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Protozoários 2
SAR: Supergrupo Alveolata
Os alveolados representam um diverso grupo de microrganismos eucarióticos caracterizados por uma característica: têm alvéolos: por baixo da membrana celular, apresentam uma camada de alvéolos corticais, sáculos membranosos dispostos em série, que fornecem o suporte estrutural e conferem maior resistência mecânica à célula
Filo Apicomplexa
Endoparasitas obrigatórios de muitas espécies animais 
Complexo apical: uma combinação de organitos, presente em apenas alguns estádios do desenvolvimento do organismo: por regra, merozoítos e esporozoítos 
Róptrias e micronemas ajudam o parasita a penetrar no tecido do hospedeiro 
O ciclo de vida inclui reprodução assexuada e sexuada, às vezes com um hospedeiro invertebrado intermédio. O esporo (oocisto) infecta o novo hospedeiro e está protegido por um invólucro resistente
Gregarinia
Gregarinas são parasitas comuns dos invertebrados, de baixa importância económica
Sporozoa
Classe Coccidia
Coccidias são parasitas intracelulares de invertebrados e vertebrados, incluíndo espécies de enorme importância médica e veterinária
Piroplasmia
Piroplasmas têm alguma importância veterinária; por exemplo, Babesia bigemina causa a febre de água vermelha de Texas no gado
Classe Coccidia
Forma assexuada chama-se bradizóito e a sexuada, esporozóito. Na maioria das espécias, as duas formas vivem em hospedeiros diferentes 
Toxoplasma gondii é um parasita de gatos. Esporozoítos ingeridos atravessam o intestino e reproduzem-se assexuadamente em diversos tecidos. Quando o sistema imune do hospedeiro reage, a reprodução desacelera e o parasita forma quistos, que contêm um grande número dos bradizoítos. Estes podem infectar outros hospedeiros, incluíndo gatos, onde eles começam um novo ciclo intestinal. Bradizoítos permanecem viáveis e infecciosos por meses ou anos. 
Aproximadamente 1/3 da população humana contem quistos com bradizoítos. A infecção por Toxoplasma pode ser perigosa nos doentes de SIDA, nos imunosuprimidos e nas grávidas, particularmente no primeiro trimestre, aumentando o risco de defeitos congénitos no bebé
O coccídio mais conhecido é o Plasmodium spp., que causa malária. 
• Quatro espécies de Plasmodium infectam humanos. À parte um quadro clínico específico, os ciclos de desenvolvimento são semelhantes. 
• O parasita é transmitido pela picada do mosquito Anopheles, na qual os esporozoítos passam da saliva do mosquito para o sangue humano. Esporozoítos instalam-se no fígado e iniciam a esquizogonia, espalhando-se pelas células do fígado ou entrando directamente no sangue (P. falciparum). 
• O período de permanência no fígado - período de incubação – varia entre 6 a 15 dias
Ciclo Sexuado produz esporozoítos no mosquito. Meiose ocorre logo após formação do zigoto (meiose zigótica).
Ciclo Assexuado Esporozoítos infectam o hospedeiro humano e reproduzem-se assexuadamente, primeiro no fígado – merozoítos- e depois no sangue - trofozoítos. Malária transmite-se pelo mosquito Anopheles, que ingere gametócitos juntamente com o sangue humano, e ao picar um outro indivíduo, deixa os esporozoítos no local da picada
Ciclo Assexuado do Plasmodium no Homem
Esporozoítos invadem células do fígado, onde se alimentam da hemoglobina. O produto da digestão da hemoglobina, um pigmento escuro insolúvel, hemozoína, acumula-se no fígado, baço e outros órgãos, Esporozoítos dividem-se por esquizogonia e formam Merozoítos 
Merozoítos entram nos glóbulos vermelhos dividem-se por esquizogonia dando origem a Trofozoítos. A libertação dos trofozoítos no fluxo sanguíneo em simultâneo com os produtos do metabolismo celular, provocam estados febris característicos da doença 
Cada trofozoíto multiplica-se por esquizogonia, produzindo de 6 a 36 merozoítos, que infectam novas células 
Após alguns ciclos de esquizogonia em glóbulos vermelhos, começa a produção de microgametócitos e macrogametócitos
Ciclo sexuado no mosquito, género Anopheles
Quando os gametócitos são ingeridos pelo mosquito, maturam em gâmetas, ocorrendo fertilização. O zigoto transforma-se num oocineto móvel que penetra a parede do estómago do mosquito e transforma-se no oocisto. 
Dentro do oocisto são produzidos milhares de esporozoítos por cada esporogonia. Quando o oocisto rebenta, os esporozóitos migram para as glândulas salivares donde são transferidos para um novo hospedeiro após a picada do mosquito. 
O ciclo de desenvolvimento dentro do mosquito demora entre 7 a 18 dias
Malaria
Os episódios de frio e febre têm a periodicidade característica de cada espécie de Plasmodium 
Na malária de P. vivax e P. ovale (terçã benigna), episódios ocorrem cada 48 horas; em malária de P. malariae (quartã), cada 72h; e em P. falciparum (terçã maligna), cerca de 48 horas, com uma menor sincronia. As pessoas costumam recuperar das infecções causadas pelas 3 primeiras espécies; os casos não tratados de infecção por P. falciparum têm elevada mortalidade, causando por vezes complicações graves tais como malária cerebral.
Alveolata: Filo Ciliophora ou Ciliata
• Ciliados possuem múltiplos cílios que se movem coordenada- e ritmicamente 
• As faixas de cílios movem-se em ritmos desfasados, resultando num movimento contínuo 
• Os cílios são usados para a locomoção e alimentação. 
• Alguns ciliados têm cílios organizados em faixas – cirri, ou membranelas 
• São sempre multinucleados, com pelo menos um macronúcleo e um micronúcleo 
• Em algumas espécies, os núcleos estão organizados em filas longitudinais – cinecias
Ciliados 
• Maioria são comensais, mas alguns podem ser patogénicos para o hospedeiro 
• Balantidium coli habita no intestino de humanos, porcos, ratos e outros mamíferos. Transmissão entre espécies é difícil. Transmissão ocorre por contaminação fecal da comida ou água. Não sendo por regra patogénicos, por vezes invadem a parede do intestino provocando disenteria de um modo semelhante à Entamoeba histolytica, que pode ser fatal Outros exemplos dos ciliados: 
• Ichthyophthirius causa uma doença comum nos peixes de aquário e em espécies de água doce 
• Entodinium encontra-se no rúmen ou pança do gado bovino
Alveolata: Filo Dinoflagellata 
• Dinoflagelados são os únicos Alveolata com cloroplastos 
• Além de clorofila a e c, eles tem carotenóides e peridinina 
• Maioria são espécies aquáticas unicelulares que nadam com auxílio de dois flagelos 
• Um dos flagelos está no sulco longitudinal e está direccionado posteriormente, outro flagelo circunda a célula pelo sulco transversal chamado cingulum. Ambos os flagelos têm mastigonemas e/ou paraxonemas (fibrilhas em forma de pente) que permitem a sua distinção 
• Muitos dinoflagelados têm carapaça com alvéolos, composta por placas tecais de celulose, formando por vezes espinhas ou abas de formas elaboradas
Noctiluca, o maior dinoflagelado, não tem clorofila, alimenta-se de protozoários e é bioluminiscente
• Dinoflagelados são o segundo grupo taxonómico mais abundante no plâncton marinho, logo a seguir às diatomáceas 
• São importantes consumidores de outros protistas 
• Vasta maioria dos corais vivem em simbiose com dinoflagelados do género Symbiodinium, essenciais para a sua sobrevivência 
• Dinoflagelados causam o “bloom” das algas que é tóxico
SAR: Filo Stramenopiles ou Heterokonta
• Flagelados móveis, com dois flagelos assimétricos 
• Dividem-se em algas (coloridas) e fungos (incolores). Maioria são algas que variam entre multicelulares (kelp) e unicelulares (diatomáceas), o principal constituente do plâncton. Alguns Stramenopila são parasíticos (oomicetas), como a Phytophthora e Pythium 
• As algas têm cloroplastos com 4 membranas, com origem num evento endossimbiótico secundário com algas vermelhas eucariotas. Os cloroplastos contêm clorofila a e c, e também a fucoxantina que confere uma cor dourada-acastanhada ou verde-acastanhada
Classe Bacillariophyta - Diatomáceas 
• Diatomáceas são algas unicelulares comuns no fitoplâncton. Algumas espécies formam colónias em forma de filamentos ou laços (e.g. Fragilaria), abanicos (e.g. Meridion), em ziguezague(e.g. Tabellaria), ou estrelas (e.g. Asterionella). São importantes produtores na cadeia alimentar 
• As células são rodeadas por uma parede de sílica (dióxido de sílica) chamada frústula. As frústulas assumem uma grande diversidade de formas, e têm a forma de caixas de Petri, hipoteca, com uma tampa, epiteca. 
• Diatomáceas cêntricas têm simetria radial e constituem o plâncton; as pennatas tem simetria bilateral e pertencem ao bento
Diatomáceas são usadas para monitorizar condições ambientais e sobretudo, a qualidade da água
• Quando as células das diatomáceas se dividem cada célula filha fica com uma metade da frústula e constrói a outra metade. 
• A divisão celular produz assim um organismo muito mais pequeno do que o original. 
• A partir de um tamanho crítico, a célula forma um auxosporo que aumenta o tamanho e depois entra em divisões. Produção do auxosporo está quase sempre relacionada com meiose e reprodução sexuada
• Maioria das diatomáceas são imóveis e não possuem flagelos, excepto os gâmetas masculinos das diatomáceas cêntricas. As suas paredes grossas não lhes permitem flutuar. 
• Formas planctónicas mantém-se à tona devido à turbulência nas camadas superiores do mar provocada pelo vento e pelo aquecimento. Algumas espécies aumentam a flutuabilidade com lípidos intracelulares 
• Diatomáceas realizam o ciclo da ureia, uma característica outrora atribuída exclusivamente aos animais e considerada muito posterior ao registo das primeiras diatomáceas. Neste aspecto, elas são evolutivamente mais próximos dos animais do que das plantas 
• Decomposição das diatomáceas forma sedimentos orgânicos e inorgânicos (em forma de silicatos). O componente inorgânico contribui para o registo geológico do sedimento marinho e é usado em reconstrução dos ambientes marinhos. O sedimento chamado terra diatomácea usa-se no fabrico de fármacos e cosméticos, na filtração e na produção de diversos tipos de matérias
SAR: Rhizaria 
• Rhizaria formam um supergrupo que contém principalmente os três filos, Cercozoa, Foraminifera e Radiolaria, e alguns grupos mais pequenos de origens controversas. Todos eles descendem de um eucariota heterotrófico com dois flagelos 
• Maioria das espécies são amibóides com pseudópodes filamentosos, reticulados assente em estruturas de microtúbulos chamadas axopódios 
• Muitos produzem exosqueletos ou conchas de formas elaboradas, que constituem a vasta maioria dos fósseis protozoários 
• Quase todos têm mitocôndrias com cristas tubulares
Filo Radiolária
Amibas com axopódios, comuns no plâncton marinho
Filo Foraminifora
Amibas com pseudópodes reticulados, comuns no bento marinho
Filo Cercozoa
Amibas e flagelados, com pseudópodes filamentosos, muito comuns nos solos
Filo Cercozoa 
Protozoários amibóides e flagelados, alimentam-se com ajuda dos pseudópodes filamentosos que por vezes só se encontram numa parte da célula, nunca formando um citóstoma verdadeiro 
Células com formas variadas, difíceis de classificar pelas suas características estruturais, sendo mais úteis os dados genéticos
Euglyphidas: unicelulares com morfologia heterogénea com concha feita de escamas ou placas silíceas, existem em diferentes habitats: solos, águas ricas em nutrientes e nas plantas aquáticas 
Cercomonadas, flagelados de solo comuns 
Chlorarachniophytes, amibas estranhas, que formam uma rede reticular. Contêm cloroplastos, que se originaram a partir das algas ingeridas, ligados por quatro membranas e com um “nucleomorph”, um núcleo vestigial. São de grande importância para os estudos das origens endossimbióticas dos organitos
Filo Foraminífera 
Duas características principais: amibas com carapaça externa, ou testa ou teca, feita de materiais diversos – calcário (CaCO3) aglutinado com outros sedimentos, donde saem pseudópodes finos e ramificados que formam uma rede externa para apanhar comida e para flutuar. A testa serve de proteção a 1 ou mais câmaras que intercomunicam
Maioria das formas são aquáticas, marinhas, que vivem nos sedimentos do fundo do mar (bentos) ou flutuando a profundidades diversas (plâncton).
Muitas espécies têm algas unicelulares como endossimbiontes (mixotrofia) 
Algumas são cleptoplásticas, retendo cloroplastos das algas ingeridas para fazer a fotossíntese
Segundo o número de camaras, as tecas podem ser uniloculares ou pluriloculares
Na célula do foraminífero distingue-se o endoplasma granular e o ectoplasma transparente, de onde emergem pseudópodes, que passam pelas aberturas da carapaça. Os pseudópodes são usadas para locomoção, ancoragem, e para capturar o alimento - pequenos organismos como diatomáceas ou bactérias
O ciclo de vida dos Foraminiferas involve uma alternância de gerações haplóides e diplóides. A forma haplóide, ou gamonte, divide-se para produzir numerosos gâmetas, tipicamente com dois flagelos. A forma diplóide, ou esquizonte, é multinucleada, entra em meiose e produz novos gamontes. Formas bentónicas passam por múltiplos ciclos assexuados entre as gerações sexuadas
A forma e composição da carapaça são indicadores usados na identificação e classificação dos foraminíferos. Maioria tem carapaças calcárias, algumas podem ser de matéria orgânica (sedimento aglutinado), e num género as carapaças são de sílica 
As carapaças fósseis dos foraminíferos datam do período Câmbrico, sendo o componente principal de muitos sedimentos marinhos
Foraminíferos também habitam as zonas mais fundas do oceano, como a fossa das Marianas e na sua parte mais profunda, o “Challenger Deep”. Nestas profundezas, abaixo do nível de compensação do carbonato, as carapaças feitas do carbonato de cálcio dissolvem-se devido à pressão extrema. Os foraminíferos do “Challenger Deep” tem carapaças feitas de matéria orgânica
A diversidade, abundância e a morfologia complexa dos foraminíferos fósseis são extremamente úteis em biostratigrafia, onde são usadas para a datação relativa das rochas. A indústria petrolífera apoia-se em microfósseis de foraminíferos na prospecção de potenciais depósitos de petróleo 
Pelas mesmas razões os foraminíferos vivos são usados como bioindicadores em ambientes costeiros, inclusive como indicadores de boa saúde dos recifes coralíferos 
Condições acídicas podem levar à dissolução das carapaças de carbonato, por esta razão os foraminíferos podem ser particularmente sensíveis às mudanças de clima e acidificação dos oceanos
Foraminíferos fósseis calcários incorporaram os elementos que estavam à sua volta nos oceanos em que viviam. O registo destes elementos pode ser usado em paleoclimatologia e paleoceanografia 
O tipo de clima passado pode ser reconstruído através da razão de isótopos estáveis de oxigénio; a história da produtividade oceânica, pela razão de isótopos de carbono 
Padrões geográficos da distribuição dos fósseis planctónicos usam-se na reconstrução das paleocorrentes oceânicas 
Certos tipos de foraminíferos só se encontram em determinados ambientes, podendo ser usados para determinar o tipo de ambiente no qual viviam e foram depositados
Filo Radiolaria 
Amiba com dimensões entre 0.1–0.2 mm, que secreta minerais de sulfato de estrôncio ou sílica, formando o seu exoesqueleto com perfurações donde saem os axopódias. São células com uma cápsula de quitina perfurada que delimita o endoplasma onde se encontram a maioria dos organitos. A porção externa - o ectoplasma tem vesículas com lípidos que regulam a flutuação 
Fazem parte do zooplâncton dos oceanos, e os seus esqueletos constituem uma grande porção dos sedimentos marinhos 
São importantes fósseis diagnósticos, devido ao rápido turnover das espécies
Radiolários são amibas com axopodias radiais, importantes para ajudar na flutuação. O núcleo e a maioria dos organitos estão no endoplasma, sendo o ectoplasma preenchido por vacúolos e vesículas lipídicas, igualmente importantes para a flutuação 
O exosqueleto (carapaça ou testa) é feito de sulfato de estrôncio ou sílica 
Ecologicamente os radiolários são semelhantes aos Foraminíferos. Alimentam-se de pequenos organismos capturando-os com axopódias. As algas simbióticas,especialmente zooxantelas, providenciam quase toda a energia da célula 
Alguns radiolários têm forma de poliedros regulares como por exemplo a Circogonia icosahedra
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