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alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 29 O dolo direto de 1º grau é definido pelo fim proposto pelo autor. É o dolo por excelência. O fim buscado pelo autor pode ser representado pelo autor como certo ou possível. O dolo direto de 2º grau é analisado a partir do método escolhido pelo autor para levar sua ação à realização. Os efeitos certos e necessários integram a vontade do agente, mesmo que não desejado, se o mesmo realiza a ação compreendendo a necessidade dos efeitos colaterais. Eventual: os efeitos possíveis integram a consciência do autor, mas dependem da ação do agente para que integre sua vontade. Se o agente prevê o resultado e concorda com os efeitos possíveis da sua conduta, esses efeitos integram também a sua vontade e são entendidos como dolo eventual. Se o agente prevê o resultado, mas não concorda com os efeitos possíveis e confia na sua qualidade pessoal para evitá-los ou, ainda, quando entende que os mesmos não acontecerão, esses efeitos não integram a vontade pessoal do agente e são entendidos como culpa consciente. Se, ainda, os efeitos possíveis sequer são representados pelo agente, eles não integram sua consciência e sua vontade e são entendidos como culpa inconsciente. Alternativo: é a aceitação, pelo agente, de lesão, alternativamente, a diversos bens jurídicos. Ex.: A atira em B para, alternativamente, matá-lo ou lesioná-lo. A se satisfaz com qualquer dos resultados típicos advindos da sua conduta. A punição a título culposo deve ser sempre expressa. Não havendo previsão de punição a título culposo, o crime só comporta a punição dolosa. É o caso dos crimes de tortura. No caso apresentado, o fim buscado pelo autor como certo ou possível é a tortura. O resultado morte ocorreu a título de culpa, sendo hipótese, portanto, de crime preterdoloso. O concurso de agentes é controvertido na literatura acerca de sua possibilidade. Isso porque a doutrina diverge quanto à constitucionalidade do artigo 1º, §2º, em relação à evitabilidade. Entende uma parte da doutrina que a Constituição, ao realizar mandado constitucional de criminalização em seu artigo 5º, XLIII, iguala a responsabilidade entre aqueles que executam e aqueles que se omitem. Vejamos: Constituição da República Art. 5º [...] XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática de tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo, e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem. O que essa corrente defende é que o mandado constitucional de criminalização equipara a responsabilização entre mandante, executor e aqueles que se omitem quando podem evitá-la e não poderia o legislador ordinário dispor de forma contrária. Quando o legislador ordinário cria a figura da tortura-omissão, ele realiza quebra na teoria unitária de autor (ou teoria monista). Diversas são as teorias que tratam de autoria e participação. https://www.alfaconcursos.com.br/