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Podcast Disciplina: Direito Tributário: Temas Avançados Título do tema: Temas avançados em Tributação Previdenciária Autoria: Rodrigo Alexandre Lazaro Pinto Leitura crítica: Daniela dos Santos Pereira Abertura: Olá, alunos! No podcast de hoje vamos falar sobre um tema muito interessante: Temas avançados em Tributação Previdenciária. Muitas empresas criam meios de gestão de benefícios pagos aos seus empregados para incentivar sua força de trabalho e também planejar meios de aumentar a eficiência de seus negócios com a terceirização de sua atividade produtiva. Hoje, nosso foco é analisar as principais discussões sobre fringe benefits, Hiring Bonus, stock options, e, como não poderia faltar, os principais temas envolvendo Pejotização, sua simulação e a cessão de direito de imagem. Em relação aos benefícios pagos aos empregados, destaque para os fringe benefits ou benefícios indiretos, como conceder o uso de veículos da empresa aos funcionários ou dar um cartão corporativo que permita usá-lo para pagar despesas pessoais. Já o hiring bônus é uma espécie de “luvas” pagas no caso de eu pedir demissão de um emprego anterior para ir trabalhar em uma nova empresa, como uma indenização pela expectativa frustrada de eu receber valores do contrato de trabalho anterior. Por fim, o programa de stock options permite que os empregados adquiram ações da empresa que está trabalhando e se tornem seus acionistas, possibilitando que possam vender suas ações com um lucro diretamente no mercado de ações em caso da empresa realizar financeiros positivos no futuro. Para se verificar se estes pagamentos aos empregados devem ser alvo de contribuição previdenciária é saber se a verba paga ao empregado é habitual. Por exemplo, no caso do hiring bônus, é evidente que não porque só é paga apenas uma vez no ato da contratação. Outro fator importante é a prova de ser um pagamento vinculado a uma contraprestação do empregado na execução de seu trabalho, o que se verifica no caso de benefícios indiretos, como uma parcela complementar à sua remuneração. Já no caso do plano de “stock options”, há discussão entre contribuintes e Receita Federal sobre a possibilidade de cobrança de contribuição previdenciária no caso da empresa afastar ou minimizar os riscos do empregado na sua opção, configurando, em hipótese, uma remuneração indireta na forma de salário ao empregado, afastando o caráter mercantil do investimento e aproximando o direito a um salário. Outro importante ponto de administração de um negócio empresarial é a terceirização de mão de obra, o que não se pode confundir com a pejotização. W B A 1 1 9 4 _ v1 .0 Na terceirização, não há os elementos de vínculo de emprego entre a mão-de- obra aplicada na prestação de serviço e o seu tomador, sem caracterizar que se busque reduzir a carga tributária de forma ilícita. Assim, a fiscalização tributária e trabalhista busca localizar hipóteses de simulação de terceirização, quando se observa que existem os requisitos do vínculo de emprega da CLT, como é o caso da subordinação. Outro ponto de grande debate é a possibilidade de prestadores de serviços intelectuais optarem, legitimamente, pela constituição de pessoa jurídica para exercer suas atividades com a cessão de direitos de imagem. Foi muito discutido na mídia que alguns jogadores de futebol e técnicos criavam pessoas jurídicas para cessão de seus direitos de imagem e reduzissem a carga tributária com base na apuração de resultados nessas pessoas jurídicas ao invés na tributação como pessoas físicas. No entanto, há decisões do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais reconhecendo que é possível a cessão de direito de imagens para pessoas jurídicas, desde que não se busque simular uma relação que é, na verdade, uma contrato de trabalho regulado pela CLT. Se existir a prova do vínculo de emprego, há risco de que a autuação fiscal prevaleça no citado tribunal administrativo. Fechamento: Este foi nosso podcast de hoje! Até a próxima!