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MUDE SUA VIDA! 
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O dolo direto de 1º grau é definido pelo fim proposto pelo autor. É o dolo por 
excelência. O fim buscado pelo autor pode ser representado pelo autor como certo 
ou possível. 
O dolo direto de 2º grau é analisado a partir do método escolhido pelo autor 
para levar sua ação à realização. Os efeitos certos e necessários integram a vontade 
do agente, mesmo que não desejado, se o mesmo realiza a ação compreendendo a 
necessidade dos efeitos colaterais. 
Eventual: os efeitos possíveis integram a consciência do autor, mas dependem 
da ação do agente para que integre sua vontade. Se o agente prevê o resultado e 
concorda com os efeitos possíveis da sua conduta, esses efeitos integram também a 
sua vontade e são entendidos como dolo eventual. 
Se o agente prevê o resultado, mas não concorda com os efeitos possíveis e 
confia na sua qualidade pessoal para evitá-los ou, ainda, quando entende que os 
mesmos não acontecerão, esses efeitos não integram a vontade pessoal do agente 
e são entendidos como culpa consciente. Se, ainda, os efeitos possíveis sequer são 
representados pelo agente, eles não integram sua consciência e sua vontade e são 
entendidos como culpa inconsciente. 
Alternativo: é a aceitação, pelo agente, de lesão, alternativamente, a diversos 
bens jurídicos. Ex.: A atira em B para, alternativamente, matá-lo ou lesioná-lo. A se 
satisfaz com qualquer dos resultados típicos advindos da sua conduta. 
A punição a título culposo deve ser sempre expressa. Não havendo previsão de 
punição a título culposo, o crime só comporta a punição dolosa. É o caso dos crimes 
de tortura. 
No caso apresentado, o fim buscado pelo autor como certo ou possível é a 
tortura. O resultado morte ocorreu a título de culpa, sendo hipótese, portanto, de 
crime preterdoloso. 
O concurso de agentes é controvertido na literatura acerca de sua possibilidade. 
Isso porque a doutrina diverge quanto à constitucionalidade do artigo 1º, §2º, em 
relação à evitabilidade. 
Entende uma parte da doutrina que a Constituição, ao realizar mandado 
constitucional de criminalização em seu artigo 5º, XLIII, iguala a responsabilidade 
entre aqueles que executam e aqueles que se omitem. Vejamos: 
 
Constituição da República 
 
Art. 5º [...] 
XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou 
anistia a prática de tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o 
terrorismo, e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os 
mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem. 
 
O que essa corrente defende é que o mandado constitucional de criminalização 
equipara a responsabilização entre mandante, executor e aqueles que se omitem 
quando podem evitá-la e não poderia o legislador ordinário dispor de forma contrária. 
Quando o legislador ordinário cria a figura da tortura-omissão, ele realiza 
quebra na teoria unitária de autor (ou teoria monista). Diversas são as teorias que 
tratam de autoria e participação. 
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