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<p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p>UNIDADE I: AS CONTRADIÇÕES IMPERIALISTAS NOS FINAIS DO SÉX. XIX ATÉ AO</p><p>FINAL DA I GUERRA MUNDIAL (1914 - 1918)</p><p>1.1. O Desenvolvimento Social, Político e Económico dos principais países capitalistas nos</p><p>finais do século XIX e princípios do século XX 1º grupo</p><p>Até aos finais do séc. XIX a Europa tinha acumulado uma serie de sucessos científicos, técnicos,</p><p>económicos e políticos e imposto o seu domínio a outros continentes. Isto levou-a à 1ª potência</p><p>industrial, comercial e financeira mundial. Assim, nos finais do séc. XIX, a Europa encontrava-se</p><p>economicamente dividida em dois grupos:</p><p> O 1º grupo dos países que já tinham realizado a revolução industrial e tinham algumas colónias:</p><p>a Inglaterra, a França, a Bélgica, e a Holanda (países Baixos);</p><p> O 2º grupo da “Europa agrária”: os impérios Austro-Húngaro e Otomano, a Alemanha, a Itália, e</p><p>a Rússia.</p><p>A Inglaterra</p><p>Nos finais do séc. XIX e princípios do séc. XX, a Inglaterra era a maior potência mundial, possuía o</p><p>maior parque industrial, um vasto império colónia e uma estabilidade política assente na monarquia.</p><p>Tinha dois tipos de colónias, as de população branca e as de exploração económica, que abasteciam-na</p><p>em matéria-prima e consumiam os seus produtos, contribuindo desta forma para que estes se</p><p>espalhassem pelo continente africano e asiático.</p><p>A França</p><p>No mesmo período, a França era uma potência caracterizada por um grande desenvolvimento industrial</p><p>(têxtil, transportes, metalúrgica, e.t.c.) sem afectar a produção agrícola que também era desenvolvida.</p><p>Possuía também um império colonial com fortes matérias-primas e um mercado para seus produtos.</p><p>A Rússia</p><p>Era a quinta maior potência industrial do mundo. Porém, 80% da sua população vivia da agricultura. O</p><p>poder político estava com Czar Nicolau II, e reinava um regime ditatorial.</p><p>A Alemanha</p><p>A Alemanha encontrava-se em grande ascensão económica; em pouco tempo, a indústria pesada e de</p><p>guerra desenvolveram-se de tal forma que se tornaram nas maiores da Europa. A economia baseava-se,</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p>por um lado, na exploração racional dos recursos e na exigência de qualidade superior dos produtos, e</p><p>por outro lado, no proteccionismo germânico.</p><p>O Império Austro-húngaro</p><p>Na segunda metade do séc. XIX, a Áustria e a Hungria formaram um estado, designado Império Austro</p><p>– Húngaro, resultante da união das nobrezas dos dois países, foi fundado em 1867, como uma monarquia</p><p>dual. A sua criação resulta da perda de influência da Áustria na Europa central e do surgimento dos</p><p>movimentos nacionalistas nos dois países. No final da 1ª Guerra Mundial, e por exigência do tratado de</p><p>Versalhes, este Estado viria a desaparecer.</p><p>Conceito</p><p> Capitalismo industrial e financeiro – tipo de economia capitalista que se desenvolveu a partir de</p><p>meados do séc. XIX e que se caracteriza pelo investimento de capitais provenientes, sobretudo,</p><p>da indústria, bancos, bolsa e outros meios financeiros.</p><p>Exercícios de consolidação</p><p>1. Como é que estava dividida a Europa nos finais do séc. XIX? Mencione a composição de cada grupo.</p><p>2. Caracterize a Inglaterra do ponto de vista económico e político nos finais do séc. XIX.</p><p>3. Caracterize a indústria alemã no período em referência nas alinhas acima.</p><p>4. O que teria contribuído para o sucesso económico dos germânicos no mesmo período?</p><p>1.2. A formação das alianças e blocos militares e os primeiros conflitos imperialistas</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p>1.2.A Expansão colonial das potências europeias e a crescente competição entre elas na Europa,</p><p>reforçada pela afirmação dos movimentos nacionalistas fizeram surgir vários focos de tensão militar</p><p>entre elas. Isto levou-as a fazerem grandes investimentos em armamento, a mobilizarem fortes</p><p>exércitos e a formarem alianças militares. 2º grupo</p><p>1.2.1. A formação das alianças e blocos militares</p><p>A rivalidade económica entre a Alemanha e a França agudizaram os sentimentos nacionalistas e as</p><p>desconfianças mútuas, conduzindo à celebração de alianças defensivas:</p><p> Tríplice Aliança, foi assinada em 1882 e era composta pela: Alemanha, o Império Austro -</p><p>Húngaro e Itália;</p><p> Tríplice Entente, formada a 8 de Abril de 1907, constituída pela: Inglaterra, Rússia e França.</p><p>Estes acordos militares implicavam que se algum dos membros fosse atacado receberia ajuda dos seus</p><p>aliados. Assim, um incidente entre dois países poderia provocar uma guerra não apenas entre ambos,</p><p>mas entre todos os que pertenciam às duas alianças.</p><p>Diferenças entre os dois blocos militares</p><p> A Tríplice Aliança: com um capitalismo recente, menor expansão colonial e desfavorecida em</p><p>relação as fontes de matéria – prima;</p><p> A Tríplice Entente: de países com capitalismo antigo, com maior expansão colonial e</p><p>favorecida em relação as fontes de matéria – prima.</p><p>1.2.2. A Corrida aos armamentos</p><p>Os receios de um ataque aumentaram a corrida ao armamento. Alguns países promulgaram leis convista</p><p>a um rápido aumento de militares e planos de guerra. Este facto tornou a Europa num verdadeiro campo</p><p>militar. A este período ficou conhecido por «Paz Armada», o que significa que a paz estava ameaçada</p><p>de possível guerra.</p><p>1.2.3. A Paz Armada</p><p>A aliança original entre os países europeus de cada bloco militar, sofreu alterações conforme os seus</p><p>interesses imediatos. Isto levou alguns países a mudarem da sua posição inicial, como foi o caso da Itália</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p>em 1911 devido as contradições de interesse com o império Austro – Húngaro, pelo mar Báltico. A</p><p>tensão entre os blocos atingiu o pico, ao que levou os países europeus aos preparativos armamentistas,</p><p>porque se sabia que qualquer incidente serviria como a causa imediata da guerra.</p><p>1.2.4. Os Primeiros Conflitos Imperialistas</p><p>1.2.4.1. A guerra Anglo – Bóer: em 1899, instalou-se no Transval uma guerra sangrenta entre os</p><p>ingleses e Os holandeses pela posse das minas de ouro de Kimberley e Transval. A guerra terminou</p><p>em 1902, com a vitória dos ingleses e o desaparecimento das repúblicas bóeres pelo tratado de</p><p>Virniging.</p><p>1.2.4.2. A guerra russa – japonesa: entre 1904 – 1905, ocorreu um conflito armado entre a Rússia e o</p><p>Japão pela conquista da Manchúria chinesa e da Correia. Mal preparados os russos, foram derrotados</p><p>pelos japoneses.</p><p>1.2.4.3. A questão dos Balcãs</p><p>Na península balcânica, o prolongado domínio que os otomanos ali exerciam fez crescer um sentimento</p><p>nacionalista entre os povos dominados (búlgaros, sérvios, croatas, eslovenos, bósnios-herzobovinos,</p><p>montenegrinos e gregos). No final do séc. XIX e princípios do séc. XX, vários destes povos conseguiram</p><p>a sua independência, e para conquistar aos otomanos os últimos territórios na região dos Balcãs, a</p><p>Grécia, a Bulgária, a Sérvia e o Monte Negro formam a Liga Balcânica.</p><p>Esta liga viria, a se envolver em duas guerra entre 1912 e 1913, contra o Império otomano, conseguindo</p><p>conquistar aqueles territórios. Este facto não agradou ao Império Austro – Húngaro, que em 1908 havia</p><p>anexado a Bósnia – Herzegovina e tinha interesses pelos territórios sérvios, croatas e montenegrinos.</p><p>A Sérvia ganhara, com as conquistas territoriais, uma importante posição na região balcânica e contava</p><p>com auxílio dos russos - que se apresentavam como defensores e procuravam exercer uma influência na</p><p>zona e obter, assim, uma passagem ao Mediterrâneo. A tensão entre o império Austro – Húngaro e a</p><p>Sérvia veio a ser o ponto principal da eclosão da 1ª Guerra Mundial.</p><p>1.3. O estabelecimento</p><p>número de desempregados</p><p>baixou, os preços subiram e as exportações aumentaram.</p><p>Exercícios de consolidação</p><p>1. “O pânico instalou-se (…) quando 70 milhões de títulos foram postos no mercado a baixo preço</p><p>(…) foi neste dia que se registou (…) a derrocada da economia mundial.”</p><p>a) Localize no tempo a crise económica em referência.</p><p>b) Que outro nome tomou a crise?</p><p>c) De forma resumida, explique como esta crise se mundializou.</p><p>d) Mencione as consequências desta crise para o mundo e para Moçambique.</p><p>2.6. O Desenvolvimento dos Regimes Totalitários ou Ditatoriais na Europa</p><p>As dificuldades económicas, a instabilidade política e social do pôs I Guerra Mundial e a crise</p><p>económica de 1929 proporcionaram a instauração dos regimes ditatoriais na Europa. São exemplo</p><p>desses regimes:</p><p> O Fascismo – na Itália; o Nazismo – na Alemanha;</p><p> O Corporativismo – em Portugal; e o Franquismo – na Espanha.</p><p>2.6.1. O Fascismo na Itália</p><p>Fascismo – é o regime político instaurado por Mussolini na Itália depois da I Guerra Mundial.</p><p>2.6.1.1. Origem e ascensão do Fascismo</p><p>Os tratados de paz assinados após a IGM, ao não atribuíram a Itália os territórios por ela reivindicados,</p><p>provocaram entanto, grande descontentamento no país. Aliado a isto, destacam-se as dificuldades</p><p>económicas, financeiras e sociais. Os operários e camponeses e parte da classe média viviam na</p><p>miséria.</p><p>Num ambiente de greves, ocupação de fábricas e de terras, desordem e perturbação generalizada que o</p><p>governo não controlava, Benito Mussolini funda em Milão em Março de 1919, o movimento «Fasci</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p>Italiani di Combatimento», composto pelas camisas negras (Comicie nere), antigos combatentes da I</p><p>GM. Em 1921, o movimento foi transformado em partido político, e participou nas eleições. Através</p><p>de comícios, discursos mobilizadores e de acções de intimidação e violência, transmitia á sociedade a</p><p>ideia de que era a única força política capaz de impor a ordem no país e travar a propagação do</p><p>comunismo.</p><p>Em 1922 Mussolini organizou uma marcha sobre Roma, com objectivo de lutar contra o Socialismo,</p><p>obrigando a demissão do governo. No dia 29, o rei Victor Manuel III, temendo a eclosão de uma</p><p>guerra civil, chamado Mussolini para formar governo.</p><p>Um mês depois, o parlamento concedeu plenos poderes ao governo fascista, tendo Mussolini ganho as</p><p>eleições de 1924, criando uma Estado fascista. A transição rumo a ditadura foi gradual, em 1926, os</p><p>movimentos de oposição foram declarados ilegais e, em 1928 a eleição dos candidatos ao parlamento</p><p>passou a estar sujeito a aprovação dos fascistas.</p><p>Em 1929 foi assinado o Tratado de Letrão (entre o Estado e a Santa Sé). O tratado concedia ao papa</p><p>a soberania sobre a cidade do Vaticano, e a religião católica foi declarada a religião única do</p><p>Estado em toda a Itália, desde que este aceitasse em contrapartida, a soberania italiana sobre os</p><p>anteriores domínios da Igreja.</p><p>2.6.1.2. Características do Fascismo</p><p> A defesa de um regime ditatorial – enaltecendo a autoridade do chefe e rejeitando o</p><p>parlamentarismo;</p><p> A defesa do modelo corporativo – através de organismos de coordenação económica, o</p><p>Estado controla a economia e combate a luta de classes;</p><p> Corporativismo – os sindicatos patronais e trabalhistas são mediadores das relações</p><p>trabalhistas;</p><p> Anti-Comunista; anti-liberal.</p><p>2.6.1.3. Princípios do Fascismo</p><p> Primazia do Estado sobre os indivíduos – tudo no Estado, nada contra o estado;</p><p> Culto do chefe – que concentra todos os poderes e a quem tudo se submete;</p><p> Militarismo – importância das, milícias armadas (as camisas negras);</p><p> Nacionalismo e Imperialismo – em ordem fazer da Itália grande herdeira das glórias de Roma</p><p>antiga.</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p>2.6.1.4. Medidas tomadas pelos fascistas</p><p>Ao nível económico:</p><p> Foram proibidas as greves e o fecho de fábricas pelos trabalhadores e sindicatos;</p><p> Criaram-se dois sindicatos: o dos trabalhadores e o dos patrões;</p><p> O estado passou a ser o árbitro entre a força laboral e o capital.</p><p>Ao nível social:</p><p> Incentivou-se a natalidade para aumentar a população – para retornar a grandeza do Império</p><p>Romano;</p><p> Para reduzir o desemprego e melhorar as condições de vida da população, realizaram-se</p><p>grandes obras públicas.</p><p>Na política interna:</p><p> Ilegalização de todos os partidos políticos, com excepção do Partido Nacional Fascista;</p><p> O esvaziamento legislativo do parlamento, que se limitava a ratificar as leis;</p><p> A reaproximação com a igreja católica.</p><p>Na política externa:</p><p> Adoptou-se uma política expansionista;</p><p> Participação na guerra civil espanhola.</p><p>2.6.1.5. Decadência do Fascismo</p><p>Em 1943, em plena II G.M; os exércitos anglo-americanos invadiram a Itália, numa altura em que</p><p>uma grande greve operária se espalhava em Turim, Milão e Génova, abalando o poder fascista.</p><p>Mussolini é deposto e preso em Julho de 1943. A luta anti-fascista prossegui até que os guerrilheiros</p><p>comunistas prenderam e executaram Mussolini a 28 de Abril de 1945, colocando fim ao regime</p><p>fascista.</p><p>2.6.2. O Nazismo na Alemanha</p><p>Nazismo – foi um regime político instaurado na Alemanha, em 1933, por Adolfo Hitler; inspirando-</p><p>se no fascismo de Mussolini.</p><p>2.6.2.1. Origem do Nazismo</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p>Em 1919, foi aprovada a constituição que transformava a Alemanha numa República Federal, onde o</p><p>poder legislativo ficou a cargo do presidente – o Reichstag, e o poder executivo a cargo de um</p><p>presidente eleito por um sufrágio universal.</p><p>O governo republicano tornou-se impopular por ter assinado o Tratado de Versalhes. Este</p><p>descontentamento intensificou e generalizou-se também devido à crise económica provocada de</p><p>indemnizações aos aliados. A instabilidade provocada por esta situação transmitiu a ideia da</p><p>incapacidade do governo na resolução dos problemas.</p><p>Os operários, os camponeses e a pequena e média burguesia passaram a apoiar os partidos</p><p>extremistas e da esquerda, nestes, últimos encontrava-se o Partido Nacional Socialista dos</p><p>Trabalhadores – Nazi, fundado em 1919 e dirigido por Adolfo Hitler (a partir de 1921).</p><p>Face a onda de insatisfação e descrédito do governo alemã, as propostas do Partido Nazi começam a</p><p>encontrar eco junto da maioria da população, tendo o número de adeptos passando de 400 mil em</p><p>1928 para 1,5 milhões em 1932. O partido era apoiado pelos operários porque viam-no como seu</p><p>protector contra a ameaça do Comunismo. Hitler mostrava-se um opositor do Tratado de Versalhes e</p><p>acusava os judeus e os comunistas de serem os grandes responsáveis pelo estado depurado da</p><p>economia alemã.</p><p>Em 1932, o partido nazi teve mais votos nas eleições legislativas, com 38% (230 deputados). Valendo</p><p>disso, os nazistas passaram a pressionar o presidente e este, nomeou Hitler para chanceler (primeiro-</p><p>ministro) a 30 Janeiro de 1933.</p><p>No poder, Hitler conseguiu rapidamente que o parlamento aprovasse uma lei que lhe permitia</p><p>governar sem dar satisfação dos seus actos a ninguém. Com base nessa lei, ordenou a dissolução de</p><p>todos os partidos, com excepção do partido Nazista.</p><p>Em Agosto 1934 com a morte do presidente Hindenburg, ele assumiu em acumulação de funções de</p><p>chanceler e de presidente da Alemanha (com o titulo de Fuhrer – guia ou condutor), sem recorrer as</p><p>eleições.</p><p>2.6.2.2. Características do Nazismo</p><p> O anti-semitismo – perseguição aos judeus, acusados de tramar contra a república de Weimar</p><p>e a pretensão má de formar um grande império, subjugando todos outros povos;</p><p> O anti-comunismo – uma ideologia e política do imperialismo, portanto, hostis à teoria e a</p><p>prática comunista;</p><p>Texto de apoio da Disciplina</p><p>de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p> O chauvinismo – pregação do exclusivismo nacional, contraposição da nação a todas as</p><p>outras excitações da hostilidade nacional;</p><p> O racismo – desprezo e ódio pelas outras raças e nações. Segundo Hitler,”a raça ariana é a</p><p>mais pura” e tinha o direito de conquistar e subjugar as raças que julgam inferiores;</p><p> O anti-marxismo – (considerado pelos nazistas, uma criação judaica).</p><p>2.6.2.3. A Ideologia Nazi</p><p> Totalitarismo – do estado e do seu chefe, a quem todos os interesses individuais se deveriam</p><p>subordinar;</p><p> Nacionalismo – apelava a restauração da unidade nacional e ao retorno da grandeza alemã; e</p><p>condenava a democracia e o liberalismo;</p><p> Racismo – defendia a superioridade da raça ariana; considerando como a mais capaz de</p><p>dirigir os destinos do mundo;</p><p> Imperialismo – defendia a existência de um espaço vital para a expansão do povo alemão;</p><p> Anti-semitismo – o ódio aos judeus, que eram acusados de traído à pátria ao assinar o Tratado</p><p>de Versalhes. Eram ainda identificados com o Comunismo, Capitalismo e com a agitação</p><p>social.</p><p>2.6.3. O Corporativismo em Portugal</p><p>Após a I Guerra Mundial, Portugal sofreu uma grande agitação política e económica. Em 1926, a</p><p>insatisfação com a situação do país generalizou-se, e a 28 de Maio, o general Gomes da Costa</p><p>liderou um golpe militar que derrubou o governo. Foi assim, instaurada uma ditadura militar, na qual</p><p>as liberdades políticas foram limitadas e o governo passou a ser nomeado pelos militares.</p><p>Um dos objectivos dos golpistas era corrigir a situação económica. Assim, em 1928, é nomeado</p><p>para ministro das finanças – o António de Oliveira Salazar. Colocando em prática uma regida</p><p>política económica, com cortes brutais nas despesas do Estado, Salazar conseguiu estabilizar as</p><p>finanças. Este facto deu-lhe um grande prestígio, chegando os portugueses a chamá-lo, mesmo de</p><p>«salvador da pátria».</p><p>Em 1932, António de Salazar foi nomeado para o cargo de presidente do Conselho de Ministros</p><p>(primeiro-ministro), com grande agrado da maioria dos portugueses. Porém, Salazar, viria a construir</p><p>um Estado autoritário (que dirigiu por 30 anos). Em 1933, faz aprovar uma nova Constituição, que</p><p>estabeleceria os princípios do novo regime, que próprio designou de «Estado Novo».</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p>O regime salazarista instituiu um sistema de partido único, onde só foi permitido o partido do</p><p>governo – a União Nacional. Ainda em 1933 foi criada a polícia política – a Polícia de Vigilância e</p><p>de Defesa do Estado (PVDE), que mais tarde mudou o nome para – Polícia Internacional e de</p><p>Defesa do Estado (PIDE). A PIDE tornar-se-ia um dos principais suportes do salazarismo e no</p><p>principal instrumento de perseguição, repreensão e tortura dos opositores do regime.</p><p>Manteve-se também a censura aos meios de comunicação, criou-se ainda órgãos destinados à defesa e</p><p>à propaganda doutrinária do regime, como a Legião Portuguesa e a Moncidade Portuguesa.</p><p>Características do corporativismo</p><p> Autoritarismo e o Corporativismo – Salazar defendia a colaboração entre os patrões e os</p><p>operários e rejeitava a luta de classes, e assim, aboliu a liberdade sindical;</p><p> O Nacionalismo – procurou-se recuperar as ideias da grandeza histórica de Portugal, assente</p><p>nas viagens dos navegadores portugueses dos séculos X e XVI.</p><p>Semelhanças entre o Fascismo, Nazismo e o Corporativismo: o autoritarismo, o nacionalismo,</p><p>abolição do sindicalismo e a criação de estados de partido único, a perseguição e prisão dos</p><p>opositores dos regimes e o anticomunismo.</p><p>Diferenças – o Nazismo era mais extremo, pois defendia: o anti-semitismo e o racismo.</p><p>Conceito</p><p>Estado Novo – designação dada ao regime autoritário de carácter nacionalista e profundamente anti-</p><p>comunista, instaurado em Portugal, a partir de 1933, com a aprovação da nova Constituição.</p><p>2.7. O Salazarismo e a situação das colónias: caso de Moçambique</p><p>As colónias portuguesas constituíam uma alavanca para a economia e a imagem do regime</p><p>salazarista. Assim, elas constituíam um grande mercado potencial para os produtos portugueses, e</p><p>podiam fornecer uma quantidade significativa de matérias-primas, necessárias ao sistema e ao</p><p>desenvolvimento industrial de Portugal.</p><p>2.7.1. O Proteccionismo e o Novo Regime Político-administrativo em Moçambique</p><p>A reacção inicial dos países industrializados à crise económica mundial de 1929 foi aumentar o grau</p><p>de protecção das suas indústrias contra a concorrência estrangeira, proibindo a importação de</p><p>artigos manufacturados ou aplicando pesadas taxas alfandegárias as importações de matérias-</p><p>primas das suas colónias.</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p>Assim, em Portugal, a crise de 1929 reforçou a estratégia, de 1926, de valorização dos recursos de</p><p>Moçambique no interesse dos portugueses, através da exploração directa e intensa da população</p><p>moçambicana, reduzindo ao indispensável o uso de capitais nacionais e estrangeiros.</p><p>A década de 30 representou, um aumento de transição em que algumas bases do Nacionalismo</p><p>Económico português se estabeleceram em Moçambique. A política ultramarina do Estado Novo</p><p>cortou radicalmente com as tendências autonomistas e desenvolvimentistas do governo da 1ª</p><p>República, passando a basear-se na “nacionalização das colónias, na concepção do fomento e na</p><p>integração económica. ”</p><p>O Acto Colonial definiu o dever de Portugal de civilizar e de defender as suas colónias e o direito da</p><p>sua posse e exploração exclusiva, limitando a intervenção económica de países estrangeiros. Como</p><p>consequência, reforçou-se a tutela metropolitana sobre as colónias, tendo-se abandonado a política</p><p>de descentralização administrativa e de abertura ao capital estrangeiro.</p><p>Ao invés, insistiu-se na fiscalização da metrópole sobre os governadores coloniais e no</p><p>estabelecimento de um regime económico de tipo “pacto colonial”, segundo o qual caberia às</p><p>colónias serem meros fornecedores de matérias-primas para Portugal.</p><p>2.7.2. A Carta Orgânica</p><p>A expressão real “nacionalismo económico português” manifestou-se no Acto Colonial e na Carta</p><p>Orgânica do Império Colonial Português de 1930. A legislação marcou o fim da autonomia formal</p><p>da província de Moçambique, que passou a chamar-se “colónia”. Concretamente, o nacionalismo</p><p>económico centralizou os poderes legislativos e financeiros nas mãos do Ministro das colónias,</p><p>visando colocar Portugal a par das restantes potências colonizadoras, em termos de capacidade de,</p><p>nomeadamente, dominar e explorar os territórios ultramarinos.</p><p>Moçambique, como parte do Império Colonial, viu serem introduzidas políticas proteccionistas como</p><p>forma de impedir que qualquer país viesse instalar uma indústria. Nenhum país poderia importar algo</p><p>de Moçambique sem o aval das autoridades de Portugal. A única moeda que deveria circular em</p><p>Moçambique até essa altura, deveria ser apenas a portuguesa (o escudo).</p><p>2.7.3. A gestão agrária e industrial</p><p>Em 1932, o Estado português começou a estimular, em Moçambique, a produção de algodão, a</p><p>matéria-prima mais procurada pela indústria portuguesa. Assim, passou a incentivar financeiramente</p><p>as concessionárias algodoeiras, que exportavam de Moçambique. No mesmo âmbito, Portugal lançou</p><p>uma campanha de propaganda, denominada “comprar português”, cujo ponto mais alto foi a</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p>realização do congresso comercial e de uma feira de mercadorias portuguesas, em Lourenço Marques,</p><p>em Agosto de 1932.</p><p>O seu plano visava fortalecer a economia portuguesa, usando as colónias para o desempenho de suas</p><p>funções vitais. As relações económicas</p><p>entre a metrópole e as colónias consistiram nas culturas</p><p>forçadas. A Companhia de Moçambique obrigava os camponeses a cultivar o algodão.</p><p>Conceito</p><p>Acto Colonial – conjunto de leis referentes a administração das colónias e constantes da Constituição</p><p>de 1933, publicadas pelo decreto nº 18578, em 18 de Junho de 1930.</p><p>2.8. As primeiras manifestações nacionalistas em África e em Moçambique</p><p>Um pouco por toda a África, havia uma população colona, que por vezes manifestava-se a favor da</p><p>independência em relação à metrópole. Em Moçambique, com a promulgação do Acto Colonial,</p><p>alguns colonos brancos manifestava-se contra o poder centralizado e autoritário da metrópole, mas</p><p>pouco fizeram devido ao clima de repreensão do Estado Novo.</p><p>2.8.1. O papel da Imprensa</p><p>As iniciativas africanas, ao nível intelectual urbana, pressionavam o governo por meio de jornais, tais</p><p>como: O Africano – fundado em 1909, lutou pela construção de uma escola. O Africano era</p><p>publicado em ronga e em português. Também, seguiu-se a batalha contra as leis de excepção, pelos</p><p>ideais de justiça, igualdade, pela existência de trabalho para os negros e fraternidade.</p><p>O proletário (1912), O ferroviário (1915/16), o Greminal (1914/18); o Brado africano (Suspenso</p><p>em 1932, mas que veio ressurgir em 1935 com o nome de Clamor Africano) - dirigido pelos irmãos</p><p>Albasini, os jornalistas moçambicanos mais conhecidos e activos da época. O regime colonial</p><p>explorou as divisões no seio dos intelectuais africanos, dividindo para reinar. Apesar de ter tolerados</p><p>as farpas do Brado Africano, não autorizou outras iniciativas, nomeadamente Claridades, o Negro</p><p>Lusitano “Órgão da defesa dos interesses dos negros da colónia de Moçambique”, que José Cantine, o</p><p>professor de Inhambane pretendia editar em 1935.</p><p>2.8.3. O papel das associações</p><p>Associação – é a união de pessoas com vista á prossecução de fins comuns, de forma organizada e</p><p>duradoura, ainda que por prazo determinado.</p><p>As associações africanas foram viveiros de consciencialização, onde as camadas mais jovens</p><p>despertaram para o nacionalismo africano, sob véu da poesia. Destacando-se o poeta Rui de Noronha,</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p>que cantava África, “surge t ambula”, sonhando a pátria na terra onde nasceu – Moçambique. As</p><p>principais associações de Moçambique foram:</p><p> A Associação Africana de Lourenço Marques – criada em 1920, pelos irmãos Albasini e</p><p>constituída por mulatos e negros assimilados;</p><p> O instituto Negrófilo (mais tarde designado por Centro Associativo dos Negros de</p><p>Moçambique) - foi criado em 1932 por descendentes negros da Associação Africana de</p><p>Lourenço Marques, destacando-se Brown Dulela, João Manuel e Enoque Libombo;</p><p> O Núcleo dos estudantes Secundários Africanos de Moçambique (NESAM) - fundado em</p><p>1949, e tido como o movimento nacionalista embrionário.</p><p>N.B: Assim, os movimentos nacionalistas propriamente ditos surgiram apenas a partir dos anos 50 do</p><p>século XX, depois da 2ª Guerra Mundial.</p><p>Exercícios de consolidação</p><p>1. “Não acreditamos na igualdade. Exigimos (…) a reunião de todos os alemães numa grande</p><p>Alemanha (…), para ser cidadão preciso ser de sangue alemão (…).”</p><p>a) Como é chamada a característica do Nazismo referida no trecho?</p><p>b) Qual é o titulo da obra escrita por Adolfo Hitler na prisão, e em que ano foi publicada?</p><p>c) Porque razão Hitler promoveu o anti-semitismo contra os judeus?</p><p>2. Localize no tempo e espaço os seguintes movimentos: Nazismo, Salazarismo e Fascismo.</p><p>3. Quem foram os lideres dos seguintes regimes ditatoriais: Fascismo, Nazismo e Corporativismo?</p><p>4. Como se chama o regime totalitário desenvolvido na Itália?</p><p>5. Explica as semelhas e diferenças que existem entre o Fascismo, Nazismo e o Corporativismo.</p><p>6. O que significa a sigla PIDE?</p><p>7. Indique os principais jornais africanos surgidos em Moçambique, e os jornalistas referidos.</p><p>Unidade III: A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL (1939 - 1945) E O MOVIMENTO DE</p><p>LIBERTAÇÃO NACIONAL (MLN)</p><p>3.1. A Segunda Guerra Mundial</p><p>3.1.1. A Europa e o mundo nas vésperas da Segunda Guerra Mundial</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p>Entre o final da Primeira Guerra Mundial, em 1918, e o inicio da Segunda Guerra Mundial, em 1939,</p><p>viveu-se um pouco por todo o mundo um período de agitação provocada pela crise económica, o que</p><p>gerou tensões sociais e políticas.</p><p>A eclosão da grande depressão de 1929 levou a ascensão de regimes ditatoriais na Europa. Por outro</p><p>lado, a ambição imperialista da Alemanha e da Itália levou aos dois países a entrar em conflito com</p><p>outros Estados por causa do domínio de certas regiões.</p><p>A Liga das Nações ou Sociedade das Nações mostrou-se incapaz de resolver litígios entre as nações,</p><p>como também de evitar ocupações territoriais.</p><p>Antecedentes do conflito</p><p> A invasão da Manchúria (na China) pelo Japão, em 1932;</p><p> A ocupação da Abissínia (Etiópia) pela Itália, em 1935;</p><p> A intervenção da Itália e da Alemanha na guerra civil espanhola entre 1936-1939;</p><p> Em 1936, a Alemanha celebrou alianças com a Itália e Japão, surgindo o eixo Roma – Berlim</p><p>– Tóquio. A Alemanha assinou ainda com a Rússia o pacto de não-agressão – germano – soviético,</p><p>que previa no futuro, a partilha da polónia entre os dois países.</p><p> A anexação da Áustria pela Alemanha, em 1938 e a invasão da região dos Sudetas na</p><p>Checoslováquia (cuja a maioria da população tinha origem alemã).</p><p>A Reafirmação dos Blocos militares</p><p>Antes de desencadear a 2ª Guerra Mundial, formaram-se na Europa dois blocos militares:</p><p>Bloco dos Aliados: França, EUA e Inglaterra.</p><p>Bloco do Eixo ou fascista: Alemanha, Itália e Japão.</p><p>3.1.2. As causas da Segunda Guerra Mundial</p><p>Causas político-económicas</p><p> As contradições entre o capitalismo (EUA) e o socialismo (URSS);</p><p> As consequências da Grande Depressão de 1929, que levaram à instauração de regimes</p><p>ditatoriais na Europa.</p><p>Causas político-militares</p><p> As consequências da I GM, provocaram novos conflitos. Em 1919, o Tratado de Versalhes</p><p>provocou a disseminação de um forte sentimento nacionalista nos países perdedores da guerra;</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p> A política expansionista e anexacionista da Alemanha nazista, do Japão militarista e da Itália</p><p>fascista.</p><p>Causas sociais e ideológicas</p><p> O combate às ideias comunistas;</p><p> Adolfo Hitler pretendia, criar uma "nova ordem" baseada nos princípios nazista da</p><p>superioridade alemã, na exclusão – eliminação física de minorias étnicas e religiosas como</p><p>os judeus e ciganos e até os homossexuais;</p><p> Hitler queria ainda suprimir as liberdades e direitos individuais e perseguição das ideologias</p><p>liberais, socialistas e comunistas.</p><p>3.1.3. A invasão a Polónia e o início da II Guerra Mundial: 1 de Setembro de 1939</p><p>A Sociedade das Nações (SDN) mostrou-se incapaz face a política agressiva do bloco fascista, por</p><p>isso, foi ignorada a partir de 1939. Por outro lado, as potências ocidentais continuaram passiva face as</p><p>agressões da Alemanha.</p><p>Hitler e Estaline decidiram, entretanto, dividir a Polónia entre a Alemanha e a URSS. No dia 01 de</p><p>Setembro de 1939, a Alemanha pôs essa ideia em prática, invadindo a Polónia, o que se tornou no</p><p>acontecimento decisivo que fez desencadear um novo conflito à escala mundial.</p><p>Devido aos acordos bilaterais da Polónia com a França e com a Inglaterra, dois dias depois, Winston</p><p>Churchill (Inglaterra) e Eduardo Daladier (França), declararam guerra à Alemanha. Começava</p><p>assim, a Segunda Guerra Mundial. Desta feita os dois blocos ficaram assim compostos:</p><p>Bloco do Eixo: Alemanha, Itália, Japão, Roménia, Bulgária, Hungria, entre outros;</p><p>Bloco dos Aliados: Inglaterra, França, Checoslováquia, Jugoslávia,</p><p>Grécia, Brasil, EUA,</p><p>Dinamarca, Bélgica, URSS, Holanda, e.t.c.</p><p>3.1.4. O Decurso e as fases da II Guerra Mundial</p><p>Primeira Fase: As vitórias do Eixo (1939 – 1941)</p><p>As tropas alemãs apoiadas por aviões e tanques invadiram a Polónia, tornando impossível qualquer</p><p>defesa. A URSS perante a ameaça da aproximação dos alemães invadiu a Polónia pelo leste.</p><p> A 9 de Abril de 1940, as tropas invadiram a Dinamarca e a Noruega. A 10 Maio de 1940, os</p><p>alemães liderados pelo general Rommel invadiram a Holanda e a Bélgica.</p><p> A 15 de Maio de 1940, a Alemanha entra na França, obrigando a fuga do Dunquerque.</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p> A 14 de Junho de 1940, Paris é ocupado e a capital da França passou a ser a cidade de Vicy.</p><p>Depois, a Alemanha virou-se contra a Inglaterra, submetendo-a a terríveis bombardeamentos aéreos.</p><p> Em 1941, a Alemanha interrompeu a suposta amizade com a URSS, invadindo-a no mês de</p><p>Junho. Em Dezembro, foi a vez de o Japão atacar de surpresa a base naval americana no Havai</p><p>(Pearl Harbour), no oceano Pacífico. Isto levou à entrada dos EUA na guerra: contra o Japão no</p><p>pacífico, e contra a Alemanha, na Europa.</p><p>Segunda Fase: Equilíbrio de Forças e a Guerra Total (1941-1942)</p><p>De Junho de 1941 a Setembro de 1942, a guerra mundializou-se com violentos combates na Europa,</p><p>norte de África e no pacífico. Com os aliados praticamente vencidos, três acontecimentos vieram</p><p>alargar as dimensões do conflito e equilibrar as forças em presença:</p><p> A guerra germano – soviético, que obrigou os alemães a dividir o seu exército em duas</p><p>frentes. No verão de 1942, Estalinegrado é cercado, apôs longas e sangrentas batalhas, dá-se a</p><p>reviravolta no conflito, a Alemanha é derrotada, era o fim da invencibilidade alemã (Fevereiro de</p><p>1942).</p><p> A entrada dos EUA na guerra, na sequência do ataque japonês a Pear Harbour, em Dezembro</p><p>de 1941.</p><p> As conquistas japonesas no pacifico, destacando-se os bombardeamentos contra a frota</p><p>aeronaval americana na Ilha de Haway de Dezembro de 1941 à Maio de 1942.</p><p>Terceira Fase: A contra-ofensiva e a vitória dos Aliados (1943 – 1945)</p><p>Em 1943, vários acontecimentos marcaram o início da viragem da guerra:</p><p> Apôs a batalha de Estalinegrado, os alemães começaram a retirada dos territórios soviéticos;</p><p> As vitórias inglesas contra os submarinos alemães;</p><p> A ofensiva anglo-americana no norte de África;</p><p> O desembarque anglo-franco-americana na Itália (que levou à destituição de Mussolini e à</p><p>rendição da Itália, em Junho de 1944).</p><p>Apesar dos ataques suicídios dos aviões, os aliados recuperaram gradualmente os territórios do</p><p>Pacifico ocupados pelos japoneses.</p><p>A vitória dos Aliados veio a decidir-se no Ocidente com o desembarque de Normandia (França)</p><p>no dia 06 de Junho de 1944 – Célebre dia D. um contingente de tropas aliadas (americanos,</p><p>canadianos, ingleses e franceses) desembarcou nas praias francesas da Normandia; onde vieram a</p><p>libertar Paris, em Agosto de 1944.</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p>Finalmente, em Maio de 1945, foi lançada a ofensiva final contra a Alemanha, que conduziu à</p><p>derrota de Hitler (que se suicidou) e a rendição incondicional dos generais alemães e o Japão ficou</p><p>sozinho na guerra. A rendição japonesa ocorreu no dia 02 de Setembro de 1945, pondo fim a</p><p>Segunda Guerra Mundial.</p><p>As consequências da II Guerra Mundial</p><p>Consequências Políticas</p><p> Divisão da Europa em dois blocos (Capitalista e Socialista);</p><p> Surgimento do Estado de Israel em 1948;</p><p> Divisão Alemanha em RDA e RFA;</p><p> Fundação da organização das Nações Unidas – ONU;</p><p> Deslocação do centro de poder – na Europa diminui enquanto nos EUA e URSS fortalecesse;</p><p> Emancipação dos países do 3º Mundo que não se identificam com a democracia Ocidental,</p><p>nem com o Socialismo.</p><p>Consequências Económicas</p><p> A decadência económica da Europa;</p><p> Destruição de infra-estruturas (fabricas, habitações, vias de comunicação);</p><p> Desordem da rede de transporte, de comércio, inflação da moeda e greves.</p><p>Consequências sociais e demográficas</p><p> Desalojamento de milhares de famílias;</p><p> Redução da taxa de mentalidade;</p><p> Incalculáveis mortes (cerca de 50 milhões).</p><p>A criação da Organização das Nações Unidas – ONU</p><p>Antecedentes</p><p>Contrariamente a SDN, rapidamente erigida no início da conferência de paz, a ONU foi longamente</p><p>preparada durante o desenrolar da 2ª Guerra Mundial principalmente pelos americanos e os</p><p>britânicos, aos quais se associaram os chineses e os soviéticos.</p><p>Reuniões precedentes à criação da ONU</p><p>Em Agosto de 1941, foi assinado pelo presidente Roosevelt e pelo primeiro-ministro Churchill a</p><p>carta do Atlântico onde se estabeleceu o direito dos povos escolherem o seu governo, a cooperação</p><p>entre os Estados, a igualdade ao acesso às matérias-primas, a liberdade dos mares, a não alteração dos</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p>limites territoriais sem o consentimento dos povos interessados, a redução geral dos armamentos e a</p><p>manutenção da segurança colectiva.</p><p>Em Janeiro de 1942, assinou-se a Declaração das Nações Unidas, em Washington com 24 Estados-</p><p>membros (esta declaração preserva a Carta do Atlântico e acrescenta a liberdade religiosa).</p><p>Em Outubro de 1943, assina-se a Declaração de Moscovo, pelos representantes da China, EUA,</p><p>Inglaterra e União Soviética, onde se manifesta a abertura para adesão de todos Estados, para a</p><p>manutenção da paz e segurança internacional.</p><p>As linhas mestras da Organização foram definidas na conferência de Dunbarton Oaks, de 21 de</p><p>Agosto a 28 de Setembro de 1944, tomando parte os EUA, Inglaterra e a URSS, e, depois de 29 de</p><p>Setembro, a China. O projecto elaborado previa que o órgão principal devia ser o Conselho de</p><p>Segurança com predomínio dos cinco: EUA, URSS, França, Inglaterra e China. Isto viria a ser</p><p>discutido na Conferência de Ialta, em Fevereiro de 1945, entre Roosevelt, Churchill e Estaline, que</p><p>decidem a repartição de esfera de influência na comunidade internacional do pós-guerra.</p><p>Contudo, a Carta das Nações Unidas, só veria a ser elaborada por delegados de 50 países, reunidos</p><p>na Conferência de São Francisco, entre 25 de Abril e 26 de Junho de 1945.</p><p>Objectivos da Organização das Nações Unidas (ONU)</p><p> Manter a paz e a segurança internacionais;</p><p> Desenvolver relações amigáveis entre as nações;</p><p> Fomentar a cooperação internacional para resolver problemas de ordem económica, cultural</p><p>ou humanitária;</p><p> Desenvolver o respeito pelos direitos do Homem e pelas liberdades fundamentais.</p><p>Características da ONU</p><p> Universalismo – a ONU torna-se um fórum mundial, um quadro privilegiado das relações</p><p>internacionais, sobretudo para os pequenos países que sem ela ficariam isolados;</p><p> Global – a ONU cobre todas a áreas e actividades humanas: política, sociocultural e técnico-</p><p>científica;</p><p> Quanto as estruturas institucionais, paralelamente com flexibilidade dos processos, os seus</p><p>órgãos não são fixos nem procuram preservar o statu quo, evoluem e adaptam-se às novas</p><p>circunstâncias do mundo.</p><p>Órgãos da ONU</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p>1. Assembleia Geral – órgão que delibera, discute todas as questões e faz recomendações a seu</p><p>respeito. Quanto ao processo decisório, nota-se que as decisões importantes</p><p>(relativas à paz e</p><p>segurança internacionais, assuntos orçamentais) são tomadas por maioria de 2/3 (dois terços)</p><p>A Conferência de Potsdam</p><p>A conferência de Potsdam realizou-se de 17 de Julho a 02 de Agosto de 1945 no velho castelo de</p><p>Potsdam nos subúrbios de Berlim na Alemanha. Nela participaram 4 grandes potências: Inglaterra;</p><p>França; URSS e EUA.</p><p>Principais objectivos da conferência</p><p> Desnazificar; desmilitarizar e democratizar a Alemanha.</p><p>Decisões tomadas na conferência</p><p> Perda de todos territórios conquistados pela Alemanha;</p><p> Desarmamento total da Alemanha;</p><p> Destruição da indústria bélica alemã;</p><p> Criação de um Tribunal Internacional para julgar os criminosos de guerra (Tribunal Militar de</p><p>Nuremberg);</p><p> A divisão da Alemanha em 4 zonas de ocupação: inglesa, francesa, norte-americana e</p><p>soviética. Esta divisão deu origem mais tarde a divisão da Alemanha em: RDA e RFA.</p><p>Exercícios de consolidação</p><p>1. Localize no tempo e no espaço a conferência de Potsdam.</p><p>2. Explique o processo da divisão da Alemanha em RFA e RDA.</p><p>3. Quando e onde foram lançadas as duas bombas atómicas?</p><p>4. Mencione três consequências do lançamento das bombas atómicas para a humanidade.</p><p>O Movimento de Libertação Nacional – MLN</p><p>Terminada a 2ª Guerra Mundial, teve lugar, no âmbito internacional, um fenómeno importante: a</p><p>formação de novos Estados em resultado do movimento de emancipação dos povos. A este</p><p>movimento, deu-se o nome de descolonização e verificou-se em África, na Ásia e na América Latina.</p><p>A emancipação das colónias iniciou-se na década de 1940, no sudeste da Ásia (India, Indonésia e</p><p>Indochina).</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p>Em África, o fenómeno aconteceu tardiamente. No Norte de África ocorreu por volta da década de</p><p>1950 e na África negra (subsariana) deu-se por volta da década de 1960. O processo de</p><p>descolonização seguiu duas vias distintas:</p><p>1. Negociação pacífica – através do diálogo com os líderes nacionalistas as metrópoles concederam</p><p>as independências às colonias, como nos casos da Índia (Inglaterra); da Tunísia e Marrocos</p><p>(França);</p><p>2. Guerra de independência – deu-se quando as metrópoles se opuseram aos movimentos de</p><p>libertação, como nos casos da Indonésia (Holanda); Moçambique e Angola (Portugal).</p><p>Descolonização – emancipação política de uma colónia em relação à metrópole.</p><p>O Movimento de Libertação Nacional na Ásia</p><p>Índia</p><p>O Movimento de Libertação da Índia do jugo britânico foi liderado pelo Congresso Nacional</p><p>Indiano, de Mahatma Ghandi. A Índia seguiu duas formas de luta: greves e sabotagens e o boicote</p><p>A Índia tornou-se independente em 1947, da Inglaterra. Todavia, os ingleses antes de se retirarem,</p><p>fomentaram uma guerra étnica e religiosa entre muçulmanos e hindus, que dividiu a Índia em duas</p><p>partes: a União Indiana (hindu) e o Paquistão Oriental (muçulmano).</p><p>A China</p><p>A República Popular da China foi implantada em 1949, sob a liderança do Partido Comunista, de</p><p>Mao-Tsé-Tung.</p><p>País MLN Líder Ano/indep.</p><p>Índia Congresso Nacional Indiano Mahatma Ghandi 1947</p><p>China Partido Comunista Mao Tsé-Tung 1949</p><p>O Movimento de Libertação Nacional na América Latina</p><p>A Revolução Chilena</p><p>O Chile libertou-se da Espanha em 1818, depois das forças lideradas pelo argentino José de San</p><p>Martin terem derrotado os espanhóis. Porém, as riquezas minerais chilenas atraíram a cobiça das</p><p>potências mundiais, provocando sangrentas guerras.</p><p>Em 1970, Salvador Allende, líder da Unidade Popular, aliança entre socialistas e comunistas, subiu</p><p>ao poder e nacionalizou as minas de cobre e mais de 200 empresas estrangeiras. Aumentou ainda o</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p>salario dos trabalhadores, aprofundou a reforma agraria e colocou a banca e o comércio externo sob</p><p>controlo do Estado.</p><p>Estas reformas não agradaram aos EUA que financiaram a campanha de descredito do presidente, que</p><p>culminou no seu derrube, em 1973, por forças lideradas pelo general Augusto Pinochet (que instalou</p><p>uma ditadura forte).</p><p>O Nacionalismo Africano</p><p>Conceitualização</p><p>Nacionalismo – exaltação dos valores considerados nacionais e das diferenças nacionais em relação a</p><p>outras nações.</p><p>Nacionalismo – é a vontade de uma colectividade querer criar e desenvolver o seu próprio Estado</p><p>soberano e independente, tendo em conta a consciência de pertença a uma individualidade histórica e</p><p>na sequência de circunstâncias diversas.</p><p>Nacionalismo – é a tomada de consciência por parte de indivíduos ou grupos de indivíduos numa</p><p>nação ou de um desejo de desenvolver a força a liberdade ou prosperidade dessa nação</p><p>Os factores da génese do nacionalismo africano</p><p>Externos</p><p>O papel do Pan-africanismo</p><p>O Pan-africanismo – é uma orientação filosófica, política e sócio-cultural dos afro-americanos dentro</p><p>da luta pelas liberdades africanas, versando fazer face às barreiras raciais, sociais e políticas que</p><p>enfrentavam. William Burghdth Du Bois foi o principal precursor deste movimento.</p><p>O abalo da II Guerra Mundial</p><p>A participação de milhares de africanos na II Guerra Mundial ao lado dos Aliados, exerceu uma</p><p>enorme influência sobre a consciência política nacional dos africanos. Estes, chamados para lutar pela</p><p>liberdade e pela democracia, interrogavam-se por que razão esses direitos não chegavam aos seus</p><p>territórios. Ao mesmo tempo, constataram que as suas metrópoles também podiam sofrer derrotas.</p><p>A política dos EUA e da URSS</p><p>A II Guerra Mundial enfraqueceu as grandes potências coloniais, situação que teve repercussões</p><p>sobre as administrações coloniais, e fortaleceu os EUA e a URSS, que defendiam o fim do</p><p>colonialismo.</p><p>A acção da Organização das Nações Unidas</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p>A carta da ONU fundamentava-se no direito no direito dos povos à autodeterminação.</p><p>O exemplo da Ásia</p><p>A expansão do socialismo na Ásia, e mais tarde a liquidação do colonialismo e o surgimento de</p><p>países activos na luta contra o regime colonial, como foi o caso da India, da China e da Indonésia.</p><p>As lutas anticoloniais e as independências em África</p><p>O Ghana</p><p>A luta pela independência do Ghana (antiga Costa do Ouro) foi liderada pelo CPP – Convention</p><p>People’s Party (Partido da Convenção do Povo), liderado pelo Kwame Nkrumah. Ghana tornou-se</p><p>independente no dia 06 de Março de 1957. Tendo alterado o nome de Costa de Ouro para Ghana, em</p><p>homenagem ao antigo império do Ghana e como forma de revalorização da africanidade.</p><p>A República Democrática do Congo</p><p>A RDC foi uma colónia belga, tornou-se independente a 30 de Junho de 1960, com o Movimento</p><p>Nacional Congolês (MNC), liderado por Patrice Lumumba (assassinado em 1961 num golpe de</p><p>Estado).</p><p>A Tanzânia</p><p>A Tanzânia tornou-se independente a 08 de Dezembro de 1961, sob a liderança do Tanganhica</p><p>African Association (TAA), mais tarde TANU- Tanganhica African National Union; liderado por</p><p>Julius Nyerere.</p><p>A Argélia</p><p>A Argélia libertou da França no dia 03 de Junho de 1962, pondo fim a uma das mais violentas</p><p>guerras de libertação em África. O processo de luta foi liderado pela Frente de Libertação Nacional</p><p>(FLN), de Ahmed Bem Bella.</p><p>O Quénia</p><p>O Quénia tornou-se independente a 12 de Dezembro de 1963, com a União Nacional Africana do</p><p>Quénia (KANU), presidida por Jomo Kenyatta.</p><p>As independências das colónias portuguesas</p><p>Guiné-Bissau e Cabo Verde</p><p>A rebelião começou em 1961, sob a liderança de Amílcar Cabral, do Partido Africano de</p><p>Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde (PAIGC). Amílcar Cabral é assassinado em 1973 e</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p>seu meio irmão Luís Cabral assume a liderança</p><p>do movimento, levando à proclamação da</p><p>independência em 1974. Somente em 1980, Cabo Verde se separou da Guiné-Bissau.</p><p>O caso de Moçambique</p><p>A luta de libertação nacional foi liderada pela FRELIMO, criada a partir de três movimentos: a União</p><p>Democrática Nacional de Moçambique (UDENAMO - 1960); a União Nacional Africana de</p><p>Moçambique Independente (UNAMI - 1960) e União Nacional Africana de Moçambique (MANU -</p><p>1961), no dia 25 de Junho de 1962, sob a liderança de Eduardo Chivambo Mondlane. O primeiro</p><p>congresso deste movimento foi realizado entre os dias 23 a 28 de Setembro de 1962.</p><p>A 25 de Setembro de 1964, iniciou-se a luta armada de libertação, em Chai, na província de Cabo</p><p>Delegado. Com a revolução dos Cravos de 25 de Abril de 1974, Portugal assinou com a FRELIMO</p><p>os Acordos de Lusaka, no dia 07 de Setembro de 1974, reconhecendo a Moçambique o direito à</p><p>autodeterminação e à independência.</p><p>A independência foi proclamada em 25 de Junho de 1975, por Samora Moisés Machel (primeiro</p><p>presidente de Moçambique).</p><p>Unidade IV: O MUNDO ENTRE A CONFRONTAÇÃO E O DESANUVIAMNETO</p><p>4.1. Os Estados mais industrializados após a Segunda Guerra Mundial</p><p>Ao terminar a II G.M; evidenciou-se no continente europeu a supremacia dos Estados mais</p><p>industrializados, que contribuíram para a derrota do nazismo. Ao nível mundial, ganharam crescente</p><p>destaque duas nações: a URSS e os EUA.</p><p>A supremacia da URSS e dos EUA nas relações políticas internacionais no final da guerra</p><p>transformou-se rapidamente numa rivalidade política e ideológica, que se estendeu a outros Estados.</p><p>Esta disputa teve duas faces distintas: a do Capitalismo liberal dos EUA e a do Socialismo soviético</p><p>da URSS.</p><p>4.1.1. Os Estados Unidos da América</p><p>Os EUA afirmaram-se, logo apos a Primeira Guerra Mundial como uma nação poderosa a nível</p><p>económico, tecnológico e militar. A II Guerra Mundial confirmou-os como potência mais poderosa</p><p>do globo. O seu poder militar associado ao crescente poder económico, transformá-los-ia num dos</p><p>mais importantes actores da política mundial.</p><p>Em 1945, os EUA detinham 60% da produção mundial, e em 1948, as maiores empresas do mundo</p><p>eram americanas ou controladas por eles. O dólar, a moeda norte-americana tornou-se o padrão</p><p>internacional.</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p>O presidente Truman afirmou em 1947 a disponibilidade dos EUA no apoio a Europa Ocidental; foi</p><p>neste contexto, que surgiu o Plano Marshall. O objectivo deste plano era por um lado, o auxílio</p><p>financeiro e a reabilitação das indústrias europeias e a recuperação dos mercados e, por outro lado,</p><p>procurar controlar a perturbações sociais e políticas que ameaçavam a Europa, permitindo aos EUA</p><p>consolidar a sua liderança política do bloco capitalista.</p><p>Outra das políticas de Truman foi o incentivo à criação de uma aliança militar dos países do</p><p>Atlântico. A OTAN – Organização do Tratado do Atlântico Norte, conhecido por NATO, foi criada</p><p>em 1949, com objectivo de defender o mundo ocidental das possíveis investidas do Leste, sobretudo</p><p>da URSS.</p><p>4.1.2. A União das Repúblicas Socialistas Soviéticas</p><p>Movimento dos países Não-alinhados</p><p>Conceito</p><p>Os países Não-alinhados são países que não aderiram a nenhum bloco político-militar. Os países Não-</p><p>alinhados da Ásia, África e da América latina, seguiram na sua política externa, uma orientação anti-</p><p>imperialista, anti-militarista e anti-colonialista.</p><p>O contexto Histórico do surgimento dos Não-alinhados</p><p>A formação e consolidação do campo socialista, no final da IIGM, o desmoronamento dos impérios</p><p>coloniais, o desenvolvimento de um mundo bipolar e a emergência dos blocos militares da NATO e o</p><p>Pacto de Varsóvia, vieram criar um novo panorama internacional que propiciou o surgimento de</p><p>encontros de concentração multilaterais dos países do sul.</p><p>Entretanto, o movimento não-alinhado surgiu no contexto da guerra fria entre as duas grandes</p><p>potências de então os EUA e a URSS. A guerra fria precedeu a segunda guerra mundial marcada</p><p>essencialmente por um conflito ideológico entre o bloco do leste, liderado pela URSS e o bloco do</p><p>oeste liderado por EUA.</p><p>Os EUA detentores do sistema liberal capitalista procuraram expandir a sua ideologia política e</p><p>económica contrapondo a URSS, que de igual modo procurava expandir o socialismo colectivista</p><p>sobretudo nos países que ainda se encontravam sob domínio colonial europeu, ambos apoiando os</p><p>movimentos de luta de libertação no contexto do nacionalismo.</p><p>Foi neste contexto que os países subdesenvolvidos, na sua maioria da Ásia e da África sentiram a</p><p>necessidade de unir esforços na defesa comum dos seus interesses na consolidação das suas</p><p>independências e soberania, no desenvolvimento cultural e económico dos seus povos, além de</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p>expressar um forte compromisso com a paz ao se declararem não-alinhados a nenhum dos blocos</p><p>militares que haviam surgidos. Nesta ordem de ideias se convocou a conferência Ásia-África em</p><p>Bandung, onde se traçaram as directrizes do movimento.</p><p>A Conferência de Bandung</p><p>A organização da conferência de Bandung nasceu de acções institucionais no interior da ONU e na</p><p>organização de inúmeros encontros de líderes políticos da região afro-asiática em busca da paz e</p><p>estabilidade política no decurso da guerra fria.</p><p>De 18 a 24 de Abril de 1955 em Bandung na Indonésia, realizou-se a conferência Ásia África com</p><p>objectivos de debater e avançar com uma estratégia concertada em relação ao não-alinhamento.</p><p>Países participantes</p><p>A conferência, foi ao convite do primeiro ministro da Birmânia (Mianmar), do Ceilão, (Sir Lanka), da</p><p>Índia, Indonésia e do Paquistão. Reuniu vinte e nove países da Ásia e da África para debater</p><p>preocupações comuns e coordenar posições no campo das relações internacionais.</p><p>Os países asiáticos que participaram nesta conferência foram׃ Indonésia, Afeganistão, Arábia Saudita,</p><p>Birmânia, Camboja, Laos, Líbano, Leilão, Rep. Popular da China, Filipinas, Japão, Índia, Jordânia,</p><p>Paquistão, Turquia, Tailândia, Síria, República Democrática do Vietname do norte, Rep. Vietname do</p><p>Sul, Irão, Iraque, Nepal, Iémen do norte e os países africanos׃ Etiópia, Líbia, Libéria, Egipto Ghana e</p><p>Sudão.</p><p>Tema da conferência</p><p>O seu programa incluía a descolonização política da Ásia e da África e todos estavam de acordo, que</p><p>a independência política recém recuperada era um meio para conseguirem o fim da liberdade</p><p>económica e sócio-cultural e procurou preservar a paz no mundo.</p><p>A conferência de Bandung depois de ter proclamado a necessidade de se pôr termo ao</p><p>colonialismo sob todas as suas formas, tinha também definido uma linha de política</p><p>internacional, havendo concluído ser imperioso e salvaguardar a paz no mundo,</p><p>reclamavam, para atingir esse objectivo, a redução de armamentos, eliminação das</p><p>armas nucleares sob um controle internacional eficaz. BENOT (1981:105)</p><p>Na conferência de Bandung foram enunciados dez princípios que deveriam orientar as relações entre</p><p>as nações.</p><p>1.3.1. Os dez princípios de Bandung</p><p>Os dez princípios de Bandung são:</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p>1. Respeito aos direitos humanos fundamentais e aos objectivos de princípios da carta da ONU;</p><p>2. Respeito a soberania e integridade territorial de todas as nações;</p><p>3. Reconhecimento da igualdade de todas as raças e nações grandes e pequenas;</p><p>4. Não intervenção e não-interferência nos assuntos internos de outros países (autodeterminação dos</p><p>povos);</p><p>5. Respeito pelo direito de cada nação, defender-se individualmente e colectivamente de acordo com</p><p>as cartas das Nações Unidas;</p><p>6. Recusa na participação dos preparativos da defesa colectiva destinada a servir</p><p>aos interesses</p><p>particulares das superpotências;</p><p>7. A abstenção de todo acto ou ameaça de agressão, ou de emprego de força, contra a integridade</p><p>territorial ou a independência política de outros países;</p><p>8. Soluções de todos os conflitos internacionais por meios pacíficos (negociações e conciliações</p><p>arbitragens por tribunais internacionais) de acordo com a carta da ONU;</p><p>9. Estimulo aos interesses mútuos de cooperação;</p><p>10. Respeito pela Justiça e obrigações internacionais.</p><p>N.B: Em Bandung a paz estava ligada a liberdade, independência e a soberania dos povos. Lá não se</p><p>tomou partido a favor do socialismo ou do capitalismo, pois o princípio de autodeterminação dos</p><p>povos incluía o direito de cada nação definir livremente seu sistema político e social, aspecto este</p><p>expresso em 1961 em Belgrado, pelos países não-alinhados.</p><p>A Conferência para a Coordenação do Desenvolvimento da África Austral (SADCC) – 1978</p><p>Antecedentes: a Linha da Frente</p><p>A independência das colónias britânicas (Botswana, Lesotho, Malawi, Suazilândia, Tanzânia e</p><p>Zâmbia) nos anos 60 e das colónias portuguesas (Moçambique e Angola) em 1975 levou ao</p><p>estabelecimento de relações e acordos de cooperação económica bilaterais entre os novos países,</p><p>resultando não formação da Linha da Frente. A Linha da Frente era constituída por: Angola,</p><p>Moçambique, Botswana, Tanzânia e Zâmbia. Estes países coordenaram esforços para apoiar a luta de</p><p>libertação na Namíbia e Zimbabwe.</p><p>Fundação e objectivos</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p>Por uma escola livre do SIDA</p><p>A SADCC foi criada a 19 de Julho de 1978.foi criada como uma organização de caracter político-</p><p>económico visando a reabilitação e desenvolvimento económico da região da África Austral e o</p><p>alcance de independência do Zimbabwe e Namíbia.</p><p>República de Moçambique</p><p>Ministério da Educação</p><p>Conselho Nacional de Exames, Certificados e Equivalências</p><p>Exame de História</p><p>Extraordinário – 2014</p><p>90 Minutos</p><p>1. A grande dependência do Homem em relação à natureza levou-o a desenvolver uma economia</p><p>recolectora.</p><p>a) Mencione duas (2) principais actividades económicas da população neste tipo de economia.</p><p>(1,2)</p><p>b) A economia recolectora foi característica da Comunidade… (0,6)</p><p>A dos agricultores B dos pastores C primitiva D sedentária</p><p>2. O Egipto Antigo foi uma das civilizações mais desenvolvidas do mundo antigo.</p><p>Transcreva para sua folha de respostas a opção que refere a localização desta civilização. (0,6)</p><p>A Nordeste da Ásia, no vale do rio Eufrates</p><p>B Nordeste de África, no vale do rio Nilo</p><p>C Sudeste da Ásia, nas margens do rio Yang Tsé</p><p>D Sudoeste de África, nas margens do rio Congo.</p><p>3. A Mesopotâmia foi uma civilização que se desenvolveu num território entre dois rios.</p><p>a) A que rios se refere o trecho? (0,8)</p><p>b) Como eram chamados os habitantes desta região? (0,6)</p><p>4. “O Renascimento foi um movimento intelectual de renovação cultural que surgiu na Itália (…), o</p><p>Homem passa a ser o centro do pensamento.”</p><p>Mencione a característica do renascimento patente na expressão sublinhada. (0,8)</p><p>5. “A revolução francesa representou um marco decisivo na História da Humanidade.”</p><p>Transcreva a opção que refere a importância desta revolução para a humanidade. (1,0)</p><p>A Abolição da sociedade de classes C Devolução dois bens do clero</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p>B Abolição dos privilégios feudais D Proibição dos partidos políticos</p><p>6. “ Na frente ocidental, procurando conservar as regiões ocupadas, as tropas (…) escavaram uma</p><p>extensa rede de valas e abrigos na terra.” A I Guerra Mundial, In: História 9, p.25</p><p>a) Que fase da guerra se refere o trecho? (1,0)</p><p>b) O que terá precipitado a saída da Rússia nesta guerra? (1,0)</p><p>c) Mencione três (3) consequências desta guerra para a Alemanha. (3,0)</p><p>7. “ Nos exigimos a formação de uma grande Alemanha (…) para ser cidadão é necessário ter</p><p>sangue alemão (…) nenhum judeu pode ser alemão (…).” Extrato da ideologia Nazi.</p><p>a) Identifique o regime patente no trecho. (1,0)</p><p>b) Que opção refere a expressão sublinhada? (1,0)</p><p>A. Anti-semitismo B. Anti-Socialismo C. Comunismo D. Expansionismo</p><p>8. “ O pânico instalou-se (…) quando 70 milhões de títulos foram postos no mercado a baixo preço</p><p>(…) foi neste dia que se registou (…) a derrocada da economia mundial.”</p><p>A Grande Depressão, In: História, 10ª classe, p. 82</p><p>a) Que outro nome tomou a Grande Depressão? (1,0)</p><p>b) Mencione duas (2) medidas tomadas pelos EUA para superar a Grande Depressão. (2,0)</p><p>9. Em 1955 foi realizada a Conferência de a Bandung.</p><p>Que opção refere a organização criada nesta conferência? (1,0)</p><p>A. Movimento dos países não-alinhados.</p><p>B. Organização dos países da Commonwealth.</p><p>C. Organização dos países exportadores do petróleo.</p><p>D. Países da Linha da Frente.</p><p>10. O Nacionalismo Africano apelava a unidade dos povos africanos na luta pela independência.</p><p>a) Transcreva a opção que refere o factor do desenvolvimento do Nacionalismo Africano.</p><p>(1,5)</p><p>A. Criação da Organização da Unidade Africana (OUA).</p><p>B. Ideias emancipacionistas adoptadas pelas superpotências no início e durante a Guerra Fria.</p><p>C. Ideias emancipacionistas adoptadas pelos colonizados no final da II Guerra Mundial.</p><p>D. Revoluções liberais ocorridas nos finais do século XIX.</p><p>b) Mencione (2) dois países africanos que alcançaram a independência em 1975. (2,0)</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p>Por uma escola livre do SIDA</p><p>República de Moçambique</p><p>Ministério da Educação</p><p>Conselho Nacional de Exames, Certificados e Equivalências</p><p>Exame de História/1ª época</p><p>ESG/2014 90 Minutos</p><p>1. A figura representa os centros de prática da agricultura e pastorícia em África e Ásia.</p><p>a) Que novas actividades surgiram com a prática da agricultura e da pastorícia? (1,0)</p><p>b) Mencione três (3) consequências da prática da agricultura para Moçambique. (1,5)</p><p>2. O aparecimento, ao longo da costa de moçambicanos praticantes do islão é um fenómeno muito</p><p>antigo e resulta de contactos comerciais com asiáticos.</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p>a) Como se chamou este comércio? (0,5)</p><p>b) Das afirmações abaixo transcreva os resultados deste comércio para os africanos. (1,0)</p><p>i. Abandono da actividade pesqueira ao longo da costa.</p><p>ii. Destruição de reinos e impérios africanos.</p><p>iii. Empobrecimento das comunidades africanas.</p><p>iv. Formação dos primeiros Estados africanos.</p><p>v. Introdução de novas culturas agrícolas em África.</p><p>3. As indulgências</p><p>foram uma das causas da crise no seio da Igreja Católica.</p><p>Transcreva a opção que justifica a expressão sublinhada. (1,0)</p><p>A. O dever dos crentes em pertencerem a uma certa ordem religiosa.</p><p>B. O gosto que os padres tinham de levar uma vida luxuosa e de ostentação.</p><p>C. O direito que os crentes tinham de poder recusar ou aceitar um determinado sacramento.</p><p>D. O poder que os padres tinham de poder perdoar mediante o pagamento de uma determinada</p><p>quantia.</p><p>4. A utilização da máquina na indústria cria graves problemas aos operários.</p><p>Justifique a afirmação com dois aspetos. (1,0)</p><p>5. Leia o texto:</p><p>“A partir do dia em que a Alemanha levou a guerra à costa Atlântica, violando a integridade belga,</p><p>invadindo a França, atacando a Inglaterra e tentando separar-nos (…) a partir desse dia a nossa</p><p>neutralidade deixava de ser possível.” W. Wilson ao senado, 1917 In História, 10ª classe, p. 38</p><p>a) A que guerra se refere o texto? (1,0)</p><p>b) Para que bloco militar entraram os EUA? (1,0)</p><p>c) O que significou a entrada dos EUA neste conflito? (1,0)</p><p>6. Os regimes totalitários surgiram na Europa resultantes das dificuldades enfrentadas após a</p><p>Primeira Guerra Mundial. Preencha o quadro sobre os regimes totalitários. (2,0)</p><p>País Líder Regime totalitário</p><p>Itália</p><p>Nazismo</p><p>7. A organização das Nações Unidas (ONU) tem desempenhado um papel muito importante na</p><p>pacificação do mundo.</p><p>a) Qual foi o principal objectivo da sua criação? (1,0)</p><p>b) Identifique dois (2) órgãos utilizados para garantir essa pacificação. (2,0)</p><p>c) Demostre com um (1) exemplo o seu papel na pacificação de Moçambique. (1,0)</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p>8. No contexto da Guerra Fria a África Austral foi uma região de conflito pela posse de zonas de</p><p>influência.</p><p>a) Quais foram os dois (2) países que assinaram o acordo de Inkomati? (2,0)</p><p>b) Mencione dois (2) países da Linha da Frente. (2,0)</p><p>c) Como se chamou a organização económica da região criada na época? (1,0)</p><p>Fim</p><p>Bibliografia</p><p>ALVES, Maria da Graça. História Universal Moderno. Lisboa: Editora Verbo, 1988.</p><p>AQUINO, Rubin Santos de et all. História das Sociedades Modernas às Sociedades Actuais. 1ª</p><p>Edição, Rio de Janeiro: Ao Livro técnico, 1979.</p><p>BENOT, Yves. Ideologia das Independências Africanas. Vol. II, Lisboa: Sá de Corta, 1981.do</p><p>CAMERON, Rondo. História económica mundo. Publicações Europa-América, 2000.</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p>FENHANE, João Baptista H. História da 10ª classe. Maputo: Diname.</p><p>MONDLANE, Eduardo Chivambo. Lutar por Moçambique. Maputo: Minerva Central, 1995.</p><p>NYE, Junior. Joseph, S. Compreender os conflitos internacionais. Uma introdução a Teoria e a</p><p>História. Lisboa, Editora Gradiva, 2002.</p><p>PROGRAMA DA 10ª CLASSE. História, Maputo: 2009.</p><p>SOPA, António. História 10ª classe. 1ª Ed. Maputo: Texto Editores, 2007.</p><p>do sistema colonial em África (desde 1885 até ao início da Iª Guerra</p><p>Mundial: 1914 - 1918) 3º Grupo</p><p>Até ao século XIX, o sistema colonial baseava-se na simples ocupação dos territórios litorais</p><p>que pudessem garantir as ligações entre as colónias e as metrópoles.</p><p>1.3.1. Causas da ocupação do continente africano</p><p> A necessidade de matéria – prima para alimentar as suas indústrias;</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p> A procura de novos mercados para escoar a crescente e excedentária produção industrial;</p><p> A procura de mão – de – obra barata e aquisição de fabulosos lucros;</p><p> A procura de melhorar as suas condições de vida.</p><p>1.3.2. A Partilha de África e a dominação colonial</p><p>A necessidade de matéria-prima levou, os europeus no final do séc. XIX, a realizarem várias expedições</p><p>de reconhecimento ao interior de África. Porém, não foi somente a razão económica que levou à</p><p>exploração de África. Havia também a finalidade geográfica e científica (procuravam conhecer melhor</p><p>os povos indígenas, as fronteiras territoriais, o relevo, a hidrografia, a botânica e a fauna das diferentes</p><p>regiões).</p><p>1.3.3. A Conferência de Berlim e a Partilha de África</p><p>Como corolário das expedições de exploração do interior africano, as nações europeias reclamavam para</p><p>si a anexação dos territórios “descobertos”. Estes desejos das potências europeias industrializadas,</p><p>originaram conflitos pela posse de África, cada uma delas reivindicava a porção de território que lhe</p><p>convinha ou achava ter direitos históricos ou de ocupação, ou ainda pela ocupação por meio da força</p><p>militar.</p><p>É assim, que o então chanceler alemão, Otto von Bismarck, por causa dos interesses que o seu país</p><p>tinha em relação a África, decidiu convocar, em 1884, uma conferência para discutir a questão colonial</p><p>com outros países. A reunião realizou-se, então, na cidade de Berlim, na Alemanha, entre os dias 15 de</p><p>Novembro de 1884 à 26 de Fevereiro de 1885.</p><p>Na conferência, participaram países como: Inglaterra, França, Itália, Portugal, Holanda, Noruega,</p><p>Suécia, Dinamarca, Áustria, Bélgica, EUA, Espanha, Hungria e o império Otomano.</p><p>1.3.3.1. Principais acordos assinados na conferência</p><p>Foi assinado um acordo político – económico entre as potências no qual se estabeleceu:</p><p> A partilha e ocupação do continente africano entre as nações europeias participantes;</p><p> Garantia a liberdade comercial nas bacias dos rios Congo e Níger;</p><p> Toda e qualquer potência deviam informar as outras sobre a região que viesse a ocupar;</p><p> Apenas podiam reclamar interesses territoriais e económicos em África os países presentes na</p><p>conferência que a partir dai, viessem a ocupar, de forma efectiva, territórios independentes.</p><p>N.B: A partilha África, porém, ano respeitou a organização política, social e cultural dos africanos: ao</p><p>criar fronteiras artificiais apenas de acordo com os interesses europeus.</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p>1.4. A Instalação do sistema de dominação colonial e a resistência africana 4º Grupo</p><p>1.4.1. A Instalação do sistema de dominação colonial</p><p>A conferência de Berlim pôs fim às reivindicações territoriais em direitos históricos ou de</p><p>‘‘descoberta’’. Isto é, as potências europeias eram agora obrigadas a estabelecer-se verdadeiramente nos</p><p>seus territórios coloniais, cumprindo com o princípio de ocupação efectiva. Elas esforçaram-se para a</p><p>concretização de projectos ambiciosos, tais como:</p><p> Mapa Cor-de-Rosa – um projecto português que visava a ligação das colónias de Angola e</p><p>Moçambique;</p><p> Projecto Cabo - Cairo – projecto inglês, dirigido por Cecil Rhodes e que visava a construção</p><p>de uma linha férrea entre Cabo (África do Sul) e Cairo (Egipto);</p><p> Missão Marchand – projecto francês que visava fazer a ligação do rio Congo ao Nilo e de Dacar</p><p>a Djibuti.</p><p>Elas adoptaram duas formas de conquistas: Tratados e Incursões militares. O Tratado ou diplomacia</p><p>foi o método mais privilegiado, já que eles não pretendiam fazer grandes esforços financeiros e</p><p>humanos, pela colonização de África. Porém, nem sempre esta estratégia surtia efeitos positivos, devido</p><p>à resistência dos africanos, e os europeus viam-se obrigados a recorrer à força das armas.</p><p>É assim, que eles se estabeleceram de forma mais efectiva nos territórios. Este estabelecimento,</p><p>significava, portanto, um domínio efectivo do território, político e militar, pois só assim, seria possível</p><p>manter a posse desse espaço. Afirmava-se assim, o imperialismo1, que visava garantir às potências</p><p>europeias o domínio efectivo, político e económico sobres largas regiões do mundo.</p><p>1.4.2. As resistências dos povos africanos (exemplos)</p><p>A dominação europeia efectiva provocou a revolta dos africanos, que nos começos do séc. XX iniciaram</p><p>grandes resistências em quase todo o continente. Os africanos resistiram para defender a sua soberania,</p><p>independência, e valores culturais. Nessas resistências, utilizaram como forma de luta: a aliança ou</p><p>diplomacia e o confronto directo.</p><p>No sul de África, deram-se revoltas como dos: Venda, Zulu, Shona e Pedi na África do Sul; Herero e</p><p>Namas no Sudoeste africano; Bárué, Gaza e estados islâmicos em Moçambique; dos Nandi no Quénia,</p><p>entre outros.</p><p>1.4.2.1. A resistência no Sudoeste africanos (Namíbia): os Herero e os Nama</p><p>1 Imperialismo – poder que um país exerce sobre as suas colónias ou sobre outros países. O imperialismo surgiu nos</p><p>finais do séc. XIX e princípios do séc. XX</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p>A epidemia de 1896 dizimou grande parte do gado dos Herero, provocando o seu enfraquecimento,</p><p>factor aproveitado para penetração de comerciantes e missionários alemães. Em 1904, os Herero</p><p>liderados por Samuel Maherero, fizeram um levantamento contra a ocupação alemã, matando cerca de</p><p>100 alemães e recuperaram as suas terras. Os alemães pediram reforço, e derrotaram os Herero na</p><p>batalha de Waterbergj.</p><p>Face a esta situação, Windrick Witbooi líder dos Nama combateu quase sozinho contra os alemães, de</p><p>forma feroz. Witbooi morreu em Outubro de 1905 e foi sucedido pelo Jacob Murenga na liderança da</p><p>resistência dos Nama e dos Herero. Porém, Murenga, foi morto em 1907, e só assim, é que os alemães</p><p>eliminaram o último foco da resistência no sudeste africano.</p><p>1.4.2.2. A resistência em Moçambique: Báruè 5º GRUPO</p><p>O reino de Báruè era até o final do séc. XIX o maior centro anticolonial em Moçambique. A revolta deu-</p><p>se em 1917, quando uma aliança zambiana em torno de Bárué iniciou uma luta anticolonial sem</p><p>precedentes com objectivo de libertar a terra natal e expulsar os portugueses.</p><p>Causas da revolta</p><p> O envolvimento de Portugal na 1ª Guerra Mundial;</p><p> A construção de uma estrada em 1914, ligando Tete a Macequece, passando pelas terras dos</p><p>bárués;</p><p> O recrutamento de mão-de-obra de forma compulsiva sem nenhuma remuneração;</p><p> O recrutamento de milhares de moçambicanos para o serviço militar obrigatório para combater</p><p>os alemães e servirem de carregadores de material.</p><p>A preparação e o início da rebelião</p><p>Nas vésperas da rebelião, os baruístas encontravam-se divididos. A fuga de Makombe – Hanga para a</p><p>Rodésia do Sul tinha deixado a comunidade do Zambeze dividida em duas chefaturas: por um lado o</p><p>Nongue-Nongue e por outro o Makossa. Estes dois chefes primos em relação aos abusos dos</p><p>portugueses eram simples comunicação oral, recusando-se a usar a força militar.</p><p>O aparecimento de Mbuya (uma jovem que se autoproclamava possuidora de espíritos divinos), que</p><p>denunciavam os abusos dos portugueses e apelavam à rebelião, que viria a unir os dois chefes. Nongue -</p><p>Nongue mobilizou os Amambo, Sena, A- Chicunda, Tawara e</p><p>Nsenga, criando uma coligação</p><p>anticolonial zambeziana.</p><p>Assim, a 27 de Março de 1917 deu início à revolta, com a tomada de Chemba, Tambara e Chiramba. Em</p><p>Abril os portugueses foram expulsos de Cheringoma, Zumbo, Inhaminga, Massangano e Gorongosa.</p><p>Com ajuda dos angoni, os portugueses conseguiram pôr fim a resistência baruísta em Junho de 1917.</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p>Conceito</p><p>Resistência – acto de resistir, acção ou efeito de se opor, de lutar contra algo que considera contrario ao</p><p>seu interesse.</p><p>1.4.3. As formas de administração colonial e os tipos de colónias</p><p>1.4.3.1. As formas de administração colonial (indirecta e directa)</p><p>A conferência de Berlim estabelecera a obrigação de cada potência colocar, nas colónias, uma</p><p>autoridade para representar os colonos. Assim, a partir de 1885, no cumprimento dos acordos de Berlim,</p><p>iniciou-se a ocupação efectiva dos territórios coloniais, com diferentes formas de administração:</p><p>1.4.3.1.1. Administração Indirecta ou “Indirect Rule” – é um sistema de administração em que se</p><p>fazia a incorporação dos líderes tradicionais africanos no sistema administrativo, fazendo deles os</p><p>elementos impulsionadores da pilhagem colonial. Este tipo de administração foi usado pela Inglaterra</p><p>nas seguintes colónias: Egipto; Ghana, Nigéria, Serra Leoa e Gâmbia; Quénia, Uganda; África do sul,</p><p>Botswana, Lesotho, Malawi, Zâmbia e Zimbabwe).</p><p>1.4.3.1.2. Administração Directa – é um sistema em que os colonizadores estabeleceram uma máquina</p><p>administrativa trazida da metrópole, e que os líderes africanos eram simplesmente como o</p><p>prolongamento da administração (elo de ligação com a população).</p><p>Este tipo de administração foi usado pela França no: Senegal, Togo, Congo Brazaville, Gabão, Argélia,</p><p>Tunísia, Madagáscar, Ilhas Maurícias e Seychelles, e.t.c; e mais tarde copiado por Portugal em: Angola,</p><p>Moçambique, Guine – Bissau, Cabo Verde e São -Tome e príncipe.</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p>Figura1: Mapa de distribuição das colonias</p><p>1.4.3.2. Os Tipos de colónias 6º Grupo</p><p>Em função da administração vigente, distinguiram-se três tipos de colónias:</p><p>Colónias de povoamento são aquelas que por falta de povoamento ou por que o seu número</p><p>populacional era reduzido, as potências colonizadoras viam-se obrigadas a povoar o seu território, isto é,</p><p>gente vinda da metrópole. Esta prática foi usada pela Inglaterra ao colonizar a Austrália e a Nova</p><p>Zelândia; e pela Espanha na América Latina.</p><p>Colónias de exploração – são aquelas em que existia um número razoável da população nativa, e foram</p><p>transformados em mão-de-obra barata para a exploração colonial.</p><p>Ex: Moçambique, Rodésia do Sul (Zimbabwe) e Norte (Zâmbia) e Angola.</p><p>Colónias protectorados – são territórios marcados pela administração indirecta. Nestes espaços, a</p><p>autoridade tradicional é mantida intacta, sem haver qualquer interferência da metrópole, os chefes</p><p>africanos eram súbditos da coroa. São exemplo: o Malawi, o Lesotho, e a Suazilândia.</p><p>1.4.4. As formas de exploração económica de África: o papel das companhias monopolistas</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p>Após a ocupação efectiva, a exploração económica dos recursos naturais e minerais, em muitas partes do</p><p>continente africano foi feito pelas companhias monopolistas – as quais desenvolviam uma pilhagem ou</p><p>plantações.</p><p>1.4.4.1. A Inglaterra - Dividiu a África em três regiões de exploração, a saber:</p><p>África Austral: A British South Africa Company (BSAC) - exploração mineira;</p><p>África Oriental: Imperial East Africa Company - exploração pesqueira e agrícola;</p><p>África Ocidental: Roal Níger Company – exploração agrícola.</p><p>1.4.4.2. A França – agrupou as suas colónias em duas federações:</p><p>África Ocidental Francesa (AOF) fundada em 1895, constituída por: Senegal, Costa de Marfim, Níger,</p><p>Maomé e Mali. A sua capital era em Dakar (Senegal).</p><p>África Equatorial Francesa (AEF) fundada em 1910, era constituída pelos seguintes países: Gabão,</p><p>Tchad, República Centro Africana, Congo e Madagáscar. A sua capital era em Brazaville (Congo).</p><p>1.4.4.3. Portugal e as Companhias Majestáticas</p><p>Portugal alugava os seus territórios a capitais estrangeiros por incapacidade financeira e tecnológica.</p><p>Este capital actuava através de companhias majestáticas. Assim, existiam em Moçambique, três</p><p>companhias majestáticas:</p><p>Companhia de Moçambique</p><p>Ocupava as actuais províncias de Sofala e Manica, foi fundada em 1891. A companhia tinha poderes</p><p>majestáticos, com direitos de exploração dos territórios e da população que estava sob seu controlo,</p><p>também tinha o monopólio do comércio, possuía concessões mineiras e de pesca costeira. Podia colectar</p><p>taxas e impostos de palhota (mussoco), construir e explorar vias de comunicação e ainda conceder terra</p><p>aos terceiros. Tinha ainda privilégios bancários e fiscais (podia emitir moeda e selos).</p><p>A companhia tinha como deveres: pagar 10% dos dividendos, manter a sua sede em Lisboa, manter o</p><p>seu estatuto formal de companhia portuguesa e entregar novamente os territórios ocupados ao Estado</p><p>português após expirado o contrato.</p><p>Companhia do Niassa</p><p>Foi a segunda companhia majestática com privilégios de ocupação e exploração em Moçambique,</p><p>explorava cerca de 25% do território nacional. Foi fundada em 1891, mas só se instalou em 1894. A sua</p><p>extensão, compreendia áreas entre os rios Rovuma – a Norte, e Lúrio – a Sul; o oceano Indico – a Este, e</p><p>o lago Niassa – a Oeste. O seu contrato era de 35 anos.</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p>Obrigava os camponeses a cultivarem: milho, Mexoeira, mandioca, gergelim, feijão, café, goma, copal,</p><p>cera e urzela, estes produtos eram levados depois para o sul do país ou para o Zanzibar.</p><p>Os camponeses eram ainda obrigados a entregar marfim, pau – preto e borracha. Em suma, a companhia</p><p>criou o cultivo de culturas obrigatórias e o pagamento do mussoco. Por incapacidade financeira, a</p><p>companhia passava de accionista para accionista, tendo sido comprada por ingleses e franceses.</p><p>Directos da companhia: cobrança de imposto de palhota, arrendar terra a terceiros, exploração de mão-</p><p>de-obra para as minas da África do Sul (até 1912), a utilização do trabalho forçado para as machambas,</p><p>o monopólio das taxas aduaneiras de importação e exportação de produtos e comércio de armas.</p><p>Companhia da Zambézia</p><p>Foi fundada em 1892, nasceu da fusão da Sociedade dos Fundadores da Companhia Geral da Zambézia</p><p>(1880) com a Central Africa And Zouthamberg Exportion, foi uma das mais extensas, ocupando as</p><p>actuais províncias de Tete e Zambézia.</p><p>A maior parte das acções eram de sul-africanos, ingleses, alemães, franceses e príncipes de Mónaco,</p><p>encontrando-se as duas sedes em Lisboa e Paris. Exercia as suas actividades numa área de cerca de 110</p><p>000 Km².</p><p>O decreto de 24 de Setembro de 1892 concedia à Companhia da Zambézia a administração por conta</p><p>própria e pelo período de 10 anos os Prazos da Coroa situados a norte do rio Zambeze e a oeste dos rios</p><p>Luenha e Mazoe. O sistema de prazos legislado em 1890, deu à Companhia o controlo sobre as forças de</p><p>trabalho (os camponeses tinham que pagar metade de mussoco em trabalho rural e outra em dinheiro) e</p><p>os recursos naturais no seu território, bem como o monopólio de mercado sobre a produção camponesa.</p><p>N.B: As Companhias Arrendatárias – tinham um campo de acção mais restrito, estando limitadas à</p><p>esfera estreitamente económica. Destacaram-se: a companhia do Boror, Sena – Sugar - States, Madal e</p><p>Lugela.</p><p>Conceitos:</p><p>Mussoco – imposto de palhota e de capitação.</p><p>Colónia – território pertencente a uma nação situada, em geral, noutro continente.</p><p>Colonização – é a acção pela qual um Estado ocupa e organiza um território habitado por uma</p><p>população tida como de cultura inferior, exercendo sobre ela uma soberania.</p><p>Protectorado – ligação entre os Estados, pela qual um deles, o mais forte (Estado protector), se obriga a</p><p>defender o outro, mais fraco (Estado protegido), mediante as certas condições.</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p>1.5. Consequências da ocupação efectiva para Europa, África e Moçambique 6º Grupo</p><p>1.5.1. Para a Europa</p><p>O expansionismo europeu, produziu para os europeus: uma melhoria das condições de vida da</p><p>população mais pobre; permitiu a expansão de valores religiosos e civilizacionais; alargou a influência</p><p>cultural, política, militar e económica.</p><p>Porém, a posse de novos territórios, não trazia apenas vantagens. Se de um lado, esta posse reforçava, o</p><p>poder militar e estratégico das potências imperialistas, criava do outro lado, novos focos de tensão entre</p><p>elas. Além disso, para facilitar a exploração de matéria-prima e actividade comercial nas colónias, as</p><p>potências imperialistas investiram também em novas infra-estruturas e indústrias para fomentar o</p><p>comércio em África, Ásia e América Latina. Isto representou, porém, um grande esforço financeiro, que</p><p>colocou muita pressão sobre a situação económica dos europeus.</p><p>1.5.2. Para África</p><p>A colonização significou não só a exploração económica, mas também a imposição de línguas, religião e</p><p>cultura europeia. A melhoria no transporte marítimo e o investimento realizado em África pelos</p><p>europeus, facilitou o estabelecimento de um fluxo constante de bens e pessoas entre as metrópoles e as</p><p>colónias. Também melhorou os meios de comunicação em África.</p><p>1.5.3. Para Moçambique</p><p>Tal como nas outras colónias, Moçambique passou a ser dominado pelos interesses económicos,</p><p>políticos e estratégicos de Portugal nos finais do século XIX. O objectivo da colonização era a</p><p>exploração económica, pelo que não havia grande preocupação com as condições de vida do povo</p><p>moçambicano.</p><p>O povo moçambicano passou a ser obrigado a trabalhar nas plantações das companhias e a matéria-</p><p>prima a ser explorada pelos colonos portugueses. A passagem das terras para os colonos fez com que os</p><p>antigos proprietários deixassem de ser produtores a conta própria e, se vissem obrigados a trabalhar sob</p><p>contratos assalariados.</p><p>Todas estas alterações, provocadas pelo sistema colonial tiveram consequências na organização social</p><p>tradicional moçambicana, tais como:</p><p> Permitiram a muitos trabalhadores (através da migração) a um aumento do seu poder de compra;</p><p> Fizeram diminuir a mão-de-obra para as comunidades moçambicanas;</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p> As famílias ficaram cada vez mais dependentes do trabalho assalariado;</p><p> Colocaram em risco a própria economia de subsistência, devido à deslocação das mulheres;</p><p> O lobolo2 passou a ser pago em dinheiro.</p><p>Exercícios de consolidação</p><p>1. Qual foi o país que usou a administração mista em África?</p><p>2. Diferencie a administração directa da indirecta.</p><p>3. Assinale os países que foram administrados de forma directa e indirecta: Angola, Portugal, Itália,</p><p>Guiné-Bissau, RSA, Niassalândia, Rodésia do Sul, Senegal, Egipto, Inglaterra, Namíbia, Sudão,</p><p>Gabão, Ilhas Seicheles e Moçambique.</p><p>4. Porque razão Portugal alugou 1/3 do território moçambicano a capitais estrangeiros?</p><p>5. Identifique as três companhias majestáticas fundadas em Moçambique.</p><p>6. Diferencie colónia de povoamento da colónia de exploração.</p><p>7. “Fundada em 1892, a companhia da Zambézia nasceu da Sociedade dos Fundadores da Companhia</p><p>Geral da Zambézia (1880) com a Central Africa And Zouthamberg Exportion.”</p><p>a) Localize geograficamente a companhia da Zambézia.</p><p>b) Indique as actuais províncias que eram ocupadas pela companhia.</p><p>c) Qual era a fonte de recitas da companhia?</p><p>d) Cite um direito que a companhia possuía</p><p>8. Mencione as consequências da ocupação efectiva para: Moçambique, África e Europa.</p><p>9. Identifique os principais líderes da resistência africana nos seguintes territórios: Sudoeste africano,</p><p>Báruè, Estado de Gaza e norte de Moçambique.</p><p>10. Localize no tempo e no espaço a fundação da companhia de Moçambique.</p><p>11. Quais eram os direitos e deveres da companhia de Moçambique?</p><p>1.6. A Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918) 7º grupo</p><p>1.6.1. Antecedentes ou Causas da Primeira Guerra Mundial</p><p>2 Compensação matrimonial destinada a contrabalançar, na família da noiva, a perda de um dos seus membros e</p><p>reprodutores.</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p>Nos primórdios do século XIX, quando o capitalismo passou a fase imperialista acumulou-se na Europa</p><p>perigosas tensões entre as grandes potências imperialistas cuja raiz se situava nas rivalidades:</p><p>1.6.1.1. A rivalidade económica ou luta pela posse de novos mercados</p><p>Desde os finais do séc. XIX que as rivalidades entre os europeus não paravam de crescer, entre a</p><p>Inglaterra e a Alemanha nasceu uma enorme rivalidade económica, o primeiro temia o crescimento</p><p>alemão, que lhe disputava os mercados mundiais e ameaçava a sua supremacia marítima.</p><p>Por outro lado, o desenvolvimento da indústria e do capitalismo levaram a uma maior procura de</p><p>matéria-prima e de novos mercados para escoar a sua produção. Este facto levou alguns países mais</p><p>desenvolvidos a ocupar novos territórios (colónias), resultando no imperialismo. O que fez emergir</p><p>novas áreas de tensões entre as potências europeias, na Ásia, e em África.</p><p>1.6.1.2. O conflito entre as potências imperialistas</p><p>Alem das rivalidades económicas e coloniais, ocorreu igualmente na Europa um antagonismo militar e</p><p>político, a saber:</p><p>1.6.1.3. A Questão da Alsácia e Lorena</p><p>Ente a França e a Alemanha havia fortes divergências por causa das colónias de Alsácia e Lorena. Estes</p><p>dois territórios haviam sido entregues à Alemanha pela França na sequência da guerra entre os dois</p><p>Estados em 1870 e 1871 (guerra franco-prussiana). A humilhação sentida pelos franceses na altura fê-los</p><p>a ter a Alemanha como um inimigo eterno.</p><p>Por outro lado, o crescimento industrial alemão, não foi acompanhado pela influência política europeia.</p><p>Assim, os alemães, ansiosos para afirmarem a sua posição, optaram pelo armamento e por uma</p><p>estratégia de confronto com os franceses, na expectativa de afirmar o seu poderio.</p><p>1.6.1.4. O Confronto França – Alemanha - A França e a Alemanha envolveram-se num outro</p><p>confronto pela posse de Marrocos, conhecido como crise de Marrocos em 1905.</p><p>1.6.1.5. O projecto BBB – a Alemanha pretendia construir uma linha férrea ligando Berlim-Bizâncio-</p><p>Bagdad (BBB), chocando com frontalmente com os interesses britânicos no Médio Oriente.</p><p>1.6.1.6. A Península balcânica – região de múltiplas nacionalidades, vários movimentos de libertação,</p><p>apoiados pela Sérvia e pela Rússia3, tentavam pôr fim ao domínio austro-húngaro e otomano. Esta</p><p>zona constituía um verdadeiro «barril de pólvora» pronto a detonar.</p><p>1.6.1.7. A Corrida aos armamentos 8º grupo</p><p>3 Tinha o maior interesse pelos estreitos de Dardanelo e Bósforo que lhe davam acesso ao mediterrâneo.</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p>As ambições imperialistas associadas ao</p><p>nacionalismo fizeram surgir tensões e agressividade</p><p>internacional. Sabia-se que a guerra entre as potências iria explodir a qualquer momento. Diante deste</p><p>risco quase certo, as potências trataram de celebrar as alianças militares, mas ao mesmo tempo que isto</p><p>acontecia, assista-se ao armamento, ao reforço do financiamento militar, ao desenvolvimento da</p><p>indústria bélica, ao incremento da legislação militar e ao aumento da duração do serviço militar</p><p>obrigatório.</p><p>A Inglaterra (que tinha um grande império colonial a defender) e a Alemanha aumentaram a construção</p><p>naval e a França (que esperava se vingar da Alemanha) aumentou o período do serviço militar</p><p>obrigatório de 2 para 3 anos. Este movimento histórico ficou conhecido por corrida aos armamentos.</p><p>A característica deste período também foi a elaboração de tratados de alianças entre as nações, cada um</p><p>a procura de adquirir mais força para enfrentar a nação ou bloco rival:</p><p> A tríplice Aliança: Alemanha; Itália, e império Austro-húngaro;</p><p> A tríplice Entente: França; Inglaterra e Rússia.</p><p>N.B: Essa aliança entre os países modificou-se nos anos da guerra, tanto pela adesão ou pela saída dos</p><p>países, conforme os interesses imediatos. A Itália por exemplo retirou-se do seu bloco em 1915 quando</p><p>recebeu da Entente a promessa de compensações territoriais, caso mudasse de ala.</p><p>1.6.2. O Pretexto ou Causa Imediata da I Guerra Mundial: O atentado de Sarajevo</p><p>Na região dos Balcãs, o processo de formação de nação, ainda não estava concluído no século XX, o</p><p>Império Otomano, como potência dominante era odiado pelos que procuravam a sua independência e</p><p>que, através de sociedades secrectas ultranacionais que usavam a violência como meio de acção.</p><p>Apesar da assinatura do Tratado de Paz de Bucareste a 10 de Agosto de 1914, as tensões políticas na</p><p>península balcânica mantiveram-se. Assim, em 1914 a Bulgária apoiada pela Áustria atacou a Sérvia,</p><p>mas foi derrotada pela coligação desta com Montenegro, Roménia Grécia.</p><p>Ao mesmo tempo, os povos eslavos da Bósnia Herzegovina aproveitaram-se da situação e rebelaram-se</p><p>buscando a independência da Sérvia. Mergulhado num clima de tensões cada vez insuportáveis, a</p><p>Europa vivia um momento em que qualquer atrito, entre os blocos distintos seria suficiente para</p><p>incendiar a vela da guerra.</p><p>De facto, esse atrito surgiu com o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, príncipe e</p><p>herdeiro do império Austro-húngaro e sua esposa, ocorrido a 28 de Junho de 1914. Este visitava</p><p>Sarajevo, na Bósnia, a fim de anunciar a tríplice monárquico (Áustria, Eslavo e Hungria). O acto foi</p><p>praticado pelo estudante sérvio Gravrilo Príncipe, pertencente a organização nacionalista denominada</p><p>Mão Negra ou Unidade (apoiada pelo governo sérvio).</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p>Em resposta, o Império Austro-húngaro, influenciado pela Alemanha, culpou os serviços secretos</p><p>sérvios pelo atentado. Apresentaram um ultimato aos sérvios, com condições que violavam a sua</p><p>soberania: a participação da Áustria no julgamento do estudante sérvio. O atentado seria aproveitado</p><p>pelos membros da Tríplice Aliança para «ajustar velhas contas», e numa sequência bastante rápida, o</p><p>conflito espalhou-se com envolvimento de muitos estados, devido à política de alianças.</p><p>Os Primeiros Passos da Primeira Guerra Mundial (1914)</p><p> 28 de Julho de 1914 - O Império austro-húngaro declara a Sérvia;</p><p> 29 de Julho - Em apoio, a Rússia mobiliza o seu exército contra o I. Austro-húngaro e Alemanha;</p><p> 1 de Agosto – Alemanha declara guerra a França e Rússia;</p><p> 4 de Agosto – Alemanha invade a Bélgica, iniciando verdadeiramente as hostilidades do 1º</p><p>conflito mundial.</p><p>N.B: Aos blocos iniciais – viriam a juntar-se muitas outras potências mundiais:</p><p> Às potências Aliadas, ou Tríplice Entente (França, Inglaterra e Rússia), viriam a juntar-se,</p><p>mais tarde, o Japão, Portugal, os EUA, e Itália (esta última mudando de campo);</p><p> Às potências centrais, ou Tríplice Aliança (Alemanha, Áústria-hungia e, inicialmente, a Itália),</p><p>viriam a se juntar o Império Otomano (Turquia) e Bulgária.</p><p>1.6.3. O decurso e as fases da Primeira Guerra Mundial (1914 - 1918) 9º GRUPO</p><p>A I Guerra Mundial decorreu em três frentes: a Frente Ocidental, Oriental e Balcânica.</p><p>Fases da 1ª Guerra Mundial:</p><p>1ª Fase: Guerra de movimento – 1914 – 1915</p><p>Características</p><p> Superioridade militar terrestre da Alemanha;</p><p> Superioridade militar naval da Inglaterra, garantindo à Entente o domínio dos mares;</p><p> Uma guerra essencialmente terrestre e em duas frentes: a frente ocidental, que se estendia do mar</p><p>do Norte até à fronteira com suíça; e a frente oriental, na Rússia.</p><p> O principal cenário foi uso do plano Schliefffen (relâmpago) – concebido em 1905, pela</p><p>Alemanha, para fazer frente à aliança franco-russa - a guerra seria curta e ofensiva para, um</p><p>período de 4 a 6 semanas, conseguir derrotar os franceses na frente ocidental e, de imediato, os</p><p>russos na frente oriental;</p><p> Derrota da Alemanha na batalha de Marne em 1914.</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p>2ª Fase: A Guerra de Trincheiras4 (1915 - 1916) - Esta fase teve dois momentos distintos:</p><p>1º - Durante todo ano de 1915, o impasse e a estagnação caracterizaram a guerra. Como nenhuma das</p><p>partes conseguia resultados rápidos, adoptou-se a estratégia de reforçar as linhas da frente Ocidental com</p><p>fortificações ligadas entre si, numa tentativa de desgastar o inimigo. As tropas abriram trincheiras para</p><p>se proteger e laçavam ataques aos seus inimigos. Foi um período muito penoso para os exércitos: mal</p><p>alimentados, metidos na lama, sujeitos ao frio, atacados por vermes e aos gases tóxicos. O 2º período,</p><p>começa em 1916, tendo os alemães forçado o regresso à guerra de movimento, já na frente ocidental.</p><p>Principais batalhas da 2ª fase: Entre Fevereiro a Dezembro dá-se a batalha Verdun, (França), sendo a</p><p>acção mais longa do conflito. Entre Maio a Junho de 1916- batalha naval da Jutlândia, no mar do Norte</p><p>entre os alemães e ingleses.</p><p>3ª Fase: A Guerra de Movimento em retorno (1917 - 1918). Esta fase é marcada pela saída da Rússia</p><p>e entrada dos EUA.</p><p>A entrada dos EUA no conflito (causas e significado)</p><p>Entre 1914 – 1916, os americanos declararam-se neutros na 1ª Guerra Mundial com objectivo de</p><p>desenvolver rapidamente a sua economia abastecendo o mercado europeu em material de guerra. Isto</p><p>permitiu-lhes passar de devedores a credores do velho continente.</p><p>A Alemanha decidiu intensificar a guerra submarina, atacando todos os navios de guerra, de passageiros</p><p>e de abastecimentos, não poupou sequer aos americanos que eram neutros (ao atacar o navio mercante</p><p>Transvalentia).</p><p>Diante desta atitude, os EUA declararam guerra à Alemanha, em 1917. A entrada dos EUA veio reforçar</p><p>com meios humanos, militares e económicos, e, trouxe um novo alento às tropas aliadas, e a guerra</p><p>estendeu-se para o Extremo Oriente e África. Mas o verdadeiro motivo da entrada dos EUA ao lado dos</p><p>aliados, não foi o ataque ao seu navio, foi sim, de ordem económica. Com a rendição da Alemanha que</p><p>era a potência mais industrializada antes da guerra, os americanos passariam a ocupar a tal posição.</p><p>Também iriam fazer parte da divisão das colónias dos países vencidos no conflito e do pagamento das</p><p>indemnizações que seriam pagas pelos vencidos.</p><p>A saída da Rússia (razões e significado)</p><p>Em Outubro de 1917, na Rússia ocorreu a Revolução Socialista que conduziu os bolcheviques ao poder,</p><p>fazendo com que o país obtivesse a paz com a Alemanha e se retirasse da guerra, com assinatura do</p><p>4 Valas escavadas no chão, protegidas por arame farpado. Os soldados ficariam por 3 anos.</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc</p><p>Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p>tratado de Brest- Litovsk, em Março de 1918. Através deste acordo, a Rússia cedia os territórios das</p><p>repúblicas do mar Báltico (Estónia, Letónia e Lituânia).</p><p>A saída contribuiu em grande medida, para o fortalecimento dos ideais antiliberais, isto é, das ideias</p><p>contra a guerra, se espalhavam por todos países envolvidos na guerra, mas sobretudo entre os socialistas</p><p>e sindicalistas.</p><p>1.6.4. O envolvimento de África na I Guerra Mundial 10º grupo</p><p>O conflito afectou profundamente o continente, à medida que crescia a necessidade de pessoas para</p><p>reforçar as potências. Ocupando lugares deixados pelos colonos envolvidos na guerra, os africanos</p><p>assumiram os postos administrativos e comerciais nas colónias europeias.</p><p>As necessidades económicas do conflito impulsionaram o aparecimento de novas unidades industriais</p><p>em África. Porém, as colónias sofreram também graves problemas económicos de falta de bens de</p><p>consumo e inflação.</p><p>Focos de confrontação em África durante a Primeira Guerra Mundial 10º grupo</p><p> A tomada de Lomé (capital de Togo), pelas tropas britânicas, a 8 de Março de 1914;</p><p> Agosto de 1914, tentativa de invasão aos Camarões pelo exército anglo-francês;</p><p> As campanhas alemãs na África Oriental contra colónias belgas e inglesas em Agosto de 1914;</p><p> Confrontos no norte de Moçambique entre os alemães e portugueses em Abril de 1916.</p><p>1.7. O fim da I Guerra Mundial: O armistício de Rothondes (11.11.1918)</p><p>Em 1918, após várias batalhas, os soldados e marinheiros alemães amotinaram-se e recusaram continuar</p><p>em combate. Nas cidades e vilas alemãs, rebentou uma revolta popular contra o conflito. Na 2a batalha</p><p>de Marne deu-se a contra-ofensiva dos franceses, comandados pelo general Foch, obrigando aos</p><p>alemães a recuar. Alemanha ficava assim, cada vez mais isolada, e vendo o número de militantes</p><p>amotinados aumentar. A 9 de Novembro o Kaiser (soberano alemão) abdicou do trono e foi proclamada</p><p>a República de Waimar.</p><p>Nos Balcãs, o exército inglês impôs pesadas derrotas ao Império Otomano e à Bulgária, que pediram a</p><p>paz. Na Itália, os Austro-húngaros foram vencidos, acabando por se render. Em 11 de Novembro de</p><p>1918 foi assinado, em França, o armistício de Rothondes – pondo fim à Primeira Guerra Mundial que</p><p>durou 4 anos (1914 - 1918).</p><p>1.7.1. A Paz de Wilson</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p>No início de 1918, o então presidente americano Thomas Woodron Wilson lançou a ideia de uma «paz</p><p>sem vencedores», baseado num programa de 14 pontos que mostravam dois grandes princípios de</p><p>orientação das negociações:</p><p> A criação de um organismo internacional de protecção da independência e integridade territorial</p><p>das nações – a Liga das Nações</p><p> Princípio de autodeterminação dos povos;</p><p>No entanto, o plano foi bem recebido pelos alemães. Mas, os princípios viriam a revelar-se</p><p>impraticáveis, dada a política das potências signatárias e multiplicidade de povos na Europa Central e</p><p>Oriental, tornando difícil delimitar espaço de cada povo. Por outro lado, as potências vencedoras</p><p>queriam tirar vantagens e dividendos da guerra.</p><p>1.7.2. A Conferência de Paris</p><p>Terminada a guerra, os países vencedores reuniram-se numa conferência, em Paris (França), em</p><p>Janeiro de 1919, a fim de elaborar uma ordem de trabalhos que garantisse uma paz duradoura. Os</p><p>países derrotados não participaram na referida conferência.</p><p>Objectivos da Conferência</p><p> Fixar o novo mapa político da Europa e as indemnizações da guerra;</p><p> Definir as condições de desmilitarização dos países vencidos.</p><p>Na conferência, as potências manifestaram contradições em relação ao problema alemão. Enquanto</p><p>países como a França, eram mais exigentes quanto às condições de paz; exigia o desarmamento total; a</p><p>restituição da bacia hulhífera do Sarre à França e anexação do território alemão e das suas colónias. A</p><p>Inglaterra e os EUA defendiam, por seu lado, uma atitude mais moderada em relação aos países</p><p>derrotados no conflito. Os trabalhos desta conferência foram dominados pela: Inglaterra, França, Itália e</p><p>pelos EUA.</p><p>1.7.3. O Tratado de Versalhes</p><p>A paz com a Alemanha foi assinada no palácio de Versalhes em Paris no dia 28 de Junho de 1919, tinha</p><p>como objectivo principal promover a paz com a Alemanha e, por isso, foram tomadas as seguintes</p><p>medidas:</p><p> A Alemanha, sendo o principal responsável pela guerra devia reduzir o efectivo do seu exército;</p><p> Art. 42/3 – Ficava proibida de construir fortificações e concentrar as forças armadas;</p><p> Art. 51 – A Alemanha devia ceder a Alsácia e Lorena à França; e o território do Sarre passaria a</p><p>administração da SDN até 1935;</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p> Art. 80/7 – Devia reconhecer a independência da Polónia; pagar pesadas indemnizações pelos</p><p>danos causados pela guerra;</p><p> Art. 119 – Devia renunciar todas as possessões, títulos e direitos coloniais a favor dos países</p><p>vencedores.</p><p>Por meio de actas separadas, foram aplicadas medidas semelhantes aos outros países vencidos:</p><p> Os Impérios Austro-Húngaro e Otomano foram desmembrados, dando origem a novos Estados</p><p>independentes como: Polónia, Jugoslávia, Hungria, Checoslováquia, Finlândia, Estónia,</p><p>Letónia e Lituânia.</p><p>N.B: os alemães consideraram injustas, humilhantes e vingativas as condições ou medidas impostas no</p><p>tratado.</p><p>1.7.4. A formação da Sociedade das Nações (SDN) ou Liga das Nações 11º GRUPO</p><p>Sociedade das Nações, também conhecida como Liga das Nações, foi uma organização internacional,</p><p>idealizada a 28 de abril de 1919, em Versalhes, nos subúrbios de Paris, onde as potências vencedoras da</p><p>I G.M se reuniram para negociar um acordo de paz. A 28 de Junho de 1919, foi assinado o Tratado de</p><p>Versalhes, que na sua I Parte estabelecia a Sociedade das Nações, cuja Carta foi nessa data assinada por</p><p>44 Estados. O Conselho da Sociedade das Nações reuniu-se pela primeira vez em Paris a 16 de Janeiro</p><p>de 1920, seis dias depois da entrada em vigor do Tratado de Versalhes.</p><p>Este organismo tinha como objectivos centrais:</p><p> A manutenção da paz e independência política dos Estados;</p><p> A redução dos armamentos dos países vencidos e vencedores;</p><p> A Protecção das minorias nacionais e das populações indígenas;</p><p> A cooperação social, cultural e económica entre as nações.</p><p>A SDN instituiu o Tribunal Internacional de Haia, que tinha como missão arbitragem de conflitos</p><p>internacionais.</p><p>Países – membros: todos países vencedores da guerra, excepto os EUA. Mais tarde a Alemanha (1926),</p><p>a Turquia (1932) e URSS (1934).</p><p>Sociedade das Nações</p><p>Fundação 28 de junho de 1919</p><p>Extinção 20 de abril de 1946</p><p>http://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_internacional</p><p>http://pt.wikipedia.org/wiki/28_de_abril</p><p>http://pt.wikipedia.org/wiki/1919</p><p>http://pt.wikipedia.org/wiki/Versalhes</p><p>http://pt.wikipedia.org/wiki/Paris</p><p>http://pt.wikipedia.org/wiki/Primeira_Guerra_Mundial</p><p>http://pt.wikipedia.org/wiki/28_de_Junho</p><p>http://pt.wikipedia.org/wiki/Tratado_de_Versalhes</p><p>http://pt.wikipedia.org/wiki/Tratado_de_Versalhes</p><p>http://pt.wikipedia.org/wiki/28_de_junho</p><p>http://pt.wikipedia.org/wiki/1919</p><p>http://pt.wikipedia.org/wiki/20_de_abril</p><p>http://pt.wikipedia.org/wiki/1946</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p>Tipo Organização internacional</p><p>Sede Genebra, Suíça</p><p>Línguas oficiais Inglês, francês e espanhol</p><p>Colapso da Sociedade das Nações</p><p>Durante 20 anos (1919 - 1939), a SDN não conseguiu cumprir com os objectivos traçados, devido:</p><p> A falta de uma foça militar que pudesse intervir a favor da paz internacional e arbitrar os</p><p>conflitos entre as nações;</p><p> A ausência dos EUA, em virtude do senado ter concordado com os pressupostos de Versalhes em</p><p>não aceitar</p><p>os 14 pontos de Wilson;</p><p> A divergência entre a França e a Inglaterra quanto ao cumprimento integral do tratado de</p><p>Versalhes pela Alemanha;</p><p> A falta de recursos financeiros.</p><p>Importância da Sociedade das Nações</p><p>Apesar de a SDN não ter conseguido alcançar totalmente os seus objectivos, ela teve vários aspectos</p><p>assinaláveis tais como:</p><p> No Plano Político: a SDN permitiu que o mundo colonizado começasse a ter o 1º acesso à</p><p>convivência internacional;</p><p> Criou uma complexa estrutura institucional: Conselho, Assembleia, o Secretariado e o Tribunal</p><p>de Justiça internacional – que constituem organismos internacionais de hoje na ONU;</p><p> A SDN contribuiu para a instauração financeira de certos países devastados pela guerra;</p><p>incentivou as ajudas aos refugiados, promoveu combates contra epidemias.</p><p>1.7.4. Impacto da I Guerra Mundial para o mundo e Europa 12º grupo</p><p>A nível demográfico</p><p> Cerca de 20 milhões de mortos em todo mundo;</p><p> Milhões de feridos, excedente da população feminina em relação à população masculina;</p><p> Grande número de viúvas e órfãos; envelhecimento da população.</p><p>A nível social</p><p> Desemprego e miséria, grandes perdas pela destruição de infra-estruturas económicas e pelo</p><p>aumento da inflação;</p><p>http://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_internacional</p><p>http://pt.wikipedia.org/wiki/Genebra</p><p>http://pt.wikipedia.org/wiki/Su%C3%AD%C3%A7a</p><p>http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_inglesa</p><p>http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_francesa</p><p>http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_espanhola</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p> Crescimento do movimento sindical e das greves operárias;</p><p> Enriquecimento de alguns empresários (os empresários de guerra); aumento da emigração.</p><p>A nível económico</p><p> Decréscimo de todos sectores de produção;</p><p> Encarecimento do custo de vida (inflação);</p><p> Perda de mercados pela Europa a favor dos EUA; e, Endividamento dos Estados</p><p>A nível político</p><p>Na Europa</p><p> Desmembramento dos impérios Alemão e Austro-húngaro – surgimento de novos Estados</p><p>independentes (Polónia, Jugoslávia, Checoslováquia, Finlândia, Estónia, Letónia, Lituânia e</p><p>Hungria);</p><p> Triunfo momentâneo da democracia parlamentar e liberal; Emergência dos países socialistas;</p><p> Formação na Alemanha, de grupos nacionalistas contra o cumprimento das cláusulas do tratado</p><p>de Versalhes; As mulheres conquistam o direito de voto.</p><p>No Médio Oriente e África</p><p> Com o fim do Império Otomano (agora Turquia) surgem vários Estados independentes como: o</p><p>Iraque, a Síria, a Palestina, Transjordânia e Líbia (este no norte de África);</p><p> A Alemanha perdeu todas as suas colónias em benefício da França (Togo e Camarões), Inglaterra</p><p>(Burundi e Tanzânia) e, África do Sul (Namíbia).</p><p>1.7.5. O significado da Primeira Guerra Mundial</p><p>Com toda a sua destruição, a I Guerra Mundial originaria em quase todo mundo uma nova ordem e</p><p>mentalidade. Era preciso evitar que o mundo voltasse a entrar numa guerra semelhante (expectativa que</p><p>frustrou em 1939). Por outro lado, era a hora do optimismo e de ver a vida de outra forma, mais aberta e</p><p>mais feliz.</p><p>Exercícios de consolidação</p><p>1. “O atentado de Sarajevo é apontado como a causa imediata que ditou o início da I G.M. Mas talvez,</p><p>mesmo sem este acontecimento, a guerra teria ocorrido por um outro motivo.”</p><p>a) Comente a parte em destaque, tendo em consideração o clima vivido na Europa entre finais do séc.</p><p>XIX e primórdios do séc. XX.</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p>b) Como se explica que um conflito entre a Austrália e a Sérvia tenha envolvido o mundo todo?</p><p>2. Mencione dois princípios expostos nos 14 pontos Wilson.</p><p>3. Expõe as causas que tornaram impraticáveis os 14 pontos propostos por Wilson.</p><p>4. “Na conferência de Paris, as grandes potências manifestaram algumas divergências.”</p><p>a) Localize no tempo e espaço a referida conferência.</p><p>b) A quem coube a decisão final na conferência em alusão?</p><p>c) Qual era a causa principal destas divergências?</p><p>5. Localize no tempo e espaço o Tratado de Versalhes.</p><p>6. Qual é o principal objectivo da realização do Tratado de Versalhes?</p><p>7. Quais foram as medidas tomadas neste tratado contra a Alemanha?</p><p>8. Como é que os alemães consideraram as condições do tratado?</p><p>9. Mencione as consequências do mesmo tratado para os impérios centrais.</p><p>10. Cite os objectivos da criação da Sociedade das Nações.</p><p>11. Explique a razão da não adesão dos EUA na sociedade das Nações.</p><p>12. Debruce-se sobre os motivos do colapso da Sociedade das Nações.</p><p>13. Quais são os ganhos trazidos pela SDN?</p><p>14. Apresente de forma sintética as consequências da I Guerra Mundial nas seguintes áreas: social,</p><p>política, demográfica e económica.</p><p>Unidade 2: O mundo entre a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais (1918 – 1939)</p><p>2.1. A Rússia: Revolução Socialista de 1917</p><p>2.1.1. Antecedentes Internos</p><p>A situação da Rússia nas vésperas da revolução:</p><p>Situação Política</p><p>Vigorava na Rússia um regime autocrático e absolutista liderado pelo Czar Nicolau II. A sociedade</p><p>era bastante hierarquizada: o clero e a nobreza ocupavam os altos postos do governo e do exército e</p><p>detinha a maior parte das propriedades. Havia falta de liberdade e a repreensão era intensa. Em 1898</p><p>surge o partido Operário Social Russo, que em 1903 divide-se em Bolcheviques e Mencheviques.</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p>A situação Económica</p><p> Predominava uma agricultura de tipo feudal e arcaica, que ocupava cerca de 80% da população;</p><p> As indústrias concentravam-se somente em Moscovo, Odessa e Samptersburgo e dependiam de</p><p>capitais estrangeiros.</p><p>Situação Social</p><p> Os operários debatiam-se com a falta de terras, com excesso de impostos e com miséria;</p><p> O proletariado – vivia e trabalhava em condições precárias; tinham salários baixos e longas horas</p><p>de trabalho, não podiam fazer greves e nem organizarem-se em sindicatos.</p><p>2.1.2. Antecedentes Externos:</p><p>A Revolução de 1905 – 1907</p><p>A situação económica e política da Rússia gerava grande descontentamento social com greves e</p><p>protestos estudantis. Em Janeiro de 1905 a Rússia entra em guerra com o Japão disputando a região</p><p>da Manchúria e da Correia. A derrota russa neste conflito agravou a situação económica e a vida</p><p>dos operários.</p><p>A 22 de Janeiro de 1905, operários descontentes dirigiram-se ao Palácio de Inverno, numa</p><p>manifestação reclamando melhores condições de trabalho, pão e direitos políticos. Os manifestantes</p><p>foram recebidos a tiro pela guarda do Czar. O massacre fez mais de mil mortos e dezenas de</p><p>milhares de feridos, o que fez com que este dia ficasse conhecido como «Domingo sangrento».</p><p>Estes acontecimentos desencadearam greves, protestos e revoltas um pouco por toda Rússia, levando</p><p>o Czar a conceder algumas liberdades civis e prometeu uma Duma (parlamento) e uma constituição.</p><p>Porém, esta resposta não resolveu os problemas, e a insatisfação tomou conta do Império, com a</p><p>adesão das forças armadas.</p><p>O Czar Nicolau II viu-se forçado a agir e a 17 de Outubro publicou o «Manifesto de Outubro», no</p><p>qual prometia estabelecer uma constituição e uma Assembleia Legislativa eleita (Duma). Isto dividiu</p><p>a oposição: os mais radicais (Bolcheviques) – defendiam a implementação de um regime</p><p>republicano; enquanto os mais moderados (Mencheviques) - consideraram as propostas como uma</p><p>vitória e abandonaram os protestos.</p><p>Enfraquecida, a revolta foi perdendo força, acabando por ser dominada pelo imperador até ao início</p><p>de 1917. A revolta de 1905 fracassou, mas serviu segundo Vlademir Ilitch Lenine para que os</p><p>revolucionários avaliassem seus erros e suas fraquezas preparando-se para superá-los. A entrada da</p><p>Rússia na I Guerra Mundial pôs a nu todas as debilidades</p><p>do país e precipitou o colapso do poder</p><p>czarista.</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p>N.B: As leis de 1906 serviram como uma constituição para a criação da Duma, foram as principais</p><p>conquistas dos revoltosos.</p><p>Conceitos:</p><p>Bolchevique – significa «a maioria» em russo;</p><p>Mencheviques – significa «a minoria».</p><p>Revolução – transformação profunda das estruturas económicas, políticas e sociais ou culturais</p><p>dando origem a uma nova situação.</p><p>A Revolução de Fevereiro de 1917</p><p>O ano de 1917 começa com grandes sobressaltos: a 22 de Fevereiro, as mulheres manifestaram nas</p><p>ruas de Petrogrado (ex - Samptersburgo) contra a penúria de pão. A 23, os operários entraram em</p><p>greve e invadiram o centro da cidade. Nos dias seguintes o movimento politizou-se e os manifestantes</p><p>passaram a reivindicar o fim da guerra e a abdicação do czar.</p><p>Czar dissolveu a Duma e deu ordens ao exército para disparar. Contudo, a 27 de Fevereiro, parte do</p><p>exército colocou-se ao lado dos manifestantes e forneceu-lhes armas. Petrogrado caiu nas mãos dos</p><p>revoltosos e Nicolau II foi forçado a abdicar a favor do irmão que recusou. Triunfava assim, a</p><p>Revolução de Fevereiro. E foi formado um Governo Provisório, liderado por Lvov e Kerensky, e</p><p>apoiado por liberais e socialistas moderados. Passava a Rússia a ter um regime liberal burguês,</p><p>semelhante aos países da Europa Ocidental.</p><p>A Revolução Socialista de Outubro de 1917</p><p>O novo governo liderado por Lvov e Kerensky, não resolveu os grandes problemas sociais que</p><p>amarguravam a vida dos operários e camponeses. Mantiveram a Rússia na desastrosa I Guerra</p><p>Mundial que só trazia mortes e fome. Por isso, foi contestado vigorosamente pelo Soviete de</p><p>Petrogrado, um conselho constituído por operários e soldados. Os Bolcheviques, liderados por</p><p>Vlademir Ilitch Lenine e Trotsky, aspiravam uma revolução que criasse uma sociedade sem classes.</p><p>Na madrugada do dia 25 de Outubro de 1917 (7 de Novembro – calendário ocidental) os guardas</p><p>vermelhos (bolcheviques) invadiram e ocuparam o palácio de inverno, sede do governo em</p><p>Petrogrado, triunfava a Revolução Socialista de Outubro, e nascia deste modo, o primeiro Estado</p><p>comunista da História.</p><p>Os bolcheviques reuniram um Congresso dos Sovietes e foi criado o Conselho dos Comissários do</p><p>Povo, liderado por Lenine, um Comissariado de Guerra, dirigido por Trotsky e, o Comissariado das</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p>Nacionalidade, dirigido por Estaline. A 3 de Março de 1918 a Rússia retirava-se da I Guerra</p><p>Mundial, ao assinar o tratado de Brest-litovsk.</p><p>2.2. O Comunismo de Guerra e a Formação da URSS</p><p>A assinatura do tratado de Brest-litovsk, concedeu aos alemães o direito ocupar os países bálticos,</p><p>além de obrigar a Rússia a entregar alimentos e matéria-prima. Mas este acordo não impediu a</p><p>eclosão de uma guerra civil na Rússia entre 1918 a 1921 que opôs o exército branco (anti-</p><p>comunista) ao exército vermelho (comunista).</p><p>O exército branco lançou uma série de acções (greves, terrorismo e tentativa de assassinato de</p><p>Lenine, em Agosto de 1918). Ao terror, os bolcheviques responderam com terror, usando a política</p><p>denominada por Comunismo de Guerra, que implicou a nacionalização da economia, confiscação e</p><p>distribuição de terras pelos camponeses.</p><p>A característica fundamental do comunismo de guerra foi a introdução de um governo de partido</p><p>único, assente no princípio da “ditadura do proletariado”. Assim, foram suspensos os jornais hotéis e</p><p>os anti-comunistas.</p><p>Neste período a questão das “nacionalidades” adquire uma importância fundamental. Em Julho de</p><p>1918, foi aprovada a constituição da República Socialista e Federativa dos Sovietes da Rússia</p><p>(RSFSR). A 30 de Dezembro de 1922, a RSFSR e as Repúblicas Soviéticas da Ucrânia,</p><p>Bielorrússia e Trascancásia (esta formada pela Arménia, Geórgia e Azerbaijão), acordaram formar</p><p>a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas – URSS, organizada segundo o modelo federal.</p><p>Em 1924 foi aprovada uma constituição comum; e entre 1924 a 1929, o Uzbequistão,</p><p>Turquemenistão e o Tajiquistão juntaram-se à união.</p><p>Estados – membros da URSS</p><p>A Rússia, Estónia, Letónia, Lituânia, Moldávia, Bielorrússia, Geórgia, Arménia, Azerbaijão, Ucrânia,</p><p>Cazaquistão, Turquemenistão, Uzbequistão, Tajiquistão e Quirguistão</p><p>O Desenvolvimento Económico da URRS</p><p>Apôs a tomada do poder pelos bolcheviques, a Rússia desenvolveu-se em três fases:</p><p>1ª Fase: O Comunismo de Guerra (1918 - 1921) – foi criado para fazer face à guerra civil,</p><p>caracterizou-se pela centralização da produção.</p><p>Medidas tomadas</p><p> Centralização da economia; Censura à imprensa;</p><p>null</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p> Liquidação da antiga sociedade (a feudal); Fim da propriedade privada;</p><p> Criação do exército vermelho;</p><p> Uso terror contra os reaccionários;</p><p> Estabelecimento de estado de partido único.</p><p>N.B: esta política encontrou uma resistência dos camponeses que passaram a produzir apenas para o</p><p>seu consumo; os antigos detentores de terra destruíram os equipamentos e colheitas por causa da</p><p>politização dos mesmos, isto, provocou uma crise alimentar.</p><p>2ª Fase: A Nova Política Económica (NEP): 1922-1928</p><p>A vitória dos bolcheviques sobre os mencheviques; a fome e a miséria levaram ao abandono do</p><p>Comunismo de Guerra, e a adopção de um plano de reconstrução designado por Nova Política</p><p>Económica (NEP). Assim, em 1921` foi instituída a NEP, plano que combinava princípios socialistas</p><p>com elementos capitalistas (reabriu a economia ao sector privado). A NEP tinha como objectivo</p><p>evitar o colapso da economia.</p><p>Princípios da NEP</p><p>Liberdade de formação de pequenos e médias empresas privadas;</p><p>Liberdade de entrada de capital industrial e técnicos internacionais;</p><p>Privatização das pequenas e médias indústrias e comércio;</p><p>Livre venda dos produtos por parte dos camponeses nos mercados.</p><p>3ª Fase: Os Planos Quinquenais</p><p>I Plano Quinquenal (1928 - 1933)</p><p>Busca de alimentos para a população de forma global;</p><p>No campo estabeleceu-se a colectivização agrícola: Sovkoses (empresas estatais) e</p><p>kholkhoses (cooperativas agrícolas).</p><p>II Plano Quinquenal (1933 - 1938):</p><p>Visava o desenvolvimento económico e a construção do metro de Moscovo.</p><p>III Plano Quinquenal (1938 - 1943):</p><p>Visava o desenvolvimento da indústria química. Porém, este plano não foi executado na</p><p>totalidade devido a eclosão da II Guerra Mundial.</p><p>2.3. Importância da Revolução Socialista Russa</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p>A Revolução Russa de 1917 foi a primeira socialista operária vitoriosa no mundo e, para além, de ter</p><p>mudado radicalmente a sociedade russa, tornou-se um exemplo e modelo para todos os povos e</p><p>países:</p><p>Incentivou a criação de partidos comunistas em diversos países, tendo tido uma grande</p><p>influência no desenvolvimento das lutas de libertação nacional contra o colonialismo em</p><p>África e na Ásia;</p><p>Deu força a classe trabalhadora mundial, tornando-se protagonista das lutas políticas em</p><p>diversos países, sobretudo na Europa.</p><p>Exercícios de consolidação</p><p>1. Caracterize a situação sociopolítica da Rússia ante da Revolução Socialista.</p><p>2. Quando é que foi fundado o partido Operário Social Russo?</p><p>3. Caracterize a agricultura russa no período.</p><p>4. Identifique a causa imediata da revolução russa de 1905.</p><p>5. “Os bolcheviques reuniram um Congresso dos Sovietes e foi criado o Conselho dos Comissários</p><p>do Povo, um Comissariado de Guerra e, o Comissariado das Nacionalidade.”</p><p>a) Quais são as figuras que lideraram estes comissários?</p><p>6. Explique a relação existente entre a manutenção da Rússia na I G.M. e a queda do governo</p><p>provisório de Lvov.</p><p>7. Indica os acontecimentos históricos que marcaram o início da Revolução de 1905.</p><p>8. “A Revolução Russa de Outubro foi um conjunto de transformações de carácter sócio-político</p><p>que termina com a eliminação do regime czarista.”</p><p>a) Quem foi o principal líder desta revolução?</p><p>b) Faça a correspondência adequada entre as colunas A e B</p><p>A B</p><p>Revolução de 1905 – 1907 Abertura aos investimentos estrangeiros</p><p>NEP Centralização da produção</p><p>Comunismo de Guerra Manifestação de 22 de Janeiro (Domingo sangrento)</p><p>30 de Dezembro de 1922 Formação da URSS</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p>9. Refere a importância da revolução socialista de 1917 para África.</p><p>2.4. O Desenvolvimento económico e sociopolítico de alguns países depois da Primeira Guerra</p><p>Mundial (1918 – 1929)</p><p>2.4.1. Os Estados Unidos de América até 1929</p><p>Os EUA saíram da I Guerra Mundial relativamente intocados, isto é, não sofreram dentro do seu</p><p>território, pelo que as suas infra-estruturas não foram afectadas. Assim, passaram a vender muitos dos</p><p>seus produtos para o mercado europeu, durante a guerra e depois.</p><p>Isso permitiu à economia americana manter-se saudável e os EUA fizeram grandes empréstimos aos</p><p>países europeus, em especial à Alemanha. Assim, os EUA tornaram-se na 1ª potência mundial,</p><p>passaram de devedores (1914) à credores (1919) dos Estados europeus.</p><p>O crescimento económico norte-americano apoiava-se no consumo, e estimulava-o, devido à</p><p>generalização da produção em serie, que permitia abastecer o mercado com grande variedade de</p><p>produtos a preços acessíveis. Surgiu deste modo, um estilo de vida que ficou conhecido como</p><p>american way of life – o estilo de vida americano. Além do consumismo, este estilo de vida passava</p><p>também por uma atitude festiva perante a vida – cafés, bares, salas de espectáculos e cinema. Assim,</p><p>entre 1923 á 1929 ficou conhecido como era da prosperidade.</p><p>Outros factores que contribuíram para a crescente afirmação dos EUA como a nação mais poderosa do</p><p>planeta foram:</p><p> Ao nível político, não tinham inimigo próximo de quem se tivesse de proteger;</p><p> Não havia, nos EUA, classes sociais consideradas privilegiadas;</p><p> Metade da rede ferroviária mundial localizava-se nos EUA, bem como 2/3 do número total de</p><p>automóveis;</p><p> Desenvolvimento da indústria de automóvel. Uma elevada produção de electricidade.</p><p>2.5. A crise económica Mundial de 1929 – 1933 ou a Grande Depressão</p><p>2.5.1. Origens ou antecedentes da crise</p><p>Durante a década 20, quando a Europa recuperava do pesadelo da guerra, os EUA desenvolviam</p><p>enormemente a sua economia. A «Era da Prosperidade», marcada pelo consumo desenfreado,</p><p>apresentava, no entanto, alguns sinais preocupantes (superprodução e especulação bolsista). Este</p><p>ambiente dava aos americanos confiança suficiente para investirem parte das suas poupanças na Bolsa.</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p>Porém, sem que a maioria se apercebesse, a partir de 1927 começaram a surgir sinais de crise: baixa</p><p>dos preços agrícolas; aumento do custo da maquinaria; endividamento. Dois grandes problemas</p><p>começavam a avolumar-se: a superprodução e a especulação. Na verdade, a superprodução e a</p><p>especulação bolsista foram responsáveis pelo crash na Bolsa de Wall Street em Outubro de 1929. A</p><p>superprodução industrial e agrícola, era resultado de:</p><p> Um desequilíbrio entre produção e consumo – a produção era elevada, mas como os</p><p>salários pouco subiam, não havia poder para comprar todos produtos colocados à venda, isto provocou</p><p>a acumulação de stock e a descida de preços, resultando no encerramento de empresas e despedimentos</p><p>da massa laboral;</p><p> Uma progressiva recuperação económica da Europa – que se recompunha da guerra e</p><p>passava a depender menos das exportações dos americanos;</p><p> Uma maior concorrência agrícola de países novos: Canadá; Austrália e Nova Zelândia, que</p><p>entravam nos mercados tradicionais dos americanos.</p><p>Glossário</p><p>Crash – queda acentuada do valor das acções num curto espaço de tempo.</p><p>2.5.2. A Mundialização da crise económica de 1929 - 1933</p><p>Quando a crise começou a 24 de Outubro de 1929 (quinta-feira), as empresas norte-americanas, para</p><p>resolver os problemas financeiros, retiraram os seus capitais das suas filiais na Europa. Assim, a</p><p>Europa foi grandemente afectada pela crise, pois dependia dos financiamentos dos americanos.</p><p>A falta de crédito gerou uma crise industrial; sem crédito bancário, as empresas ficaram sem meios de</p><p>pagamento necessários à importação de matéria-prima. Muitas empresas baixaram a sua produção e</p><p>outras faliram; houve redução brutal da força laboral e dos salários.</p><p>A situação alastrou-se por todo o mundo, desorganizando os pagamentos internacionais entre empresas</p><p>multinacionais e entre compradores e vendedores, o que dificultou as relações comerciais mundiais.</p><p>As consequências mundiais da Grande Depressão</p><p> Retirada de capitais americanos da Europa;</p><p> Retenção do comércio internacional;</p><p> Falência de bancos e outras empresas; Desemprego;</p><p> Reaparecimento da mendicidade, criminalidade, prostituição, suicídios e as tensões sociais.</p><p>As consequências da Grande Depressão para África e para Moçambique</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p>Com a eclosão da crise, as colónias transformaram-se em fontes de matéria-prima para as metrópoles.</p><p>Em Moçambique particularmente, Portugal começa em 1929, a:</p><p> Limitar o poder arbitrário das companhias majestáticas;</p><p> Centralizar a política de colonização – em 1930, com aprovação do Acto Colonial,</p><p>Moçambique passou a ser chamado por Império Colonial Português;</p><p> Fomentou as plantações de algodão, açúcar, castanha de caju, copra, sisal e chá;</p><p> A cultura do algodão passou a ser obrigatória;</p><p> Introduziu o xibalo.</p><p>2.5.3. As medidas para a superação da crise económica de 1929 – 1933</p><p>O papel de Franklin Delano Roosevelt e o New Deal</p><p>Nas eleições de 1932 nos EUA, ascendeu ao poder o democrata Franklin Delano Roosevelt. Este,</p><p>lançou um conjunto de leis designado por New Deal (Novo Acordo) que traziam medidas de</p><p>recuperação económica e as reformas sociais.</p><p>Objectivos do New Deal</p><p> Equilibrar a oferta e a procura, relançando o consumo e controlando a produção;</p><p> Resolver o problema do desemprego;</p><p>Portanto, isto seria feito em duas etapas:</p><p> A 1ª visando a recuperação económica;</p><p> A 2ª de reformas estruturais de longo alcance.</p><p>N.B: Para a concretização destes objectivos, era necessária a intervenção do Estado.</p><p>Medidas tomadas para a superação da crise</p><p>Na agricultura:</p><p>Concessão de subsídios aos agricultores;</p><p>Financiamento de cooperativas e redução de áreas de cultivo.</p><p>Na indústria:</p><p>Redução da concorrência e controlo da produção;</p><p>Diminuição das horas de trabalho e elevar o nível salarial.</p><p>Nas finanças:</p><p>Texto de apoio da Disciplina de Historia 10ª Classe/</p><p>Elaborado por Msc Justino Xavier Júnior e dr Mário Horácio Lourenço</p><p>Foi publicada uma legislação de controlo das actividades da banca e da bolsa de valores.</p><p>Na área social:</p><p>Reduzir o desemprego através do programa de obras públicas (construção de barragens, canais,</p><p>estradas, pontes, e.t.c);</p><p>Fixação de salário mínimo;</p><p>Introdução de subsídio de desemprego e assistência social.</p><p>N.B: Como corolário/resultado do New Deal, entre 1933 à 1937 o</p>