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13. Ano: 2021 Banca: FGV Órgão: DPE-RJ Cargo: Defensor Público
Sobre as alterações trazidas pela Lei nº 13.964/2019 (Pacote Anticrime), é correto afirmar que:
a) seguindo o anseio legislativo de maior recrudescimento penal, o limite de cumpri-
mento das penas privativas de liberdade poderá alcançar o patamar de quarenta 
anos, independentemente do momento da prática do delito.
b) ainda que surtam efeitos na execução da pena e, portanto, no sistema carcerário, o 
crime de roubo circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (Art. 157, §2º-A, I, 
do Código Penal) passou a ser considerado hediondo.
c) o juiz não poderá receber a denúncia apenas com fundamento nas informações das 
declarações do réu que realizou a colaboração premiada, mas poderá decretar me-
didas cautelares reais.
d) a exclusão dos perfis genéticos dos bancos de dados ocorrerá após dez anos do tér-
mino do cumprimento da pena dos crimes graves contra a pessoa.
e) o cumprimento e/ou rescisão do acordo de não persecução penal é/são causa(s) 
interruptiva(s) da prescrição.
14. Ano: 2021 Banca: FGV Órgão: DPE-RJ Cargo: Residência Jurídica
Carminha foi condenada por tráfico de drogas privilegiado, após ser surpreendida na rodoviária 
da cidade do Rio de Janeiro, embarcando em ônibus com destino a Caxambu/MG, trazendo 
consigo dois quilogramas da substância vulgarmente conhecida como maconha. A sentença 
condenatória fixou a pena base acima do mínimo legal, em 5 (cinco) anos e 10 (dez) meses, 
sob o fundamento de que a quantidade de substância entorpecente justificava o incremento. 
Na segunda fase da dosimetria penal, reduziu a pena para 5 (anos), eis que quando da prática 
do crime Carminha contava vinte anos de idade, o que configura circunstância atenuante. Na 
terceira fase, majorou a pena de 1/6 por entender que se caracterizou o tráfico entre Estados 
da Federação, fixando-a em 5 (cinco) anos e 10 (meses). Ainda nesta terceira fase, reduziu 
esta mesma pena por reconhecer que Carminha era primária, possuidora de bons anteceden-
tes, sem que tivessem sido produzidas provas de que integrasse organização criminosa ou se 
dedicasse à atividade criminosa. Contudo, escolheu reduzir a pena somente da metade, nada 
obstante a lei prever redução de até 2/3, sob o fundamento de que a quantidade de droga 
justificava fosse descartada a redução máxima. Assim, a pena definitiva restou fixada em 2 
(dois) anos e 11 (onze) meses de reclusão. Por fim, a sentença fixou o regime fechado para o 
início do cumprimento da pena, aduzindo que a Lei dos Crimes Hediondos (Lei n.º 8.072/1990) 
impunha tal regime e deixou de substituir a pena privativa de liberdade por restritivas de 
direito em razão da expressa vedação consagrada na Lei de Drogas (Lei n.º 11.343/2006), 
justamente no dispositivo que trata da causa de diminuição de pena do chamado tráfico de 
drogas privilegiado. A Defensoria Pública foi intimada da sentença e o residente jurídico João 
Lucas foi incumbido de elaborar a minuta das razões de apelação, apresentando documento 
que continha as seguintes teses:
I. A quantidade de drogas não pode ser invocada simultaneamente como circunstância 
judicial desfavorável e fundamento para redução inferior à máxima prevista em lei em 
razão da causa de diminuição de pena reconhecida pela sentença, o que inclusive já foi 
afirmado pelo STF.