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3.6 Moldagem e cura de corpos de prova
Condições de conclusão
Marcar como feito
A moldagem e cura de corpos de prova de concreto usinado são procedimentos importantes para avaliar a qualidade e resistência do concreto fornecido por caminhões betoneira ou usinas de concreto. Aqui estão os passos típicos para moldar e curar corpos de prova quando o concreto é entregue por caminhão:
Coleta de amostras: Antes de iniciar a concretagem no local de construção, é necessário coletar amostras representativas do concreto. A ABNT NBR 16866:2020 estabelece os critérios para a retirada de amostras. Segundo essa norma, deve-se retirar um volume de concreto 1,5 vezes maior do que o necessário para a realização dos ensaios. e nunca menos que 30 L. A mesma norma indica que, para caminhões betoneira, é necessário retirar no mínimo 50 L de concreto do caminhão antes de se separar a amostra de concreto para os ensaios de controle tecnológico.
Preparação dos moldes: Antes de proceder à moldagem dos corpos de prova, os moldes e suas bases devem ser limpos, montados de maneira correta e firme, e revestidos internamente com uma fina camada de óleo mineral ou outro lubrificante que não reaja com o cimento mesmo óleo pode ser passado em partes externas móveis como roscas e parafusos para evitar que restos de concreto endureçam nestas partes.
Moldagem dos Corpos de Prova (CP): As amostras coletadas são usadas para moldar os corpos de prova (CP) de concreto. Esses corpos de prova são cilíndricos ou cúbicos e seguem dimensões e procedimentos padrão de acordo com as ABNT NBR 5738. A moldagem pode ser feita manualmente em moldes cilíndricos. O tamanho mais comum utilizado para a produção de corpos de prova é de 10 cm de diâmetro e 20 cm de altura, ideal para concretos elaborados com brita nº 1. Moldes maiores (15 cm x 30 cm) ou maiores são utilizados para concretos elaborados com britas maiores.
A moldagem dos CPs é realizada com o preenchimento do molde até a metade, e aplicação de 12 golpes com a haste metálica. Em seguida o procedimento é repetido com o CP cheio. Por fim, é feito o acabamento superficial sem forçar o concreto para o interior do molde, mas devem ser dadas algumas batidas na lateral do molde.
Figura 1 - Molde/forma para corpo de prova
Fonte: https://www.flickr.com/photos/agenciabrasilia/52050841948/in/photostream/
Descrição da imagem: Uma área de trabalho ao ar livre, coberta por um telhado simples de madeira e chapa. No centro, sobre uma grande bancada de madeira, há diversas formas cilíndricas de metal para moldagem de corpos de prova de concreto, todas iguais. Elas possuem alças e bases fixadas por parafusos. As formas estão organizadas em fileiras sobre a mesa. Ao fundo, é possível ver árvores e uma cerca de madeira. Há também outros objetos espalhados pela área, como caixas de papelão e baldes.
Identificação dos corpos de prova: Cada corpo de prova deve ser devidamente identificado, geralmente com informações como a data de moldagem, local de coleta, idade do concreto, traço utilizado e informações sobre o caminhão que forneceu o concreto.
Cura inicial: Após a moldagem, os corpos de prova devem ser curados inicialmente no local de coleta para evitar perda de umidade e garantir que o concreto mantenha suas características iniciais. Isso pode ser feito cobrindo os corpos de prova com sacos plásticos úmidos ou mantendo-os em ambiente úmido.
Transporte dos corpos de prova: Os corpos de prova moldados são transportados para um local de cura adequado, geralmente um laboratório de controle de qualidade, em condições controladas e de acordo com as normas técnicas.
Cura laboratorial: No laboratório, os corpos de prova são colocados em tanques de cura, onde são submersos em água saturada com cal ou mantidos em ambiente úmido e com temperatura controlada, geralmente a 20 ± 2 graus Celsius. A cura deve ser realizada pelo menos durante os primeiros 7 dias.
É importante seguir as práticas padrão de moldagem e cura de corpos de prova para obter resultados confiáveis e representativos da qualidade do concreto entregue. Esses corpos de prova são uma parte essencial do controle de qualidade do concreto usado em projetos de construção.
Critérios de aceitação
A aceitação do concreto na obra por parte do cliente sempre vai ser definida com base no teste de consistência do concreto no momento da chegada do caminhão betoneira. Este teste deverá estar dentro dos limites de consistência especificados no momento da contratação do fornecimento do concreto. Quando se trata de concreto autoadensável, a consistência deve ser especificada com base na classe de espalhamento, conforme a ABNT NBR 15823-1.
Aceitação
A aceitação do concreto na obra inclui a verificação de todas as características listadas no documento de entrega do concreto, comparando-as com o pedido original. Se houver qualquer diferença, o concreto não deve ser aceito, a menos que haja um acordo registrado entre o responsável da obra.
Adição de aditivo suplementar
Se o concreto não atender à classe de consistência especificada e tiver uma fluidez abaixo do desejado, é permitida a adição de um aditivo superplastificante antes da descarga, desde que a fluidez final não ultrapasse o intervalo especificado. Essa decisão técnica deve ser tomada pela empresa de concretagem, que continua sendo responsável pelas propriedades solicitadas no pedido.
Adição de água suplementar
Antes da descarga do concreto, se ele tiver a fluidez adequada de acordo com a classe de consistência especificada, não é permitida nenhuma adição extra de água. Se a contratante exigir a adição de água, a empresa de concretagem não será responsável pelas características do concreto originalmente solicitado. Esse fato deve ser registrado no documento de entrega.
Nota importante: diferentemente da “água complementar”, a "água suplementar" é quantidade de água adicionada ao concreto que ultrapassa a quantidade planejada na dosagem.
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