M&A do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada (BRASIL, MEC, 2023a). 
Esta primeira avaliação de implementação conduzida tem como escopo o conjunto 
de ações que integram os cinco eixos estruturantes do programa e tem como objetivo avaliar 
se o Compromisso está sendo executado conforme o seu desenho e identificar se os elos 
entre os insumos, os processos e os produtos estão condizentes com o esperado. Para isso, 
se propõe a responder às seguintes questões avaliativas: 
1. Qual o grau de implementação das ações previstas? 
2. Qual o nível de adesão do público-alvo às ações implementadas? 
3. Qual a disponibilidade de recursos para as ações? 
4. A distribuição dos recursos contemplou os critérios de priorização definidos para 
o programa? 
A avaliação do grau de implementação das ações tem como objetivo verificar o 
andamento da implementação do programa a partir de suas partes integrantes. O desenho 
do Compromisso previu um conjunto extenso de ações que dependem em sua maioria de 
uma ação inicial do Ministério da Educação, na forma de elaboração de normas e 
documentos orientadores, ações políticas de mobilização, desenvolvimento de sistemas, 
 
 
 
 
8 
 
disponibilidade de recursos, dentre outros1. Uma vez iniciadas, a execução de tais ações 
depende da adesão voluntária dos entes federados. Por isso, a segunda questão procura dar 
conta do nível de adesão geral ao programa, mas também do nível de adesão às ações 
específicas de cada eixo. Neste momento, considera-se como público-alvo das ações do MEC, 
as secretarias estaduais e municipais de educação, já que são elas que decidem pela 
participação ou não das ações propostas. 
Se alcançado o público-alvo das ações previstas, a terceira questão avaliativa busca 
responder se o programa conseguiu disponibilizar os recursos necessários para o 
atendimento das demandas dos entes federados. Em caso de insuficiência de recursos, 
aplica-se a quarta questão proposta, que avalia se os recursos disponíveis foram distribuídos 
respeitando-se os critérios de priorização previstos no desenho do programa. Tais critérios 
estão previstos no parágrafo único do art. 9º do Decreto 11.556, de 2023, que assim 
estabelece: 
Art. 9º O apoio da União, de natureza supletiva e redistributiva, ocorrerá mediante 
ações de assistência técnica e financeira e observará os princípios, os objetivos e as 
diretrizes estabelecidas neste Decreto. 
Parágrafo único. Para a destinação do apoio de que trata o caput ao ente 
federativo, sem prejuízo de critérios estabelecidos em outras políticas, outros 
programas e outras ações do Ministério da Educação, a União adotará como 
critérios: 
I - a proporção de crianças não alfabetizadas; 
II - as características socioeconômicas, étnico-raciais e de gênero; e 
III - a presença de crianças que compõem o público-alvo da educação especial 
inclusiva. 
 
A avaliação cobriu as ações realizadas até o final de 2023, contemplando a execução 
orçamentária do programa para o referido ano. As escolhas metodológicas adotadas para a 
realização da avaliação são apresentadas na seção seguinte. 
 
3. Metodologia 
Para a realização da avaliação, a coleta de dados foi feita por meio de pesquisa 
documental, envolvendo a legislação, as normas e os documentos produzidos e publicizados 
pelo MEC relacionados à implementação do programa. Também foram considerados dados 
resultantes do processo de implementação, provenientes do módulo do Compromisso 
 
1 Para uma visualização esquemática das atividades e sua conexão com os produtos, resultados e impactos 
esperados, ver o modelo lógico apresentado no Plano de M&A do Compromisso (BRASIL, MEC, 2023a). 
 
 
 
 
9 
 
(Módulo CNCA) no Sistema Integrado de Monitoramento, Execução e Controle do MEC 
(Simec), do sistema PDDE Interativo, do Sistema de Gestão de Bolsas (SGB), do FNDE/MEC e 
do Tesouro Gerencial. Adicionalmente, foram realizadas entrevistas com os gestores do 
programa integrantes da Diretoria de Políticas e Diretrizes da Educação Integral Básica (DPDI); 
da Diretoria de Formação Docente e Valorização dos Profissionais da Educação (Difor); e da 
Diretoria de Apoio à Gestão Educacional (Dage). 
O conjunto dos dados analisados permitiu reunir as evidências necessárias para 
responder às questões de avaliação propostas e está consolidado no Quadro 2, a seguir: 
QUADRO 2 
CONJUNTO DOS DADOS ANALISADOS 
Legislação 
Decreto nº 11.556, de 12 de junho de 2023. 
Decreto nº 9.099, de 18 de julho de 2017. 
Portaria MEC nº 1.435, de 25 de julho de 2023. 
Portaria MEC nº 1.927, de 17 de outubro de 2023. 
Portaria MEC nº 1.773, de 1 de setembro de 2023. 
Portaria MEC nº 1.774, de 1 de setembro de 2023. 
Portaria MEC nº 47, de 29 de setembro de 2023. 
Portaria MEC nº 56, de 27 de novembro de 2023. 
Portaria MEC nº 62, de 15 de dezembro de 2023. 
Portaria Inep nº 351, de 4 de agosto de 2023. 
Portaria FNDE nº 239, de 2 de maio de 2023. 
Resolução MEC nº 5, de 10 de novembro de 2023. 
Resolução CD/FNDE nº 4, de 4 de maio de 2020. 
Resolução CD/FNDE nº 19, de 29 de setembro de 2023. 
Resolução CD/FNDE nº 20, de 8 de outubro de 2023. 
Resolução CD/FNDE nº 22 de 24 de outubro 2023. 
Edital Pregão Eletrônico para Registro de Preço nº 90002/2024 
Sistemas/Documentos Institucionais 
Sistema Integrado de Monitoramento, Execução e Controle (Simec) 
- Módulo Compromisso Nacional Criança Alfabetizada (Módulo CNCA) 
- Planos de Ações Articuladas (PAR) 
Programa Dinheiro Direto na Escola Interativo (PDDE interativo) 
Plataforma AVAMECInterativo 
Sistema de Gestão de Bolsas (SGB) – FNDE/MEC 
Tesouro Gerencial 
Orientações para a formulação e implementação das estratégias de formação continuada no âmbito do Compromisso 
Nacional Criança Alfabetizada. MEC, 2023. 
Plano de Monitoramento e Avaliação do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada. MEC, 2023. 
1º Relatório de Monitoramento e Avaliação do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada. MEC, 2023. 
2º Relatório de Monitoramento e Avaliação do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada. MEC, 2023. 
3º Relatório de Monitoramento e Avaliação do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada. MEC, 2023. 
Entrevistas 
Diretoria de Políticas e Diretrizes da Educação Integral Básica (DPDI) 
- Rita de Cássia de Freitas Coelho – Coordenadora-Geral de Educação Infantil 
- Monica Maria Silva de Souza - Coordenadora-Geral de Alfabetização 
- Pollyana Cardoso Neves Lopes - Coordenadora de Alfabetização 
- Amanda Petraglia Nunes de Andrade - Consultora 
- Igor Magalhães Queiroz - Consultor 
Diretoria de Apoio à Gestão Educacional (Dage) 
- João César da Fonseca Neto - Coordenador-Geral de Apoio às Redes de Educação Básica 
 
 
 
 
10 
 
- Gil Venâncio - Coordenador de Apoio à Gestão Escolar 
Diretoria de Formação Docente e valorização de Profissionais da Educação (Difor) 
- José Roberto Ribeiro Júnior – Coordenador-Geral de Gestores Técnicos da Educação Básica 
- Lucianna Magri de Melo Munhoz - Coordenadora-Geral de formação de Professores da Educação Básica 
- Lêda Regina Bittencourt - Coordenadora 
- Ionara Souza Lopes Macedo - Coordenadora 
- Edinaldo Camelo Paiva - Coordenador de Projetos 
Fonte: Elaboração própria. 
Considerando-se o estágio inicial de implementação do programa, optou-se por uma 
metodologia que avalia o desempenho da implementação a partir da entrega dos produtos 
previstos, sem que seja possível ainda verificar se eles contribuem para o alcance dos 
resultados finais esperados, ou seja, a alfabetização de todas das crianças ao final do 2º ano 
e a recomposição das aprendizagens, com foco na alfabetização e na ampliação e 
aprofundamento das competências em leitura e escrita das crianças matriculadas na rede de 
ensino até o final dos anos iniciais do ensino fundamental. 
Com base nas questões avaliativas propostas, quatro indicadores de desempenho 
foram utilizados: o grau de cumprimento da ação, o grau de adesão às ações, a 
disponibilidade de recursos para atender as demandas e o atendimento aos critérios de 
priorização. Para cada indicador, foram definidos níveis de desempenho, conforme 
especificado no Quadro 3. 
QUADRO 3 
INDICADORES E NÍVEIS DE DESEMPENHO ADOTADOS 
Indicadores de 
desempenho 
Níveis de desempenho 
Grau de cumprimento da 
ação 
Implementada: a ação foi realizada e seus produtos entregues, 
independentemente do grau de adesão dos entes. 
Iniciada: a ação foi iniciada, mas ainda não foi disponibilizada ao público-alvo. 
Não iniciada: nenhuma atividade pertinente à ação foi iniciada pelo MEC ou 
responsável pela ação. 
Grau de adesão às ações do 
programa 
Muito Baixo: 0% ≤ n < 20% 
Baixo: 20% ≤ n < 40% 
Moderado: 40% ≤ n < 60% 
Alto: 60% ≤ n < 80% 
Muito Alto: n ≥ 80% 
Disponibilidade de 
recursos para as demandas 
Insuficiente: < 100% 
Suficiente: =100% 
Atendimento aos critérios 
de priorização 
Atendido: se considerou os critérios estabelecidos no Decreto 11.556, de 2023. 
Não atendido: se não considerou os critérios estabelecidos. 
Fonte: Elaboração própria. 
Em relação ao grau de cumprimento da ação, considerou-se a ação implementada, 
quando a ação prevista na legislação foi executada, observando a realização das respectivas 
atividades e entrega dos produtos detalhados no modelo lógico apresentado no Plano de 
 
 
 
 
11 
 
M&A do Programa (Brasil, MEC, 2023a). Sempre que pertinente, observou-se o alcance dos 
resultados previstos para cada atividade. Considerou-se a ação iniciada ou não iniciada, 
conforme declaração dada pela área responsável por sua implementação, sendo iniciada 
quando a área informou ter dado início ao seu planejamento, mas seu produto previsto não 
foi entregue, de modo que não é possível verificar o grau de adesão à ação. 
O grau de adesão da ação procurou dar visibilidade à adesão dos entes federados às 
ações específicas de cada eixo, sempre que pertinente. Embora o programa como um todo 
tenha tido uma adesão que ultrapassou 99% dos entes, a adesão às ações específicas traz 
uma informação adicional, permitindo avaliar se os eixos preveem entregas de interesse, ou 
ainda, que fazem sentido, para as secretarias de educação. Foram adotadas cinco faixas de 
grau de adesão, sendo considerado um grau muito alto quando a ação obteve a adesão de 
pelo menos 80% dos entes federados (ver Quadro 3). 
Para as ações implementadas que obtiveram adesão das secretarias de educação (no 
todo ou em parte), observou-se a disponibilidade de recursos para o atendimento das 
demandas dos entes. Considerou-se que a disponibilidade foi suficiente quando atendeu 
100% das demandas recebidas e insuficiente no caso contrário. Para isso, foi observado se as 
despesas foram empenhadas pelo MEC até o final do ano de 2023, para o atendimento das 
demandas, ainda que elas não tenham sido pagas. Este critério foi adotado, pois há processos 
que dependem de prestação de contas para posterior pagamento, tais como a ação destinada 
à disponibilização de materiais didáticos suplementares por meio do PAR. Cada caso será 
explicado em detalhes na seção seguinte, nas subseções que tratam de cada eixo. 
Por fim, quando não houve disponibilidade de recursos para empenho ainda no ano 
de 2023, observou-se se a distribuição dos recursos existentes atendeu aos critérios de 
priorização estabelecidos no Decreto nº 11.556, de 2023: proporção de crianças não 
alfabetizadas; características socioeconômicas, étnico-raciais e de gênero; e presença de 
crianças que compõem o público-alvo da educação especial inclusiva. Considerou-se 
atendido, quando os critérios foram observados; e não atendido, no caso contrário. 
 
 
 
 
 
12 
 
4. Análise dos Resultados e Avaliação da Implementação por Eixo do Compromisso 
Esta seção apresenta os resultados obtidos a partir da análise das evidências 
coletadas para o conjunto de ações estabelecidas no Decreto 11.556, de 2023 e atividades 
previstas no Plano de M&A do Compromisso (Brasil, MEC, 2023a), considerando cada um dos 
cinco eixos do Compromisso. A avaliação é feita com base nas questões avaliativas propostas 
e nos indicadores e níveis de desempenho apresentados na metodologia proposta na seção 
anterior. 
 
4.1. Governança e gestão da política de alfabetização 
O conjunto de ações que compõe o eixo Governança e gestão da política de 
alfabetização está estabelecido nos artigos 13 a 25 do Decreto 11.556, de 2023. As análises 
e a avaliação da implementação apresentadas nesta subseção serão feitas com base nas 
ações e atividades previstas para o eixo, consolidadas no Quadro 4, a seguir. 
QUADRO 4 
IMPLEMENTAÇÃO DO EIXO GOVERNANÇA E GESTÃO DA POLÍTICA DE ALFABETIZAÇÃO - 2023 
Ações Atividades Desempenho Evidência 
Adesão ao Compromisso. 
- Desenvolvimento de sistema 
para adesão dos entes e registro 
dos seus planos de ações no 
âmbito do Compromisso. 
- Ações políticas de mobilização 
de todos os entes federados. 
Grau de cumprimento 
da ação: implementada. 
 
Grau de adesão: Muito 
alto (99,5%). 
Módulo PAR e CNCA 
(Simec) 
Formação do Comitê 
Estratégico Nacional do 
Compromisso (Cenac). 
- Ações políticas de mobilização 
de todos os entes federados para 
formação do Cenac. 
Grau de cumprimento 
da ação: implementada. 
 
Grau de adesão: Muito 
alto (100%). 
Portaria nº 1.435, de 25 
de julho de 2023. 
Instituição do Comitê 
Estratégico Estadual do 
Compromisso (Ceec). 
- Ações políticas de mobilização 
dos estados e municípios.- Apoio e articulação dos 
articuladores da Renalfa para a 
instituição do Comitê. 
Grau de cumprimento 
da ação: iniciada. 
 
Grau de adesão: Alto 
(63%). 
Normativo da UF que 
instituiu o Ceec. 
Instituição da Rede Nacional 
de Articulação de Gestão, 
Formação e Mobilização 
(Renalfa). 
- Organização e estruturação da 
Renalfa. 
- Definição de regras e 
procedimentos para pagamento 
de bolsa aos articuladores da 
Renalfa. 
- Designação dos articuladores 
da Renalfa. 
Grau de cumprimento 
da ação: implementada. 
 
Grau de adesão: Muito 
alto (97,9%). 
 
Disponibilidade de 
recursos para as 
demandas: Suficiente 
(Empenho de 100% das 
bolsas dos membros 
designados). 
Portaria nº 1.774, de 1 
de setembro de 2023. 
 
Resolução nº 19, de 29 
de setembro de 2023. 
 
Portaria nº 56, de 27 de 
novembro 2023. 
 
Portaria nº 62, de 15 de 
dezembro de 2023. 
 
Elaboração de Políticas de 
Alfabetização, conforme 
Elaboração de documentos 
orientadores para o 
desenvolvimento de políticas de 
Grau de cumprimento 
da ação: iniciada. 
O Guia não foi 
publicado, mas o tema 
tem sido pauta das 
 
 
 
 
13 
 
orientações elaborações 
pelo MEC. 
alfabetização pelos entes 
federados. 
reuniões da Renalfa, 
conforme reportado 
pelos gestores da 
DPDI/Cogealf. 
Fonte: Elaboração própria, com base no Decreto 11.556, de 2023 e no Plano de M&A do Compromisso (Brasil, MEC, 2023a). 
4.1.1. Adesão ao Compromisso 
A adesão dos entes federados ao Compromisso teve início em 12 de junho de 2023, 
por meio do módulo de adesão ao programa, desenvolvido no Simec, que segue aberto para 
novas adesões a qualquer tempo. Durante o processo, as equipes gestoras do programa 
estiveram mobilizadas para tirar dúvidas sobre a utilização do sistema e sobre o programa 
em geral. As equipes também atuaram junto aos secretários estaduais e municipais de 
educação para mobilizar os entes para adesão. Neste sentido, considera-se a ação 
implementada, em relação ao seu grau de cumprimento. 
Quanto ao grau de adesão, considera-se muito alto, já que o programa como um todo 
obteve a adesão de 99,5% dos entes federados até o final de 2023, sendo 100% das redes 
estaduais/distrital e 99,5% das redes municipais. Os resultados por UF estão consolidados na 
Tabela 1. 
TABELA 1 
ADESÃO AO COMPROMISSO 
UF 
Rede Estadual/Distrital Redes Municipais 
Aderiu 
Nº total de 
redes 
Nº de redes 
que aderiram 
% de redes que 
aderiram 
AC Sim 22 22 100,0% 
AL Sim 102 102 100,0% 
AM Sim 62 62 100,0% 
AP Sim 16 16 100,0% 
BA Sim 417 417 100,0% 
CE Sim 184 184 100,0% 
DF Sim n/a n/a n/a 
ES Sim 78 78 100,0% 
GO Sim 246 246 100,0% 
MA Sim 217 217 100,0% 
MG Sim 853 853 100,0% 
MS Sim 79 79 100,0% 
MT Sim 141 140 99,3% 
PA Sim 144 144 100,0% 
PB Sim 223 223 100,0% 
PE Sim 184 184 100,0% 
PI Sim 224 224 100,0% 
PR Sim 399 399 100,0% 
 
 
 
 
14 
 
RJ Sim 92 92 100,0% 
RN Sim 167 167 100,0% 
RO Sim 52 52 100,0% 
RR Sim 15 15 100,0% 
RS Sim 497 492 99,0% 
SC Sim 295 293 99,3% 
SE Sim 75 75 100,0% 
SP Sim 645 625 96,9% 
TO Sim 139 139 100,0% 
Total 27 5.568 5.540 99,5% 
Fonte: Elaboração própria, com base nos dados do Simec (2023). 
 
Os dados da Tabela 1 mostram que das 5.568 redes municipais, apenas 28 não 
formalizaram adesão ao Compromisso até o final de 2023, sendo uma no estado do Mato 
Grosso, duas no estado de Santa Catarina, cinco no estado do Rio Grande do Sul e vinte no 
estado de São Paulo. 
 
4.1.2. Formação do Comitê Estratégico Nacional do Compromisso 
O Comitê Estratégico Nacional do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada 
(Cenac) foi instituído pelo Decreto nº 11.556, de 2023, com a finalidade de realizar a 
governança sistêmica do programa, além de apoiar e colaborar com a formulação e 
implementação de políticas, programas e ações que buscam garantir o direito à 
alfabetização. 
Em seu artigo 15, o Decreto define a composição do Comitê, sendo cinco 
representantes do MEC; um representante do Conselho Nacional de Secretários de Educação 
de Capitais (Consec); cinco representantes do Conselho Nacional de Secretários de Educação 
(Consed); e cinco representantes da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação 
(Undime). 
A designação dos membros do Cenac, com a publicação dos nomes dos titulares e 
suplentes de cada órgão e instituições representadas foi feita por meio da Portaria MEC nº 
1.435, de 25 de julho de 2023. Como produtos desta ação, esperava-se a realização de 
reuniões semestrais e a definição do seu regimento interno. Considera-se a ação 
implementada em relação ao seu grau de cumprimento, tendo em vista a formação do Cenac, 
 
 
 
 
15 
 
a realização das reuniões na periodicidade mínima prevista e a instituição do regimento 
interno. 
Quanto ao grau de adesão, considera-se muito alto, uma vez que todas as instituições 
que compõem o Comitê indicaram seus representantes. As reuniões do Cenac realizadas em 
2023 estão consolidadas no Quadro 5, a seguir. 
QUADRO 5 
REUNIÕES DO CENAC REALIZADAS EM 2023 
Data Reunião Pauta Formato/Local Deliberação 
25/07/2023 1ª Reunião 
Ordinária 
- Apresentação do Compromisso 
Nacional Criança Alfabetizada 
Presencial/ 
Brasília DF 
 
14/08/2023 2ª Reunião 
Ordinária 
- Regime de colaboração 
- Formação no âmbito do CNCA 
- Plano de Ações do Território 
Estadual (Pate) 
Remoto 
Aprovação dos 
Planos de 
Ação do 
Território 
Estadual 
17/10/2023 3ª Reunião 
Ordinária 
- Apresentação do Pate. 
- Apresentação da Comissão de 
Acompanhamento Permanente do 
Compromisso. 
- Apresentação da Formação da 
Educação Infantil. 
- Votação do Regimento Interno 
do Cenac. 
Remoto 
Aprovação do 
Regimento 
Interno do 
Cenac 
Fonte: Levantamento feito pela DPDI/Cogealf (2023). 
O regimento interno do Cenac, aprovado na 3ª reunião ordinária do Comitê, ainda 
deve ser aprovado por ato do Ministro da Educação, conforme art. 20 do Decreto 11.556, de 
2023. Adicionalmente, o Cenac optou pela formação de uma Comissão de Acompanhamento 
Permanente do Compromisso, que foi instituída por meio da Portaria nº 1.773, de 01 de 
setembro de 2023. A Comissão está em fase de designação dos seus membros. 
 
4.1.3. Instituição do Comitê Estratégico Estadual do Compromisso 
A determinação de instituição do Comitê Estratégico Estadual do Compromisso pelos 
entes federados está prevista no Decreto 11.556, de 2023 (art. 21) e tem como finalidade 
realizar a gestão das estratégias necessárias para a execução das ações no âmbito do 
Compromisso. 
A equipe da DPDI/Cogealf, em seu trabalho de coordenação, apoio e assistência na 
realização dessa ação, realizou levantamento junto aos articuladores da Renalfa sobre a 
instituição e formação do Ceec em seus respectivos estados. O Quadro 6 consolida os 
resultados desse levantamento. 
 
 
 
 
16 
 
QUADRO 6 
INSTITUIÇÃO DO COMITÊ ESTRATÉGICO ESTADUAL DO COMPROMISSO POR UF - 2023 
UF 
Ceec 
instituído 
Normativo 
AC Não -- 
AL Sim Portaria/SEDUC nº 1.495, de 2 de agosto de 2023 
AM Sim Decreto nº 47.992, de 29 de agosto de 2023 
AP Sim Portaria SEED/GEA n° 0237/2023 
BA Não 
CE Não 
DF Não 
ES Sim 
Portaria/SEED nº 176-r, de 29 de agosto de 2023 e Portaria nº 889-s, de 06 de setembro 
de 2023 
GO Sim Portaria/SEDUC n° 4295, SEDUC de 11 de agosto de 2023 
MA Sim Portaria/SEDUC nº 995, de 12 de setembro de 2023 
MG Sim Resolução SEE nº 4.924, 
MS Sim Resolução “P” SED nº 3.256, de 25 de setembro de 2023 
MT Sim 
Portaria GS/SEDUC/MT 
nº 1.349/2023 
PA Não 
PB Sim Portaria/SEEDUC nº 566 de 10 de outubro de 2023 
PE Não 
PI Sim Portaria SEDUC-PI/GSE nº 969/2023 
PR Sim Resolução nº 7.298/2023 – GS/SEED 
RJ Sim Resolução SEEDUC nº 6195, de 20 de setembro de 2023 
RN Sim 
Decreto nº 32.948, de 11.09.2023 (Institui o Ceec) e Portaria nº 3.120, de 26.09.2023 
(Designa os membros) 
RO Sim Portaria/SEDUC nº 7470 de 04 de setembro de 2023RR Não 
RS Não 
SC Não 
SE Não 
SP Sim Resolução SEDUC nº 60, de 23 de novembro de 2023 
TO Sim Portaria/SEDUC n° 1.192, de 24 de agosto de 2023 
Fonte: Levantamento feito pela DPDI/Cogealf (2023). 
A partir dos resultados encontrados, considera-se a ação iniciada. Dentre as 27 UFs, 
17 (63%) já instituíram seus Comitês, enquanto dez ainda não o fizeram. Por isso, considera-
se que, até o final de 2023, houve uma alta adesão dos estados à ação proposta. 
 
4.1.4. Instituição da Rede Nacional de Articulação de Gestão, Formação e Mobilização 
A Rede Nacional de Articulação de Gestão, Formação e Mobilização (art. 22 do 
Decreto nº 11.556, de 2023) é composta por representantes da SEB/MEC (articuladores 
nacionais), representantes das secretarias estaduais (articuladores estaduais/distritais), 
representantes das unidades descentralizadas de gestão educacional dos sistemas estaduais 
 
 
 
 
17 
 
de ensino (articuladores regionais) e representantes das secretarias municipais de educação 
(articuladores municipais). 
Em atendimento ao art. 24 do Decreto, para regulamentar a atribuição, composição 
e funcionamento da Renalfa, foi publicada a Portaria nº 1.774, de 1 de setembro de 2023, 
que também dispõe sobre a definição dos valores da bolsa dos representantes dos entes 
federativos que compõem a rede. 
A designação dos articuladores da Renalfa aconteceu em camadas de representação, 
sendo os representantes do MEC e os articuladores estaduais designados, inicialmente, pela 
Portaria nº 47 de 29 de setembro de 2023. Os articuladores regionais foram designados em 
seguida, pela Portaria nº 56, de 27 de novembro de 2023, que promoveu alterações na 
portaria anterior. Na sequência, foram designados os articuladores municipais, por meio da 
Portaria nº 62, de 15 de dezembro de 2023, que promoveu novas alterações nas anteriores. 
O total de vagas disponíveis para representantes dos entes federados na Renalfa foi 
de 7.369, assim distribuídas: 54 vagas no nível estadual, sendo duas por UF; 1.747 vagas no 
nível regional, sendo 3 por regional, com exceção do DF, com 2 vagas por regional; e 5.568 
vagas no nível municipal, sendo uma para cada rede municipal. 
Com base nos dados da Portaria nº 62, de 2023, considera-se o seguinte quadro de 
designações dos entes federados ao final de 2023: 53 articuladores estaduais, uma vez que 
o estado do Pará deixou vaga a representação do articulador de gestão, formação e 
mobilização das redes municipais; 1.717 articuladores regionais, considerando 30 
representações vagas, pelo conjunto dos estados da Bahia, Goiás, Mato Grosso, Pernambuco 
e São Paulo; e 5.447 articuladores municipais (Tabela 2). 
TABELA 2 
TOTAL DE ARTICULADORES DA RENALFA DESIGNADOS – 2023 
UF 
Membros 
Estaduais 
Designados 
Vagas 
Regionais 
Disponíveis 
Membros 
Regionais 
Designados 
Vagas 
Municipais 
Disponíveis 
Membros 
Municipais 
Designados 
Acre 2 15 15 22 22 
Alagoas 2 26 26 102 102 
Amazonas 2 27 27 62 62 
Amapá 2 18 18 16 16 
Bahia 2 81 77 417 415 
Ceará 2 63 63 184 184 
Distrito Federal 2 29 29 - - 
Espírito Santo 2 33 33 78 78 
 
 
 
 
18 
 
Goiás 2 120 118 246 233 
Maranhão 2 57 57 217 217 
Mato Grosso 2 42 40 141 131 
Mato Grosso do Sul 2 36 36 79 79 
Minas Gerais 2 141 141 853 853 
Pará 1 114 114 144 144 
Paraíba 2 42 42 223 223 
Paraná 2 96 96 399 398 
Pernambuco 2 48 47 184 184 
Piauí 2 63 63 224 224 
Rio de Janeiro 2 42 42 92 92 
Rio Grande do Norte 2 48 48 167 167 
Rio Grande do Sul 2 93 93 497 491 
Rondônia 2 54 54 52 52 
Roraima 2 12 12 15 14 
Santa Catarina 2 105 105 295 290 
São Paulo 2 273 252 645 564 
Sergipe 2 30 30 75 74 
Tocantins 2 39 39 139 138 
Total 53 1.747 1.717 5.568 5.447 
Fonte: Portaria nº 62 de 15 de dezembro de 2023. 
Pelo exposto, considera-se a ação de instituição da Renalfa implementada, com alto 
grau de adesão dos entes federados. Do total de 7.369 vagas disponíveis, 7.217 (97,9%) foram 
ocupadas por representantes designados até o final de 2023. 
As regras e os procedimentos para o pagamento das bolsas de formação continuada 
aos articuladores foram estabelecidos por meio da Resolução CD/FNDE nº 19, de 29 de 
setembro de 2023. No que se refere à disponibilidade de recursos, ela foi suficiente, já que 
houve recurso para empenho de 100% das bolsas correspondentes aos meses trabalhados, 
em 2023, pelos articuladores nos diferentes níveis, resultando no empenho total de 
R$12.516.200,00 (Tesouro Gerencial, 2023). 
Cabe destacar que os pagamentos realizados obedecem ao processo de atuação dos 
articuladores junto à rede. Após a designação, o articulador deve realizar seu cadastro no 
Simec, mesmo sistema em que, mensalmente, deve apresentar relatório de atividades. O 
pagamento da bolsa está vinculado à apresentação desse relatório. Os articuladores 
municipais têm seus relatórios analisados e validados pelos articuladores regionais e estes, 
por sua vez, têm seus relatórios analisados e validados pelos articuladores estaduais. Os 
 
 
 
 
19 
 
articuladores nacionais analisam e validam os relatórios dos articuladores estaduais. Os 
pagamentos só podem ser realizados após aprovação e validação dos relatórios. 
Registra-se ainda que os articuladores estaduais, compostos por uma dupla de cada 
unidade da federação, se reuniram ao longo do ano de 2023 em diversos momentos, de 
forma presencial ou remota, para receber orientações e serem formados pelas equipes do 
MEC, para atuação em seus territórios. Ao todo, foram realizados dois ciclos formativos 
Renalfa, na modalidade presencial, sendo um em Brasília e outro em Curitiba, além de 13 
reuniões com os articuladores estaduais e gestores do MEC, realizadas virtualmente, 
conforme Quadro 7. 
QUADRO 7 
CICLO DE FORMAÇÃO DOS ARTICULADORES ESTADUAIS DA RENALFA - 2023 
Data Reunião Formato Local 
25 a 27/07/2023 1º Ciclo Formativo Presencial Brasília/DF 
14/08/2023 Reunião Remoto Avamec 
04/09/2023 Reunião Remoto Avamec 
15/09/2023 Reunião Remoto Avamec 
02/10/2023 Reunião Remoto Avamec 
16/10/2023 Reunião Remoto Avamec 
30/10/2023 Reunião Remoto Avamec 
31/10/2023 4 Reuniões Remoto Avamec 
01/11/2023 Reunião Remoto Avamec 
13/11/2023 Reunião Remoto Avamec 
21 a 24/11/2023 2º Ciclo Formativo Presencial Curitiba/PR 
11/12/2023 Reunião Remoto Avamec 
Fonte: DPDI/Cogealf e AVAMEC Interativo 
Observa-se que o trabalho dos articuladores logo após a instituição do Compromisso 
foi importante para mobilizar e informar os entes federativos, buscando promover a adesão 
dos municípios ao programa, promover a estruturação das iniciativas de alfabetização em 
regime de colaboração, o engajamento de atores relevantes e mobilizar atores para assegurar 
a formalização de Comitês Estratégicos Estaduais do Compromisso (Ceec). 
 
4.1.5. Elaboração de Políticas de Alfabetização, conforme orientações do MEC 
O Decreto 11.556, de 2023, estabelece em seu art. 25 que as secretarias estaduais e 
municipais que aderirem ao Compromisso deverão elaborar e consolidar suas respectivas 
políticas de alfabetização, a partir de orientações elaboradas pelo MEC. 
Até o final de 2023, tais orientações não foram publicadas. A DPDI/Cogealf informou, 
no entanto, que está preparando um Guia de Orientação da Política de Alfabetização com o 
 
 
 
 
20 
 
intuito de apoiar e auxiliar os entes federativos na elaboração das Política de Alfabetização 
de seus territórios. Paralelamente, as orientações sobre as Políticas de Alfabetização têm sido 
amplamente discutidas nas reuniões da Renalfa e a equipe da DPDI/Cogealf tem prestado 
assistência técnica junto aos articuladores estaduais, que são responsáveis pelo apoio e 
colaboração com os gestores estaduais e municipais, no âmbito do Compromisso. 
Em agosto de 2023, a DPDI/Cogealf realizou pesquisa diagnóstica junto às redes de 
ensino, como objetivo de levantar informações sobre as políticas e ações voltadas à 
alfabetização. O resultado da pesquisa mostrou que das 27 redes estaduais, 17 (63%) 
declararam possuir política própria de alfabetização, enquanto apenas 1.115 (22%) das 5.568 
redes municipais fizeram a mesma declaração (Brasil, MEC, 2023b). 
À época do levantamento, todos os entes federativos afirmaram que desejavam 
desenvolver ou ampliar sua política de alfabetização, considerando a colaboração 
interfederativa com os municípios e a União no âmbito do Compromisso Nacional Criança 
Alfabetizada (Brasil, MEC, 2023b). 
Cabe destacar que, conforme delineado no modelo lógico do programa, as 
orientações do MEC deveriam atuar no sentido de que as políticas estaduais fossem 
aplicáveis aos municípios que compõem os seus territórios. Tal ação, conforme 
entendimento obtido junto aos gestores responsáveis pela implementação do programa, 
deve estimular e promover a instituição de políticas estaduais com foco no território e, 
portanto, nas redes municipais que o integram, visando ao fortalecimento do regime de 
colaboração. 
Nessa conjuntura, para impulsionar iniciativas de colaboração federativa no âmbito 
do Compromisso e ampliar o apoio técnico às redes educacionais na elaboração de suas 
Políticas de Alfabetização do Território, a DPDI/Cogealf designou avaliadores auxiliares 
educacionais para cada UF que não possuía políticas territoriais de alfabetização. 
Especialistas em análises e estudos em políticas educacionais foram contratados via Auxílio 
de Avaliação Educacional (AAE), com a finalidade de, juntamente com os gestores da rede, 
identificar possíveis desafios e oportunidades para elaboração de políticas de alfabetização 
coerentes e alinhadas ao que propõe o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada. 
Adicionalmente, entre os meses de dezembro de 2023 e janeiro de 2024, a 
DPDI/Cogealf realizou novo levantamento junto às redes estaduais, solicitando informação 
 
 
 
 
21 
 
sobre o normativo que institui suas respectivas políticas de alfabetização. O resultado deste 
levantamento está consolidado no Quadro 8. 
QUADRO 8 
ATOS NORMATIVOS QUE INSTITUEM A POLÍTICA DE ALFABETIZAÇÃO POR UF 
UF 
Possui Política de 
Alfabetização? 
Nome da Política Normativo 
AC Não - - 
AL Sim Criança Alfabetizada Lei nº 8.768, de 9 de dezembro de 2022 
AM Sim Programa Amazonas Mais Alfabetizado Decreto nº 47.958, de 22 de agosto de 2023 
AP Sim Programa Criança Alfabetizada Lei n° 2.448, de 02 de dezembro de 2023 
BA Não - - 
CE Sim 
Programa de Alfabetização na Idade 
Certa - PAIC 
Lei nº 14.026, de 17 de dezembro de 2007 
DF Não - - 
ES Sim 
Pacto pela Aprendizagem no Espírito 
Santo - PAES 
Lei nº 10.631, de 29 de março de 2017 
GO Sim Alfamais Goiás Lei nº 21.070, de 09 de agosto de 2021 
MA Sim 
Pacto pelo Fortalecimento da 
Aprendizagem 
Decreto nº 34.649, de 02 de janeiro de 2019 
MG Não - - 
MS Sim 
Programa MS Alfabetiza: todos pela 
alfabetização da criança 
Lei nº 5.724, de 23 de setembro de 2021 
MT Sim Alfabetiza MT Lei nº 11.485/2021 
PA Sim Programa Alfabetiza Pará Lei nº 9.867, de 13 de março de 2023 
PB Sim Pacto Alfabetiza Mais Paraíba Lei nº 12.701, de 27 de junho de 2023 
PE Sim Programa Criança alfabetizada Lei nº 16.616, de 15 de julho de 2019 
PI Sim 
Programa Piauiense de Alfabetização na 
Idade Certa 
Lei Estadual nº 7453, de 08 de janeiro de 
2021 
PR Sim Programa Educa Juntos Lei n.º 21.323, de 20 de dezembro de 2022 
RJ Não - - 
RN Não - - 
RO Sim 
Programa de Alfabetização do Estado de 
Rondônia - PROALFA Rondônia 
Lei nº 5.735, de 22 de janeiro de 2024* 
RR Não - - 
RS Sim 
Programa Estadual de Apoio à 
Alfabetização - Alfabetiza Tchê 
Lei nº 16.048, de 30 de novembro de 2023 
SC Não - - 
SE Sim Programa Alfabetizar Pra Valer Lei nº. 8.597, de 07 de novembro de 2019 
SP Não - - 
TO Não - - 
Fonte: Levantamento feito pela DPDI/Cogealf (2023). 
* Embora a Lei que institui o Programa de Alfabetização do Estado de Rondônia seja de 2024, ou seja, após o período de 
referência deste documento (2023), optou-se por deixar o referido normativo, para fins de registro do levantamento feito. 
 
Diante das evidências apontadas, considera-se esta ação iniciada, não sendo avaliado 
o grau de adesão dos entes federados. Embora 17 estados tenham informado possuir política 
 
 
 
 
22 
 
de alfabetização, entende-se que não é possível afirmar que essas políticas estão alinhadas 
às orientações do MEC, uma vez que tais orientações ainda não foram publicadas. 
 
4.2. Formação de profissionais da educação e melhoria das práticas pedagógicas e 
de gestão escolar 
O conjunto de ações que compõe o eixo Formação de profissionais da educação e 
melhoria das práticas pedagógicas e de gestão escolar está determinado no artigo 26 do 
Decreto 11.556, de 2023. As análises e a avaliação da implementação apresentadas nesta 
subseção serão feitas com base nas ações e atividades previstas para o eixo e consolidadas 
no Quadro 9, a seguir. 
QUADRO 9 
IMPLEMENTAÇÃO DO EIXO FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO E MELHORIA DAS 
PRÁTICAS PEDAGÓGICA DE GESTÃO ESCOLAR – 2023 
Ações Atividades Desempenho Evidência 
Elaboração de diretrizes e 
orientações para 
estruturação e 
implementação de ações de 
formação como foco em: 
melhoria das práticas 
pedagógicas e melhoria de 
gestão escolar. 
Elaboração de 
documentos orientadores 
com a finalidade 
proposta. 
Grau de cumprimento da 
ação: implementada. 
 
Grau de adesão: Não se 
aplica. 
Orientações para a 
Formulação e Implementação 
das Estratégias de Formação 
Continuada no âmbito do 
Compromisso Nacional 
Criança Alfabetizada (BRASIL, 
2023). 
Oferta de assistência 
técnica e financeira para 
estruturação e 
implementação de ações de 
formação. 
Desenvolvimento de 
sistema para formação de 
articuladores de gestão e 
formação no âmbito do 
Compromisso. 
Grau de cumprimento da 
ação: implementada. 
 
Grau de adesão: Muito 
alto (100%). 
AVAMEC Interativo. 
Apoio à elaboração do 
Plano de Ações 
Articuladas do Território 
Estadual (Pate)/Plano de 
Ações Articuladas (PAR) e 
disponibilidade de 
assistência financeira 
para ações de formação 
de profissionais da 
educação dos anos 
iniciais do EF. 
Grau de cumprimento da 
ação: implementada 
 
Grau de adesão: Muito 
alto (100% dos territórios 
estaduais). 
 
Disponibilidade de 
recursos para as 
demandas: Insuficiente 
(44,4% dos territórios 
estaduais atendidos). 
 
Atendimento aos critérios 
de priorização: Atendido. 
Pate/PAR implementado no 
Simec. 
 
Resolução MEC nº 5, de 10 de 
novembro de 2023. 
 
 
Programa de formação 
para professores(as) da 
Educação Infantil. 
Grau de cumprimento da 
ação: implementada. 
 
Grau de adesão: Muito 
alto (92,9% dos territórios 
estaduais). 
Formações para a Educação 
Infantil ofertadas por meio de 
cinco Universidades Federais, 
mediante Termo de Execução 
Descentralizada (TED). 
Fonte: Elaboração própria, com base no Decreto 11.556, de 2023 e no Plano de M&A do Compromisso (Brasil, MEC, 2023a). 
 
 
 
 
23 
 
4.2.1. Elaboração de diretrizes e orientações para estruturação e implementação de 
ações de formação 
O Decreto 11.556, de 2023 estabelece em seu artigo 26 que: 
Competem ao Ministério da Educação a elaboração de diretrizes e orientações e a 
oferta de assistência técnica e financeira para a estruturação e a implementação de 
ações de formação focadas na melhoria das práticas pedagógicas e de gestão 
escolar e destinadas a gestores educacionais e professores que atuem na educação 
infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental, nos termos do disposto no inciso 
IX do caput do art. 12 do Decreto nº 8.752, de 9 de maio de 2016. 
 
No que se refere à primeira atividade, o MEC, por meio da SEB/Difor, publicou em 
julho de 2023 o documento “Orientações para a formulação e implementação das estratégias 
deformação continuada no âmbito do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada” (Brasil, 
MEC, 2023c). Tal como propõe o título, o documento oferece um conjunto de orientações 
técnicas para o desenho e a implementação de estratégias e ações de formação dos 
profissionais da educação no âmbito do Compromisso e está organizado em seis eixos, assim 
resumidos: 1) A formação de profissionais da educação em regime de colaboração; 2) O 
sentido e a importância das estratégias de formação continuada de profissionais da 
educação; 3) As premissas dos processos de formação continuada de profissionais da 
educação; 4) As premissas epistemológicas do processo de alfabetização; 5) A arquitetura 
institucional e os requisitos operacionais para a realização das estratégias de formação de 
profissionais da educação; e 6) Os requisitos operacionais para as ações de formação de 
profissionais da educação no âmbito do Compromisso. 
No eixo dos requisitos operacionais, o documento consolida um conjunto de 
orientações para que os entes federados construam os seus planos de formação no âmbito 
do Compromisso, incluindo, dentre outros aspectos, que a construção dos planos seja feita 
com ampla participação das equipes das secretarias e que seja destinada aos diferentes 
profissionais, incluindo aqueles que atendem crianças da Educação Infantil (docentes e 
auxiliares docentes), docentes que atuam em turmas do 1º ao 5º ano do Ensino 
Fundamental; profissionais que atuam na função de coordenação pedagógica; profissionais 
que atuam como diretores de escola ou assistentes de direção na Educação Infantil e nos 
Anos Iniciais do Ensino Fundamental; e equipes técnicas das secretarias de educação. 
Adicionalmente, orienta sobre a carga horária anual de referência para os percursos 
formativos e sobre o formato das formações, incluindo carga horária mínima no formato 
 
 
 
 
24 
 
presencial. Prevê ainda que os entes registrem o roteiro de formação, contendo uma série 
de informações básicas sobre cada percurso formativo no AVAMEC Interativo, além de fichas 
trimestrais de acompanhamento. 
Neste sentido, considera-se implementada a parte da ação que previa a elaboração 
de diretrizes e orientações para a estruturação e a implementação de ações de formação, 
focadas na melhoria das práticas pedagógicas e de gestão escolar e destinadas a gestores 
educacionais e professores que atuem na educação infantil e nos anos iniciais do ensino 
fundamental. Neste caso, considerando o estágio da implementação do programa, ainda não 
é possível avaliar o grau de adesão das redes às orientações propostas no documento. 
Ainda no escopo do previsto no art. 26 do Decreto 11.556, de 2023, no que se refere 
à assistência técnica, o MEC, por meio da Difor, busca ampliar o apoio aos entes federativos 
em suas ações de formação, por meio da disponibilização de material para formação de 
profissionais da educação, considerando diferentes perfis de atuação. 
Para isso, firmou parceria com a Universidade Federal de Pernambuco, mediante o 
Termo de Execução Descentralizada (TED) nº 12.958, no valor empenhado de 
R$3.097.924,94, no ano de 2023 (Simec, Módulo SPO/TED, 2023). De acordo com as metas 
estabelecidas no Plano de Trabalho, constante no referido TED, este material será 
disponibilizado em setembro de 2024 e prevê a oferta de percursos formativos para serem 
utilizados na formação de professores, gestores e coordenadores pedagógicos do ensino 
fundamental. 
 
4.2.2. Oferta de assistência técnica e financeira para estruturação e implementação de 
ações de formação 
Um dos produtos previstos como parte da assistência técnica ofertada pelo MEC às 
redes foi o desenvolvimento de um sistema para formação de articuladores de gestão e 
formação no âmbito do Compromisso. Considera-se que esta ação foi implementada com a 
disponibilização da plataforma AVAMEC Interativo em julho de 2023, que funcionou como 
principal ambiente para a realização das reuniões da Renalfa. 
No que se refere à assistência técnico-financeira oferecida pelo MEC, no âmbito do 
eixo de Formação, esta foi implementada por meio de duas atividades distintas. A primeira 
delas envolveu o apoio ao desenvolvimento do Plano de Ações Articuladas do Território 
 
 
 
 
25 
 
Estadual (Pate), para obtenção de assistência financeira pelo PAR, conforme regulamentado 
pela Resolução MEC nº 5, de 10 de novembro de 2023. De acordo com a resolução, são ações 
passíveis de serem executadas por meio do Pate/PAR no âmbito do Compromisso, para 
atendimento às demandas do território estadual, tanto as ações de formação de profissionais 
da educação quanto a disponibilização de materiais suplementares, ação que será abordada 
na subseção referente ao eixo Melhoria e qualificação da infraestrutura física e pedagógica. 
A segunda atividade envolveu o desenvolvimento do Programa de Formação 
Continuada Leitura e Escrita na Educação Infantil (LEEI), voltado aos docentes da educação 
infantil. O MEC disponibilizou assistência técnica e financeira para esta atividade por meio de 
TEDs firmados com cinco universidades federais, sendo uma em cada região do país. A 
implementação dessas atividades será avaliada nas subseções seguintes. 
 
4.2.2.1. Ações de Formação apoiadas por meio do Pate/PAR 
Proposto pelo MEC/SEB, por meio da DPDI/Cogealf e Dage/CGARE, o Pate2 adotou 
como premissa o planejamento articulado e coordenado entre as secretarias estaduais de 
educação e as redes municipais, pensando o seu território de maneira integrada. A ação foi 
implementada por meio do Módulo CNCA do Simec, com o objetivo de levantar e consolidar 
as demandas do território estadual por ações do Compromisso a serem implementadas pelos 
estados em parceria com os municípios, com assistência técnica e financeira da União (Brasil, 
MEC, 2023d). 
Para as ações referentes ao eixo de formação de profissionais da educação, foi 
permitido às UFs oferecerem dez tipos de formação. No total, o grau de adesão à proposta 
do MEC de organização das demandas de formação por território pode ser classificado como 
muito alto, envolvendo 100% das UFs e 5.442 (97,7%) redes municipais. A Tabela 3 a seguir 
consolida a adesão das UFs e dos municípios demandantes por ação proposta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 Para uma descrição detalhada sobre o processo de construção do Pate, ver o 3º Relatório de Monitoramento 
do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada (Brasil, MEC, 2023d). 
 
 
 
 
26 
 
TABELA 3 
DEMANDAS POR AÇÃO OFERTADA – FORMAÇÃO CONTINUADA – PATE/PAR - 2023 
Ação ofertada 
Nº de UFs 
ofertantes 
Nº de munícipios 
demandantes 
Formação de docentes que atuam nos 1º e 2º ano do Ensino Fundamental 27 (100%) 5.385 (96,7%) 
Formação de docentes que atuam do 3º ao 5º ano do Ensino Fundamental 27 (100%) 5.335 (95,8%) 
Formação de profissionais que atuam na coordenação pedagógica em 
escolas de anos iniciais do Ensino Fundamental 
26 (96%) 5.327 (95,7%) 
Formação de profissionais que atuam na direção de escolas de anos iniciais 
do Ensino Fundamental 
26 (96%) 5.314 (95,4%) 
Formação para equipes técnicas que atuam na Área pedagógica, com 
ênfase anos iniciais do Ensino Fundamental 
26 (96%) 5.180 (93,0%) 
Formação para docentes que atuam na Educação Infantil 23 (85%) 5.105 (91,7%) 
Formação para profissionais que atuam na direção de escolas de educação 
infantil 
24 (89%) 5.093 (91,5%) 
Formação para profissionais que atuam na coordenação pedagógica em 
escolas de Educação Infantil 
24 (89%) 5.081 (91,3%) 
Formação para equipes técnicas que atuam na área pedagógica, com 
ênfase na Educação Infantil 
23 (85%) 4.929 (88,5%) 
Formação para auxiliares docentes que atuam no atendimento de crianças 
da Educação Infantil 
20 (74%) 4.139 (74,3%) 
Fonte: 3º Relatório de Monitoramento do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada (Brasil, MEC, 2023d). 
A análise por tipode ação permite observar que o grau de adesão das redes estaduais 
e municipais foi muito alto (igual ou superior a 80%) para a maior parte das ações, sendo alto 
(entre 70 e 80%) apenas para a ação de “Formação para auxiliares docentes que atuam no 
atendimento de crianças da Educação Infantil”. 
A partir da elaboração dos Pates de cada território estadual e análise final da SEB/MEC 
à luz das regras e diretrizes do Compromisso, o MEC disponibilizou assistência técnica e 
financeira no PAR voltada à realização de ações de formação de profissionais que atuam nos 
anos iniciais do ensino fundamental, conforme critérios estabelecidos na Resolução MEC nº 
5, de 2023. Nesta etapa do processo, ficou sob a responsabilidade dos estados inserir as 
demandas consolidadas do território na aba de planejamento do seu respectivo Plano de 
Ações Articuladas (PAR). A Tabela 4 apresenta os valores aprovados por UF no PAR, 
considerando as demandas por formação continuada de profissionais que atuam nos anos 
iniciais do seu território. Inclui ainda os valores empenhados e pagos, conforme 
disponibilidade orçamentária do MEC. 
Observa-se nesta fase do processo, que a disponibilidade orçamentária do MEC foi 
insuficiente para o pagamento das demandas por formação de profissionais dos anos iniciais. 
Do total de 27 territórios, 26 concluíram a fase de planejamento das demandas e doze 
 
 
 
 
27 
 
(44,4%) tiveram recursos empenhados. Destes últimos, sete obtiveram pagamento ainda em 
2023 e cinco foram inscritos em restos a pagar (RAP). 
TABELA 4 
VALORES DEMANDADOS NO PAR E VALORES EMPENHADOS E PAGOS PARA AÇÕES DE FORMAÇÃO 
POR UF – 2023 
UF Valor Planejado (R$) Valor Aprovado*(R$) Valor Empenhado** (R$) Valor Pago (R$) 
AC 3.082.181,54 3.082.181,54 3.051.359,72 RAP 
AL 7.547.748,74 7.547.748,74 7.472.271,25 7.472.271,25 
AM 37.565.964,54 37.565.964,54 Em trâmite de empenho (FNDE) 0,00 
AP 2.319.474,44 2.319.474,44 2.296.279,70 2.296.279,70 
BA 70.869.209,92 Em análise financeira (FNDE) 0,00 0,00 
CE 25.927.588,44 25.927.588,44 Em trâmite de empenho (FNDE) 0,00 
DF 98.243,36 98.243,36 86.262,21 RAP 
ES 630.867,99 630.867,99 624.559,31 RAP 
GO 16.718.643,80 Em análise financeira (FNDE) 0,00 0,00 
MA 31.997.572,82 31.997.572,82 31.677.597,09 31.677.597,09 
MG 66.956.447,09 66.956.447,09 Em trâmite de empenho (FNDE) 0,00 
MS 7.579.792,92 7.579.792,92 Em trâmite de empenho (FNDE) 0,00 
MT 18.200.596,87 18.200.596,87 Em trâmite de empenho (FNDE) 0,00 
PA 13.030.971,65 13.030.971,65 12.900.661,93 12.900.661,93 
PB 26.000.569,41 26.000.569,41 Em trâmite de empenho (FNDE) 0,00 
PE 18.618.429,20 18.618.429,20 Em trâmite de empenho (FNDE) 0,00 
PI 37.153.670,02 37.153.670,02 36.782.133,32 36.782.133,32 
PR 21.805.653,56 Em análise financeira (FNDE) 0,00 0,00 
RJ 13.788.112,44 13.788.112,44 Em trâmite de empenho (FNDE) 0,00 
RN 26.883.781,57 26.883.781,57 26.614.943,75 26.614.943,75 
RO 12.596.738,96 12.596.738,96 Em trâmite de empenho (FNDE) 0,00 
RR 5.048.999,92 5.048.999,92 4.998.509,92 4.998.509,92 
RS 38.869.235,64 
Em análise de mérito 
(SEB/MEC) 
0,00 0,00 
SC Em planejamento Em planejamento (estado) 0,00 0,00 
SE 9.123.911,79 9.123.911,79 9.032.672,67 RAP 
SP 61.976.509,40 61.976.509,40 Em trâmite de empenho (FNDE) 0,00 
TO 419.518,08 419.518,08 415.322,90 RAP 
Total 574.810.434,11 426.547.691,19 135.952.573,77 122.742.396,96 
Fonte: Módulo de Consulta, PAR, 2023. 
* Os valores em análise de financeiro e análise de mérito ainda poderão passar por ajustes. 
**Os valores empenhados consideram os descontos decorrentes das contrapartidas exigidas dos entes para a ação. 
A indisponibilidade orçamentária para atendimento do total demandado resultou na 
necessidade de adoção de critérios de priorização para distribuição dos recursos. Os critérios 
foram aqueles estabelecidos na Resolução MEC nº 5, de 2023, para a iniciativa nº 2, que tem 
como objeto a formação continuada. 
 
 
 
 
28 
 
A partir da análise dos critérios listados na Resolução, conclui-se que estão em 
conformidade com o estabelecido no Decreto 11.556, de 2023, ao considerarem prioritários 
“os territórios estaduais com menores índices de alfabetização, com maior proporção de 
crianças pretas, pardas e indígenas, com menor nível socioeconômico e com maior proporção 
de crianças que compõem o público-alvo da educação especial” (Brasil, MEC, 2023e). A 
metodologia adotada pela SEB/MEC3 a partir dos critérios estabelecidos na Resolução 
resultou no seguinte ordenamento dos territórios estaduais (Tabela 5). 
TABELA 5 
ORDENAMENTO DOS TERRITÓRIOS ESTADUAIS A PARTIR DA APLICAÇÃO DOS CRITÉRIOS DE 
PRIORIZAÇÃO ESTABELECIDOS PARA FORMAÇÃO CONTINUADA NO ÂMBITO DO CNCA/PAR - 2023 
NO_UF 
% CRIANÇA 
ALFAB_2019 
CRIT_ALFAB MEDIA_INSE_2019 CRIT_INSE % MAT PPI CRIT_PPI MAT_ESP_INC% CRIT_ESP_INC CRIT_TOTAL 
Maranhão 33,1 5 4,1 5 0,61 4 98,3 3 17 
Alagoas 39,0 5 4,22 5 0,59 3 99,7 4 17 
Roraima 45,4 4 4,6 3 0,70 5 100,0 5 17 
Piauí 49,5 4 4,14 5 0,63 4 99,6 4 17 
Amapá 24,8 5 4,57 3 0,68 5 98,0 3 16 
Rio Grande do Norte 32,2 5 4,44 4 0,43 2 100,0 5 16 
Pará 37,0 5 4,17 5 0,47 2 99,5 4 16 
Paraíba 45,0 4 4,38 4 0,61 4 99,5 4 16 
Sergipe 30,9 5 4,28 4 0,62 4 97,7 2 15 
Bahia 41,4 4 4,4 4 0,55 3 99,5 4 15 
Tocantins 38,3 5 4,58 3 0,71 5 84,3 1 14 
Amazonas 43,8 4 4,45 4 0,78 5 90,9 1 14 
Pernambuco 45,0 4 4,38 4 0,52 3 98,0 3 14 
Acre 52,8 3 4,48 3 0,59 3 100,0 5 14 
Mato Grosso do Sul 40,7 4 5,02 2 0,52 3 99,8 4 13 
Rondônia 46,2 4 4,75 3 0,60 3 99,4 3 13 
Espírito Santo 62,5 2 4,91 2 0,62 4 100,0 5 13 
Ceará 73,5 1 4,23 5 0,63 4 99,1 3 13 
Rio de Janeiro 49,2 4 4,89 2 0,43 2 91,0 1 9 
Minas Gerais 63,7 2 4,96 2 0,55 3 97,7 2 9 
Santa Catarina 68,9 2 5,46 1 0,14 1 99,9 5 9 
Mato Grosso 52,3 3 4,89 2 0,26 1 97,2 2 8 
São Paulo 59,8 3 5,23 1 0,28 1 98,0 3 8 
Goiás 63,0 2 4,99 2 0,38 2 96,7 2 8 
Distrito Federal 63,4 2 5,26 1 0,45 2 93,1 1 6 
Rio Grande do Sul 67,8 2 5,33 1 0,14 1 96,6 2 6 
Paraná 67,9 2 5,29 1 0,22 1 88,2 1 5 
Fonte: Elaboração própria, com base na metodologia adotada pela SEB/MEC. 
O empenho dos recursos seguiu a ordem de priorização até o estado do Pará. Em 
seguida, passou-se para os estados cuja demanda pudesse ser completamente atendida pelo 
orçamento disponível, contemplando, dessa forma, estados que apresentaram demandas de 
valores mais baixos em relação aos demais (conforme Tabela 5). Considera-se, portanto, que 
os critérios de priorização previstos no Decreto foram contemplados, de forma que os valores 
empenhados alcançaram 44,4% dos territórios demandantes (12 dentre os 27), o que 
representou aproximadamente 24% dos valores demandados. 
 
3 A metodologia adotada pela SEB/MEC foi elaborada pelas equipes da Dimam, DPDI e Dage e aprovada junto 
à SEB. A metodologia foi apresentada aos membros da Renalfa e sua descrição detalhada será publicizada por 
meio de Nota Técnica, que se encontrava em fase de elaboração até a conclusão deste documento. 
 
 
 
 
29 
 
4.2.2.2. Ações de Formação apoiadas por meio do Programa LEEI 
Além das ações de formação apoiadas por meio do Pate/PAR, o MEC disponibilizou 
recursos para apoiar a realização de formação de professores da educação infantil, por meio 
de uma ação denominada Programa de Formação Continuada Leitura e Escrita na Educação 
Infantil (LEEI). 
A ação foi conduzida pela Coordenação-Geral de Educação Infantil (Cogei), da 
SEB/DPDI, e divulgada por meio das reuniões da Renalfa junto aos articuladores do nível 
estadual. Com o apoio dessa rede, a SEB/Difor realizou levantamento das demandas dos 
estados, que ficaram responsáveis por informar as demandas das redes municipais dos seus 
respectivos territórios ao MEC. De acordo com os dados levantados, a ação obteve a adesão 
de 92,6% das redes estaduais e 92,9% das redes municipais de educação, conforme 
apresentado no Tabela 6, a seguir. 
TABELA 6 
ADESÃOAO PROGRAMA LEEI 
UF 
Rede Estadual/Distrital Redes Municipais 
Aderiu 
Nº total de 
redes 
Nº de redes 
que aderiram 
% de redes que 
aderiram 
AC Sim 22 22 100,0% 
AL Sim 102 102 100,0% 
AM Sim 62 62 100,0% 
AP Sim 16 16 100,0% 
BA Sim 417 403 96,6% 
CE Sim 184 184 100,0% 
DF Sim n/a n/a n/a 
ES Sim 78 78 100,0% 
GO Não 246 0 0% 
MA Sim 217 217 100,0% 
MG Sim 853 850 99,6% 
MS Sim 79 79 100,0% 
MT Sim 141 141 100,0% 
PA Sim 144 124 86,1% 
PB Sim 223 223 100,0% 
PE Sim 184 184 100,0% 
PI Sim 224 224 100,0% 
PR Sim 399 399 100,0% 
RJ Sim 92 92 100,0% 
RN Sim 167 167 100,0% 
RO Sim 52 52 100,0% 
RR Sim 15 13 86,7% 
 
 
 
 
30 
 
RS Sim 497 487 98,0% 
SC Sim 295 281 95,3% 
SE Não 75 0 0% 
SP Sim 645 634 98,3% 
TO Sim 139 139 100,0% 
Total 25 5.568 5.173 92,9% 
Fonte: Ofícios encaminhados pelas secretarias estaduais à Difor/SEB/MEC. 
As formações no âmbito do Programa LEEI serão oferecidas pelo MEC por meio de 
parceria realizada com as Universidades Federais do Amapá (UNIFAP), de Pernambuco 
(UFPE), de Minas Gerais (UFMG), do Rio Grande do Sul (UFRGS) e do Mato Grosso do Sul 
(UFMS), mediante Termos de Execução Descentralizada (TED), conforme Tabela7. 
TABELA 7 
VALORES EMPENHADOS PARA O PROGRAMA DE FORMAÇÃO LEEI POR TED 
Nº do TED Vigência Proponente Valor global Valor Empenhado 
12.829 11/2023 a 02/2025 UFPE R$ 28.378.949,33 R$ 28.378.949,33 
12.830 10/2023 a 12/2024 UFMG R$ 24.160.040,11 R$ 24.160.040,11 
12.831 10/2023 a 12/2024 UFMS R$ 6.726.570,87 R$ 6.726.570,87 
12.850 11/2023 a 04/2025 UFRGS R$ 7.394.665,66 R$ 7.394.665,66 
12.832 10/2023 a 01/2025 UNIFAP R$ 23.339.726,85 R$ 23.339.726,85 
Total R$ 89.999.952,82 R$ 89.999.952,82 
Fonte: Simec, Módulo SPO/TED, 2023. 
Os valores globais previstos para os TEDs foram empenhados pelo MEC em 2023, 
contemplando as universidades que atuarão em todos os territórios. Pelas evidências 
apresentadas, considera-se o grau de adesão ao Programa LEEI muito alto, tendo alcançado 
25 UFs (92,6%) e 5.173 (92,9%) redes municipais. Ainda não é possível avaliar, no entanto, se 
todas as demandas por formação registradas pelos territórios estaduais serão atendidas no 
escopo dos TEDs firmados. 
 
4.3. Melhoria e qualificação da infraestrutura física e pedagógica 
O conjunto de ações que compõe o eixo Melhoria e qualificação da infraestrutura 
física e pedagógica está contido nos artigos 27, 28 e 29 do Decreto 11.556, de 2023. As 
análises e a avaliação da implementação apresentadas nesta subseção serão feitas com base 
nas ações e atividades previstas para o eixo e consolidadas no Quadro 10, a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
QUADRO 10 
IMPLEMENTAÇÃO DO EIXO MELHORIA E QUALIFICAÇÃO DA INFRAESTRUTURA FÍSICA E 
PEDAGÓGICA - 2023 
Ações Atividades Desempenho Evidência 
Melhoria e expansão 
da infraestrutura 
física 
Projetos de manutenção, 
reforma e ampliação no 
âmbito do Plano de Ações 
Articuladas - PAR e do 
Programa Dinheiro Direto na 
Escola - PDDE. 
Grau de cumprimento da 
ação: iniciada. 
Resolução CD/FNDE nº 20, de 
8 de outubro de 2023. 
Manual de Orientações para 
seleção – Educação Básica 
Novo PAC. 
Melhoria da 
infraestrutura 
pedagógica das 
escolas 
 
Disponibilização de materiais 
didáticos suplementares 
destinados a atender aos 
objetivos do Compromisso, 
nos termos do disposto no art. 
24 do Decreto nº 9.099, de 18 
de julho de 2017, observada a 
pluralidade de métodos 
pedagógicos. 
Grau de cumprimento da 
ação: implementada. 
 
Grau de adesão: Muito alto 
(100% dos territórios 
estaduais). 
 
Disponibilidade de recursos 
para as demandas: 
Suficiente (100% dos 
territórios estaduais 
atendidos). 
Resolução MEC nº 5, de 10 de 
novembro de 2023. 
 
Dados do SIMEC/PAR. 
Disponibilização de recursos 
pedagógicos, equipamentos, 
materiais e outros insumos 
utilizados pelas redes de 
ensino para a implementação 
dos programas de 
alfabetização. 
Grau de cumprimento da 
ação: iniciada. 
Realização de pregão 
eletrônico do FNDE para 
compor atas de registro de 
preços de materiais 
escolares: pregão eletrônico 
para registro de preço nº 
90002/2024. 
Instalação de espaços de 
incentivo a práticas de leitura 
apropriados à faixa etária, ao 
contexto sociocultural, ao 
gênero e ao pertencimento 
étnico-racial dos estudantes. 
Grau de cumprimento da 
ação: implementada. 
 
Grau de adesão: Muito alto 
(97,5% das escolas elegíveis 
foram selecionadas pelas 
redes e 93,6% das escolas 
selecionadas pelas redes 
finalizaram seus planos de 
ação no sistema). 
 
Disponibilidade de recursos 
para as demandas: 
Suficiente (100% das 
demandas das escolas 
aptas atendidas). 
Resolução CD/FNDE nº 22, de 
24 de outubro de 2023. 
 
Dados do PDDE Interativo. 
Fonte: Elaboração própria, com base no Decreto 11.556, de 2023 e no Plano de M&A do Compromisso (Brasil, MEC, 2023a). 
4.3.1. Melhoria e expansão da infraestrutura física 
O Decreto 11.556, de 2023, prevê que a melhoria e expansão da infraestrutura física 
contemplará as unidades escolares participantes do Compromisso por meio de projetos de 
manutenção, reforma e ampliação no âmbito do PAR e do PDDE. No entanto, não foi 
disponibilizada assistência técnico-financeira por meio do PAR ou do PDDE para iniciativas 
desta natureza. 
 
 
 
 
32 
 
Apesar disso, ações de melhoria e expansão da estrutura física voltadas às escolas das 
redes que aderiram ao Compromisso foram iniciadas no âmbito do novo Programa de 
Aceleração do Crescimento (Novo PAC). No escopo da educação básica, o Novo PAC propõe 
a expansão da rede pública educacional, destinando assistência financeira para obras de 
escolas em tempo integral; creches e escolas de educação infantil; e ônibus para o transporte 
escolar, bem como para a retomada e conclusão de obras de creches, escolas, quadras e 
cobertura de quadras. 
As orientações para a seleção e habilitação de propostas para a celebração de 
parceria entre o FNDE e os entes federados, com recursos do Orçamento Geral da União – 
OGU foram divulgadas por meio do “Manual de Orientações para Seleção - Educação Básica 
- Novo PAC” e regulamentadas pela Resolução CD/FNDE nº 20, de 8 de outubro de 2023. 
Neste contexto normativo, a referida Resolução incluiu a adesão ao Compromisso 
Nacional Criança Alfabetizada como critério tanto para a modalidade de obras de escolas em 
tempo integral, quanto para obras de creches e escolas de educação infantil. 
Art. 8º O processo de seleção das propostas será realizado observando-se os 
seguintes critérios: 
I - para a modalidade Escola em Tempo Integral: 
a) déficit de atendimento de vagas em relação à Meta 6 do Plano Nacional de 
Educação - PNE, instituído pela Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014; 
b) avaliações da infraestrutura escolar, resultados educacionais dos alunos e 
docentes; 
c) Indicador de Nível Socioeconômico - Inse, elaborado pelo Instituto de Estudos e 
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - Inep; 
d) capacidade financeira do ente federativo, apurada pelo Valor Aluno Ano Total - 
VAAT; e 
e) adesão ao Programa Escola em Tempo Integral e ao Compromisso Nacional 
Criança Alfabetizada - Compromisso; 
II - para a modalidade Creches e Escolas de Educação Infantil: 
a) déficit de atendimento de vagas em relação à Meta 1 do PNE; 
b) avaliações da infraestrutura escolar, resultados educacionais dos alunos e 
docentes; 
c) Indicador de Nível Socioeconômico - Inse, elaborado pelo Inep; 
d) capacidade financeira do ente, apurada pelo Valor Aluno Ano Total - VAAT; e 
e) adesão ao Compromisso Nacional Criança Alfabetizada – Compromisso. (Brasil, 
FNDE, 2023, grifo nosso) 
 
Entende-se, dessa forma, que o Novo PAC, por meio do subeixo Educação Básica, 
amplia o escopo de alternativas de assistência técnico-financeira para a execução das ações 
de melhoria e expansão da infraestrutura física, no âmbito do Compromisso, para além do 
PAR e do PDDE. Nestesentido, considera-se que a ação foi iniciada, por meio do Novo PAC. 
 
 
 
 
33 
 
Tendo em vista que o resultado da seleção não foi publicado até a conclusão deste 
documento, não foi possível avaliar o grau de adesão à ação. 
 
4.3.2. Melhoria da infraestrutura pedagógica das escolas 
As ações para a melhoria da infraestrutura pedagógica das escolas serão avaliadas a 
partir de um conjunto de três atividades que englobam: a disponibilização de material 
didático suplementar; a disponibilização de recursos pedagógicos, equipamentos e outros 
materiais; e a instalação de espaços de incentivos a práticas de leitura nos ambientes 
escolares. Cada uma delas será abordada nas subseções a seguir. 
 
4.3.2.1. Disponibilização de Material Didático Suplementar 
O MEC disponibilizou assistência técnica e financeira no âmbito do Pate/PAR, para a 
disponibilização de material didático suplementar impresso para os estudantes do 1º e do 2º 
ano do ensino fundamental, com foco na alfabetização, e para os estudantes do 3º ao 5º ano 
do ensino fundamental, com foco na recuperação de aprendizagem. Assim, como nas ações 
destinadas à formação, a ação foi implementada por meio do Módulo CNCA do Simec, com 
o objetivo de levantar e consolidar as demandas do território estadual a serem 
implementadas pelos estados em parceria com os municípios, com assistência técnica e 
financeira da União, reforçando o regime de colaboração (Brasil, MEC, 2023d). 
Todas as UFs registraram disponibilidade para ofertar materiais para os estudantes do 
1º e 2º ano do EF, com foco na alfabetização e 25 UFs (93%) incluíram em seus planos a 
possibilidade de ofertar materiais para os estudantes do 3º e 5º ano do EF, com foco na 
recomposição de aprendizagem. Apenas os estados da Bahia e de Roraima não incluíram esse 
tipo de material em seus planos (Brasil, MEC, 2023d). A demanda por materiais didáticos 
suplementares para os anos iniciais do EF também atingiu a grande maioria dos municípios 
de todos os territórios estaduais, com destaque para os estados do Acre, Alagoas, Amapá, 
Espírito Santo, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte, em que 100% das redes 
municipais demandaram este tipo de material. 
No total, o grau de adesão à proposta do MEC de organização das demandas de 
materiais suplementares para os estudantes dos anos iniciais por território pode ser 
classificado como muito alto, envolvendo 100% das UFs e 5.372 (96,5%) redes municipais. O 
 
 
 
 
34 
 
Tabela 8 a seguir consolida a adesão das UFs e dos municípios demandantes por ação 
proposta. 
TABELA 8 
DEMANDAS POR AÇÃO OFERTADA – MATERIAL SUPLEMENTAR – PATE/PAR 2023 
Ação ofertada 
Nº de UFs 
ofertantes 
Nº de munícipios 
demandantes 
Disponibilização material didático suplementar impresso para os 
estudantes do 1º ao 2º do Ensino Fundamental, com foco na 
alfabetização 
27 (100%) 5.372 (96,5%) 
Disponibilização material didático suplementar impresso para os 
estudantes do 3º ao 5º do Ensino Fundamental, com foco na 
recomposição da aprendizagem 
27 (100%) 4.916 (88,3%) 
Fonte: 3º Relatório de Monitoramento do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada (Brasil, MEC, 2023d). 
A partir da elaboração dos Pates de cada território estadual e análise final da SEB/MEC 
à luz das regras e diretrizes do Compromisso, o MEC disponibilizou assistência técnica e 
financeira no PAR, conforme critérios estabelecidos na Resolução MEC nº 5, de 2023. Assim 
como no processo de demanda por formação, os estados ficaram responsáveis por consolidar 
e inserir as demandas do território, por material didático suplementar, no PAR. Todos os 
estados cadastraram e tiveram suas demandas aprovadas no PAR, resultando no empenho 
do valor total de R$218.651.995,20, conforme detalhado no Tabela 9, a seguir. 
TABELA 9 
VALORES APROVADOS NO PAR E VALORES EMPENHADOS PARA DEMANDAS DE MATERIAIS 
SUPLEMENTARES POR UF – 2023 
UF Valor Aprovado Valor Empenhado* 
AC R$ 1.688.304,19 1.671.421,15 
AL R$ 3.780.542,89 3.742.737,46 
AM R$ 5.002.356,25 4.952.332,69 
AP R$ 582.985,60 577.155,74 
BA R$ 7.329.467,73 7.256.173,05 
CE R$ 10.542.050,00 10.436.629,50 
DF R$ 1.376.259,51 1.348.734,32 
ES R$ 5.370.980,01 5.317.270,21 
GO R$ 8.975.214,79 8.885.462,64 
MA R$ 10.238.070,50 10.135.689,79 
MG R$ 22.833.363,85 22.605.030,21 
MS R$ 3.899.678,29 3.860.681,51 
MT R$ 5.395.810,12 5.341.852,02 
PA R$ 13.445.043,99 13.310.593,55 
PB R$ 4.669.493,58 4.622.798,64 
PE R$ 10.238.582,25 10.136.196,43 
PI R$ 5.074.615,35 5.023.869,20 
PR R$ 13.414.523,22 13.146.232,76 
RJ R$ 11.480.967,96 11.251.348,60 
RN R$ 4.093.242,61 4.052.310,18 
RO R$ 1.598.318,07 1.582.334,89 
RR R$ 394.948,18 390.998,70 
 
 
 
 
35 
 
RS R$ 12.504.877,36 12.254.779,81 
SC R$ 9.119.589,70 8.937.197,91 
SE R$ 2.578.421,67 2.552.637,45 
SP R$ 44.987.062,29 44.087.321,04 
TO R$ 1.184.046,21 1.172.205,75 
 Total R$ 221.798.816,17 218.651.995,20 
Fonte: Módulo de Consulta, PAR, 2023. 
*Os valores empenhados consideram os descontos decorrentes das contrapartidas exigidas dos entes para a ação. 
Neste caso, houve dotação orçamentária para atender ao total das demandas 
registradas pelos entes e aprovadas no PAR. No entanto, como o processo de pagamento 
depende da inserção de documentos que atestem a execução do objeto (cópia de nota fiscal 
e contrato), nos termos da Resolução CD/FNDE nº 04, de 04 de maio de 2020 (artigo 16, 
inciso I), o valor empenhado foi inscrito em restos a pagar, para pagamento em 2024. Pelo 
exposto, considera-se como suficiente a disponibilidade para atendimento das demandas. 
 
4.3.2.2. Disponibilização de Recursos Pedagógicos, Equipamentos, Materiais e Outros 
Insumos 
No que se refere à disponibilização de recursos pedagógicos, equipamentos, 
materiais e outros insumos, no ano de 2023, não houve assistência técnico-financeira no 
âmbito do PAR para esta finalidade. No entanto, ações para compra de materiais escolares 
foram iniciadas pelo FNDE, por requisição da Secretaria de Educação Básica do MEC. 
O planejamento e operacionalização da ação, no âmbito da modalidade compras 
compartilhadas realizadas através de Registros de Preços Nacionais (RPN), resultou na 
publicação, em 16 de janeiro de 2024, do edital para realização do Pregão Eletrônico para 
Registro de Preços nº 90002/2024, com o objetivo de compor Atas de Registro de Preços de 
materiais escolares, cujo objeto é o “Registro de preço Nacional para futura e eventual 
aquisição de Kits de Materiais Escolares pelos Estados, Distrito Federal e Municípios, para 
fornecimento aos alunos de escolas públicas de educação básica”, em conformidade com o 
Plano de Compras Nacional para a Educação (PECN) 2023, aprovado pela Portaria FNDE nº 
239 de 2 de maio de 2023. 
De acordo com o edital, a composição do kit de material escolar compreende vários 
itens como agendas, cadernos, lápis, gizes de cera, canetas, borrachas, réguas, tesouras, 
colas, tintas guache, massinhas de modelar, entre outros. O edital prevê ainda o atendimento 
por etapa de ensino, sendo direcionadas quantidades de kits específicas para a pré-escola na 
 
 
 
 
36 
 
educação infantil e para os anos iniciais do ensino fundamental, público específico do 
Compromisso. 
Assim, pelo exposto, considera-se que a ação de fornecimento de materiais escolares 
para assegurar a implementação de atividades pedagógicas com foco na alfabetização foi 
iniciada. 
 
4.3.2.3. Cantinho de Leitura 
Quanto à instalação de espaços de incentivos a práticas de leitura nos ambientes 
escolares, a ação, denominada Cantinho de Leitura, foi realizada por meio da disponibilização 
de assistência técnica e financeira no âmbito do PDDE Interativo. Os critérios para a 
elegibilidade da unidade escolar para o recebimento dos recursos para implementaçãodesses espaços e as formas de transferências e execução dos recursos financeiros foram 
definidos na Resolução CD/FNDE nº 22, de 24 de outubro de 2023. No total, 45.940 escolas 
foram consideradas elegíveis, nos termos do art. 3º da Resolução. 
O valor repassado para cada unidade escolar em apoio à implementação dos espaços 
de incentivos a práticas de leitura foi calculado considerando a disponibilidade orçamentária 
para a ação e uma estimativa da quantidade de cantinhos de leitura necessários para atender 
cada unidade escolar elegível, feita com base nos dados do Censo Escolar 2022. Para as 
45.940 escolas elegíveis, estimou-se o potencial de instalação de 148.134 cantinhos de 
leitura, a um valor unitário de R$ 1.235,00. 
As escolas elegíveis foram apresentadas às redes por meio de uma seção específica 
dentro do Módulo CNCA, no Simec, para permitir que os entes federativos pudessem 
selecionar as escolas aptas a receber os recursos financeiros. Como justificativa da 
necessidade da seleção da unidade escolar pelo ente, os gestores do Programa destacaram 
o conhecimento de suas redes escolares e, portanto, das composições físicas e pedagógicas 
de seus espaços educativos. Nesse sentido, orientou-se que a seleção das escolas observasse 
a existência das necessidades e as viabilidades para a implementação da ação. Equipes da 
SEB/MEC foram destacadas para prestar a assistência técnica necessária para esta etapa, que 
ocorreu no período de 23 de outubro a 01 de novembro de 2023. Após triagem realizada 
pelos entes, 44.809 escolas de todas as UFs do país foram selecionadas (97,5% das elegíveis). 
 
 
 
 
37 
 
Dessas, 41.952 unidades escolares formalizaram o processo para receber o apoio 
financeiro, elaborando seu Plano de Ação para o uso do recurso, em formulário próprio 
disponível em módulo específico do PDDE Interativo, conforme previsto no art. 6º da 
Resolução CD/FNDE nº 22, de 2023. Esse número indica que 93,6% das escolas selecionadas 
pelas redes aderiram à ação proposta. 
Em etapa subsequente, conforme critérios previstos no art. 8º da referida Resolução, 
o qual esclarece que para o recebimento dos recursos as escolas devem estar com o mandato 
de dirigente da Unidade Executora (UEx) vigente no PDDEweb, bem como não apresentar 
pendências com prestações de contas do PDDE e Ações Integradas, o FNDE empenhou os 
recursos disponíveis para atender 38.825 unidades escolares, ou seja, 3.127 escolas não 
conseguiram atender aos critérios do artigo 8º. 
Na etapa de pagamento, outras 1.702 escolas foram bloqueadas pelo FNDE, por não 
atendimento a critérios específicos exigidos para repasse financeiro ao ente, resultando no 
pagamento de 37.123 escolas e inscrição das demais em restos a pagar. A Tabela 10 consolida 
a quantidade de escolas contempladas e os valores empenhados por UF. 
 
 
 
 
 
38 
 
TABELA 10 
VALORES EMPENHADOS PARA DEMANDAS DE CANTINHOS DE LEITURA POR UF – 2023 
UF 
Redes Estaduais Redes Municipais Redes Estaduais + Municipais 
Nº de Escolas Nº de Cantinhos Valor Empenhado Nº de Escolas Nº de Cantinhos Valor Empenhado Nº de Escolas Nº de Cantinhos Valor Empenhado 
AC 113 346 427.310,00 119 331 408.785,00 232 677 836.095,00 
AL 5 12 14.820,00 778 2.188 2.702.180,00 783 2.200 2.717.000,00 
AM 30 106 130.910,00 675 2.357 2.910.895,00 705 2.463 3.041.805,00 
AP 11 48 59.280,00 67 261 322.335,00 78 309 381.615,00 
BA 13 48 59.280,00 3.491 8.060 9.954.100,00 3.504 8.108 10.013.380,00 
CE 26 49 60.515,00 2.366 6.042 7.461.870,00 2.392 6.091 7.522.385,00 
DF 147 764 943.540,00 N/A N/A N/A 147 764 943.540,00 
ES 73 228 281.580,00 799 3.118 3.850.730,00 872 3.346 4.132.310,00 
GO 0 0 0,00 1.212 4.452 5.498.220,00 1.212 4.452 5.498.220,00 
MA 2 4 4.940,00 2.105 4.978 6.147.830,00 2.107 4.982 6.152.770,00 
MG 1.038 3.511 4.336.085,00 2.981 12.809 15.819.115,00 4.019 16.320 20.155.200,00 
MS 10 27 33.345,00 416 1.770 2.185.950,00 426 1.797 2.219.295,00 
MT 14 37 45.695,00 588 2.135 2.636.725,00 602 2.172 2.682.420,00 
PA 60 158 195.130,00 1.763 4.472 5.522.920,00 1.823 4.630 5.718.050,00 
PB 35 72 88.920,00 953 2.373 2.930.655,00 988 2.445 3.019.575,00 
PE 59 116 143.260,00 1.781 4.935 6.094.725,00 1.840 5.051 6.237.985,00 
PI 4 12 14.820,00 1.149 2.766 3.416.010,00 1.153 2.778 3.430.830,00 
PR 33 90 111.150,00 2.453 8.264 10.206.040,00 2.486 8.354 10.317.190,00 
RJ 1 5 6.175,00 2.516 9.514 11.749.790,00 2.517 9.519 11.755.965,00 
RN 162 347 428.545,00 722 1.844 2.277.340,00 884 2.191 2.705.885,00 
RO 50 105 129.675,00 320 954 1.178.190,00 370 1.059 1.307.865,00 
RR 0 0 0,00 87 365 450.775,00 87 365 450.775,00 
RS 725 1.679 2.073.565,00 1.960 5.569 6.877.715,00 2.685 7.248 8.951.280,00 
SC 314 735 907.725,00 1.375 4.028 4.974.580,00 1.689 4.763 5.882.305,00 
SE 17 38 46.930,00 468 1.155 1.426.425,00 485 1.193 1.473.355,00 
SP 662 3.538 4.369.430,00 3.660 18.352 22.664.720,00 4.322 21.890 27.034.150,00 
TO 37 68 83.980,00 380 1.105 1.364.675,00 417 1.173 1.448.655,00 
Total 3.641 12.143 14.996.605,00 35.184 114.197 141.033.295,00 38.825 126.340 156.029.900,00 
Fonte: Elaboração própria, a partir de dados consolidados pela Dage, extraídos do PDDE Interativo, 2023. 
 
 
 
 
39 
 
 
A partir dos dados apresentados, avalia-se que o grau de adesão à ação Cantinho de 
Leitura foi muito alto, tanto na etapa de seleção das escolas pelas redes (97,5% das escolas 
elegíveis foram selecionadas), quanto na etapa de planejamento das ações pelas próprias 
escolas (93,6% das escolas selecionadas pelas redes finalizaram seus planos no sistema). 
Entende-se também que a disponibilidade de recursos foi suficiente para atender às 
demandas feitas pelas redes e escolas, embora mais de 3.000 escolas não tenham sido 
contempladas com a ação processo por motivos administrativos. Com os recursos 
empenhados para as 38.825 escolas aptas participantes da ação, há um potencial de 
instalação de 126.340 cantinhos de leitura nessas escolas, conforme mostrado na Tabela 10. 
 
4.4. Sistemas de avaliação 
O conjunto de ações que compõe o eixo Sistemas de avaliação está previsto nos 
artigos 30 a 33 do Decreto 11.556, de 2023. As análises e a avaliação da implementação 
apresentadas nesta subseção serão feitas com base nas ações e atividades previstas para o 
eixo e consolidadas no Quadro 11, a seguir. 
QUADRO 11 
IMPLEMENTAÇÃO DO EIXO SISTEMAS DE AVALIAÇÃO - 2023 
Ações Atividades Desempenho Evidência 
Avaliação periódica de 
leitura, língua portuguesa 
e matemática realizada 
pelas escolas e liderada 
pelas redes municipais e 
estaduais de ensino, com 
apoio do MEC 
Contratação e 
disponibilização de sistema 
para avaliação periódica de 
leitura, língua 
portuguesa e matemática, 
realizada pelas escolas e 
coordenada pelas redes 
municipais e estaduais de 
ensino, com apoio do MEC. 
Grau de cumprimento 
da ação: iniciada. 
Entrevistas junto aos gestores 
da DPDI/Cogealf. 
 
Assinatura do TED nº 11.786 
Avaliação estadual anual 
de língua portuguesa e 
matemática, realizada 
pelas redes municipais e 
estaduais de ensino, 
integradas em sistemas 
estaduais de avaliação. 
Disponibilização de 
sistema de avaliação estadual 
anual da alfabetização, 
contemplando a 
respectiva rede municipal. 
Grau de cumprimento 
da ação: iniciada. 
 
Grau de adesão: 
Muito alto (92,6%). 
Levantamento realizado pela 
DPDI/COGEALF. 
Estabelecer diretrizes e 
orientações para que o Saeb 
e os sistemas estaduais de 
avaliação estejam 
organizados de forma 
complementar no 
processo de avaliação da 
qualidade da alfabetização. 
Grau de cumprimento 
da ação: 
implementada. 
 
Grau de adesão da 
ação: Muito alto 
(100%). 
Portaria Inep nº 351, de 4 de 
agosto de 2023. 
 
 
 
 
40 
 
Definição do nível em que 
o estudante será 
considerado alfabetizado, 
para fins de avaliação e 
de monitoramento da 
educação básica. 
Realizarpesquisa para definir 
o que é uma criança 
alfabetizada. 
Grau de cumprimento 
da ação: 
implementada. 
Relatório da Pesquisa Alfabetiza 
Brasil: diretrizes para uma 
política nacional de avaliação 
da alfabetização das crianças. 
Fonte: Elaboração própria, com base no Decreto 11.556, de 2023 e no Plano de M&A do Compromisso (Brasil, MEC, 2023a). 
4.4.1. Avaliação periódica de leitura, língua portuguesa e matemática realizada pelas 
escolas e liderada pelas redes municipais e estaduais de ensino, com apoio do 
MEC. 
Para assegurar condições de atendimento ao estabelecido nos incisos I e II, do art. 30 
do Decreto 11.556, pelos entes federativos, foi prevista a contratação e disponibilização pelo 
MEC de um sistema para avaliação periódica de leitura, língua portuguesa e matemática, 
para apoiar as redes municipais e estaduais de ensino, na realização dessas avaliações pelas 
escolas. Até o encerramento do ano de 2023, o sistema não foi disponibilizado às redes pelo 
MEC. Sua contratação, no entanto, está realizada, nos termos do TED nº 11.786, junto ao 
Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora 
(CAEd/UFJF). 
Conforme informado pela DPDI/Cogealf, a plataforma, que já havia sido 
disponibilizada às redes educacionais em 2022, encontra-se em fase de desenvolvimento 
para adequação aos objetivos do Compromisso e deverá ser publicizada em 2024. Pelo 
exposto, considera-se que a implementação da ação foi iniciada. 
 
4.4.2. Avaliação estadual anual de língua portuguesa e matemática, realizada pelas 
redes municipais e estaduais de ensino, integradas em sistemas estaduais de 
avaliação. 
O Decreto 11.556, de 2023 (art. 32), definiu que os estados que aderissem ao 
Compromisso deveriam instituir seus sistemas estaduais de avaliação da alfabetização. 
Levantamento realizado por esta Dimam/CGMA, com o apoio do Consed, no primeiro 
semestre de 2023, revelou que quatro estados ainda não possuíam sistemas próprios de 
avaliação: Acre, Roraima, Rio de Janeiro e Santa Catarina (Brasil, MEC, 2023f). 
 
 
 
 
41 
 
Até o final de 2023, os estados do Rio de Janeiro e Santa Catarina4 informaram, por 
meio de seus representantes na Renalfa, que instituíram seus sistemas de avaliação. Com 
isso, apenas os estados do Acre e de Roraima seguem sem sistema próprio. Considera-se, 
portanto, que o grau de adesão foi muito alto (92,6%). 
Este resultado, no entanto, deve ser observado de forma contextualizada, levando em 
consideração que a maior parte dos estados já dispunha de sistemas próprios de avaliação 
antes da implementação do Compromisso. Trata-se, portanto, de um esforço das secretarias 
estaduais de educação que antecede o programa e evidencia que a utilização de avaliação de 
larga escala para monitorar os resultados dos processos de ensino-aprendizagem já fazem 
parte da realidade do país. 
Cabe ressaltar, porém, que a coordenação da ação pelo Ministério teve efeito 
positivo, ao alcançar dois dos quatro estados que ainda não dispunham de sistema de 
avaliação próprio. Restam ainda os estados do Acre e de Roraima sem sistemas próprios de 
avaliação instituídos. 
Para que o uso dos resultados das avaliações estaduais possa ser potencializado, o 
Decreto 11.556, de 2023 conferiu ao Inep a competência por estabelecer diretrizes e 
orientações para que o Saeb e os sistemas estaduais de avaliação estejam organizados de 
forma complementar no processo de avaliação da qualidade da alfabetização. Em 
atendimento a esse normativo, foi publicada a Portaria Inep nº 351, de 4 de agosto de 2023, 
que estabelece diretrizes e orientações para que os sistemas estaduais de avaliação se 
alinhem de forma complementar ao Saeb e forneçam informações que possam contribuir 
para o monitoramento do desempenho escolar dos estudantes em processo de 
alfabetização. 
Para assegurar que o processo de pactuação da organização complementar dos 
sistemas de avaliação atenda às orientações e diretrizes propostas, foi instituída a Comissão 
de Apoio à Articulação entre os Sistemas de Avaliação da Educação Básica, conforme 
composição, atribuições e instruções descritas nos artigos 7º ao 12 da referida Portaria. 
 
4 Instrução normativa nº 3.129, de 22 de novembro de 2023, que dispõe diretrizes sobre a aplicação da avaliação 
somativa, em Língua Portuguesa (Leitura - Escrita) e Matemática, do 2º ano do Ensino Fundamental, nas escolas 
da Rede Pública do Estado de Santa Catarina - Alfabetiza SC 2023. 
 
 
 
 
42 
 
A Comissão é composta por cinco representantes do Inep, cinco representantes das 
secretarias estaduais de educação indicados pelo Consed, sendo um para cada região do país, 
cinco representantes das secretarias municipais de educação indicados pela Undime, sendo 
um para cada região do país e um representante das secretarias de educação das capitais, 
indicado pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação de Capitais (Consec). 
Destaca-se que cabe ao Inep tanto a presidência como a secretaria-executiva dessa 
comissão. Nesse sentido, considera-se que a ação foi implementada. 
Quanto ao grau de adesão, tendo em vista que o Consed, a Undime e o Consec 
indicaram 100% dos seus representantes para composição da Comissão de Apoio à 
Articulação entre os Sistemas de Avaliação da Educação Básica, considera-se que o grau de 
adesão a esta ação foi muito alto. 
Destaca-se, contudo, que ainda não é possível avaliar se as competências destinadas 
aos estados e ao DF no artigo 6º da referida Portaria foram atendidas. Tais competências, 
incluem, dentre outras, estabelecer o desenho dos testes e a metodologia de aplicação das 
avaliações estaduais de forma compatível com o padrão corrente do Saeb; assegurar a 
realização de avaliação anual externa da rede estadual e das redes municipais que aderiram 
ao Compromisso Nacional Criança Alfabetizada na sua Unidade da Federação; divulgar e 
disseminar os resultados oficiais das avaliações por elas realizadas; compartilhar os 
microdados e os resultados das avaliações com o Inep; e estabelecer os procedimentos para 
a realização das avaliações, contemplando população-alvo, operacionalização da aplicação, 
divulgação de resultados preliminares, interposição de recursos pelas unidades escolares e 
secretarias municipais de educação e publicidade dos resultados definitivos. 
 
4.4.3. Definição do nível em que o estudante será considerado alfabetizado, para fins 
de avaliação e de monitoramento da educação básica. 
Ainda no escopo da avaliação, o Decreto 11.556, de 2023, definiu em seu art. 33, que 
o MEC, com o apoio do Inep, deveria definir o nível, na escala Saeb, em que o estudante será 
considerado alfabetizado. 
Nesse sentido, o Inep realizou pesquisa, intitulada Alfabetiza Brasil, com os seguintes 
objetivos: compreender, em termos qualitativos, quais as características de um aluno 
alfabetizado; estabelecer critérios avaliativos para a alfabetização dos estudantes brasileiros; 
 
 
 
 
43 
 
e proporcionar subsídios para o planejamento e execução de políticas educacionais voltadas 
à alfabetização, tais como o Compromisso (Brasil, Inep, 2023a). Os resultados da pesquisa 
permitiram identificar e definir as habilidades básicas de leitura e escrita, características de 
uma alfabetização inicial, esperada para um estudante concluinte do 2º ano do ensino 
fundamental. Essa definição permitiu estabelecer o nível 743 como padrão para indicar o 
estudante alfabetizado na escala Saeb, conforme definido pelo Inep: 
“ESTUDANTE ALFABETIZADO (743) 
Os estudantes estão alfabéticos. Leem pequenos textos, formados por períodos 
curtos e localizam informações na superfície textual. Produzem inferências básicas 
com base na articulação entre texto verbal e não verbal, como em tirinhas e 
histórias em quadrinhos. Escrevem, ainda, com desvios ortográficos, textos que 
circulamna vida cotidiana para fins de uma comunicação simples: convidar, 
lembrar algo, por exemplo. Os estudantes são leitores/escritores iniciantes, que 
interagem de forma mais autônoma principalmente com textos que circulam na 
vida cotidiana e no campo artístico literário, em práticas de leitura e de escrita 
características do letramento escolar” (Brasil, Inep, 2023a). 
 
O Gráfico 1 a seguir apresenta uma aplicação da definição de criança alfabetizada aos 
resultados do Saeb 2019. Neste caso, adotou-se a distribuição dos percentuais de crianças 
alfabetizadas por UF. 
 
GRÁFICO 1 
PERCENTUAL DE CRIANÇAS ALFABETIZADAS POR UF – REDES ESTADUAIS E MUNICIPAIS – SAEB 2º 
ANO – 2019 
Fonte: Elaboração própria, com base nos microdados do Saeb 2019. 
Com base no exposto, considera-se que a ação prevista foi implementada. Neste caso, 
não cabe avaliar o grau de adesão, já que a definição será utilizada no Saeb, aplicando-se, 
portanto, a todas as unidades da federação. No caso de sucesso na implementação da ação 
 
 
 
 
44 
 
que intenciona garantir que os sistemas estaduais de avaliação se alinhem de forma 
complementar ao Saeb, a definição do nível em que a criança é considerada alfabetizada 
poderá também ser utilizada para análise dos resultados das avaliações estaduais. 
 
4.5. Reconhecimento e compartilhamento de boas práticas 
O conjunto de ações que compõe o eixo Reconhecimento e compartilhamento de 
boas práticas está descrito no artigo 34 do Decreto 11.556, de 2023. As análises e a avaliação 
da implementação apresentadas nesta subseção serão feitas com base nas ações e atividades 
previstas para o eixo e consolidadas no Quadro 12, a seguir. 
QUADRO 12 
IMPLEMENTAÇÃO DO EIXO RECONHECIMENTO E COMPARTILHAMENTO DE BOAS PRÁTICAS - 2023 
Ações Atividades Desempenho Evidência 
Desenvolvimento de 
estratégias para identificar, 
reconhecer, premiar e 
disseminar práticas 
pedagógicas e de gestão 
exitosas no campo da 
garantia do direito à 
alfabetização. 
Desenho e implementação 
de estratégias de 
reconhecimento de práticas 
pedagógicas e de gestão 
exitosas no campo da 
garantia do direito à 
alfabetização. 
Grau de cumprimento 
da ação: iniciada. 
Entrevistas junto aos gestores 
da DPDI/Cogealf. 
Fonte: Elaboração própria, com base no Decreto 11.556, de 2023 e no Plano de M&A do Compromisso (Brasil, MEC, 2023a). 
Durante o ano de 2023, não foi publicizada por parte do MEC nenhuma estratégia de 
reconhecimento e compartilhamento de boas práticas, nos termos do artigo 34 do Decreto 
11.566, de 2023. As equipes gestoras do programa informaram que estão trabalhando no 
desenho da proposta, que deverá ser apresentada ao longo do ano de 2024. Pelo exposto, 
considera-se a ação iniciada. 
 
5. Discussão dos Resultados 
As ações e atividades previstas no Decreto 11.556, de 2023, que institui o 
Compromisso e no modelo lógico apresentado no Plano de M&A do programa foram em sua 
maioria implementadas. O MEC deu início ou implementou 100% das ações previstas, o que 
indica um alto desempenho em termos de implementação de suas ações no ano de 2023. 
Ao todo, 18 ações distribuídas nos cinco eixos do Compromisso foram avaliadas nesta 
primeira avaliação de implementação do programa, sendo 11 ações (61,1%) consideradas 
implementadas e 7 (38,9%) iniciadas (conforme Tabela 11). 
 
 
 
 
 
45 
 
TABELA 11 
GRAU DE CUMPRIMENTO E ADESÃO ÀS AÇÕES DO COMPROMISSO - 2023 
Eixo 
Nº de ações 
propostas 
Não 
iniciadas 
Iniciadas Implementadas 
Média de 
adesão às 
ações 
implementadas 
Governança e Gestão da Política de 
Alfabetização 
5 0 2 3 (60%) 
Muito alto 
(90,1%) 
Formação de profissionais de 
educação e melhoria das práticas 
pedagógicas e de gestão escolar 
4 0 0 4 (100%) 
Muito alto 
(96,4%) 
Melhoria e qualificação da 
infraestrutura física e pedagógica 
4 0 2 2 (50%) 
Muito alto 
(96,8%) 
Sistemas de avaliação 4 0 2 2 (50%) 
Muito alto 
(96,3%) 
Reconhecimento e 
compartilhamento de boas práticas 
1 0 1 0 (0%) - 
Total 18 0 (0%) 7 (38,9%) 11 (61,1%) Muito alto 
Fonte: Elaboração própria. 
No que se refere ao grau de adesão às ações propostas e implementadas, observa-se 
uma adesão muito alta das secretarias estaduais e municipais de educação a todos os eixos 
do programa (superior a 90% em todos os eixos), o que indica que as ações e atividades 
propostas vão ao encontro das necessidades dos entes federados. 
Essa resposta dos entes às ações do Compromisso na forma de adesão não deve ser 
vista, no entanto, como mera manifestação de interesse nas ações. Para cada uma das ações 
implementadas, a adesão dos entes implica trabalho, na forma de planejamento das ações, 
instituição de normas legais, preenchimento de sistemas do MEC para registro de demandas, 
dados e informações verídicas, participação e deliberação nas diversas instâncias para as 
quais indicam representantes, assunção de responsabilidades diante da assistência 
financeira obtida e implementação das ações nos territórios. A adesão implica, portanto, 
participação ativa, responsável e responsiva dos entes, por meio de seus gestores e equipes 
técnicas e de suas representações (Consed, Undime e Consec). 
De modo geral, em termos de políticas públicas, pode-se afirmar que a 
implementação do programa é de alta complexidade por envolver a atuação de atores e a 
distribuição de responsabilidades nas três esferas de governo, num regime federado como o 
brasileiro. Depende assim de conjugação de esforços, pactuação e deliberação constantes. 
O primeiro ano de implementação do Compromisso reflete essa complexidade. Basta 
observar que a publicação do Decreto que o institui ocorreu em junho de 2023, o que implica 
considerar, caso se adotasse um modelo de ciclo de políticas públicas, que os seis primeiros 
 
 
 
 
46 
 
meses foram dedicados à formulação do programa e que a implementação e, portanto, as 
ações avaliadas neste estudo, ocorreram no segundo semestre. 
Este estudo, no entanto, não se baseia na noção estrita de ciclo de políticas públicas. 
Isso significa, em termos de avaliação, que as etapas de formulação e implementação não 
são consideradas estanques. Assim, compreende-se que o primeiro semestre de 2023 foi 
dedicado à mobilização e interlocução junto às secretarias estaduais e municipais de 
educação, diretamente ou por meio de suas representações, especialmente, Consed e 
Undime, para conciliar entendimentos, estabelecer estratégias de ação e prioridades, 
nortear o orçamento, compreender em maior profundidade as ações já institucionalizadas 
e/ou implementadas pelas redes com foco na alfabetização, dentre outras, que resultaram 
no texto do Decreto 11.556, de 2023. A publicação do Decreto não significa, porém, que este 
processo se encerrou com todas as decisões tomadas e todo o desenho do programa 
definido. 
As ações que se seguem após a publicação do Decreto continuam envolvendo a 
necessidade de diálogo, pactuação e deliberação entre os atores envolvidos, tanto entre o 
MEC, suas autarquias e as redes, quanto entre as próprias redes. As ações implementadas 
até o final de 2023 são, dessa forma, também resultado dos esforços conjugados 
empreendidos pelo MEC e suas autarquias e pelas redes, num processo de implementação 
em camadas que envolve diagnóstico, análise, deliberação, monitoramento e avaliação em 
todos os estágios. 
Com base nessa noção de implementação em camadas, observa-se que as ações e 
atividades avaliadas neste primeiro estágio da implementação são em sua maioria de 
responsabilidade do MEC, a quem coube executar uma série de atividades, das quais 
decorreram produtos, dos quais dependem a próxima camada de implementação. 
Estas entregas, distribuídas nos cinco eixos do programa, foram iniciadas ou 
implementadas e configuram importantes passos para o estágio de implementação seguinte. 
Algumas delas serão analisadas a seguir,com foco na importância da manutenção da 
cooperação/colaboração entre MEC e redes para o êxito do processo de transição da 
implementação para a próxima camada, cuja responsabilidade recai mais fortemente nas 
secretarias estaduais e municipais de educação. 
 
 
 
 
 
47 
 
5.1. A instituição das instâncias de participação 
A instituição do Comitê Estratégico Nacional do Compromisso (Cenac) e da Rede 
Nacional de Articulação de Gestão, Formação e Mobilização (Renalfa) pela SEB/MEC e da 
Comissão de Apoio à Articulação entre os Sistemas de Avaliação da Educação Básica, pelo 
Inep, são importantes avanços para a institucionalização dos espaços de gestão e governança 
e para deliberação sobre as ações do programa. Este esforço inicial é, portanto, um passo 
fundamental para que os desafios da implementação ao longo do tempo possam ser 
compartilhados e enfrentados de maneira colaborativa e, no caso da comissão instituída pelo 
Inep, para que os avanços na articulação entre os sistemas de avaliação estaduais e o Saeb 
possam ser alcançados. 
Ainda nessa camada, embora não completamente implementada, está a importante 
instituição dos Comitês Estratégicos Estaduais do Compromisso (Ceec), responsabilidade 
cumprida por 17 estados. Para o ano de 2024, deve-se esperar, portanto, a instituição dos 
Ceec pelos demais estados e o efetivo funcionamento desses espaços de participação. 
 
5.2. O planejamento das formações e a garantia de orçamento para sua 
implementação 
As ações e atividades relacionadas à formação dos profissionais da educação foram 
totalmente implementadas pelo MEC, que disponibilizou orientações para o planejamento 
das formações pelas redes, a plataforma AVAMEC para formação dos articuladores da 
Renalfa e um modelo de planejamento inovador, que colocou as secretarias estaduais no 
centro do regime de colaboração. 
O modelo exigiu do MEC a criação do Plano de Ações Articuladas do Território 
Estadual (Pate), um instrumento de planejamento inédito para obtenção de assistência 
financeira pelo PAR, considerando demandas das redes estaduais e municipais agregadas por 
território. Das redes municipais, exigiu um planejamento junto ao MEC, mediado pelas 
secretarias estaduais de educação, que assumem a responsabilidade pelo planejamento 
integrado da sua rede estadual e das redes municipais participantes da ação, bem como da 
implementação das ações em todo o território, extrapolando a sua ação habitual. A esfera 
 
 
 
 
48 
 
de atuação das secretarias estaduais amplia-se assim da sua própria rede para o seu 
território, tornando-as atores fundamentais para a implementação e o sucesso dessas ações. 
No planejamento do programa de formação LEEI, o mesmo desafio foi exigido das 
secretarias estaduais, que foram responsáveis pelo levantamento das demandas de 
formação para a educação infantil junto às secretarias municipais e pela articulação junto ao 
MEC para o planejamento dessa ação em parceria com as universidades federais envolvidas. 
Nesse modelo, a palavra compromisso, que dá nome ao programa, materializa-se na 
forma de trabalho concreto, colaboração e confiança entre o MEC e entre as redes de cada 
território, bem como na assunção de responsabilidades, especialmente pelas redes 
estaduais. 
Como resultado desse esforço conjunto, foi possível fazer um levantamento de 
demandas por formação que envolveu todos os territórios estaduais, incluindo 97,7% das 
redes municipais, no caso das demandas cadastradas no PAR e 92,9% no caso do programa 
de formação LEEI. O alto grau de adesão às ações de formação comprova a existência de 
demandas por formação continuada de profissionais da educação, incluindo diretores, 
coordenadores pedagógicos, equipes técnicas das secretarias e docentes. 
A dotação orçamentária do programa no MEC, no entanto, não foi suficiente para 
cobrir toda a demanda por formações no âmbito do PAR. Dos 27 territórios, 12 tiveram 
recursos empenhados e apenas 7 receberam o pagamento ainda em 2023. O desafio do MEC 
para 2024 reside, portanto, no pagamento dos recursos empenhados e no empenho dos 
recursos para os outros 15 territórios estaduais. Os esforços empreendidos para o 
levantamento das demandas no modelo proposto, em regime de colaboração entre os entes 
que compõem cada território, e o alto grau de adesão dos entes de cada território, exigem 
do MEC o cumprimento da execução orçamentária para garantir o atendimento a estas 
demandas. Neste sentido, garantiu-se na Lei Orçamentária Anual para o ano 2024 o restante 
do recurso necessário para esta ação. 
A indisponibilidade de recursos em 2023 forçou o MEC a adentrar na necessidade de 
estabelecer critérios de priorização para atendimento das demandas por formação. Neste 
contexto, foi muito importante o atendimento aos critérios previstos no Decreto 11.556, de 
2023, reforçados na Resolução MEC nº 5, de 2023, que regulamentou a ação. Com isso, a 
metodologia proposta pelo MEC deu conta de atender, ainda em 2023, territórios com 
 
 
 
 
49 
 
menores índices de alfabetização, com maior proporção de crianças pretas, pardas e 
indígenas, com menor nível socioeconômico e com maior proporção de crianças que 
compõem o público-alvo da educação especial incluídas. Com a garantia do orçamento para 
atender ao restante das demandas, espera-se que os demais territórios sejam atendidos 
ainda no primeiro trimestre de 2024. 
Ainda no que se refere às formações, em 2024, o programa entra em novo estágio, 
quando as redes estaduais assumem a responsabilidade pela implementação das formações 
planejadas e apoiadas com assistência financeira do MEC. Neste estágio que se inicia, o 
desafio das redes estaduais é grande, pois envolve um rigoroso processo de planejamento 
coordenado com as redes municipais, para que essas formações cheguem ao público-alvo, 
envolvendo processos de contratação, logística e alinhamento de cronogramas das 
formações com as próprias demandas das rotinas de trabalho das escolas. Soma-se a isso o 
desafio de garantir formações efetivas, que se transformem em resultados nos processos de 
alfabetização das crianças. 
Para 2024, o desafio do MEC consiste em manter estruturas e metodologias de 
acompanhamento dos processos de formação executados pelas redes, mapeando problemas 
de implementação e contribuindo para o seu enfrentamento. Além disso, resta ainda ao MEC 
observar se as formações seguem as orientações e diretrizes definidas pelo Ministério, 
respeitando-se o planejamento pactuado no âmbito do Pate/PAR, no caso das formações 
voltadas aos profissionais que atuam nos anos iniciais do ensino fundamental e os planos de 
trabalho firmados com as universidades federais, para as formações de professores da 
educação infantil. 
 
5.3. A reprodução de materiais suplementares de apoio didático e a distribuição no 
território 
A assistência técnico-financeira do MEC para a reprodução de materiais 
suplementares de apoio pedagógico para estudantes e professores dos anos iniciais atingiu 
todos os territórios e atendeu todas as demandas cadastradas pelos territórios. 
Mais uma vez, o modelo de regime de colaboração adotado por meio do Pate/PAR 
colocou as secretarias estaduais como principal responsável pela implementação dessas 
ações em 2024. Nessa nova camada de implementação, cabe aos estados selecionar, 
 
 
 
 
50 
 
reproduzir e distribuir os materiais suplementares a todas as redes municipais do seu 
território que aderiram à ação. 
Para auxiliar neste processo, os encontros promovidos pela Renalfa em 2023 serviram 
de espaço para compartilhamento de experiências entre os territórios. As redes que já 
possuíam materiais didáticos suplementares tiveram a oportunidade de levar exemplares e 
compartilhar com as demais os modelos utilizados. 
Para 2024, assim como no caso da formação, resideno MEC a responsabilidade, de 
manter estruturas e metodologias de acompanhamento dos processos de reprodução e 
distribuição dos materiais nos territórios, mapeando problemas de implementação e 
contribuindo para o seu enfrentamento. 
 
5.4. A instalação dos cantinhos de leitura e o papel da assistência técnica no 
processo 
A ação promovida pelo MEC para apoiar a instalação de cantinhos de leitura nas salas 
de aula de turmas de anos iniciais foi a única, no escopo do programa, articulada diretamente 
com as escolas, por meio do PDDE. 
Esse modelo de financiamento, embora resulte na transferência de recursos 
diretamente para as escolas, foi mediado pelas redes, que ficaram responsáveis pela seleção 
das escolas, dentre aquelas consideradas elegíveis pelo MEC, que participariam da ação. 
Cabe reforçar que a seleção das unidades escolares pelas próprias redes permite identificar 
as escolas que de fato requerem a instalação desse tipo de espaço. 
Com isso, toma-se como referência do total demandado por cantinhos de leitura, as 
41.952 escolas que formalizaram sua demanda ao MEC, cadastrando seus respectivos planos 
de ação no sistema do PDDE. Destas, conforme mostrado neste estudo, 3.127 não atenderam 
critérios previstos na Resolução CD/FNDE nº 22, de 2023, que regulamenta a transferência 
dos recursos, inviabilizando o repasse na etapa final do processo. Embora esse número 
represente 7,5% do total das 41.952 escolas demandantes, procedeu-se uma análise por 
rede e UF para compreender como esse aspecto se expressa no território. Os números são 
apresentados no Tabela 12, a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
51 
 
TABELA 12 
NÚMERO DE ESCOLAS QUE NÃO ATENDERAM AOS CRITÉRIOS PARA TRANSFERÊNCIA DE 
RECURSOS FINANCEIROS PARA INSTALAÇÃO DE CANTINHOS DE LEITURA POR REDE E UF - 2023 
UF 
Nº de Escolas Demandantes Nº de Escolas não aptas % Escolas 
não aptas 
Nº de 
Cantinhos 
Afetados Rede Estadual Rede Municipal Total Rede Estadual Rede Municipal Total 
AP 85 102 187 74 35 109 58,3% 256 
RR 0 112 112 0 25 25 22,3% 76 
DF 185 N/A 185 38 N/A 38 20,5% 194 
AM 77 787 864 47 112 159 18,4% 473 
PA 104 1.982 2.086 44 219 263 12,6% 674 
PB 48 1.043 1.091 13 90 103 9,4% 229 
MT 14 649 663 0 61 61 9,2% 199 
SP 783 3.960 4.743 121 300 421 8,9% 1.961 
PE 60 1.945 2.005 1 164 165 8,2% 441 
SE 18 510 528 1 42 43 8,1% 82 
RS 829 2.088 2.917 104 128 232 8,0% 629 
MA 6 2.277 2.283 4 172 176 7,7% 405 
TO 46 405 451 9 25 34 7,5% 91 
AC 114 136 250 1 17 18 7,2% 43 
MG 1.057 3.273 4.330 19 292 311 7,2% 1.049 
RO 58 340 398 8 20 28 7,0% 81 
BA 19 3.748 3.767 6 257 263 7,0% 605 
MS 11 445 456 1 29 30 6,6% 136 
SC 355 1.449 1.804 41 74 115 6,4% 308 
GO 0 1.284 1.284 0 72 72 5,6% 196 
PI 4 1.217 1.221 0 68 68 5,6% 153 
RN 163 762 925 1 40 41 4,4% 96 
PR 34 2.564 2.598 1 111 112 4,3% 327 
CE 27 2.469 2.496 1 103 104 4,2% 258 
ES 74 832 906 1 33 34 3,8% 97 
RJ 1 2.601 2.602 0 85 85 3,3% 245 
AL 5 795 800 0 17 17 2,1% 60 
Total 4.177 37.775 41.952 536 2.591 3.127 7,5% 9.364 
Fonte: Elaboração própria, a partir de dados consolidados pela Dage, com base no PDDE Interativo, 2023. 
Os números evidenciam como o problema afetou os territórios de modo distinto, 
impactando mais fortemente os estados da região Norte, dentre eles Amapá, Roraima, 
Amazonas e Pará, em que impactou mais de 10% das escolas. No caso do Amapá, chama a 
atenção que 58,3% das escolas tenham sido afetadas, justamente o estado que apresentou 
a menor proporção de crianças alfabetizadas em 2019 (apenas 24,8%). 
Para as 38.825 que tiveram recursos empenhados, já pagos em 2023 ou a pagar em 
2024, a instalação dos cantinhos de leitura entra em nova camada de implementação, que 
 
 
 
 
52 
 
envolve os processos de contratação e instalação dos cantinhos, bem como sua prestação de 
contas. Ao MEC segue a responsabilidade pela manutenção de processos de 
acompanhamento desta ação, visando à identificação de eventuais problemas de 
implementação e colaboração na promoção de soluções. 
 
5.5. A definição de criança alfabetizada e a articulação entre os sistemas de 
avaliação 
A definição de um referencial na escala do Saeb para identificar uma criança 
alfabetizada inaugura no Brasil a possibilidade de avaliar o sucesso no processo de 
alfabetização das crianças ao final do 2º ano, trazendo vantagens para o processo avaliativo. 
No âmbito do Saeb, aplicado a cada dois anos, essa definição permite identificar o 
percentual de crianças alfabetizadas em cada território estadual, considerando a rede 
estadual e as redes municipais em conjunto. Por conta do seu desenho amostral, os 
resultados do Saeb não podem ser desagregados por município ou rede municipal ou ainda, 
por raça-cor, o que inviabiliza a identificação da proporção de crianças alfabetizadas 
específica para esses recortes. 
Por isso, o uso da definição de criança alfabetizada é potencializado pela articulação 
entre os sistemas estaduais de avaliação e o sistema nacional. O alinhamento entre os 
desenhos dos testes e a metodologia de aplicação das avaliações de forma compatível com 
o padrão do Saeb e a realização anual das avaliações estaduais com aplicação estendida às 
redes municipais e a todo o público-alvo do exame, permitirá calcular o percentual de 
crianças alfabetizadas para as redes municipais isoladamente, bem como para os recortes de 
raça-cor, com uma periodicidade anual. 
O sucesso desse empreendimento depende de forte articulação e trabalho técnico 
entre o Inep e as secretarias estaduais e municipais no âmbito da Comissão de Apoio à 
Articulação entre os Sistemas de Avaliação da Educação Básica. Para 2024, a expectativa dada 
pelo Inep é de que os resultados das avaliações estaduais realizadas em 2023 possam ser 
publicados já no padrão alinhado ao Saeb. São pontos de atenção as redes estaduais do Acre 
e de Roraima, que não implementaram seus sistemas de avaliação. 
Encerra-se esta seção, reforçando que o Compromisso impõe um desenho de regime 
de colaboração inovador, mesmo para os instrumentos de política pública disponíveis no 
 
 
 
 
53 
 
MEC. Em termos institucionais, esse desenho implica o estabelecimento de normas e 
orientações por parte do MEC; e de políticas estaduais de alfabetização e políticas, programas 
e/ou planos de formação, por parte dos entes, que contemplem um olhar amplo sobre o 
território. Em termos práticos, o desenho se materializa no modelo adotado para as ações 
de formação e de apoio à reprodução de materiais suplementares. 
Um dos principais desafios do MEC, nesse modelo, é garantir que o regime de 
colaboração esteja presente, não como diretriz abstrata, mas como ação concreta em cada 
uma das ações do programa. Esse desafio se manifestará de maneira mais intensa nesse novo 
estágio que a implementação do programa alcança ao longo de 2024, em que a 
responsabilidade pela implementação das ações sai da esfera de atuação do MEC e recai mais 
diretamente sobre as redes estaduais e municipais. 
 
6. Conclusão 
Esta primeira avaliação de implementação do Compromisso teve como objetivo 
avaliar se o programa está sendo executado conforme o seu desenho e identificar se os elos 
entre os insumos, os processos e os produtos estão condizentes com o esperado. Para isso, 
se propôs a responder quatro questões avaliativas: o grau de implementação das ações 
previstas; o nível de adesão do público-alvo às ações implementadas; a disponibilidade de 
recursos para as ações; e se a distribuição dos recursos contemplou os critérios de priorização 
definidos para o programa. 
Os resultados evidenciaram que o programa já implementou 61,1% das ações 
previstas em seu desenho, destinando insumos para a realização das atividades e a entrega 
dos produtos planejados. Dentre as principais entregas, destaca-se a instituição das esferas 
de gestão e governança participativa, como Cenac e Renalfa,a assistência técnica e financeira 
destinada às ações de apoio à formação e à reprodução de materiais suplementares, em um 
modelo inovador de regime de colaboração; o apoio à instalação dos cantinhos de leitura; a 
definição do nível da escala do Saeb em que a criança é considerada alfabetizada e os avanços 
obtidos para a articulação entre os sistemas de avaliação estaduais e o Saeb, garantindo a 
comparabilidade entre seus resultados. 
Em termos de disponibilidade de recursos para as ações, o programa garantiu o 
empenho de recursos para a maior parte das ações previstas (98,6% do orçamento do 
 
 
 
 
54 
 
programa foi empenhado). A exceção ocorreu por conta da insuficiência de dotação 
orçamentária para o atendimento das ações de apoio à formação de profissionais da 
educação dos anos iniciais do ensino fundamental, que cobriu 44,4% dos 27 territórios 
estaduais demandantes. Neste caso, observou-se que a distribuição dos recursos disponíveis 
atendeu aos critérios de priorização previstos no Decreto 11.556, de 2023. 
Considerando-se a noção de implementação em camadas adotada neste estudo para 
se analisar o processo de implementação do Compromisso, e os produtos entregues no ano 
de 2023, o programa caminha em 2024 para um novo estágio do seu processo de 
implementação, em que a reponsabilidade recai mais fortemente sobre os entes federados. 
Neste novo estágio, as secretarias estaduais e a grande maioria das secretarias municipais de 
educação que aderiram às ações apoiadas pelo MEC, terão protagonismo na implementação, 
sendo responsáveis por entregas importantes como a institucionalização de políticas de 
alfabetização com foco no território, a realização das ações de formação, a reprodução e 
distribuição dos materiais suplementares, a instalação dos cantinhos de leitura, a 
consolidação das avaliações estaduais alinhadas ao Saeb e a participação permanente e 
engajada nas instâncias de gestão e governança do programa. 
O papel do MEC, neste novo estágio, para além das ações que ainda precisa 
implementar, e que incluem, dentre outras, a publicação de orientações para elaboração das 
políticas de alfabetização dos territórios e a divulgação da estratégia de reconhecimento de 
práticas exitosas no campo da garantia do direito à educação, assume forte caráter de 
acompanhamento dos processos de implementação entre as redes. Este papel é 
fundamental para a identificação de eventuais problemas de implementação e a oferta de 
assistência técnica, visando à sua mitigação e/ou superação e, consequentemente, o sucesso 
da execução físico-financeira das ações apoiadas. 
Para finalizar este documento, são elencadas a seguir, um conjunto de 
recomendações para esta nova camada de implementação do programa, que se inicia em 
2024. Cabe registrar que as recomendações apontadas foram construídas coletivamente 
junto aos gestores e equipes responsáveis pela implementação do Compromisso. Trata-se, 
dessa forma, de apontamentos conhecidos e pactuados no âmbito da SEB, cujo registro neste 
documento é importante, para fins de memória e transparência do processo de 
implementação e avaliação periódica que se propõe para o programa. 
 
 
 
 
55 
 
 
6.1. Recomendações 
Manutenção da mobilização visando à adesão ao Compromisso 
O ato de adesão ao compromisso abrange a expressão de posicionamentos no que 
tange ao direito à alfabetização, bem como à assunção de responsabilidades para a garantia 
deste direito. Neste sentido, recomenda-se a manutenção de ações de mobilização junto aos 
entes que ainda não aderiram ao programa ou optaram por não aderir a ações específicas, 
para esclarecer e tirar dúvidas sobre o programa e suas ações. 
Publicação das orientações para elaboração das políticas de alfabetização dos 
territórios 
Embora as orientações para elaboração das políticas de alfabetização tenham sido, 
frequentemente e amplamente discutidas nas reuniões da Renalfa, o respaldo em 
documentos oficiais orientadores de políticas educacionais é fundamental para dar 
transparência às ações no âmbito do Compromisso, o que torna primordial a publicação das 
orientações pelo MEC. 
Assistência técnica focalizada nas escolas para obtenção de apoio para a instalação 
de cantinhos de leitura 
As evidências apresentadas neste documento apontaram que, no caso dos cantinhos 
de leitura, 7,5% das escolas selecionadas, que atenderam aos critérios de elegibilidade e 
priorização, não atenderam a critérios de regulamentos específicos, com impacto mais grave 
em estados da região da Norte, em especial o estado do Amapá. Portanto, sugere-se o 
fortalecimento da assistência técnica às redes, para minimizar o impacto de problemas dessa 
natureza, especialmente, em territórios que mais precisam do apoio da União. 
Garantia da execução orçamentária para apoio às demandas por formação não 
atendidas em 2023 
Diante da falta de dotação orçamentária no ano de 2023 para o atendimento do total 
de demandas de formação dos profissionais da educação, no âmbito do PAR, recomenda-se 
assegurar a execução orçamentária, em 2024, para atendimento completo das demandas 
não atendidas. 
 
 
 
 
 
56 
 
Encerramos, lembrando que esta primeira avaliação de implementação do 
Compromisso Nacional Criança Alfabetizada não se pretende exaustiva. Esperamos, no 
entanto, que os resultados encontrados tragam contribuições para a melhor gestão do 
programa e para o fortalecimento da cultura de avaliação na Administração Pública, com 
esforços constantes para o bom uso dos recursos públicos e para a melhoria dos produtos e 
serviços entregues à sociedade brasileira. 
Neste sentido, compreendendo a multiplicidade de abordagens e possibilidades de 
desenhos, escopos e métodos avaliativos, convidamos os pesquisadores e pesquisadoras do 
campo de avaliação de políticas públicas a somarem esforços ao MEC neste desafio. 
 
 
 
 
 
 
57 
 
Referências 
BRASIL. Decreto nº 11.556, de 12 de junho de 2023. Institui o Compromisso Nacional Criança 
Alfabetizada. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 13 jun. 2023. 
BRASIL. Decreto nº 9.099, de 18 de julho de 2017. Dispõe sobre o Programa Nacional do Livro e do 
Material Didático. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 19 jul. 2017. 
BRASIL. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Conselho Deliberativo. Resolução 
nº 19, de 29 de setembro de 2023. Estabelece as regras e os procedimentos para o pagamento de 
bolsas de formação continuada aos articuladores da Rede Nacional de Articulação de Gestão, 
Formação e Mobilização - Renalfa, no âmbito do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada - 
CNCA. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 29 set. 2023. 
_______. Conselho Deliberativo. Resolução nº 22, de 24 de outubro de 2023. Dispõe sobre os 
critérios e as formas de transferência, execução e prestação de contas dos recursos financeiros 
destinados, nos moldes operacionais e regulamentares do Programa Dinheiro Direto na Escola - 
PDDE, às escolas públicas de ensino fundamental anos iniciais, participantes do Compromisso 
Nacional Criança Alfabetizada. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 26 out. 2023. 
_______. Conselho Deliberativo. Resolução nº 4, de 4 de maio de 2020. Estabelece os critérios para 
o apoio técnico e financeiro às redes públicas de educação básica dos estados, municípios e do 
Distrito Federal, no âmbito do quarto ciclo (2021-2024) do Plano de Ações Articuladas – PAR. Diário 
Oficial da União, Brasília, DF, 5 mai. 2023. 
_______. Conselho Deliberativo. Resolução nº 20, de 8 de outubro de 2023. Institui os 
procedimentos de seleção e habilitação de propostas de obras de Escolas em Tempo Integral, 
Creches e Escolas de Educação Infantil e Ônibus para o Transporte Escolar no âmbito de Programa 
de Aceleração do Crescimento – Novo PAC. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 9 out. 2023. 
_______.Portaria nº 239, de 2 de maio de 2023. Institui o Plano Estratégico de Compras Nacionais 
para a Educação (PECNE) no âmbito do FNDE, para o período de 2023 a 2027, e seus Planos Anuais 
de Compras Nacionais Para a Educação (PACN) vinculados, e a Comissão Técnica Permanente para a 
Elaboração do PECNE e PACN). 
_______. Manual de Orientações para Seleção - Educação Básica - Novo PAC. Brasília, DF, 2023. 
Disponível em NOVO PAC MANUAL DE ORIENTAÇÕES - SUBEIXO EDUCAÇÃO SELECOES 2023 
(www.gov.br) 
BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Apresentação 
Alfabetiza Brasil | Diretrizes para uma política nacional de avaliação da alfabetização das crianças. 
Brasília, DF: Inep, 2023a. Disponível em: 
https://download.inep.gov.br/alfabetiza_brasil/apresentacao_resultados.pdf 
_______. Relatório da Pesquisa Alfabetiza Brasil: Diretrizes para uma Política Nacional de Avaliação 
da Alfabetização das Crianças. Brasília, DF: Inep, 2023. Disponível em: 
https://download.inep.gov.br/publicacoes/institucionais/avaliacoes_e_exames_da_educacao_basic
a/relatorio_da_pesquisa_alfabetiza_brasil.pdf 
_______. Portaria nº 351, de 4 de agosto de 2023. Estabelece diretrizes e orientações para que os 
sistemas estaduais de avaliação estejam organizados de forma complementar ao Sistema de 
Avaliação da Educação Básica (Saeb) e ofereçam subsídios para o monitoramento do Compromisso 
Nacional Criança Alfabetizada. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 7 ago. 2023. 
https://www.gov.br/casacivil/pt-br/novopac/selecoes/eixos/arquivos/manual-de-selecao_creches-e-pre-escolas
https://www.gov.br/casacivil/pt-br/novopac/selecoes/eixos/arquivos/manual-de-selecao_creches-e-pre-escolas
https://download.inep.gov.br/alfabetiza_brasil/apresentacao_resultados.pdf
https://download.inep.gov.br/publicacoes/institucionais/avaliacoes_e_exames_da_educacao_basica/relatorio_da_pesquisa_alfabetiza_brasil.pdf
https://download.inep.gov.br/publicacoes/institucionais/avaliacoes_e_exames_da_educacao_basica/relatorio_da_pesquisa_alfabetiza_brasil.pdf
 
 
 
 
58 
 
BRASIL. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) [et al]. Avaliação de políticas públicas: guia 
prático de análise ex post, volume 2. Casa Civil da Presidência da República [et al]. Brasília, 2018. 
Disponível em: <https://repositorio.ipea.gov.br/handle/11058/8853> 
BRASIL. Ministério da Educação (MEC). Plano de Monitoramento e Avaliação do Compromisso 
Nacional Criança Alfabetizada. Brasília, DF: MEC, 2023a. 
_______. 2º Relatório de Monitoramento e Avaliação do Compromisso Nacional Criança 
Alfabetizada. Brasília, DF: MEC, 2023b. 
_______. Orientações para a formulação e implementação das estratégias de formação continuada 
no âmbito do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada. DF: MEC, 2023c. 
_______. 3º Relatório de Monitoramento do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada. Brasília, 
DF: MEC, 2023d. 
_______. 1º Relatório de Monitoramento e Avaliação do Compromisso Nacional Criança 
Alfabetizada. Brasília, DF: MEC, 2023f. 
_______. Portaria nº 1.773, de 1 de setembro de 2023. Institui a Comissão Permanente de 
Acompanhamento do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada. Diário Oficial da União, Brasília, 
DF, 4 set. 2023. 
_______. Portaria nº 1.774, de 1 de setembro de 2023. Dispõe sobre as atribuições, a composição e 
o funcionamento da Rede Nacional de Articulação de Gestão, Formação e Mobilização - Renalfa e 
define os valores para o pagamento de bolsas de formação continuada para os articuladores do 
Compromisso Nacional Criança Alfabetizada. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 4 set. 2023. 
_______. Portaria nº 47, de 29 de setembro de 2023. Designa os articuladores da Rede Nacional de 
Articulação de Gestão, Formação e Mobilização - Renalfa, do Compromisso Nacional Criança 
Alfabetizada - CNCA. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 29 set. 2023. 
_______. Portaria nº 56, de 27 de novembro de 2023. Altera a Portaria nº 47, de 29 de setembro de 
2023, que designa os articuladores da Rede Nacional de Articulação de Gestão, Formação e 
Mobilização - Renalfa, do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada - CNCA. Diário Oficial da 
União, Brasília, DF, 29 nov. 2023. 
_______. Portaria nº 62, de 15 de dezembro de 2023. Altera a Portaria nº 56, de 27 de novembro de 
2023, que designa os articuladores da Rede Nacional de Articulação de Gestão, Formação e 
Mobilização - Renalfa, do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada - CNCA. Diário Oficial da 
União, Brasília, DF, 20 dez. 2023. 
_______. Portaria nº 1.435, de 25 de julho de 2023. Dispõe sobre a designação dos membros do 
Comitê Estratégico Nacional do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada – Cenac. Diário Oficial 
da União, Brasília, DF, 26 jul. 2023. 
_______. Portaria nº 1.927, de 17 de outubro de 2023. Altera a Portaria nº 1.435, de 25 de julho de 
2023, que dispõe sobre a designação dos membros do Comitê Estratégico Nacional do 
Compromisso Nacional Criança Alfabetizada – Cenac. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 18 out. 
2023. 
_______. Resolução nº 5, de 10 de novembro de 2023. Estabelece critérios para o apoio técnico e 
financeiro às redes públicas de educação básica dos estados, dos municípios e do Distrito Federal, 
para a implementação do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada (CNCA) em regime de 
https://repositorio.ipea.gov.br/handle/11058/8853
 
 
 
 
59 
 
colaboração, por meio do quarto ciclo (2021-2024) do Plano de Ações Articuladas (PAR). Diário 
Oficial da União, Brasília, DF, 13 nov. 2023e.