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TEORIA DA CONTABILIDADE 
Me. Roberto Kupper Jorge 
GUIA DA 
DISCIPLINA 
 
 
1 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
PREFÁCIO AO CURSO 
"Uma caneta é mais poderosa que a espada, mas não é páreo para o contador", 
de Jonathan Glancey. 
 
A contabilidade é uma das atividades mais antigas praticadas pelo homem, desde 
que este começou a adquirir e estocar bens, foi preciso elaborar um método de registro e 
controle desse patrimônio, eis que começa a nascer a contabilidade. 
 
Enquanto a economia ainda era primitiva e focada no escambo, apenas o registro de 
bens era feito, porém, com desenvolvimento dos sistemas de troca e da própria economia, 
os bens passam a ser expressos em uma medida de valor universal: a moeda. Assim, a 
contabilidade evolui para o registro e controle do patrimônio por meio do registro desses 
valores. 
 
Com o advento do crédito, que adiciona o fator tempo ao dinheiro, nascem os 
passivos, aumentando a complexidade da contabilidade. 
 
Veremos nesse curso as origens dessa ciência, seus objetivos, princípios e 
doutrinas. Algumas de suas escolas e métodos de utilização. 
 
Conceitos base como Ativo e Passivo, Patrimônio e Patrimônio Líquido, assim como, 
Receitas e Despesas, Ganhos e Perdas serão delineados também. 
 
Abordaremos as regras básicas que regem a contabilidade atual, levando em 
consideração o movimento global de padronização das normas e práticas contábeis. 
 
Boa leitura e bons estudos! 
 
 
 
2 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
1. AS ORIGENS E CONCEITUAÇÃO DA CONTABILIDADE 
 
Objetivo 
Apresentar um breve histórico da contabilidade e conceituá-la. 
 
História e Evolução 
Nunca se pode realmente entender um assunto, a menos que se saiba sua origem 
e evolução histórica, portanto, vamos fazer um breve histórico da contabilidade e como ela 
evoluiu. 
 
1.1. Sistema de contabilidade de entrada única 
A contabilidade é tão antiga quanto as transações financeiras. Assim que o crédito 
foi inventado, os humanos começaram a usar a contabilidade para simplificar suas vidas. 
Como esperado, o sistema de contabilidade mais antigo utilizava a contabilidade de entrada 
única. Essa é a forma mais intuitiva de contabilidade, mas também é incompleta. Registros 
foram encontrados em tabletes de argila na Mesopotâmia antiga que mostram a existência 
de contabilidade de entrada única naquele tempo. 
 
1.2. Sistema Bahi-Khata 
Antes da ascensão do comércio europeu na Idade Média, a Índia era o principal 
centro de comércio movimentado, assim, a atividade comercial e os comerciantes indianos 
tinham sistemas contábeis muito avançados naquela época. Esses sistemas foram 
chamados de sistema Bahi Khata. Há rumores de que os ocidentais projetaram o sistema 
de dupla entrada baseado nos princípios do sistema de Bahi Khata. 
 
O sistema, usado até hoje por comerciantes indianos, é comumente chamado de 
sistema de entrada única em todos os livros-texto padrão, o Bahi-Khata faz uma dupla 
entrada para todas as transações que afetam contas reais ou pessoais. Essas transações 
são primeiramente registradas no rokad-bahi (livro caixa) e, em seguida, postadas no khata-
bahi (livro-razão). O sistema também usa o conceito de naam (débito) e jamaa (crédito) 
para manter os livros. 
 
Daí a assunção de que a contabilidade moderna tem raízes nesse sistema. 
 
 
3 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
1.3. Comerciantes de Veneza 
O berço da contabilidade moderna ocidental é Veneza. Na Idade Média, Veneza era 
um centro de comércio e atividade comercial. Os comerciantes tinham negócios 
gigantescos e estavam lutando para administrar essas corporações com eficiência. Foi 
então que Luca Pacioli desenvolveu o sistema contábil de dupla entrada. Ainda há debate 
sobre se ele o desenvolveu ou melhorou e disponibilizou para os comerciantes. No entanto, 
Luca Pacioli é considerado o "pai da contabilidade moderna". 
 
1.4. Companhias de Carta (do inglês chartered company) 
Na era do colonialismo, as companhias de carta ou majestáticas eram comuns, por 
exemplo a CIA das Índias Orientais e Ocidentais. Os governos concediam à certas 
empresas os direitos exclusivos exploração e comércio com certas colônias. Os cidadãos 
foram incentivados a investir nessas empresas. As ações de algumas dessas empresas 
haviam pago dividendos elevados e, portanto, era comum investir nessas empresas. 
 
No entanto, o desempenho de tais empresas teve que ser reportado aos acionistas 
periodicamente. Portanto, os sistemas contábeis foram desenvolvidos. Eles agora estavam 
fornecendo informações para acionistas externos além de fornecer informações para a 
administração interna. São os primóridos das demonstrações financeiras. 
 
1.5. Contabilidade Moderna 
As empresas licenciadas há muito desapareceram. O mundo é agora um mercado 
livre repleto das chamadas sociedades anônimas (S/A). Mas ainda é necessário fornecer 
informações aos acionistas externos sobre a condução das operações. A contabilidade, 
portanto, foi desenvolvida e é altamente regulamentada na maioria dos países, repleta de 
normas que visam padronizar a evidenciação das informações financeiras das empresas 
aos seus investidores e proprietários, assim como, para órgãos regulamentadores e 
fiscalizadores. 
 
 
A contabilidade nasce, portanto, como um método de inventário, uma forma 
de registro das posses. Com a evolução da economia passa a registrar Ativos e 
Passivos, bens e direitos em moeda corrente. Assim, torna-se um método de 
registro e controle do Patrimônio de uma entidade física ou jurídica. 
 
 
4 Teoria da Contabilidade 
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1.6. Objetivos da Contabilidade 
A Contabilidade ajuda a empresa a alcançar uma vasta gama de objetivos. Aqui está 
a lista de objetivos que a contabilidade ajuda a empresa a obter. 
 
1.6.1. Registro permanente (Histórico) 
Qualquer empresa de negócios precisa de um registro permanente histórico das 
suas transações financeiras. Esses registros podem ser necessários para fins internos 
(Decisões de Investimento, Planejamento e Estratégia), externos (Prestação de Contas aos 
sócios/acionistas, Órgãos Fiscalizadores do mercado financeiro ou evidenciação de 
informações financeiras à Instituições Financeiras, Credores ou Fornecedores) ou, para fins 
de tributação (Fiscalização dos governos). 
 
A Contabilidade serve, portanto, a essa função. Sempre que há uma movimentação 
de qualquer recurso com valor monetário dentro da empresa ou fora dela, um registro é 
feito. Este registro permanente é mantido por anos e pode ser recuperado como e quando 
necessário. 
 
1.6.2. Medição do Resultado (Aferição ou Apuração) 
Uma empresa pode realizar inúmeras transações todos os dias, em algumas dessas 
transações ela vai ter gastos e em outras ganhos, a diferença entre essas transações (O 
saldo) poderá resultar em lucro ou prejuízo, portanto, o efeito de todas essas transações 
precisa ser agregado e calculado ao longo de um período de tempo, para se saber com 
exatidão se as atividades da empresa, ao término de um determinado período resultaram 
em aumento ou redução de seu patrimônio (Lucro ou Prejuízo), pois, afinal de contas, o 
objetivo primordial de todo tipo de empreendimento capitalista é lucrar, ou seja, aumentar 
seu patrimônio. 
 
Devem haver relatórios diários, semanais e mensais que forneçam informações para 
a organização sobre o desempenho de suas atividades. A Contabilidade serve a este 
propósito, registrando dados financeiros e organizando-os em demonstrações financeiras 
periódicas que ajudam a empresa a ajustar suas operações em conformidade. 
 
 
 
5 Teoria da Contabilidade 
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1.6.3. Credibilidade (Prestação de Contas) 
As empresas precisam de recursoscapital social passa ser 
considerada Economia Mista, devendo ser, obrigatoriamente, uma 
Sociedade Anônima (na qual o poder público deve reter a maioria das 
ações com direito a voto), e logo, obedecer ambas as regras contábeis 
(Contabilidade Societária e Pública), pode ter caráter fechado ou aberto. 
 
4.2. Teoria Descritiva (Positiva) e prescritiva (Normativa) 
A contabilidade é a linguagem das finanças, dando aos gerentes e investidores um 
sistema padronizado para apresentar as finanças de uma empresa de maneira 
transparente, consistente e informativa. Todas as diferentes regras contábeis não são 
arbitrárias ou ocorrem naturalmente. 
 
 
14 Mas estão su je i tas a p re ju ízos, que , poster iormente, podem vi r a jus t i f icar sua ext inç ão 
ou reformulação. 
15 Recentemente reg ida pela Le i Federa l 13 .303/16 
 
 
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Os sistemas contábeis de hoje são o resultado de aplicações cuidadosamente 
construídas de teorias que buscam encontrar os melhores e mais economicamente precisos 
métodos para representar o desempenho de uma empresa. As mais utilizadas teorias são 
a contabilidade positiva e a contabilidade normativa. 
 
4.3. Contabilidade positiva ou Descritiva 
Na teoria contábil positiva, os acadêmicos vêem uma empresa como o total dos 
contratos que firmaram. A teoria postula que, porque as empresas são fundamentalmente 
sobre os contratos que ditam seus negócios, um fator central do sucesso da empresa é a 
eficiência. Isso significa minimizar os custos de seus contratos para liberar o máximo de 
valor deles. 
 
A partir dessa base, a contabilidade positiva examina as ocorrências da vida real e 
procura compreender e, então, prever como as empresas reais tratam do tratamento 
contábil dessas transações. 
 
Em outras palavras, a teoria contábil positiva examina as transações e eventos reais 
do mundo real, examina como as empresas estão contabilizando esses eventos e busca 
compreender as consequências econômicas dessas decisões contábeis. Com esse 
conhecimento, a teoria tenta prever como as empresas serão responsáveis por transações 
e eventos no futuro. 
 
A teoria contábil positiva e as práticas contábeis derivadas dela são objetivas e 
baseadas em fatos. A contabilidade positiva foca a análise das estatísticas econômicas e 
dos dados disponíveis, e extrai conclusões com base nesses números. Por exemplo, se o 
crescimento corporativo permitir que uma empresa aumente os dividendos dos acionistas 
em relação a pagamentos de dividendos anteriores, a teoria contábil positiva concluiria que 
o crescimento corporativo causará um aumento nos dividendos dos acionistas. A maior 
parte da contabilidade e coleta de dados envolvida na contabilidade está relacionada à 
teoria econômica positiva, é dessa linha teórica que nascem os princípios e doutrinas 
contábeis mais básicas, como, por exemplo, o registro do valor com base no custo. 
 
4.4. Contabilidade Normativa ou Prescritiva 
A contabilidade normativa, por outro lado, adota uma abordagem fundamentalmente 
diferente. Em vez de olhar para o que já está acontecendo nas empresas hoje, a teoria 
 
 
38 Teoria da Contabilidade 
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contábil normativa diz aos formuladores de políticas contábeis o que deve ser feito com 
base em um princípio teórico. 
 
Logicamente, normativo é mais um processo dedutivo do que a teoria contábil 
positiva. A normativa começa com a teoria e deduz-se a políticas específicas, enquanto a 
positiva começa com políticas específicas e se generaliza aos princípios de nível superior. 
 
Por exemplo, muitos títulos financeiros obscuros detidos por bancos antes da crise 
financeira foram contabilizados de maneira similar a imóveis e outros ativos comuns, por 
conta do princípio do custo como base de valor. Consequentemente, esses ativos não 
foram reavaliados e contabilizados pelos valores atuais de mercado. No entanto, isso 
mudou após a crise financeira de 2007, quando o mercado para esses ativos secou, e as 
políticas contábeis foram alteradas para exigir que esses ativos fossem "marcados a 
mercado" - ou seja, reavaliados - em cada demonstração financeira. Isso criou novos 
ganhos e perdas não realizados para os bancos, que provaram ser um dos principais 
impulsionadores de lucros e perdas. 
 
Esta foi uma grande mudança na política contábil, impulsionada por um princípio, 
não pelo tratamento contábil vigente nos bancos que possuem esses ativos. E demonstrou 
a grande fraqueza da lógica positivista, o conceito de custo como base de valor, uma vez 
que essa doutrina não leva em conta situações adversas ou excepcionais como Doações 
ou Aquisições com valor distorcido da realidade, situações em que o Custo como base de 
valor é ineficiente. 
 
Assim, a teoria normativa é subjetiva e tem como objetivo descrever qual deve ser o 
futuro econômico de uma empresa ou investidor. Como resultado, a prática contábil 
normativa é uma forma de julgamento de valor que pode introduzir a moralidade subjetiva 
na contabilidade. Por exemplo, se uma empresa que aumentasse os pagamentos de 
dividendos pudesse usar alguns desses fundos para melhorar as medidas de 
sustentabilidade corporativa, uma declaração contábil normativa indicaria quanto dinheiro 
deveria ser investido nessas medidas para sustentar o crescimento corporativo. A 
contabilidade normativa também lida com eventos futuros em vez de dados passados, que 
é o domínio de práticas contábeis positivas. 
 
 
 
39 Teoria da Contabilidade 
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4.5. Vantagens e desvantagens de ambas as teorias 
A desvantagem da teoria contábil positiva é ilustrada no exemplo da contabilidade 
normativa acima. Os bancos estavam contabilizando títulos financeiros de uma forma que 
ocultava mudanças materiais em seu valor que eram pertinentes à operação do banco. 
Essa mudança de valor era pertinente às finanças das empresas e as práticas do dia-a-dia 
não apresentavam mais uma representação precisa da posição financeira da empresa. 
 
O desafio para os seguidores normativos, por outro lado, é estabelecer qual princípio 
de contabilidade deve ser aplicado a cada situação. Quando um contrato é assinado, os 
rendimentos e custos desse contrato devem ser reconhecidos imediatamente, 
incrementalmente ao longo do tempo, ou como uma quantia total no futuro? 
 
Dependendo do contrato, da empresa e dos bens ou serviços fornecidos, a resposta 
poderia ser qualquer um dos três, ou qualquer número de combinações de cada um. 
 
Desta forma, as duas teorias se complementam, cada uma preenchendo as 
fraquezas do outro. A contabilidade positiva é muito prática e baseada no que realmente 
está acontecendo. A normativa é mais teórica, garantindo que, à medida que as práticas do 
dia-a-dia evoluem, elas não divergem de conceitos econômicos apropriados. 
 
O resultado é o sistema contábil que temos hoje, tanto prático quanto baseado em 
princípios. 
 
 
 Lei 6.404/1976 
 Lei 11.638/2007 
 Lei 11.941/2009 
 www.cfc.org.br 
 
 
 
 
Lei das Sociedade por Ações (Lei das S/A) – Lei nº 6404/76 
Alterações na Lei das S/A – Lei nº 11638/07 
Alterações na Lei das S/A – Lei nº 11941/09 
CHAGAS, G. Contabilidade geral simplificado: demonstrações financeiras após 
alterações nas leis das S/A. São Paulo: Saraiva, 2013. 
Padoveze, C.L. Contabilidade Geral Simplificada. São Paulo: Forense 
 
 
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5. QUALITATIVO E QUANTITATIVO 
 
Objetivo 
Ampliar os conceitos abordados até agora mediante a discussão do caráter 
Qualitativo e Quantitativo que a informação contábil carrega. 
 
5.1. Quantitativo X Qualitativo nas Demonstrações Contábeis 
Se você quiser obter uma imagem mais completa de como os gastos estão afetando 
os lucrosanalisar os relatórios financeiros contábeis deve ir além de olhar para números 
linha a linha. 
 
Apenas analisar se uma despesa tem relação direta com geração de receita não 
significa que não seja um gasto necessário. Da mesma forma, só porque determinados 
gastos, convencionalmente, aumentam as vendas, não significa que proporcionem o melhor 
retorno sobre o investimento. 
 
Os proprietários de empresas devem usar as informações contábeis para conduzir 
uma análise financeira das operações de suas empresas. A informação contábil geralmente 
possui características quantitativas e qualitativas. As características quantitativas referem-
se ao cálculo de transações financeiras. As características qualitativas incluem a 
importância percebida pelo proprietário do negócio da informação financeira. Os 
proprietários de empresas geralmente exigem informações financeiras quando tomam 
decisões de negócios. Informações incorretas ou inadequadas podem dificultar a tomada 
de decisões ou fazer com que os proprietários de empresas façam avaliações incorretas 
sobre suas empresas. 
 
É mediante essa análise dos impactos das atividades da empresa e, usando os 
aspectos quantitativos e qualitativos dos dados financeiros, que vão ajudar na tomada de 
melhores decisões de gerenciamento. Segundo as normas publicadas pelo CFC (2018): 
 
Por aspecto qualitativo do patrimônio entende-se a natureza dos elementos que o 
compõem como dinheiro, valores a receber ou a pagar expressos em moeda, 
máquinas, estoques de materiais ou de mercadorias, etc. A delimitação qualitativa 
desce, em verdade, até o grau de particularização que permita a perfeita 
compreensão do componente patrimonial. 
 
 
41 Teoria da Contabilidade 
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Assim, quando falamos em “máquinas”, ainda estamos a empregar um substantivo 
coletivo, cuja expressão poderá ser de muita utilidade, em determinadas análises. 
Mas a Contabilidade, quando aplicada a um patrimônio particular, não se limitará às 
“máquinas” como categoria, mas, dependendo das necessidades de controle 
poderá descer a cada máquina em particular e, mais ainda, aos seus pormenores 
de forma que sua caracterização evite a confusão com quaisquer outras máquinas, 
mesmo de tipo idêntico. 
 
 
 
Dados financeiros qualitativos ajudam a determinar o impacto intangível de 
diferentes transações em seus negócios. Por exemplo, você pode gastar 
dinheiro em uma atividade de atendimento ao cliente que não aumenta suas 
vendas, mas mantém seus clientes satisfeitos o suficiente para que você não 
perca vendas. Patrocinar uma liga de esportes para jovens pode não aumentar 
a receita, mas pode melhorar sua marca e boa vontade, o que pode fortalecer 
seu balanço. O goodwill é um ativo que aumenta o valor de venda do seu 
negócio. Talvez você nunca consiga calcular um retorno exato do seu gasto com 
programas de bem-estar e moral dos recursos humanos, mas as projeções 
qualitativas podem ajudá-lo a determinar se os aumentos na produtividade, 
eficiência, retenção de funcionários e moral valem esse gasto. 
 
 
O CFC (2018) define que: 
 
O atributo quantitativo refere-se à expressão dos componentes patrimoniais em 
valores, o que demanda que a Contabilidade assuma posição sobre o que seja 
“Valor”, porquanto os conceitos sobre a matéria são extremamente variados. 
 
 
 
 Os dados financeiros quantitativos incluem números que você pode medir, 
como receita, despesas, margens de lucro e impostos. Você pode dividir esses 
números para quantificar ainda mais as áreas do seu desempenho financeiro. 
Por exemplo, você pode dividir suas despesas em custos de produção e custos 
indiretos para ver quanto custa produzir seu produto e administrar sua empresa. 
Conhecer suas margens de lucro pode ajudá-lo a projetar quais serão seus lucros 
brutos se aumentar ou diminuir seus preços e aumentar ou diminuir seus 
volumes de vendas. Quando você pode atribuir um aumento de receita em 
dólares a uma despesa específica, pode calcular o retorno desse investimento. 
 
 
 
 
42 Teoria da Contabilidade 
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Diante dessas definições dadas pelo CFC, o CPC define em suas normas as 
características qualitativas esperadas das informações contábeis, notem que algumas se 
assemelham – não por coincidência – com alguns dos princípios e doutrinas da 
contabilidade (CPC, 2018). 
 
 Compreensibilidade: A informação apresentada em demonstrações contábeis 
deve ser apresentada de modo a torná-la compreensível por usuários que têm 
conhecimento razoável de negócios e de atividades econômicas e de 
contabilidade, e a disposição de estudar a informação com razoável diligência. 
Entretanto, a necessidade por compreensibilidade não permite que informações 
relevantes sejam omitidas com a justificativa que possam ser de entendimento 
difícil demais para alguns usuários. 
 
Em outras palavras: as Informações contábeis devem ser de fácil compreensão para seus usuários. Esta é 
uma característica qualitativa importante para os pequenos empresários. Muitos proprietários de pequenas 
empresas não possuem um sólido histórico contábil. Informações financeiras que são muito técnicas ou não 
podem ser entendidas por um leigo podem ser ineficazes para os proprietários de empresas. Proprietários de 
pequenas empresas costumam usar contadores profissionais para completar várias funções de contabilidade. 
Os proprietários de empresas devem escolher um contador que possa preparar informações de maneira 
facilmente compreensível. 
 
 Relevância: A informação fornecida em demonstrações contábeis deve ser 
relevante para as necessidades de decisão dos usuários. A informação tem a 
qualidade da relevância quando é capaz de influenciar as decisões econômicas 
de usuários, ajudando-os a avaliar acontecimentos passados, presentes e futuros 
ou confirmando, ou corrigindo, suas avaliações passadas. 
 
Em outras palavras: Os proprietários de empresas precisam de informações contábeis que sejam aplicáveis 
à decisão comercial em questão. Eles podem solicitar demonstrativos financeiros, cronogramas contábeis, 
reconciliações ou análises de custo-benefício. Por exemplo, os relatórios de alocação de custos podem não 
fornecer informações suficientes para os proprietários de empresas que devem tomar uma decisão sobre a 
contratação de funcionários. A alocação de custos geralmente se refere à aplicação de custos de negócios a 
bens ou serviços produzidos pela empresa, que tem muito pouco a ver com recursos humanos. Os 
proprietários de empresas devem solicitar e revisar cuidadosamente as informações contábeis para garantir 
que forneçam as informações mais úteis para o processo de tomada de decisão. 
 
 
 
43 Teoria da Contabilidade 
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 Materialidade: A informação é material – e, portanto, tem relevância – se sua 
omissão ou erro puder influenciar as decisões econômicas de usuários, tomadas 
com base nas demonstrações contábeis. A materialidade depende do tamanho 
do item ou imprecisão julgada nas circunstâncias de sua omissão ou erro. 
Entretanto, é inapropriado fazer, ou deixar sem corrigir, desvios insignificantes das 
práticas contábeis para se atingir determinada apresentação da posição 
patrimonial e financeira (balanço patrimonial) da entidade, seu desempenho 
(resultado e resultado abrangente) ou fluxos de caixa. 
 
 Confiabilidade: A informação fornecida nas demonstrações contábeis deve ser 
confiável. A informação é confiável quando está livre de desvio substancial e viés, 
e representa adequadamente aquilo que tem a pretensão de representar ou seria 
razoável de se esperar que representasse. Demonstrações contábeis não estão 
livres de viés (ou seja, não são neutras) se, por meio da seleção ou apresentação 
da informação, elas são destinadas a influenciar uma decisão ou julgamentopelo departamento de contabilidade interna de uma 
empresa e revisado por uma empresa de contabilidade pública. Pequenas empresas 
geralmente têm significativamente menos informações financeiras registradas durante o 
processo de contabilidade. No entanto, os proprietários de empresas geralmente revisam 
essas informações financeiras para determinar o desempenho de seus negócios. As 
informações contábeis também podem fornecer informações sobre o crescimento ou a 
expansão das operações comerciais atuais. 
 
5.2.1. Gerenciamento de desempenho 
Um uso comum de informações contábeis é medir o desempenho de várias 
operações de negócios. Embora as demonstrações contábeis sejam a ferramenta clássica 
de informações contábeis usada para avaliar as operações de negócios, os proprietários 
de negócios podem conduzir uma análise mais detalhada dessas informações ao revisar 
as operações de negócios. Os índices financeiros usam as informações contábeis 
divulgadas nas demonstrações financeiras e os dividem em indicadores antecedentes. 
Esses indicadores podem ser comparados a outras empresas no ambiente de negócios ou 
a um padrão do setor. Isso ajuda os proprietários de empresas a entenderem o 
desempenho de suas empresas em comparação com outros negócios estabelecidos. 
 
 
 
47 Teoria da Contabilidade 
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5.2.2. Criar orçamentos 
Os proprietários de empresas costumam usar informações contábeis para criar 
orçamentos para suas empresas. As informações históricas de contabilidade financeira 
fornecem aos proprietários de empresas uma análise detalhada de como suas empresas 
gastaram dinheiro em determinadas funções de negócios. Os proprietários de empresas 
geralmente usam essas informações contábeis e desenvolvem orçamentos futuros para 
garantir que tenham um roteiro financeiro para seus negócios. Esses orçamentos também 
podem ser ajustados com base nas informações contábeis atuais para garantir que o 
proprietário de uma empresa não restrinja os gastos em recursos econômicos críticos. 
 
5.2.3. Decisões Empresariais 
Informações contábeis são comumente usadas para tomar decisões de negócios. As 
decisões podem incluir a expansão das operações atuais, o uso de diferentes recursos 
econômicos, a compra de novos equipamentos ou instalações, a estimativa de vendas 
futuras ou a revisão de novas oportunidades de negócios. As informações contábeis 
geralmente fornecem aos proprietários de empresas informações sobre o custo de vários 
recursos ou operações de negócios. Esses custos podem ser comparados ao rendimento 
potencial de novas oportunidades durante o processo de análise financeira. Esse processo 
ajuda os proprietários de negócios a entender como as operações comerciais atuais serão 
afetadas ao expandir ou expandir seus negócios. Oportunidades com baixo potencial de 
renda e altos custos são frequentemente rejeitadas pelos empresários. 
 
5.2.4. Decisões de Investimento 
As partes interessadas externas às empresas geralmente usam informações 
contábeis para tomar decisões de investimento. Bancos, credores, capitalistas de risco ou 
investidores privados frequentemente revisam as informações contábeis de uma empresa 
para revisar sua saúde financeira e rentabilidade operacional. Isso fornece informações 
sobre se uma pequena empresa é ou não uma decisão sábia de investimento. Muitas 
pequenas empresas precisam de financiamento externo para iniciar ou crescer. A 
incapacidade de fornecer informações contábeis a credores externos ou investidores pode 
limitar severamente as oportunidades de financiamento para uma pequena empresa. 
 
Embora as decisões de negócios devam ser orientadas por dados e geralmente 
envolvam a consideração de informações financeiras quantitativas, isso não significa que 
as informações qualitativas também não sejam importantes. O objetivo da contabilidade 
 
 
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gerencial é fornecer informações relevantes para a tomada de decisões. Ao entender os 
fatores qualitativos que devem ser examinados ao tomar decisões contábeis gerenciais, 
você pode garantir que sua pequena empresa esteja considerando todas as ramificações 
das decisões de negócios. 
 
5.2.5. Reputação Externa 
Os proprietários de pequenas empresas devem estar cientes de como as decisões 
baseadas em contabilidade gerencial afetam a reputação externa da empresa. Muitas 
vezes, a análise quantitativa sugere uma escolha clara entre duas alternativas de decisão. 
No entanto, esse tipo de análise nem sempre leva em conta todos os fatores. Por exemplo, 
uma empresa de manufatura pode considerar a terceirização da montagem de peças 
eletrônicas no exterior. Ao examinar as declarações de renda projetadas que descrevem 
os efeitos quantitativos da mudança mostra aumento da lucratividade, a análise é incapaz 
de levar em consideração a repercussão do consumidor relacionada à mudança de 
empregos para fora de seu país. 
 
5.2.6. Relações de trabalho 
Quase qualquer análise quantitativa demonstrará que gastar menos dinheiro com 
funcionários aumenta os lucros. No entanto, isso pode ser míope. A análise quantitativa 
geralmente não leva em consideração a importância de relações saudáveis com sua força 
de trabalho. Por exemplo, uma empresa pode decidir que, para economizar nos custos, 
interromperá um bônus anual de férias oferecido nos últimos 20 anos. Embora não haja 
dúvidas de que isso reduzirá os custos, pode ser percebido pelos funcionários como 
antagônico ou sem coração. Proprietários de pequenas empresas podem considerar outras 
maneiras de cortar custos. Nesse caso, talvez seja melhor reduzir os aumentos salariais 
anuais em uma fração de um por cento ou reduzir o bônus em vez de eliminá-lo. 
 
5.2.7. Efeitos do Credor 
Embora a maioria dos dados contábeis gerenciais não seja divulgada ao público, 
informações qualitativas sobre as operações de uma empresa podem ser inadvertidamente 
reveladas aos credores. Isso inclui a abertura e fechamento de fábricas e lojas de varejo, 
informações de rotatividade da administração e rumores sobre novos produtos. Em muitos 
casos, é difícil prever o efeito que a informação qualitativa tem na percepção do credor 
sobre a empresa. A melhor aposta de um dono pode ser reconhecer que algum efeito 
 
 
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ocorrerá e será aberto com terceiros se informações qualitativas prejudiciais forem 
reveladas. 
 
5.2.8. Qualidade 
Na maioria dos casos, a informação quantitativa deixa de fornecer informações sobre 
a qualidade. As empresas, que buscam reduzir custos de maneira inteligente, devem ser 
cautelosas para evitar sacrificar o benefício de longo prazo de estarem associadas a 
produtos e serviços de qualidade para o benefício quantitativo de curto prazo de cortar 
custos. Por exemplo, um fabricante de roupas pode fornecer jeans mais finos e de menor 
custo para uso na fabricação de jeans. Mesmo que a empresa seja capaz de repassar parte 
dessa economia para os consumidores, a associação com produtos de menor qualidade 
pode ser prejudicial para a empresa 
 
 
 
Criando o balanço certo 
Use suas demonstrações financeiras para fornecer uma combinação de dados 
qualitativos e quantitativos para ajudá-lo a tomar as melhores decisões para 
sua empresa. As demonstrações financeiras quantitativas permitem que você 
comece com os resultados finais de seus esforços de gerenciamento, como 
despesas, receitas e o percentual e retornos brutos de seu investimento. Os 
dados financeiros qualitativos ajudarão você a determinar se as atividades nas 
quais está gastando dinheiro valem os custos de oportunidade em que 
incorrem. Por exemplo, os varejistas costumam usar os líderes de perdas, que 
são produtos ou serviços que vendem com pouca perda para conseguir clientes 
na porta.Esses clientes são visitantes iniciantes que se transformam em 
compradores de longo prazo ou clientes regulares que compram itens 
adicionais quando estão na loja. Um demonstrativo financeiro quantitativo 
mostrará que você perdeu dinheiro vendendo esses itens de perda. 
 
 
 
 
 Lei 6.404/1976 
 Lei 11.638/2007 
 Lei 11.941/2009 
 www.cfc.org.br 
 www.cpc.org.br 
 
 
 
 
50 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
Lei das Sociedade por Ações (Lei das S/A) – Lei nº 6404/76 
Alterações na Lei das S/A – Lei nº 11638/07 
Alterações na Lei das S/A – Lei nº 11941/09 
CHAGAS, G. Contabilidade geral simplificado: demonstrações financeiras após 
alterações nas leis das S/A. São Paulo: Saraiva, 2013. 
Padoveze, C.L. Contabilidade Geral Simplificada. São Paulo: Forense, 2017. 
Conselho Federal de Contabilidade. Princípios Fundamentais e Normas 
Brasileiras de Contabilidade. 3ª ed. Brasília: CFC, 2008. 
Conselho Federal de Contabilidade. Resolução 1282. 3ª ed. Brasília: CFC, 2010. 
 
 
 
 
51 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
6. ESCOLAS DO PENSAMENTO CONTABILÍSTICO 
 
Objetivo 
Aprofundar o debate acerca da evolução do pensamento contábil e destacar suas 
principais escolas teóricas, que servem de base para o arcabouço teórico que hoje 
prevalece nos princípios, doutrinas e normativas. 
 
6.1. As escolas de pensamento contabilístico: resumo 
A base teórica da contabilidade moderna, como já vimos na primeira aula, nasce em 
Veneza na Itália no final do século XV com o Frei Luca Pacioli. Porém, o período em que 
definiu a atual teoria contábil se dá a partir dos anos 1920, principalmente, após a crise 
financeira nos EUA em 1929, mas essas bases teóricas tem uma origem mais antiga. 
 
Em resumo, a teoria contábil moderna nasce de 4 linhas teóricas europeias que, 
posteriormente, são consolidadas nos EUA. Em suma elas são: 
 Teoria Personalista: desenvolvida na Itália e, paralelamente, na França e 
Alemanha, estabelece que as contas representam responsabilidades de pessoas 
dentro da entidade e que, estas pessoas devem prestação de contas aos seus 
administradores. Origem dos conceitos de débito e crédito. Existem diversas 
variantes que serão expostas no próximo tópico. 
 Teoria Neocontista: Introduz a ideia de que as contas devem refletir a riqueza da 
empresa, sendo a base teórica da contabilidade moderna. Surge no início do 
século XX, como uma oposição ao pensamento personalista, focando a 
contabilidade em avaliação da riqueza patrimonial da entidade, retomando o 
debate sobre as contas do Ativo, Passivo e as Diferenciais (Contas de resultado). 
Ela evolui da teoria positivista ou materialista, que será abordada no tópico 
seguinte. 
 Controlismo: Uma linha teórica decorrente da neocontista, que traz à tona o 
conceito de contabilidade gerencial e a necessidade de planejamento 
orçamentário. Discute que a contabilidade é uma ciência do controle econômico 
sendo responsável por controlar antecipadamente, concomitantemente e 
subsequentemente. 
 Teoria Patrimonialista: É a teoria atualmente utilizada no Brasil, define que o 
objeto de estudo da contabilidade é o Patrimônio da entidade, seu dever é apurar 
 
 
52 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
esse patrimônio e o resultado de suas operações, que por sua vez, geram reflexos 
no patrimônio. 
o Essa teoria classifica as contas da seguinte maneira: 
 Contas Patrimoniais: Ativo (Bens e direitos), Passivo (Obrigações com 
terceiros) e Patrimônio Líquido (Obrigações com Proprietários); 
 Contas de Resultado: contas nas quais figuram as Receitas (Ganhos) e 
Despesas (Perdas). 
 
6.2. As escolas de pensamento contabilístico: evolução histórica 
Paralelamente à escola italiana outras teorias surgem, mas não muito semelhantes, 
quatro categorias de teorias de contas foram desenvolvidas na França e Alemanha: as 
teorias da personificação, jurídica, materialista e econômica das contas. As origens dessas 
escolas de pensamento contábeis europeias remontam ao início do século XVI e, como têm 
longa expectativa de vida, apresentam dentro de si uma grande variedade de visões. Como 
resultado, dois conceitos que até hoje estão presentes na contabilidade moderna surgiram: 
1. Contra-contas (precursor Método das partidas dobradas) 
2. Contas analíticas e sintéticas (base de construção de qualquer demonstrativo 
financeiro: Conta Saldo composta por subcontas) 
 
6.2.1. A Personificação de Contas 
Já na segunda metade do século XVI, aparecem os primeiros sinais da 
personificação das contas. A teoria da personificação baseia-se no conceito de débito e 
crédito por pessoas fictícias. Na metodologia personalista, enfatiza-se que uma conta 
representa relações pessoais, reivindicações e dívidas de pessoas reais ou fictícias. A 
personificação de uma conta foi a primeira tentativa de definir e analisar o conteúdo e o 
papel das contas na vida econômica. Ela tenta explicar os conceitos de saldo devedor e 
credor das contas contábeis, por meio da ideia de que o responsável pela conta Clientes 
deve à entidade, enquanto, o responsável pela conta Empréstimos é credor junta a 
entidade. 
 
É por isso que essa teoria foi nomeada de "a teoria clássica". Foi usada no ensino 
de contabilidade por um longo tempo por causa de sua simplicidade. 
 
A personificação facilitou o ensino da contabilidade na França durante os séculos 
XVIII e XIX. Na Itália, Marchi reviveu a personificação em 1830. Esse dispositivo 
 
 
53 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
pedagógico fez com que os livros sobre contabilidade, com base científica, se tornassem 
muito populares entre os contadores da época. 
 
6.2.2. Personificação em um conjunto de contas 
A exposição em um conjunto de contas pressupunha que uma empresa era uma 
“pessoa” – precursor da teoria da Entidade – e o gerenciamento de cada ativo e cada 
passivo atribuído a um gerente em particular. 
 
Havia apenas um conjunto de contas - as contas da empresa. A conta de cada 
gerente foi debitada com o que ele recebeu para (da) empresa e foi creditado com o que 
ele deu (para) isso. Assim, os gerentes recebiam os ativos da empresa pela qual eram 
debitados e davam à empresa o capital que recebiam do proprietário-empreendedor e os 
empréstimos que eram fornecidos pelos credores-credores, pelos quais eram creditados. 
Por outro lado, os gerentes eram creditados com qualquer ativo que fosse entregue e 
debitado com o que quer que fosse devolvido ao dono do capital e aos credores-credores. 
 
Havia apenas uma regra de postagem - debito aquele que recebe e credita a ele 
quem dá. O proprietário-empresário era um credor do negócio pelo seu capital integralizado 
e o lucro, por um lado, e um devedor pelas perdas, por outro. 
 
6.2.3. Personificação em dois conjuntos de contas 
Nesta versão, as contas incluíam as contas do empreendedor (contas de capital e 
de ganhos e perdas) e as contas do gestor ou da empresa, e contabilizam as existências 
de bens e numerário. 
 
No primeiro conjunto, os lucros, por serem aumentos de capital, foram creditados ao 
empreendedor e as perdas debitadas. 
 
6.2.4. Personificação em três conjuntos de contas 
Os três conjuntos foram: 
1. Contas do Capitalista (Comptes du Capitaliste); 
2. Contas do Gestor ou dos Valores (Comptes du Gérantou des Valeurs); 
3. Contas de Terceiros (Compostos de Negócios ou Correspondentes). 
 
 
 
54 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
O primeiro incluía as contas de capital e de lucros e perdas, o segundo as contas 
das coisas e o terceiro, as contas de devedores, credores, agentes, etc. (contas pessoais). 
 
6.2.5. Personificação em quatro conjuntos de contas 
Este foi inicialmente desenvolvido pelo italiano FrancescoMarchi em 1867 em um 
confronto crítico com a teoria dos cinco conjuntos de relatos do francês Degrange. Marchi 
distinguiu quatro contas principais: 
1. Conta do Titular; 
2. Conta do Agente; 
3. Conta do Co-Responsável; 
4. Conta do Gestor. 
 
A esta metodologia também pertencia a logismografia de Giuseppe Cerboni. Seu 
objetivo era encontrar um método que facilitasse os controles contábeis mais precisos e 
rápidos na administração do Tesouro italiano, a fim de permitir orçamentar, bem como 
receitas e despesas reais a serem registrados em livros de contabilidade. 
 
De acordo com essa metodologia, qualquer ação administrativa cria relações de 
débito e crédito entre pessoas físicas ou jurídicas, como portadoras de direitos e 
obrigações, sejam elas próprias ou seus agentes que tenham interesse ou atuem em nome 
da empresa (pensamento presente até hoje na contabilidade, é a regra de equilíbrio do 
balanço patrimonial, pois toda transação deve gerar um débito e um crédito; um ativo e um 
passivo). 
 
Assim, a logistografia é simultaneamente uma abordagem legalista-administrativa, 
considerando a entidade econômica “um agente” do ponto de vista das relações jurídicas 
que surgem das ações dos gestores no que diz respeito à sua administração e terceiros 
(pessoas). 
 
Essas pessoas foram classificadas em quatro categorias: 
1. Proprietários: quem eram as pessoas, ou o conjunto de pessoas, a quem 
pertencia toda e última responsabilidade pelos resultados. 
2. Administradores: que foram os que receberam as instruções do proprietário 
para executar os deveres administrativos. 
 
 
55 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
3. Gerentes ou curadores: que eram aqueles a quem o proprietário havia confiado 
a custódia e administração de valores tangíveis da empresa (por exemplo, 
caixa, armazenista, etc.)16. 
4. Agentes: eram todas pessoas que eram devedores ou credores da empresa. 
 
A logismografia de tinha os seguintes três conjuntos de contas: 
1. Conta do Proprietário, todas as contas que aumentam ou diminuem o 
patrimônio (capital do proprietário) e as contas de despesas (salários, despesas 
gerais, juros, descontos, impostos, etc.); 
2. Conta dos Agentes; 
3. Conta dos Correspondentes. 
 
A primeira conta representava o capital, a segunda e a terceira representavam, 
juntas, a ação econômica do capital. A conta “agentes” incluía a atividade interna, ou seja, 
todos os elementos de propriedade em que o capital havia sido convertido, exceto os fixos 
e atuais. A ideia de apoio aqui era que cada elemento da propriedade era um "agente" da 
ação econômica do capital. A conta “correspondentes” representava a ação externa, ou 
seja, as relações de uma empresa com terceiros e essa série de contas mostrava os 
clientes e fornecedores de uma empresa considerados seus “correspondentes”. 
 
6.2.6. Personificação em cinco conjuntos de contas 
Os conjuntos aqui eram os cinco meios de troca utilizados como objetos de comércio, 
entre os quais se incluíam indevidamente lucros e perdas: 
1. Bens 
2. Dinheiro em espécie 
3. Contas a receber 
4. Contas a pagar 
5. Lucros e perdas (Cinquecontiste School of Accounting). 
 
 
16 Quando não havia um gerente para cer tas categor ias de bens, ou quando o p rópr io 
propr ie tár io ou admin is t rador executava as funções de admin is t rador -gerente, então o gerente 
a inda era cons iderado como exis t indo em termos contábeis e, por tanto, dever ia ter a conta 
apropr iada. 
 
 
56 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
A regra para debitar e creditar era: 
 A pessoa que recebe é debitada e a pessoa que dá é creditada. 
 
Quanto aos lucros e prejuízos, o principal expoente dessa teoria, o acadêmico 
Edmond Degrange (père) argumentou que as perdas oneram o comerciante, que foi 
considerado como recebedor, e, portanto, foi debitado e os lucros foram do comerciante, 
que foi considerado como dando-lhes e, portanto, foi creditado. 
 
6.2.7. Desdobramentos da Teoria Personalista 
No final do século XIX, outras duas teorias de contabilidade apareceram 
gradualmente nos livros didáticos americanos e nos tratados sobre contabilidade – as 
teorias Proprietária e da Entidade17. 
 
De acordo com a teoria proprietária das contas, o capital de uma empresa é 
representado pelos ativos que esta possui como contrapartida as dívidas que ela possui 
para com terceiros, sendo assim, a Renda representa a mudança líquida dos ativos, 
aumentando sua capacidade de pagamento destas dívidas. De acordo com a teoria das 
contas da entidade, por outro lado, o capital da empresa é definido por suas dívidas e capital 
próprio abrange dívida e capital próprio, sendo a renda a variação no capital total. Esta por 
sua vez, evoluí para a teoria empresarial das contas, que surgiu após o Grande Crash de 
1929 e tem uma visão mais ampla da empresa, enfatizando os efeitos econômicos das 
operações comerciais sobre todos os seus participantes e, consequentemente, sobre a 
sociedade como um todo. 
 
6.2.8. A visão legal das contas e o Materialismo 
A visão legal das contas era uma elaboração da visão de personificação e formava 
o elo entre as principais visões personalista e materialista-objetivista. As pessoas aqui eram 
sujeitos legais, sujeitos de direitos e obrigações, e como a própria empresa também é uma 
entidade legal, era quase exclusivamente um assunto legal. 
 
É aceito hoje que até mesmo um empreendimento individual é um assunto jurídico 
separado, separado das pessoas físicas e da propriedade da empresa (destinação entre 
 
17 Um terce i ro e mais recente desenvolvimento é a teor ia empresar ia l , defendida por mui tos 
escr i tores modernos. 
 
 
57 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
CPF e CNPJ). As visões legais consideravam a contabilidade como uma formulação 
matemática que refina e desenvolve ainda mais a ciência do direito. Cada evento contábil 
foi visto como uma criação, modificação ou cancelamento de um direito X dever. A criação 
ou o aumento de uma reivindicação sobre os outros causou o débito, a diminuição ou baixa 
do crédito, e vice-versa. Visto que a visão legal das contas levou ao conceito do balanço 
como um agregado de contas, a visão econômica levou ao conceito de contas através de 
uma análise do balanço patrimonial. 
 
A visão legal da contabilidade formou a base da teoria da entidade como ela se 
desenvolveu na Europa. O austríaco Georg Kurzbauer, em seu livro sobre escrituração de 
dupla entrada publicado em 1850, formulou a opinião de que toda empresa era uma 
entidade independente que tinha seus próprios bens e dívidas e reclamações, estas não 
apenas contra terceiros, mas também contra os proprietários. Assim, de acordo com essa 
teoria, o negócio era claramente distinto do proprietário-empreendedor e a contabilidade 
lidava com a propriedade da entidade e não com a propriedade de seu(s) proprietário(s)18. 
 
No final do século XIX ou no início do século XX, tornou-se habitual resumir nos 
manuais todos os pontos de vista teóricos sobre os relatos, na tentativa de reconciliá-los. A 
entidade legal foi enfaticamente distinguida da entidade econômica, mas ambas acabaram 
juntas em uma equação de balanço, como: 
 
Propriedade = ativos - passivos 
e, portanto, 
Propriedade e passivos = ativos 
ou 
Capital + retenção de renda + passivos = ativos 
 
 
Que, em termos da antiga equação contábil, torna-se: 
 
Propriedade fixa (capital) + propriedade temporária (renda retida + passivo a credor) = ativo. 
 
 
18 Notem como a teor ia contábi l é , no fundo, um embate m odos de pensar e t ra tar das 
r iquezas, enquanto a t rad ição la t ina une pat r imonia l pessoal e empresar ia l (personal is ta) , os 
anglo-saxões buscam a separação entre ambos. 
 
 
58 Teoriada Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Este foi o começo da visão “materialista” das contas e da teoria contábil que 
conhecemos hoje. 
 
Durante toda a primeira metade do século XX, as abordagens legais para a formação 
do pensamento e da prática contábil prevaleceram, principalmente porque a contabilidade 
era vista simplesmente como uma (entre muitas outras) funções da lei. Registros contábeis 
e demonstrações financeiras eram exatamente como um sistema de relatórios que refletia 
o ambiente legal da época. 
 
6.2.9. A visão materialista das contas 
O ponto de partida na visão materialista das contas foi a equação do balanço 
patrimonial. Um desenvolvimento paralelo relativamente recente dessa visão foi a chamada 
“teoria da entidade”, que ainda está implícita em muitos livros didáticos anglo-americanos. 
O princípio dessa teoria era que havia dois tipos diferentes de contas - contas de ativos e 
contas de passivos, que estavam sujeitas a leis diferentes de débito e crédito. Na visão 
materialista das contas, uma conta contém e representa aumentos e reduções gerais de 
objetos. 
 
É por isso que isso também é chamado de visão objetiva. A escola de contabilidade 
da teoria materialista-entidade era predominante nos países germânicos. Este grupo de 
visões teóricas foi considerado pelos seus proponentes como uma elaboração e conclusão 
da visão legal das contas, e formou a base das visões econômicas das contas que 
prevalecem hoje. 
 
Essa visão começou com os conceitos básicos de propriedade (ativos) e capital 
(patrimônio e não patrimônio, ou seja, capital total ou passivo total). 
 
A propriedade total de uma empresa é criada pelo crédito que é retirado do 
empreendedor (capital próprio), bem como de terceiros (passivos não patrimoniais). Assim, 
o lado esquerdo de um balanço mostra o capital investido no empreendimento, e o lado 
direito mostra o capital fornecido ao empreendimento, não apenas o capital – exatamente 
a estrutura de hoje, Ativo (aplicação) no lado direito e, Passivo+PL (origens) no lado 
esquerdo. Portanto, Ativo = Passivo. 
 
 
 
59 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
É também nessa teoria que o conceito de débito e crédito é adaptado para o que se 
utiliza hoje, aplicando sistema de dupla entrada e o equilíbrio do débito e crédito, no qual: 
(a) as contas de componentes de capital com entradas positivas; no lado do débito e 
negativo no lado do crédito e (b) nas contas de capital com um débito negativo e um crédito 
positivo. Os aumentos de componentes de capital (contas de ativos) são registrados no 
lado do débito e as diminuições (contas do passivo) no lado do crédito, enquanto os 
aumentos de capital (lucros) são registrados no crédito e as diminuições (perdas e 
despesas) no lado de débito. 
 
No início essa teoria considerava apenas duas contas: Ativo e Passivo, não 
distinguindo o Patrimônio Líquido dentro do passivo, essa distinção, porém, surge com o 
tempo, na chamada teoria materialista de três contas, que apresenta a estrutura atual da 
contabilidade: 
Ativo Total = Passivo + Patrimônio Líquido 
 
6.2.10. Período Normativo e Positivista 
Com o desenvolvimento da economia dos EUA e o crash da bolsa de 1929, a teoria 
contabilidade passou a ser desenvolvida até o modelo que conhecemos hoje nos EUA. 
 
6.2.11. Contabilidade Positiva 
A contabilidade positiva, mais comumente utilizada na coleta de dados e na 
contabilidade, adota uma abordagem objetiva (derivada do materialismo). Usando o 
histórico de transações físicas de uma empresa, analisa e discerne as ramificações desses 
gastos. Ele compara a receita com as despesas para descobrir se e por que uma empresa 
está operando com perda ou ganho líquido. Com base nesse conhecimento, a teoria 
antecipa como um negócio lidará com transações futuras. Por exemplo, se uma 
organização teve um ano financeiro de grande sucesso, no próximo ano terá a estabilidade 
financeira para aumentar os pagamentos de dividendos dos investidores. A partir disso, a 
teoria contábil positiva deduziria que o crescimento corporativo causa um aumento na 
remessa de acionistas. 
 
A contabilidade positiva começa com políticas específicas e gera princípios de nível 
mais elevado com base neles, tornando-a a melhor opção para explicar as transações do 
passado ou a posição econômica atual de uma empresa. No entanto, existem 
desvantagens para essa teoria, sendo a maior delas a suposição de que todo empresário 
 
 
60 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
age apenas por interesse próprio, em vez de buscar a segurança fiscal de sua empresa. 
Outra fraqueza da contabilidade positiva permite que os ativos sejam retratados de maneira 
imprecisa, por conta do conceito de Custo como base de Valor. 
 
Um exemplo do mundo real disso é a crise financeira global de 2007. Anteriormente, 
os bancos possuíam títulos financeiros obscuros, que eram tratados de maneira 
semelhante a imóveis, o que significava que não havia exigência de que os ativos fossem 
“marcados mercado ”ou reavaliado ao nível do mercado. Isso significou que mudanças 
materiais no valor desses ativos ficaram ocultas. À medida que os ativos secaram, o 
desequilíbrio de valores tornou-se aparente e isso se tornou o catalisador que iniciou o 
colapso fiscal. 
 
Como resultado dessa linha teórica diversas doutrinas e o caráter quantitativo da 
informação contábil foram consolidados, a padronização das práticas contábeis, a 
composição de seus relatórios e demonstrativos, e a criação das análises financeira e 
fundamentalista. 
 
6.2.12. Contabilidade Normativa 
A contabilidade normativa, mais comumente encontrada no plano de negócios ou 
marketing de uma empresa, tem uma abordagem subjetiva. Baseado em princípios 
abstratos, ele se esforça para caracterizar como deve ser o futuro financeiro de uma 
empresa. Posteriormente, ao tornar a contabilidade normativa um juízo de valor, ela permite 
o uso da moralidade subjetiva dentro da prática contábil. Por exemplo, se uma corporação 
já aumentou os pagamentos de dividendos dos investidores, e agora procura reinvestir 
fundos na empresa para garantir sua viabilidade futura por meio de medidas de 
sustentabilidade corporativa, então a contabilidade normativa indicaria a emissão de novas 
ações como fonte de financiamento. A contabilidade normativa também vai além para 
indicar quanto dinheiro deve ser retirado desse fundo para ser investido em tais medidas. 
 
A contabilidade normativa começa com uma teoria e deduz políticas específicas, 
tornando-a a melhor opção para prever a sustentabilidade financeira futura de uma empresa 
e aconselhando sobre como planejar eventos futuros. Por outro lado, há desvantagens na 
contabilidade normativa, a questão principal é que ela nos fornece várias opções, qualquer 
uma das quais poderia estar correta. Por exemplo, quando os contratos estão sendo 
 
 
61 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
assinados, os custos devem ser contabilizados no momento da assinatura, em parcelas 
durante um período de meses, ou como um montante fixo em uma data posterior. 
 
Como resultado dessa linha teórica, desenvolveram-se diversos princípios 
fundamentais da contabilidade e o caráter qualitativo da informação contábil. 
 
6.2.13. Contabilidade Moderna 
Enquanto uma empresa pode escolher uma forma de contabilidade sobre outra, é 
mais comum que as empresas em geral usem uma combinação de contabilidade positiva 
e normativa. Olhando para o quadro geral da prática contábil como um todo, especialistas 
financeiros criam novas políticas padronizadas usando a teoria da contabilidade normativa, 
no entanto, essas políticas são baseadas nas justificativas factuais encontradas na 
contabilidade positiva. A natureza objetiva da contabilidade positiva cria abase para as 
empresas empregarem a teoria de contabilidade normativa em seus negócios. 
 
No geral, a contabilidade positiva é uma abordagem prática, baseada no que está 
acontecendo atualmente no negócio. Em comparação, a contabilidade normativa é teórica 
em sua abordagem, permitindo que as práticas do dia-a-dia evoluam, assegurando que 
elas não se afastem muito das teorias econômicas, trazendo conceitos como valor justo e 
reavaliação patrimonial à mesa. 
 
Assim sendo, podemos dizer que práticas contábeis positivas são melhor usadas 
para explicar eventos financeiros passados, bem como as causas da situação financeira 
atual de uma empresa ou indivíduo. Determinar por que uma empresa está operando com 
uma perda líquida requer as práticas contábeis positivas de comparar a receita real com as 
despesas reais ao longo de um ano. Essas práticas contábeis são geralmente usadas para 
elaborar documentos financeiros, como balanços patrimoniais ou demonstrações de fluxo 
de caixa. As práticas contábeis normativas são mais bem utilizadas quando se tenta definir 
uma política econômica futura baseada na teoria. A declaração de missão de uma empresa 
ou as estratégias de mercado incluídas nos planos de negócios podem ser vistas como 
declarações normativas - elas refletem os ideais de negócios que uma empresa deseja 
realizar. 
 
Portanto, o planejamento financeiro adequado requer o uso de práticas contábeis 
positivas e normativas combinadas. Em larga escala, os economistas indicam políticas 
 
 
62 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
financeiras por meio de demonstrações contábeis normativas, mas essas declarações 
normativas devem ser baseadas nas realidades financeiras encontradas por meio de 
práticas contábeis positivas. As práticas baseadas em fatos da contabilidade positiva 
fornecem uma base para as empresas se engajarem na contabilidade normativa e uma 
visão mais idealista de como a empresa pode operar enquanto ainda obtém lucro. 
 
 
 
 
Lei das Sociedade por Ações (Lei das S/A) – Lei nº 6404/76 
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Brasileiras de Contabilidade. 3ª ed. Brasília: CFC, 2008. 
Conselho Federal de Contabilidade. Resolução 1282. 3ª ed. Brasília: CFC, 2010. 
 
 
 
63 Teoria da Contabilidade 
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7. CONHECENDO O PATRIMÔNIO E SUAS CONTAS 
 
Objetivo 
Conceituar o objeto de estudo da contabilidade moderna: o Patrimônio e suas contas 
conforme as normas contábeis expedidas pelo CPC e CFC. 
 
7.1. Patrimônio: Balanço Patrimonial 
Uma das bases da contabilidade moderna e o objeto de seu estudo, é o Patrimônio 
das entidades, isto é: Tudo aquilo que elas possuem e devem. Ou seja, a contabilidade 
registra, organiza e analisa todos os fatos financeiros que venham a alterar o patrimônio da 
entidade, por meio dessas informações ela irá elaborar as demonstrações financeiras que, 
por sua vez, tem o objetivo de apresentar de maneira organizada e clara a situação da 
empresa, entre outras informações relevantes para seus usuários internos e externos. 
 
Portanto, compreender a composição do patrimônio e todos os fatos que podem vir 
a alterá-lo é fundamental, e deve ser feito mediante a leitura das normas expedidas pelo 
CFC e CPC. 
 
 
O objetivo das demonstrações contábeis é oferecer informações sobre a 
posição financeira (balanço patrimonial: ativo, passivo e patrimônio líquido), 
o desempenho (resultado: receitas, despesas e lucro/prejuízo) e fluxos de 
caixa da entidade (entradas e saídas de capital), que é útil para a tomada de 
decisão por vasta gama de usuários que não está em posição de exigir 
relatórios feitos sob medida para atender suas necessidades particulares de 
informação. Demonstrações contábeis também mostram os resultados da 
diligência da administração – a responsabilidade da administração pelos 
recursos confiados a ela (CPC-PME, 2018). 
 
 
O CFC aborda essa questão em suas publicações: 
O objeto delimita o campo de abrangência de uma ciência, tanto nas ciências 
formais quanto nas factuais, das quais fazem parte as ciências sociais. 
 
Na Contabilidade, o objeto é sempre o PATRIMÔNIO de uma Entidade, definido 
como um conjunto de bens, direitos e de obrigações para com terceiros, pertencente 
a uma pessoa física, a um conjunto de pessoas, como ocorre nas sociedades 
informais, ou a uma sociedade ou instituição de qualquer natureza, 
independentemente da sua finalidade, que pode, ou não, incluir o lucro. O essencial 
é que o patrimônio disponha de autonomia em relação aos demais patrimônios 
existentes, o que significa que a Entidade dele pode dispor livremente, claro que 
 
 
64 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
nos limites estabelecidos pela ordem jurídica e, sob certo aspecto, da racionalidade 
econômica e administrativa. 
 
O Patrimônio também é objeto de outras ciências sociais – por exemplo, da 
Economia, da Administração e do Direito – que, entretanto, o estudam sob ângulos 
diversos daquele da Contabilidade, que o estuda nos seus aspectos quantitativos e 
qualitativos. 
 
A Contabilidade busca, primordialmente, apreender, no sentido mais amplo 
possível, e entender as mutações sofridas pelo Patrimônio, tendo em mira, muitas 
vezes, uma visão prospectiva de possíveis variações. As mutações tanto podem 
decorrer da ação do homem, quanto, embora quase sempre secundariamente, dos 
efeitos da natureza sobre o patrimônio. 
 
Ainda segundo o CFC (2018): 
Do Patrimônio deriva o conceito de Patrimônio Líquido, mediante a equação 
considerada como básica na Contabilidade: 
(Bens + Direitos) – (Obrigações) = Patrimônio Líquido 
 
Quando o resultado da equação é negativo, convenciona-se denominá-lo de 
“Passivo a Descoberto”. 
 
O Patrimônio Líquido não é uma dívida da Entidade para com seus sócios ou 
acionistas, pois estes não emprestam recursos para que ela possa ter vida própria, 
mas, sim, os entregam, para que com eles forme o Patrimônio da Entidade. 
 
A equação básica da qual o CFC fala é traduzida pelo Balanço Patrimonial. 
 
O CPC (2018) define o Balanço patrimonial como: 
O balanço patrimonial da entidade é a relação de seus ativos, passivos e patrimônio 
líquido em uma data específica (…) eles são definidos da seguinte maneira: 
 Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos 
passados e do qual se espera que benefícios econômicos futuros fluam para a 
entidade. 
 Passivo é uma obrigação atual da entidade como resultado de eventos já 
ocorridos, cuja liquidação se espera resulte na saída de recursos econômicos. 
 Patrimônio líquido é o valor residual dos ativos da entidade após a dedução de 
todos os seus passivos. 
 
 
 
Alguns itens que correspondem à definição de ativo ou passivo podem não ser 
reconhecidos como ativos ou passivos no balanço patrimonial porque não 
satisfazem os critérios para reconhecimento. Em especial, a expectativa que 
benefícios econômicos futuros fluam de ou para a entidade deve ser 
suficientemente certa para corresponder aos critérios de probabilidade antes 
que um ativo ou um passivo seja reconhecido. 
 
 
 
65 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Ainda segundo as normas do CPC, as informações mínimas que devem ser 
apresentadas no balanço patrimonial são: 
 Caixa e equivalentes de caixa; 
 Contas a receber e outros recebíveis; 
 Ativos financeiros (exceto os mencionados nos itens (a), (b), (j) e (k)); 
 Estoques; 
 Ativo imobilizado;o Propriedade para investimento mensurada ao custo menos depreciação 
acumulada e perda acumulada por redução ao valor recuperável; 
 Propriedade para investimento, mensurada pelo valor justo por meio do resultado; 
 Ativos intangíveis; 
 Ativos biológicos, mensurados pelo custo menos depreciação acumulada e 
perdas por desvalorização; 
 Ativos biológicos, mensurados pelo valor justo por meio do resultado; 
 Investimentos em coligadas. No caso do balanço individual ou separado, também 
os investimentos em controladas; 
 Investimentos em empreendimentos controlados em conjunto; 
 Fornecedores e outras contas a pagar; 
 Passivos financeiros (exceto os mencionados nos itens (l) e (p)); 
 Passivos e ativos relativos a tributos correntes; 
 Tributos diferidos ativos e passivos (devem sempre ser classificados como não 
circulantes); 
 Provisões; 
 Participação de não controladores, apresentada no grupo do patrimônio líquido, 
mas separadamente do patrimônio líquido atribuído aos proprietários da entidade 
controladora; 
 Patrimônio líquido pertencente aos proprietários da entidade controladora. 
 
 
 
A entidade deve apresentar contas adicionais, cabeçalhos e subtotais no 
balanço patrimonial sempre que forem relevantes para o entendimento da 
posição patrimonial e financeira da entidade. 
 
 
 
 
66 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
7.2. Ativo e Passivo 
Nas normas desenvolvidas e publicas pelo CPC são definidos em detalhes o que 
representam Ativos e Passivos. Segundo a norma: 
 
Ativo: O benefício econômico futuro do ativo é o seu potencial de contribuir, direta 
ou indiretamente, para com o fluxo de caixa e equivalentes de caixa para a entidade. 
Esses fluxos de caixa podem vir do uso de ativo ou de sua liquidação. Muitos ativos, 
por exemplo, bens imóveis e imobilizados, têm forma física. Entretanto, a forma 
física não é essencial para a existência de ativo. Alguns ativos são intangíveis. Ao 
determinar a existência do ativo, o direito de propriedade não é essencial. Assim, 
por exemplo, bens imóveis mantidos em regime de arrendamento mercantil são um 
ativo se a entidade controla os benefícios que se espera que fluam do bem imóvel. 
 
Passivo: Uma característica essencial do passivo é que a entidade tem a obrigação 
presente de agir ou se desempenhar de certa maneira. A obrigação pode ser uma 
obrigação legal ou uma obrigação não formalizada (também chamada de obrigação 
construtiva). A obrigação legal tem força legal como consequência de contrato ou 
exigência estatutária. A obrigação não formalizada (construtiva) é uma obrigação 
que decorre das ações da entidade quando: 
 
(a) por via de um padrão estabelecido por práticas passadas, de políticas publicadas 
ou de declaração corrente, suficientemente específica, a entidade tenha indicado a 
outras partes que aceitará certas responsabilidades; e 
 
(b) em consequência disso, a entidade tenha criado uma expectativa válida, nessas 
outras partes, de que cumprirá com essas responsabilidades. 
 
A liquidação de obrigação presente geralmente envolve pagamento em caixa, 
transferência de outros ativos, prestação de serviços, a substituição daquela 
obrigação por outra obrigação, ou conversão da obrigação em patrimônio líquido. A 
obrigação pode ser extinta, também, por outros meios, como o credor que renuncia 
a, ou perde seus direitos. 
 
Além disso, tais itens devem ser classificados por ordem de liquidez e prazo, 
conforme definido pelo CPC: 
A entidade deve apresentar ativos circulantes e não circulantes, e passivos 
circulantes e não circulantes, como grupos de contas separados no balanço 
patrimonial. 
 
Conforme o CPC o Ativo Circulante se define: 
A entidade deve classificar um ativo como circulante quando: 
 
(a) espera realizar o ativo, ou pretender vendê-lo ou consumi-lo durante o ciclo 
operacional normal da entidade; 
(b) o ativo for mantido essencialmente com a finalidade de negociação; 
(c) espera realizar o ativo no período de até doze meses após a data das 
demonstrações contábeis; ou 
 
 
 
67 Teoria da Contabilidade 
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(d) o ativo for caixa ou equivalente de caixa, a menos que sua troca ou uso para 
liquidação de passivo seja restrita durante pelo menos doze meses após a data das 
demonstrações contábeis. 
 
Por outro lado, o CPC define como Ativo Não Circulante: “A entidade deve classificar 
todos os outros ativos como não circulantes. Quando o ciclo operacional normal da entidade 
não for claramente identificável, presume-se que sua duração seja de doze meses”. 
 
Já para a classificação de circulante e não circulante dos itens do Passivo o CPC 
define: 
A entidade deve classificar um passivo como circulante quando: 
 
(a) espera liquidar o passivo durante o ciclo operacional normal da entidade; 
(b) o passivo for mantido essencialmente para a finalidade de negociação; 
(c) o passivo for exigível no período de até doze meses após a data das 
demonstrações contábeis; ou 
(d) a entidade não tiver direito incondicional de diferir a liquidação do passivo 
durante pelo menos doze meses após a data de divulgação. 
 
A entidade deve classificar todos os outros passivos como não circulantes. 
 
Por fim, estabelece-se que essas contas devam ser divididas em dois grupos: 
Analíticas e Sintéticas. As Sintéticas representam os Saldos totais, ou seja, o Ativo Total é 
a soma dos Ativos Circulante e Não Circulante, que, por sua vez, são a soma dos itens 
pertencentes a eles. Da mesma maneira, o Passivo é a soma do Passivo Circulante, Não 
Circulante e do Patrimônio Líquido. 
 
Dessa forma temos as seguintes equações contábeis: 
 
Ativo Total = Passivo Total 
Ativo Total = Ativo Circulante + Ativo Não Circulante 
Passivo Total = Passivo Circulante + Passivo Não Circulante + Patrimônio Líquido 
 
Já as Analíticas representam as subcontas, são os grupos de informações dentro 
das contas sintéticas, por exemplo, Caixa faz parte do Ativo Circulante, Fornecedores do 
Passivo Circulante, Reservas de Capital do Patrimônio Líquido, e assim por diante. Por 
exemplo: 
 
Ativo Circulante = Caixa + Estoques + Duplicatas a receber + Ativos Financeiros 
Passivo Circulante = Fornecedores + Impostos a pagar + passivos financeiros 
 
 
68 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
7.3. Patrimônio Líquido e suas mutações 
O CPC (2018) define: 
Patrimônio líquido: é o resíduo dos ativos reconhecidos menos os passivos 
reconhecidos. Ele pode ter subclassificações no balanço patrimonial. Por exemplo, 
as subclassificações podem incluir capital integralizado por acionistas ou sócios, 
lucros retidos e ganhos ou perdas reconhecidas diretamente no patrimônio líquido, 
constituição de reservas etc. 
 
O CFC (2018) amplia o conceito de patrimônio fazendo as seguintes observações: 
Tais classificações podem ser importantes para a tomada de decisão dos usuários 
das demonstrações contábeis quando indicarem restrições legais ou de outra 
natureza sobre a capacidade que a entidade tem de distribuir ou aplicar de outra 
forma os seus recursos patrimoniais. Podem também refletir o fato de que acionistas 
de uma entidade tenham direitos diferentes em relação ao recebimento de 
dividendos ou reembolso de capital. 
 
A constituição de reservas é, às vezes, exigida pelo estatuto ou por lei para dar à 
entidade e seus credores uma margem maior de proteção contra os efeitos de 
prejuízos. 
 
Outras reservas podem ser constituídas em atendimento a leis que concedam 
isenções ou reduções nos impostos a pagar quando são feitas transferências para 
tais reservas. 
 
A existência e o valor de tais reservas legais, estatutárias e fiscais representam 
informações que podem ser importantes para a tomada de decisão dos usuários. 
As transferências para tais reservas são apropriações de lucrosacumulados, 
portanto, não constituem despesas. 
 
O valor pelo qual o patrimônio líquido é apresentado no balanço patrimonial 
depende da mensuração dos ativos e passivos. Normalmente, o valor do patrimônio 
líquido somente por coincidência é igual ao valor de mercado das ações da entidade 
ou da soma que poderia ser obtida pela venda dos seus ativos e liquidação de seus 
passivos numa base de item-por-item, ou da entidade como um todo, numa base 
de continuidade operacional. 
 
Atividades comerciais e industriais, bem como outros negócios são frequentemente 
exercidos por meio de firmas individuais, sociedades limitadas, entidades estatais e 
outras organizações cuja estrutura legal e regulamentar pode ser diferente daquela 
aplicável às sociedades por ações. Por exemplo, pode haver poucas restrições, ou 
nenhuma, sobre a distribuição aos proprietários ou outros beneficiários de 
importâncias incluídas no patrimônio líquido. Independentemente desses fatos, a 
definição de patrimônio líquido e os outros aspectos desta Estrutura Conceitual que 
tratam do patrimônio líquido são igualmente aplicáveis a tais entidades. 
 
Desta forma, a aferição do patrimônio líquido depende de diversos fatores, a 
mensuração dos ativos e passivos é uma delas, mas, antes disso, é preciso considerar os 
fatos econômicos decorrentes da atividade da empresa que, no término do exercício 
 
 
69 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
financeiro, terão impacto direto sobre o patrimônio líquido, estamos falando do desempenho 
da empresa, suas Receitas e Despesas e o Resultado Financeiro decorrente delas: 
 
O CFC (2018) define: 
Desempenho: é a relação entre receitas e despesas da entidade durante um 
exercício ou período. Este Pronunciamento requer que as entidades apresentem 
seu desempenho em duas demonstrações: demonstração do resultado e 
demonstração do resultado abrangente. 
 
O Resultado e o resultado abrangente são frequentemente usados como medidas 
de desempenho ou como base para outras avaliações, tais como o retorno do 
investimento ou resultado por ação. Receitas e despesas são definidas como se 
segue: 
 
Receitas são aumentos de benefícios econômicos durante o período contábil, sob 
a forma de entradas ou aumentos de ativos ou diminuições de passivos, que 
resultam em aumento do patrimônio líquido e que não sejam provenientes de 
aportes dos proprietários da entidade. 
 
Despesas são decréscimos nos benefícios econômicos durante o período contábil, 
sob a forma de saída de recursos ou redução de ativos ou incrementos em passivos, 
que resultam em decréscimos no patrimônio líquido e que não sejam provenientes 
de distribuição aos proprietários da entidade. 
 
O reconhecimento de receitas e despesas resulta, diretamente, do reconhecimento 
e mensuração de ativos e passivos. 
 
Segundo o CFC a “definição de receita abrange tanto as receitas propriamente ditas 
quanto os ganhos. Receita19 propriamente dita é um aumento de patrimônio líquido que se 
origina no curso das atividades normais da entidade e é designada por uma variedade de 
nomes, tais como vendas, honorários, juros, dividendos, lucros distribuídos, royalties e 
aluguéis. Enquanto o Ganho20 é outro item que se enquadra como aumento de patrimônio 
líquido, mas não é receita propriamente dita. Quando o ganho é reconhecido na 
demonstração do resultado ou do resultado abrangente, ele é geralmente demonstrado 
separadamente porque o seu conhecimento é útil para se tomar decisões econômicas.”. 
 
 
19 Faturamento com vendas de produtos e serviços é um bom exemplo . 
20 Após deduzidos os cus tos e despesas sobre o fa turamento, temos o que “sobrou”, ou 
seja, os ganhos ou resul tado pos i t i vo ou lucro , porém, resul tado e lucro são concei tos mais 
especí f icos, por conta de mot ivos f isca is , por isso que em contabi l idade fa la -se em Ganhos. 
 
 
70 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Ainda segundo o CFC (2018) “A definição de despesas abrange perdas, assim como, 
as despesas que se originam no curso das atividades ordinárias da entidade. Despesa21 é 
uma redução do patrimônio líquido que surge no curso das atividades normais da entidade 
e inclui, por exemplo, o custo das vendas, salários e depreciação. Ela geralmente toma a 
forma de desembolso ou redução de ativos como caixa e equivalentes de caixa, estoques, 
ou bens do ativo imobilizado. Perda22 é outro item que se enquadra como redução do 
patrimônio líquido e que pode se originar no curso das atividades ordinárias da entidade. 
Quando perdas são reconhecidas na demonstração do resultado ou do resultado 
abrangente, elas são geralmente demonstradas separadamente porque o seu 
conhecimento é útil para se tomar decisões econômicas. 
 
Definidos os termos Ativo, Passivo, Patrimônio Líquido, Resultado, Receita e 
Despesa, é preciso abordar os critérios de reconhecimento e mensuração dessas variáveis, 
que vão ter, fundamentalmente, impacto direto sobre o Patrimônio, uma vez que este é 
composto e alterados por tais informações. 
 
7.4. Reconhecimento nas demonstrações contábeis 
O CFC (2018) explicita em suas normas o que é Reconhecimento: 
(…) é o processo que consiste em incorporar na demonstração contábil 
um item que atenda a definição de ativo, passivo, receita ou despesa 
e satisfaz os seguintes critérios: 
 
(a) for provável que algum benefício econômico futuro referente ao item 
flua para ou da entidade; e 
 
(b) tiver um custo ou valor que possa ser medido em bases confiáveis. 
 
 
21 O CFC aborda o concei to de despesa gener icamente, em contabi l idade de custos, fa la -
se de Gastos que é o termo para qualquer saída de capi ta l da empresa, por sua vez, esses Gastos 
são separados em Despesas – saídas re lac ionadas às vendas da empresa – e Custos Di re tos e 
Ind i re tos – saídas re lac ionadas à at i v idade produt iva da empresa. 
22 Podemos d izer que Perda é o inverso de Ganhos, ou se ja, após a dedução das despesas 
sobre o fa turamento, sendo o resul tado dessa conta negat i vo, t i vemos uma Perda ou Pre juízo, 
mas, novamente, usa-se o termo Perdas, po is Pre juízo é um termo mais especí f ico por mot ivos 
f isca is , e , que, dependendo da s i tuação pode ser rever t ido ou zerado, o que não s ign i f ica que a 
Perda fo i rever t ida. 
 
 
71 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Segundo o CFC (2018), caso haja falha no reconhecimento de algum item que 
satisfaça esses critérios, essa falha não será corrigida mediante divulgação das políticas 
contábeis ou por notas ou material explicativo. 
 
Conforme explicitado na norma, são dois os critérios para o reconhecimento: 
Probabilidade e Confiabilidade da Mensuração. Ou seja, segundo o CFC (2018): 
 
Probabilidade de benefícios econômicos futuros: O conceito de probabilidade é 
usado no primeiro critério de reconhecimento para se referir ao grau de incerteza 
que os futuros benefícios econômicos associados ao item fluirão de ou para a 
entidade. As avaliações do grau de incerteza ligado ao fluxo de futuros benefícios 
econômicos são efetuadas com base na evidência disponível quando as 
demonstrações contábeis são elaboradas. Essas avaliações são efetuadas 
individualmente para itens individualmente significativos e para grupo ou população 
de itens individualmente insignificantes. 
 
Confiabilidade da mensuração: O segundo critério para reconhecimento de um item 
é que ele possua um custo ou valor que possa ser medido em bases confiáveis. Na 
maioria dos casos, o custo ou valor de um item é conhecido. Em outros casos ele 
deve ser estimado. O uso de estimativas razoáveis é uma parte essencial na 
elaboração de demonstrações contábeis e não prejudica sua confiabilidade. 
Quando, entretanto, não puder ser feitauma estimativa razoável, o item não deve 
ser reconhecido na demonstração contábil. 
 
Ainda acerca dos critérios, a norma faz uma observação para casos excepcionais: 
“Um item que não atenda aos critérios de reconhecimento pode se qualificar para 
reconhecimento em data posterior como resultado de circunstâncias ou eventos 
subsequentes. Um item que não atenda aos critérios de reconhecimento pode, de qualquer 
modo, merecer divulgação nas notas explicativas ou em demonstrações suplementares. 
Isso é apropriado quando a divulgação do item for relevante para a avaliação da posição 
patrimonial e financeira, do desempenho e das mutações na posição financeira da entidade 
por parte dos usuários das demonstrações contábeis.”. 
 
Assim, se levarmos tudo que foi explicitado até aqui, podemos definir os critérios de 
reconhecimento de acordo com cada informação, conforme o CFC (2018): 
 
Ativo: A entidade deve reconhecer um ativo no balanço patrimonial quando for 
provável que benefícios econômicos futuros dele provenientes fluirão para a 
entidade e que seu custo ou valor puder ser determinado em bases confiáveis. Um 
ativo não é reconhecido no balanço patrimonial quando desembolsos tiverem sido 
incorridos ou comprometidos, dos quais seja improvável a geração de benefícios 
econômicos para a entidade após o período contábil corrente. Ao invés, essa 
 
 
72 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
transação é reconhecida como despesa na demonstração do resultado e na 
demonstração do resultado abrangente. 
OBS: A entidade não deve reconhecer um ativo contingente como ativo. Entretanto, 
quando o fluxo de futuros benefícios econômicos para a entidade é praticamente 
certo, então o ativo relacionado não é um ativo contingente, e seu reconhecimento 
é apropriado. 
 
Passivo: A entidade deve reconhecer um passivo no balanço patrimonial quando: 
 A entidade tem uma obrigação no final do período contábil corrente como 
resultado de evento passado; 
 Seja provável que a entidade transfira recursos que representem benefícios 
econômicos para a liquidação dessa obrigação; e 
 O valor de liquidação possa ser mensurado com confiabilidade. 
OBS: Um passivo contingente tanto é uma obrigação possível, mas incerta quanto 
uma obrigação atual que não é reconhecida por não atingir uma ou ambas das 
condições (b) e (c) no item; A entidade não deve reconhecer um passivo contingente 
como passivo, exceto para passivos contingentes de entidade adquirida em 
combinação de negócios. 
 
Receita: O reconhecimento de receita resulta diretamente do reconhecimento e 
mensuração de ativos e passivos. A entidade deve reconhecer uma receita na 
demonstração do resultado ou demonstração do resultado abrangente quando 
houver aumento nos benefícios econômicos futuros relacionados a um aumento no 
ativo ou diminuição no passivo e possa ser avaliado confiavelmente. 
 
Despesa: O reconhecimento de despesas resulta diretamente do reconhecimento e 
mensuração de ativos e passivos. A entidade deve reconhecer uma despesa na 
demonstração do resultado ou demonstração do resultado abrangente quando 
houver diminuição nos benefícios econômicos futuros relacionados a uma 
diminuição no ativo ou aumento no passivo e possa ser avaliada confiavelmente. 
 
Finalmente, após atendidos os critérios de Reconhecimento das informações 
contábeis, é preciso obedecer aos critérios de Mensuração, que também são detalhados 
pelas normas: 
Mensuração: é o processo de determinar as quantias monetárias pelas quais a 
entidade mensura ativos, passivos, receitas e despesas em suas demonstrações 
contábeis. Mensuração envolve a seleção de uma base de avaliação. Este 
Pronunciamento especifica quais bases de avaliação a entidade deve usar para 
muitos tipos de ativos, passivos, receitas e despesas. 
 
Duas bases comuns para mensuração são custo histórico e valor justo: 
(a) para ativos, o custo histórico representa a quantidade de caixa ou equivalentes 
de caixa paga ou o valor justo do ativo dado para adquirir o ativo quando de sua 
aquisição. Para passivos, o custo histórico representa a quantidade de recursos 
obtidos em caixa ou equivalentes de caixa recebidos ou o valor justo dos ativos não 
monetários recebidos em troca da obrigação na ocasião em que a obrigação foi 
incorrida, ou em algumas circunstâncias (por exemplo, imposto de renda) a 
quantidade de caixa ou equivalentes de caixa que se espera sejam pagos para 
liquidar um passivo no curso normal dos negócios. O custo histórico amortizado é o 
custo do ativo ou do passivo mais ou menos a parcela de seu custo histórico 
previamente reconhecido como despesa ou receita; 
 
 
73 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
(b) Valor justo é o montante pelo qual um ativo poderia ser trocado, ou um passivo 
liquidado, entre partes independentes com conhecimento do negócio e interesse em 
realizá-lo, em uma transação em que não há favorecidos. 
 
 
 
 
Lei das Sociedade por Ações (Lei das S/A) – Lei nº 6404/76 
Alterações na Lei das S/A – Lei nº 11638/07 
Alterações na Lei das S/A – Lei nº 11941/09 
CHAGAS, G. Contabilidade geral simplificado: demonstrações financeiras após 
alterações nas leis das S/A. São Paulo: Saraiva, 2013. 
Padoveze, C.L. Contabilidade Geral Simplificada. São Paulo: Forense, 2017. 
Conselho Federal de Contabilidade. Princípios Fundamentais e Normas 
Brasileiras de Contabilidade. 3ª ed. Brasília: CFC, 2008. 
Conselho Federal de Contabilidade. Resolução 1282. 3ª ed. Brasília: CFC, 2010. 
 
 
 
74 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
8. PLANO DE CONTAS 
 
Objetivo 
Conceituar o Plano de Contas conforme as normas contábeis expedidas pelo CPC 
e CFC. 
 
8.1. Plano de Contas 
O sistema pelo qual as informações contábeis lançadas são registradas, acumuladas 
e classificadas é chamado de Plano de Contas, esse conjunto de contas contábeis varia de 
país para país, no Brasil sua estrutura e ordenação é apresentada no manual de 
contabilidade do CFC. 
 
 
 
O objetivo das demonstrações contábeis é oferecer informações sobre a 
posição financeira (balanço patrimonial: ativo, passivo e patrimônio líquido), 
o desempenho (resultado: receitas, despesas e lucro/prejuízo) e fluxos de 
caixa da entidade (entradas e saídas de capital), que é útil para a tomada de 
decisão por vasta gama de usuários que não está em posição de exigir 
relatórios feitos sob medida para atender suas necessidades particulares de 
informação. Demonstrações contábeis também mostram os resultados da 
diligência da administração – a responsabilidade da administração pelos 
recursos confiados a ela (CPC-PME, 2009). 
 
 
O CFC aborda essa questão em suas publicações: 
Considerações Iniciais: O plano de contas consiste em um conjunto de títulos, 
apresentados de forma coordenada e sistematizada, previamente definidos, nele 
traduzida a estrutura das contas a serem utilizadas de maneira uniforme para 
representar o estado patrimonial da entidade, e de suas variações, em um 
determinado período. A reformulação do plano de contas proposta neste Manual 
visa atender à estrutura utilizada pela Administração Pública normatizada pela 
Secretaria do Tesouro Nacional. Fica estabelecido nesta edição o plano de contas 
padrão, cujo instrumento é fundamental para a criação de uma base sólida na 
estrutura contábil, financeira, orçamentária e patrimonial do Sistema CFC/CRCs. A 
função e o funcionamento das contas serão utilizados conforme a codificação do 
plano de contas apresentado a seguir, cuja finalidade é proceder ao registro de 
maneira uniforme e sistematizada dos atos e dos fatos relacionados aos recursos 
do Sistema CFC/CRCs, proporcionando, dessa forma, maior flexibilidade no 
gerenciamento e na consolidação dos dados, e atender às necessidades de 
informações em todo o Sistema.75 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Ainda segundo o CFC (2009): 
Estrutura 9.2.1 O plano de contas a ser utilizado pelo Sistema está 
estruturado por níveis de desdobramento, sendo estes classificados e 
codificados como segue: 
Fonte: Manual de Contabilidade do Sistema CFC, 2009. 
 
O CFC estabelece as seguintes estruturas de classes: 
 Ativos 
 Passivos 
 Variação Patrimonial Diminutiva (Despesas e Perdas, por exemplo) 
 Variação Patrimonial Positiva (Receitas e Ganhos, por exemplo) 
 Controles do Orçamento - Aprovação 
 Controles do Orçamento - Execução 
 Controles Devedores 
 Controles Credores 
 
 
 
No final dessa apostila há uma tabela extraída do manual, na qual a Estrutura 
básica do plano de contas é apresentada. 
 
 
76 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
A elaboração do plano de contas deve atender a três aspectos gerenciais: (1) 
prover uma visão ampla da organização, sua estrutura física, organizacional e 
hierárquica; (2) prover uma visão ampla dos negócios da organização, suas 
áreas, produtos e serviços (quais transações são realizadas e com quem); (3) 
identificar as necessidades de informações de seus usuários internos. Somente 
após definidos esses aspectos, que a legislação e normas devem ser aplicadas, 
e não o contrário, ou seja, define-se o plano de contas com base nas 
necessidades gerenciais da empresa e, em seguida, utiliza-se as normas para 
referência. 
 
 
Ainda conforme o manual do CFC (2009), 
As contas patrimoniais, de resultados e de controles (orçamentários e de 
compensação), representadas na estrutura do plano de contas, foram alocadas de 
acordo com as suas características, sendo observados os seguintes aspectos: 
 Ativo: As contas do ativo são dispostas em ordem crescente dos prazos 
esperados de realização, observando-se iguais procedimentos para os grupos 
e os subgrupos, compreendendo as aplicações de recursos representadas por 
bens e direitos. 
 O ativo está desmembrado em circulante e não-circulante: 
a) o ativo circulante compreende as contas representativas de 
disponibilidades, isto é, caixa, bancos, e as contas representativas de 
créditos da entidade, compostos em sua maioria pelos créditos realizáveis 
até o término do exercício seguinte; 
b) o ativo não-circulante está representado por direitos realizáveis após o 
término do exercício seguinte, tais como dívida ativa, investimentos, 
imobilizado e intangível. 
 Passivo e Patrimônio líquido: As contas do passivo são dispostas em ordem 
crescente dos prazos de exigibilidade, estabelecidos ou esperados, 
observando-se iguais procedimentos para os grupos e subgrupos; 
compreende as origens de recursos representadas pelos compromissos 
(obrigações) assumidos com terceiros. 
 O passivo é subdividido em passivo circulante, passivo não-circulante e 
patrimônio líquido. 
a) o passivo circulante é representado pelas dívidas a curto prazo, que 
compreendem as obrigações a serem pagas até o término do exercício 
seguinte; 
b) o passivo não-circulante é representado pelas dívidas a longo prazo, ou 
seja, a dívida fundada, que compreendem as obrigações a serem pagas 
após o exercício seguinte; 
c) o patrimônio líquido compreende os recursos próprios da entidade, 
representando a diferença entre o ativo e o passivo, subdividido em 
resultado de exercícios anteriores, do exercício e ajustes de exercícios 
anteriores. 
 Variação Patrimonial Diminutiva: São classificadas neste grupo as contas de 
despesas que decorrem de transações que diminuem o patrimônio líquido. A 
entidade deve classificar um passivo como circulante quando: 
 
 
77 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
(a) espera liquidar o passivo durante o ciclo operacional normal da 
entidade; 
(b) o passivo for mantido essencialmente para a finalidade de negociação; 
(c) o passivo for exigível no período de até doze meses após a data das 
demonstrações contábeis; ou 
(d) a entidade não tiver direito incondicional de diferir a liquidação do 
passivo durante pelo menos doze meses após a data de divulgação. 
 
A entidade deve classificar todos os outros passivos como não circulantes. 
 Variação Patrimonial Aumentativa: São classificadas neste grupo as contas 
de receitas que decorrem de transações que aumentam o patrimônio líquido. 
 Controles do Orçamento - Aprovação: São classificadas neste grupo as 
contas com função de controlar a aprovação do orçamento e suas alterações, 
bem como os valores inscritos em restos a pagar. 
 Controles do Orçamento – Execução: São classificadas neste grupo as 
contas com função de controlar a execução do orçamento e suas alterações, 
bem como os valores inscritos em restos a pagar. 
 Controles Devedores: São classificadas neste grupo as contas com função 
precípua de controle dos atos potenciais e os créditos inscritos em dívida 
ativa. 
 Controles Credores: São classificadas neste grupo as contas com função 
precípua de controle da execução dos atos potenciais e dos créditos inscritos 
em dívida ativa. 
 
Como podemos ver, o Plano de Contas é um índice de todas as contas em que a 
empresa arquiva suas informações financeiras. O plano de contas é uma listagem de todos 
os nomes e números de contas da empresa nos quais ele registra suas transações 
financeiras, no Brasil essa listagem definida pelo CFC em seu Manual23. 
 
Assim sendo, o primeiro passo é definir as várias contas que serão utilizadas pela 
contabilidade da empresa com base em suas próprias operações e procedimentos, a 
listagem de todas essas possíveis contas e seus respectivos números podem, então, ser 
obtidos no manual do CFC, pequenas empresas conseguem detalhar todas suas operações 
em até três níveis (3 dígitos), mas conforme a empresa aumenta de complexidade podem 
chegar até 9 níveis. 
 
Quando se inicia um novo negócio, é configurado o plano de contas como um 
primeiro passo para estabelecer o sistema de contabilidade da empresa. Pequenas 
empresas não têm todas o mesmo plano de contas. Assim, as contas incluídas no plano de 
 
23 Não tem mui to mis tér io aqui , basta acessar o s i te do CFC e baixar o Manual , neste 
mater ia l apenas separamos as in formações essenc ia is , porém, o manual é bem mais profundo e 
deta lhado, abordando todas as possíve is contas e a forma de reg is t rá - las , sugi ro a le i tu ra. 
 
 
78 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
contas dependem do tipo de negócio. Por exemplo, se for uma empresa de serviços, não 
terá uma conta de estoque. Se for uma empresa que vende produtos, precisará, no entanto, 
de uma conta de estoques, assim por diante. 
 
Porém, quando é configurado o plano de contas, é preciso pensar no futuro. Não 
apenas nas contas que serão utilizadas agora, mas, também, nas contas que podem vir a 
ser utilizadas ao longo do ano e no ano seguinte. Cada nova alteração nesse plano de 
contas, adição de contas por exemplo, deverá ser explicado mediante notas explicativas, 
porém. 
 
 
 
Dessa maneira, as condições a serem observadas para estruturação de um 
adequado piano de contas são: 
a) deve atender primeiramente as necessidades gerenciais especificas de cada 
entidade e atender às necessidades de informações de todos os usuários da 
organização; 
b) em segundo lugar, deve atender as necessidades legais, societárias e fiscais; 
c) A classificação deve partir do geral para o particular; 
d) O plano de contos deve ser codificado para facilitar o processo de trabalho 
e integração computacional com os demais sistemas de informações da 
organização; 
e) os agrupamentos de contas devem ser elaborados a partir das necessidades 
de geração das demonstrações contábeis, financeiras e relatórios futuros; 
f) os títulos das contas contábeis devemrefletir imediatamente e com precisão 
semântica os eventos econômicos que formaram os saldos das contas; 
g) deve ter flexibilidade para incorporação das necessidades de Informação 
futuras. 
 
 
79 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
8.1.1. A estrutura básica do plano de contas em nível de classe/grupo 
Fonte: Manual de Contabilidade do Sistema CFC, 2009. 
 
 
 
80 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
Lei das Sociedade por Ações (Lei das S/A) – Lei nº 6404/76 
Alterações na Lei das S/A – Lei nº 11638/07 
Alterações na Lei das S/A – Lei nº 11941/09 
CHAGAS, G. Contabilidade geral simplificado: demonstrações financeiras após 
alterações nas leis das S/A. São Paulo: Saraiva, 2013. 
Padoveze, C.L. Contabilidade Geral Simplificada. São Paulo: Forense, 2017. 
Conselho Federal de Contabilidade. Princípios Fundamentais e Normas 
Brasileiras de Contabilidade. 3ª ed. Brasília: CFC, 2008. 
Conselho Federal de Contabilidade. Resolução 1282. 3ª ed. Brasília: CFC, 2010. 
 
 
 
 
81 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
9. ESCRITURAÇÃO 
 
Objetivo 
Abordar a atividade de Registro e Mensuração Contábil: Escrituração. 
 
9.1. Introdução à Escrituração24 
Agora que já vimos diversos conceitos e princípios contábeis, temos a base para 
entender uma das atividades básicas e iniciais da contabilidade, que se vale do sistema de 
entrada dupla: a escrituração contábil pelo método das partidas dobradas. 
 
Dessa forma, a escrituração contábil é o método pelo qual os eventos econômicos 
são registrados – ou como, se convencionalmente se diz, lançados. O lançamento contábil 
é, portanto, o registro nas contas patrimoniais dos eventos econômicos mediante o débito 
ou crédito desse (s) valor (es) nas respectivas contas. 
 
Algumas pessoas pensam que a escrituração é o mesmo que contabilidade. 
Assumem que manter os registros (livros) de uma empresa e preparar suas demonstrações 
financeiras e relatórios fiscais é a única função do contador. Para o leigo, a contabilidade é 
limitada ao registro de transações em livros ou diários e, em seguida, registro dos valores 
em contas dos demonstrativos e relatórios. Porém, a contabilidade é mais complexa do que 
isso, como já vimos nas aulas passadas, sendo a escrituração um de suas atividades, umas 
das iniciais e mais essenciais, porém, não representa toda a atividade de um contador. 
 
Com o uso de computadores e softwares de contabilidade a escrituração e a 
contabilidade tornaram-se confusas. Por exemplo, uma pessoa com pouca formação em 
contabilidade pode usar o software de contabilidade para registrar faturas de fornecedores, 
preparar faturas de vendas, etc., e o software atualizará as contas no livro-razão 
automaticamente. Uma vez que o formato das demonstrações financeiras tenha sido 
 
24 O g lossár io do CFC (2017) def ine : ESCRITURAÇÃO - Des ignação s imples que se tem 
dado à escr i ta contábi l . A denominação p rovém do fa to de os reg is t ros contábeis , desde os 
pr imórd ios, e por mi lên ios, serem real izados manualmente pelos “escr ibas” ou os que do minavam 
a ar te de escrever (que durante mi lên ios fo i prat icada por poucos) . Na era contemporânea, como 
aumento cada vez maio r da ut i l i zação dos computadores, a denominação “escr i ta” e também 
“escr i turação” vêm caindo em desuso. 
 
 
82 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
estabelecido, o software será capaz de gerar as demonstrações financeiras com o clique 
de um botão. 
 
Em empresas de médio e grande porte, o termo escrituração pode, inclusive, estar 
ausente. Muitas vezes, as corporações têm departamentos contábeis com funcionários de 
contabilidade que processam contas a pagar, contas a receber, folha de pagamento, etc. 
por meio destes softwares. Esses analistas contábeis serão supervisionados por um ou 
mais contadores registrados que devem verificar os procedimentos, auditar as contas e 
revisar a elaboração dos relatórios e demonstrativos financeiros e contábeis. 
 
9.2. Escrituração antes dos softwares 
Antes de computadores e softwares, as escriturações em livros razão e diários era 
feita manualmente (processo que ainda ocorre de certa maneira em pequenos 
empreendimentos e escritórios de contabilidade, mas é geralmente auxiliado por 
softwares). 
 
No livro diário são lançadas todas as transações efetuadas pela empresa em ordem 
cronológica diária, assim sendo, é o livro inicial em que toda as transações serão 
registradas. Depois disso, são lançadas no livro razão no qual as transações serão 
classificadas e lançadas nas suas respectivas contas patrimoniais. 
 
Registrar manualmente as muitas transações em diários, reescrever os valores nas 
contas e calcular manualmente os saldos das contas provavelmente resultará em alguns 
valores incorretos. Para determinar se ocorreram erros, o contador prepara um balancete 
verificação. Um balancete é um relatório interno que lista 1) cada nome de conta e 2) o 
saldo de cada conta na coluna de crédito ou coluna de débito apropriada. Se o total da 
coluna de débito não for igual ao total da coluna de crédito, houve pelo menos um erro de 
registro25. 
 
Encontrar um ou mais erros geralmente significa gastar horas refazendo as entradas 
e postagens. Depois de localizar e corrigir os erros, a fase de escrituração é concluída e a 
fase de contabilidade começa com a elaboração dos demonstrativos e relatórios. 
 
25 Esse método de ver i f icação só é possíve l por conta do método de en trada Dupla. 
 
 
83 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
9.3. Escrituração com o auxílio dos softwares 
A velocidade de processamento de informações dos computadores e com o auxílio 
dos softwares de contabilidade dão a impressão de que muitas das tarefas de escrituração 
e contábeis foram eliminadas ou estão ocorrendo simultaneamente. Por exemplo, a 
preparação de uma fatura de vendas atualizará automaticamente as contas contábeis 
relevantes (Vendas, Contas a Receber, Estoque, Custo de Mercadorias Vendidas), 
atualizará as informações detalhadas do cliente e armazenará as informações para as 
demonstrações financeiras, bem como outros relatórios. 
 
Um software contábil é elaborado de forma a abranger todas as transações e 
relacioná-las, assim, devem ter os valores de débito iguais aos valores de crédito. A 
precisão decorrente disso também elimina os erros que ocorreriam quando os valores foram 
registrados, escritos e calculados manualmente. Como resultado, os débitos serão sempre 
iguais aos créditos e o saldo do balancete estará sempre em equilíbrio. Não terão mais 
horas gastas procurando por erros que ocorreram em um sistema manual. 
 
Porém, embora o software de contabilidade seja incrivelmente rápido e preciso ao 
processar as informações inseridas, o software não pode detectar se algumas transações 
foram omitidas, se foram inseridas duas vezes ou se contas incorretas foram usadas, 
transações e valores fraudulentos também podem ser inseridos se uma empresa não tiver 
controles internos, lembrando que, no final das contas, uma pessoa vai ter que utilizar o 
software e preencher as informações e inserí-las, na prática, a escrituração somente evoluiu 
de um processo manual para um processo digital. 
 
Depois que as faturas de vendas, faturas do fornecedor, folha de pagamento e outras 
transações tiverem sido processadas para cada período contábil, algumas entradas de 
ajuste ainda serão necessárias. As entradas de ajuste envolverão: receitas e ativos que 
foram ganhos, mas ainda não entraram no software despesas e responsabilidades 
incorridas, mas ainda não inseridas no software pré-pagamentos que não são mais pré-
pagos gravação de despesas de depreciação, despesascom devedores duvidosos, etc. 
 
As entradas de ajuste exigirão que uma pessoa determine os montantes e as contas. 
Sem o ajuste das entradas, o software de contabilidade produzirá demonstrações 
financeiras incompletas, imprecisas e talvez enganosas. 
 
 
84 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Depois que as demonstrações contábeis do exercício forem divulgadas, o software 
transferirá os saldos das contas de resultado para a conta de capital do proprietário único 
ou para a conta de lucros acumulados dos acionistas. Isso permite que as contas de 
demonstração de resultado do ano seguinte iniciem com saldos zero. (As contas do balanço 
não são encerradas, pois seus saldos são transportados para o próximo exercício contábil.). 
 
 
“ O lançamento contábil deve ser feito pelo método das partidas dobradas26. 
Deve conter uma estrutura mínima, que contemple: 
a) data; 
b) conta (s) debitada (s); 
c) conta (s) creditada (s); 
d) histórico; e 
e) valor. 
O objetivo da data no lançamento contábil é claro, pois em qualquer pesquisa 
posterior é elemento-chave de identificação. Além disso, a data é necessária 
para manter a sequência dos eventos econômicos registrados, de tal forma 
que mostre a evolução da ocorrência das transações. O histórico é peça-chave 
para entender o que se está registrando e por quê. O valor, como já vimos, é 
a base do controle dos elementos patrimoniais e por meio dele é que se obtém 
o saldo das contas contábeis. ” (Padoveze, 2017) 
 
 
 
 
“O registro contábil por meio da metodologia do método das partidas 
dobradas nos livros contábeis é denominado escrituração contábil. Cada 
registro contábil escriturado é chamado também lançamento contábil. 
A prática contábil desenvolveu a escrituração contábil em dois livros básicos: 
o livro diário27 e o livro razão28. No livro diário, os lançamentos são 
escriturados em ordem cronológica diária rígida, à medida que as transações 
vão acontecendo. No livro razão, os lançamentos contábeis são por conta 
 
26 De acordo com o Atr igo 86 da Lei 4320/64 . 
27 L ivro de escr i tu ração contábi l dest inado ao reg is t ro de todos os fa tos patr imonia is que 
se sucedem em uma empresa ou em uma ent idade organizado por ordem de data. É um l iv ro de 
natureza obr igató r ia e cons iderado, por le i , como o l iv ro centra l ou pr inc ipa l (CFC,2017) . 
28 L ivro de escr i turação contábi l que tem por ob jeto reg is t rar , separadamente, o que se 
passa com cada conta, apresentando a pos ição delas. Cada fo lha do Razão é dest inada a uma 
conta. O L ivro Razão é cons iderado como pr inc ipa l da par t ida dobrada, porque dele é que se 
levantam os balancetes e ba lanços e porque nele as contrapos ições se evidenc iam de forma 
absoluta, sendo teste para o r igor dos reg is t ros (CFC,2017). 
 
 
85 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
contábil, e, dentro de cada conta contábil, também em ordem de data.” 
(Padoveze, 2017). 
Segundo as normas do CFC: Livros Obrigatórios 
3.8.1 O Diário e o Razão constituem fontes de informações contábeis 
permanentes e neles são registradas as transações que afetem ou possam vir 
a afetar a situação patrimonial, conforme estabelece a NBC TSP 16.5 - 
Registro Contábil. 
3.8.2 Os Conselhos de Contabilidade deverão manter seus livros Diário e 
Razão impressos e encadernados, na forma prevista do item 2.1.5.3 da NBC 
T 2.1, que diz: “No caso de a Entidade adotar para sua escrituração contábil 
o processo eletrônico, os formulários contínuos, numerados mecânica ou 
tipograficamente, serão destacados e encadernados em forma de livro”. 
3.8.3 O Livro Diário deverá ser registrado no Registro Público competente. 
3.8.4 Poderão os Conselhos adotar outra forma de registro público, desde 
que autorizada por Norma Técnica do CFC. 
 
 
9.4. Escrituração: método de realização 
Agora que já compreendemos um pouco a escrituração nos dias de hoje e como era 
no passado, vamos ao básico da escrituração. Primeiramente, a Escrituração contábil 
(assim como a contabilidade) envolve o registro das transações financeiras – ou também 
chamados de Eventos Econociso – de uma empresa. As transações deverão ser 
identificadas, aprovadas, classificadas e armazenadas de forma que possam ser 
relacionadas e apresentadas nas demonstrações financeiras e outros relatórios da 
empresa. 
 
Logo, é preciso algum tipo de documento comprobatório referente à essas 
transações, esse documento é chamado de documento hábil, por exemplo: Notas Fiscais, 
Contratos, Boletos, faturas, Comprovantes, Cópias de documentos fiscais ou financeiros, 
relatórios, requisições etc. 
 
 
A base para efetuar o lançamento é um documento hábil, que pode ser de 
origem externa (preferencialmente) ou interna. Documentação de origem 
externa são notas fiscais, boletos, faturas, contratos, comprovantes de 
depósito, copias de cheques etc. Documentação de origem interna são 
relatórios de despesas de Viagem, requisições de materiais dos estoques. 
“Devem-se buscar ao máximo documentos de origem externa. Porém, para 
registrar determinados eventos econômicos é suficiente uma documentação 
elaborada internamente por pessoas responsáveis pela administração.” 
(Padoveze, 2017). 
 
 
86 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Obtidos os documentos hábeis é preciso realizar os lançamentos dessas 
informações, como já explicado previamente, o lançamento ocorre em dois livros: Diário e 
Razão, no primeiro não há mistério, apenas o registro e detalhamento dos fatos financeiros 
ocorridos em ordem cronológica. Outro motivo para a utilização do livro diário é prevenir 
fraudes e manipulações contábeis, uma vez que os eventos são registrados em ordem de 
acontecimentos, não há possibilidade de outro fato ser lançado a posteriori gerando efeitos 
retroativos. 
 
Por sua vez, o livro diário é apenas uma listagem cronológica, sem valor do ponto de 
vista do controle e classificação dessas informações, motivo pelo qual temos o livro razão. 
 
No livro razão as informações devem ser classificadas e lançadas nas suas 
respectivas contas patrimoniais, mediante o método do Débito e Crédito, proveniente das 
partidas dobradas (sistema de entrada dupla). É por meio desse livro que são calculados e 
evidenciados todos os eventos econômicos e seus efeitos sobre as contas patrimoniais e 
seus saldos. Com relação à metodologia de lançamento existem duas: Sucessiva e Débito 
e Crédito. 
 
Aqui estão alguns exemplos de algumas transações financeiras de uma empresa: 
 A compra de suprimentos com dinheiro; 
 A compra de mercadoria a crédito; 
 A venda de mercadorias a crédito; 
 Aluguel para o escritório de negócios; 
 Salários e vencimentos auferidos pelos empregados; 
 Comprando equipamentos para o escritório; 
 Emprestar dinheiro de um banco. 
 
As transações serão classificadas em talvez centenas de contas, incluindo Caixa, 
Contas a Receber, Empréstimos a Pagar, Contas a Pagar, Vendas, Despesas com Aluguel, 
Despesas com Salários, Departamento de Despesas com Salários, Departamento de 
Despesas com Salários, etc. Os valores em cada uma das contas ser relatado nas 
demonstrações financeiras da empresa em detalhes ou de forma resumida. Com centenas 
de contas e talvez milhares de transações, fica claro que, quando uma pessoa aprende o 
 
 
87 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
software contábil, haverá eficiências e melhores informações disponíveis para administrar 
um negócio. 
 
Assim como existem inúmeras transações financeiras e contas patrimoniais, temos 
de levar em consideração a complexidade dessas transações e o relacionamento entre as 
contas, ou seja, nem sempre a empresa irá tomar um empréstimo e utilizar esse dinheiro 
em apenas umaatividade, isso quer dizer, que podem haver diversas origens e diversas 
destinações simultâneas ou não dentro de cada transação. 
 
Assim sendo, os lançamentos contábeis podem ser classificados de três maneiras: 
1. Simples: Apenas duas contas contábeis são alteradas; 
2. Misto: Quando há uma conta sendo debitada e duas ou mais contas sendo 
creditadas, ou o vice-versa. 
3. Duplo: Quando duas ou mais contas são alteradas tanto por débito quanto por 
crédito. 
 
 
Lançamento contábil por débito e crédito 
A metodologia de lançamento contábil por balanços sucessivos, apesar de ser 
clara e facilmente inteligível, não é prática, uma vez que as empresas fazem 
milhares de lançamentos por dia ou mês. Também esse tipo de metodologia 
não permite contemplar um elemento fundamental de um lançamento, que é 
o histórico da transação. 
Além disso, muitos tipos de lançamentos são repetitivos, modificando apenas 
algumas características e mantendo sua essência, como os lançamentos de 
compras e vendas. Assim, essas todas essas movimentações devem ser 
escrituradas nas contas contábeis por meio da metodologia do débito e 
crédito, 
Para identificar se é débito ou crédito em cada conta, o procedimento deve 
ser o seguinte: 
a) identificar os elementos patrimoniais alterados pela transação; 
b) identificar se a transação aumenta ou diminui o saldo de cada conta contábil 
que representa os elementos patrimoniais alterados; 
c) identificar a natureza intrínseca do aIIu da conta, se é de saldo devedor ou 
saldo credor; 
d) se a conta é de saldo devedor, esta será debitada se a transação aumentar 
o seu saldo, e será creditada se a transação diminuir seu saldo; 
e) se a conta é de saldo credor, esta será creditada se a transação aumentar o 
seu saldo, e será debitada se a transação diminuir seu saldo. (Padoveze, 2017). 
 
 
 
88 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Por fim, após efetuados os lançamentos contábeis, elabora-se um balancete de 
verificação em que os saldos das contas patrimoniais são listados e averiguadas, para 
verificar se há igualdade entre os débitos e créditos lançados, assim, calcula-se o saldo 
total de débitos e créditos, se houver diferença entre os valores significa que houve algum 
erro no lançamento/escrituração. 
 
 
 
Lei das Sociedade por Ações (Lei das S/A) – Lei nº 6404/76 
Alterações na Lei das S/A – Lei nº 11638/07 
Alterações na Lei das S/A – Lei nº 11941/09 
CHAGAS, G. Contabilidade geral simplificado: demonstrações financeiras após 
alterações nas leis das S/A. São Paulo: Saraiva, 2013. 
Padoveze, C.L. Contabilidade Geral Simplificada. São Paulo: Forense, 2017. 
Conselho Federal de Contabilidade. Princípios Fundamentais e Normas 
Brasileiras de Contabilidade. 3ª ed. Brasília: CFC, 2008. 
Conselho Federal de Contabilidade. Resolução 1282. 3ª ed. Brasília: CFC, 2010. 
 
 
	PREFÁCIO AO CURSO
	1. AS ORIGENS E CONCEITUAÇÃO DA CONTABILIDADE
	1.1. Sistema de contabilidade de entrada única
	1.2. Sistema Bahi-Khata
	1.3. Comerciantes de Veneza
	1.4. Companhias de Carta (do inglês chartered company)
	1.5. Contabilidade Moderna
	1.6. Objetivos da Contabilidade
	1.6.1. Registro permanente (Histórico)
	1.6.2. Medição do Resultado (Aferição ou Apuração)
	1.6.3. Credibilidade (Prestação de Contas)
	1.6.4. Uso Eficiente de Recursos (Otimização e Planejamento Financeiro)
	1.6.5. Projeções
	1.7. Limitações da Contabilidade
	1.8. Mensuração Subjetiva
	1.9. Fatores Qualitativos
	1.10. Uma base de valor única
	1.11. Nenhuma informação sobre custo de oportunidade
	1.12. A quem se destina a contabilidade?
	1.12.1. Mercado de Capitais
	1.12.2. Fornecedores de crédito (instituições financeiras de crédito e investimento públicas e privadas)
	1.12.3. Governo
	1.12.4. Empregados
	1.12.5. Gestão
	1.12.6. Fornecedores
	1.12.7. Sociedade
	1.12.8. Sócios/Proprietários
	2. OS SISTEMAS CONTÁBEIS E SEUS REGIMES
	2.1. Sistema de contabilidade de entrada única
	2.1.1. Pequenas empresas
	2.1.2. Registros Incompletos
	2.1.3. Nenhuma reconciliação
	2.1.4. Possibilidade de fraude
	2.2. Sistema de contabilidade de dupla entrada em contas
	2.2.1. O que é o sistema de entrada dupla?
	2.2.2. Grandes empresas
	2.2.3. Registros completos
	2.2.4. Reconciliação Automática
	2.2.5. Fraude é difícil
	2.3. Entendendo o Débito e Crédito
	2.4. Os Regimes para Registro Contábil
	2.4.1. Regime de Caixa
	2.4.2. Regime de Competência
	3. PRINCÍPIOS, DOUTRINAS E CONVENÇÕES
	3.1. Os princípios contábeis segundo o CFC
	3.1.1. O Princípio da Entidade
	3.1.2. O Princípio da Continuidade
	3.1.3. O Princípio da Oportunidade
	3.1.4. O Princípio do Registro pelo Valor Original
	3.1.5. O Princípio da Atualização Monetária (Revogado)
	3.1.6. O Princípio da Competência
	3.1.7. O Princípio da Prudência
	3.2. Convenções e Doutrinas
	3.3. Convenção da entidade (reforça o Princípio da Entidade)
	3.5. Convenção do período contábil
	3.6. Convenção da perpetuidade (reforça o Princípio da Continuidade)
	3.7. Convenção Monetária
	3.8. Reconhecimento da convenção da lei
	3.9. Realização Receita
	3.10. Convenções de Objetividade
	3.11. Convenções de Confiabilidade ou Confiabilidade
	3.12. Convenções de comparabilidade
	3.13. Doutrina de consistência
	3.14. Doutrina de materialidade
	3.15. Doutrina do conservadorismo
	3.16. Doutrina da divulgação
	4. CONCEITOS DE ENTIDADE E A TEORIA DESCRITIVA E PRESCRITIVA
	4.1. Conceito de entidade na contabilidade financeira
	4.1.1. Problema 1: Vida Pessoal X Vida Empresarial (Confusão na Medição)
	4.1.2. Problema 2: Transações dentro da empresa
	4.1.3. Implicações
	4.2. Teoria Descritiva (Positiva) e prescritiva (Normativa)
	4.3. Contabilidade positiva ou Descritiva
	4.4. Contabilidade Normativa ou Prescritiva
	4.5. Vantagens e desvantagens de ambas as teorias
	5. QUALITATIVO E QUANTITATIVO
	5.1. Quantitativo X Qualitativo nas Demonstrações Contábeis
	5.2. Usos Gerais da Informação Contábil e Benefícios que uma informação de qualidade pode gerar
	5.2.1. Gerenciamento de desempenho
	5.2.2. Criar orçamentos
	5.2.3. Decisões Empresariais
	5.2.4. Decisões de Investimento
	5.2.5. Reputação Externa
	5.2.6. Relações de trabalho
	5.2.7. Efeitos do Credor
	5.2.8. Qualidade
	6. ESCOLAS DO PENSAMENTO CONTABILÍSTICO
	6.1. As escolas de pensamento contabilístico: resumo
	6.2. As escolas de pensamento contabilístico: evolução histórica
	6.2.1. A Personificação de Contas
	6.2.2. Personificação em um conjunto de contas
	6.2.3. Personificação em dois conjuntos de contas
	6.2.4. Personificação em três conjuntos de contas
	6.2.5. Personificação em quatro conjuntos de contas
	6.2.6. Personificação em cinco conjuntos de contas
	6.2.7. Desdobramentos da Teoria Personalista
	6.2.8. A visão legal das contas e o Materialismo
	6.2.9. A visão materialista das contas
	6.2.10. Período Normativo e Positivista
	6.2.11. Contabilidade Positiva
	6.2.12. Contabilidade Normativa
	6.2.13. Contabilidade Moderna
	7. CONHECENDO O PATRIMÔNIO E SUAS CONTAS
	7.1. Patrimônio: Balanço Patrimonial
	7.2. Ativo e Passivo
	7.3. Patrimônio Líquido e suas mutações
	7.4. Reconhecimento nas demonstrações contábeis
	8. PLANO DE CONTAS
	8.1. Plano de Contas
	8.1.1. A estrutura básica do plano de contas em nível de classe/grupo
	9. ESCRITURAÇÃO
	9.1. Introdução à Escrituração
	9.2. Escrituração antes dos softwares
	9.3. Escrituração com o auxílio dos softwares
	9.4. Escrituração: método de realizaçãopela contabilidade. Os gerentes recebem 
 
 
9 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
atualizações periódicas sobre o estado das coisas e estão em posição de conduzir uma 
análise dos mesmos e melhorar seu desempenho nos próximos períodos. 
 
1.12.6. Fornecedores 
Àqueles que prestam serviços ou vendem produtos/insumos/matéria prima à 
empresa, acabam por fechar contratos por essas vendas/prestação de serviços, logo, a 
solidez financeira e orçamentária da empresa também é relevante para eles. 
 
1.12.7. Sociedade 
Um conceito novo e crescente em contabilidade é o de Contabilidade Social, que é 
uma forma contábil de mensurar o impacto/relevância social que a empresa tem sobre a 
comunidade na qual está inserida, logo, as demonstrações contábeis vinculadas ao 
Balanço Social da empresa são relevantes para Sindicatos, Organizações de Bairro, 
Prefeituras Municipais e ONGs que busquem avaliar a importância da empresa na 
comunidade. 
 
1.12.8. Sócios/Proprietários 
Os maiores interessados na saúde financeira e solidez da empresa, sem dúvidas, 
pois colocaram seu capital (evidenciado pelo Patrimônio Líquido) na empresa, arriscando-
se, logo, esperam um retorno considerável, permanente, crescente e perpétuo sobre esse 
capital. E as demonstrações contábeis buscam evidenciar tudo isso, além de que, por meio 
de diversas análises dessas demonstrações, é possível fazer um diagnóstico da empresa 
e projeções futuras. 
 
 
 
10 Teoria da Contabilidade 
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Segundo Padoveze (2017), a contabilidade é uma ciência social aplicada, isso 
quer dizer que ela foi desenvolvida para atender aos aspectos práticos da vida 
das pessoas e das organizações. Sendo assim, a Contabilidade é uma ciência 
social responsável pelo registro, controle, análise e evidenciação do 
patrimônio de uma pessoa ou empresa. 
 
Ela nasceu de um método simples de contagem (inventário) e conforme a 
economia humana evoluiu e se diversificou, ficando mais complexa, passou ao 
que conhecemos hoje, um método muito mais amplo que não apenas registra 
o que se possui, mas também o que se deve, ativos e passivos, que irão 
constituir o patrimônio. 
 
Além disso, ela não se limita apenas ao registro e ao controle de dados, mas, 
também, a organização em demonstrativos e relatórios, análise e divulgação 
desses dados. 
 
 
 
 
Lei das Sociedade por Ações (Lei das S/A) – Lei nº 6404/76 
Alterações na Lei das S/A – Lei nº 11638/07 
Alterações na Lei das S/A – Lei nº 11941/09 
CHAGAS, G. Contabilidade geral simplificado: demonstrações financeiras após 
alterações nas leis das S/A. São Paulo: Saraiva, 2013. 
Padoveze, C.L. Contabilidade Geral Simplificada. São Paulo: Forense, 2017. 
 
 
 
 
11 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
2. OS SISTEMAS CONTÁBEIS E SEUS REGIMES 
 
Objetivo 
Apresentar os sistemas contábeis de entrada única e dupla e os regimes de caixa e 
competência. 
 
2.1. Sistema de contabilidade de entrada única 
Os sistemas contábeis de entrada única registram apenas um lado de cada 
transação. Isso acontece porque eles usam uma entrada para registrar todas as transações. 
Portanto, o sistema de entrada única não usa contas nominais e reais. A ênfase é em 
dinheiro e contas a receber. 
 
Apenas registra-se a ocorrência dos fatos econômicos sem as devidas 
contrapartidas. Esse sistema também é conhecido como Método das Partidas Simples. 
 
2.1.1. Pequenas empresas 
O sistema de entrada única é usado por pequenas empresas que acabaram de iniciar 
negócios. Essas empresas não têm os recursos necessários para implantar um sistema 
contábil completo. Por isso, eles começam com um sistema contábil de entrada única. No 
entanto, como e quando seus negócios crescem, a maioria das empresas é obrigada a 
adotar o sistema de entrada dupla. Isso ocorre porque o sistema de entrada única é 
altamente ineficiente e pode ser usado apenas por proprietários únicos quando a escala de 
negócios é muito pequena e as transações a serem realizadas não são muito complicadas. 
 
2.1.2. Registros Incompletos 
O maior problema com o sistema de contabilidade de entrada única é o dos registros 
incompletos. O sistema de entrada única registra somente as transações que a empresa 
está realizando com partes externas. Existem inúmeras transações dentro da empresa que 
são de importância vital e precisam de um lugar nas demonstrações financeiras. No 
entanto, o sistema de entrada única ignora essas necessidades e fornece informações 
incompletas para o gerenciamento. 
 
2.1.3. Nenhuma reconciliação 
O sistema contábil de entrada única não possui provisões para reconciliação de 
contas. Isso significa que o sistema não possui detecção de erro inerente. Portanto, se um 
 
 
12 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
funcionário está fazendo a tarefa de fazer entradas no livro, o sistema pode estar propenso 
a erros administrativos. Isso poderia levar a administração a ter informações insuficientes 
ou nenhuma informação quando tiver que tomar decisões. 
 
2.1.4. Possibilidade de fraude 
Sistema de contabilidade de entrada única é altamente propenso a fraudes e 
desfalques. Existe apenas um livro de contas em vez de um elaborado sistema de 
contabilidade. Por isso, as verificações internas são poucas. Na verdade, eles são 
inexistentes. A pessoa que faz as contas pode, sozinha, manipular os livros contábeis e 
apropriar-se indevidamente dos recursos da empresa. 
 
Para combater esse problema, Luca Pacioli e outros comerciantes de Veneza 
criaram o sistema contábil de dupla entrada. Este sistema provou ser muito eficaz e útil e 
logo se tornou o padrão ouro para a indústria. 
 
 
 
O processo contábil começa pela escrituração, que é o método contábil para 
registro dos fatos econômicos que ocorreram à entidade, dessa forma, é preciso 
um sistema de registro (ou de escrituração). Inicialmente, registrava-se apenas 
o fato, fosse ele uma entrada ou uma saída, ou seja, como o objetivo da 
contabilidade antiga era apenas inventariar as posses, apenas registava-se a 
entrada ou saída de bens no inventário. Tal prática ainda é comum na 
contabilidade pessoal e de pequenas empresas, uma vez que na maioria das 
vezes, apenas registramos quanto foi gasto, não há relação de casualidade entre 
o quanto entrou (renda) e quanto dessa renda foi destinada a cada gasto. 
 
 
2.2. Sistema de contabilidade de dupla entrada em contas 
Diz-se que o sistema de entrada dupla da contabilidade revolucionou o crescimento 
nos negócios modernos. É somente porque as empresas são capazes de acompanhar sua 
crescente escala de transações de maneira eficiente que elas crescem ainda mais. Isso foi 
facilitado por um sistema de contabilidade de bem projetado, que impedia erros, chamado 
sistema de dupla entrada. 
 
 
 
13 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
2.2.1. O que é o sistema de entrada dupla? 
Em um sistema de contabilidade de dupla entrada, há dois lados em cada transação. 
Os lados são iguais em magnitude, ou seja, os débitos devem sempre igualar os créditos. 
Esse sistema também é conhecido como Método das Partidas Dobradas. 
 
 
 
O sistema de débito e crédito é a base do sistema de dupla entrada de 
contabilidade. É muito útil, mas ao mesmo tempo é muito difícil de usar na 
realidade. Débitos e créditos são os blocos de construção do sistema contábil de 
dupla entrada. Muitos estudantes de contabilidade acham o uso dessas palavras 
confuso. Muitos tentam entendê-los tentando fazer uma analogia com algo que 
eles já conhecem como mais e menos. No entanto, débitos e créditos são 
distintamente diferentes de mais e menos. Às vezes, uma entrada de débito 
pode fazer com que o saldo da conta aumente, enquanto outras vezeso saldo 
da conta diminui. Em suma, a lógica predominante é a da contrapartida, para 
toda entrada deve haver uma saída correspondente, para toda origem deve 
haver uma destinação para aquele valor. (Mais detalhes no próximo tópico) 
 
Essa é a fórmula base da contabilidade moderna: 
Ativo = Passivo; 
Débito = Crédito; 
Bens e Direitos = Obrigações. 
 
 
2.2.2. Grandes empresas 
Quando uma empresa cresce além de um determinado tamanho, ela precisa usar o 
sistema de contabilidade de dupla entrada. Isso é porque é obrigatório por lei e também 
porque é o sistema mais eficiente. 
 
2.2.3. Registros completos 
O sistema de contabilidade de dupla entrada mantém um registro de todas as 
principais transações contábeis. Estas podem ser transações fora da empresa com 
terceiros. Certificando-se de que todos os registros de crédito e transações intra-firmas 
estão sendo contabilizados, o sistema de dupla entrada fornece o registro mais preciso. 
 
2.2.4. Reconciliação Automática 
À medida que a escala de uma empresa cresce, ela se torna mais propensa a erros 
administrativos. Um funcionário responsável por um grande número de transações durante 
 
 
14 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
todo o dia é pode cometer alguns erros. No entanto, o sistema de entrada dupla não permite 
que esses erros tenham efeito em cascata. Isso ocorre porque o sistema está 
constantemente verificando se o total de débitos é igual ao total de créditos. Quando não 
são, os contadores sabem que estão lidando com um erro. Eles podem então descobrir o 
erro, corrigi-lo e seguir em frente. Isso economiza muito tempo e cria uma incrível precisão 
no sistema. 
 
No entanto, o sistema de contabilidade de dupla entrada não é 100% à prova de 
erros. Existe a possibilidade de uma entrada ter sido completamente omitida ou de ter 
ocorrido erros de compensação ao passar a entrada. 
 
2.2.5. Fraude é difícil 
Assim como a reconciliação, quando uma empresa cresce, mais e mais 
responsabilidades precisam ser confiadas aos trabalhadores. Muitas vezes isso leva a 
fraudes por parte dos trabalhadores à medida que desviam dinheiro e fazem uso de 
recursos para benefícios pessoais. No entanto, o sistema contábil de dupla entrada, quando 
usado corretamente, impede que tais situações surjam. O sistema possui controles internos 
fortes para evitar o uso indevido de quaisquer recursos. 
 
 
 
 Lei 6.404/1976 
 Lei 11.638/2007 
 Lei 11.941/2009 
 www.cfc.org.br 
 
 
2.3. Entendendo o Débito e Crédito 
O conceito de crédito e débito é o primeiro a confundir a cabeça de todo estudante 
de contabilidade, isso ocorre porquê ao tentarmos interpretarmos esses conceitos usando 
a terminologia do dia a dia acabamos errando na essência do que é débito e crédito para a 
contabilidade. 
 
A primeira coisa a ser definida é: tudo que entra é débito e o que sai é crédito. Em 
seguida, é preciso entender que a contabilidade moderna funciona pela metodologia das 
partidas dobradas, ou seja, das entradas duplas. Isso quer dizer que é preciso haver relação 
 
 
15 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
de casualidade, causa e efeito, para todos os registros contábeis, logo, não há entrada sem 
saída, nem crédito sem débito. 
 
Assim, o sistema de crédito por débito deve ser entendido como um sistema de duas 
etapas. As etapas envolvidas na decisão se uma conta precisa ser debitada ou creditada 
são as seguintes: 
1. Verifique o tipo de conta 
2. Verifique o tipo de transação 
 
Outra fato essencial para entender o Débito e o Crédito é compreender que um 
registro contábil apura os Bens, Direitos e Deveres, compondo assim o Patrimônio1 da 
Empresa. Assim, Bens e Direitos representam aquilo a entidade possui, adquiriu, comprou, 
investiu, ou seja, aonde seus recursos estão aplicados, no que ela gastou seus recursos. 
Já os Deveres representam a origem desses recursos2, de quem e para quem ela deve 
dinheiro, podendo ser para terceiros (instituições financeiras, credores, governo, 
fornecedores e funcionários) ou para os proprietários. 
 
Dessa forma, podemos separar as Contas em dois tipos, os tipos de débito e crédito, 
e, estas, podem ser classificadas em quatro categorias principais de contas em 
contabilidade, que são: 
1. Ativos (bens e direitos; Aplicação/Destinação dos recursos) 
2. Passivos (obrigações com terceiros ou proprietários; Origem/Fonte dos recursos) 
3. Receitas (ganhos/entradas) 
4. Despesas (gastos/saídas) 
 
Qualquer item pode ser classificado exatamente como uma dessas classificações. 
No entanto, o mesmo item pode ser dividido em dois e ser parte ativo e parte de despesas 
e assim por diante. 
 
 
 
 
1 Mais deta lhes acerca d isso será vis to em um mater ia l especí f ico 
2 Lembrando que recursos é um te rmo amplo, apesar de mensurado em moeda corrente , 
pode representar t rabalho, mercador ias, insumos, t r ibutos a recolher , a lém do própr io crédi to 
f inancei ro. 
 
 
16 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Mas, podemos identificar nessas quatro categorias duas características básicas: 
1. Despesas e Ativos denotam a saída de recursos da empresa. 
2. Receitas e Passivos denotam a entrada de recursos para a empresa. 
 
Assim, as contas podem ser classificadas como saída (Destinação dos recursos, 
aonde eles foram aplicados) e entrada (Origem dos recursos, a fonte desses recursos). É 
essa característica que vai definir o que é Débito e Crédito. 
 
AS CONTAS DE SAÍDA (Ativos e Despesas) tem saldo Devedor. 
AS CONTAS DE ENTRADA (Passivos e Receitas) tem saldo Credor. 
 
Para auxiliar na compreensão de conceito, vale entender a origem dessa lógica que 
está no Passivo, essa conta representa as origens dos recursos, logo, apresenta quem são 
os CREDORES da empresa, terceiros ou proprietários, assim, todo fato econômico que 
aumenta o valor de um passivo, tem caráter de Crédito, logo, toda conta do Passivo tem 
caráter de Crédito. Assim, se o Ativo é o oposto do Passivo, o oposto do Crédito é o Débito, 
por isso, o Ativo tem caráter de débito. 
 
Já com relação às Receitas e Despesas, a lógica precede, a Receita com vendas de 
uma empresa é uma de suas fontes de recursos, assim como o Passivo, logo, ela tem 
caráter de Crédito. As despesas representam a aplicação desses recursos, logo, tem 
caráter de Débito. 
 
Assim, temos as seguintes situações: 
 Contas de receita: Um débito diminui o saldo e um crédito aumenta o saldo. 
 Contas de despesas: Um débito aumenta o saldo e um crédito diminui. 
 Contas de ganhos: Um débito diminui o saldo e um crédito aumenta o saldo. 
 Contas de perdas: Um débito aumenta o saldo e um crédito diminui o saldo. 
 
Se você estiver realmente confuso com esses problemas, lembre-se de que os 
débitos sempre vão para a coluna da esquerda e os créditos sempre vão para a coluna da 
direita. Não há exceções, veja o quadro abaixo: 
 
 
 
17 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
Vamos ver alguns exemplos de operações contábeis: 
 Venda por dinheiro: debitar a conta em dinheiro | Crédito da conta de receita 
 Venda a crédito: debitar a conta de contas a receber | Crédito da conta de receita 
 Receba dinheiro no pagamento de uma conta a receber: debitar a conta em 
dinheiro | Crédito da conta de contas a receber 
 Compre suprimentos do fornecedor em dinheiro: debite a conta de despesas de 
suprimentos | Crédito da conta em dinheiro 
 Compre suprimentos do fornecedor a crédito: debite a conta de despesas de 
suprimentos | Crédito da conta a pagar 
 Comprar estoque do fornecedor para dinheiro: debitar a conta de estoque | 
Crédito da conta em dinheiro 
 Compre estoque do fornecedor a crédito: debite a conta de estoque | Crédito da 
conta a pagar 
 Pague os funcionários:debitem as despesas salariais e as contas do imposto 
sobre a folha de pagamento | Crédito da conta em dinheiro 
 Pegue um empréstimo: conta de débito em dinheiro | Crédito a pagar conta a 
pagar 
 Reembolsar um empréstimo: conta de empréstimos a pagar a débito | Conta de 
caixa de crédito 
 
 
18 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
Todas as contas que normalmente contêm um saldo devedor aumentam 
quando um débito (coluna esquerda) é adicionado a elas e reduzido quando 
um crédito (coluna direita) é adicionado a elas. Os tipos de contas aos quais 
esta regra se aplica são despesas, ativos e dividendos. 
 
Todas as contas que normalmente contêm um saldo de crédito aumentarão 
quando um crédito (coluna da direita) for adicionado a elas e reduzido quando 
um débito (coluna da esquerda) for adicionado a elas. Os tipos de contas aos 
quais essa regra se aplica são passivos, receitas e patrimônio líquido. 
 
O montante total de débitos deve ser igual ao total de créditos em uma 
transação. 
 
2.4. Os Regimes para Registro Contábil 
2.4.1. Regime de Caixa 
A base de caixa de contabilidade usa recebimentos e pagamentos de caixa para 
registrar receitas e despesas. Portanto, sob o regime contábil de caixa, se uma corporação 
fizer pagamentos salariais de janeiro, 3 meses depois, em abril, será considerada como 
despesa no mês de abril, desde quando o dinheiro foi pago. Além disso, se a mesma 
empresa pagar o adiantamento para o mês de maio em abril, será considerado como 
despesa para abril. 
 
Da mesma forma, o tempo que as empresas gastam agregando valor a seus 
produtos aparece nos livros como despesas. Somente quando a venda é fechada e o 
dinheiro entra pela porta, a renda é reconhecida. A base contábil em dinheiro considera 
pagamentos antecipados como receita desde que o dinheiro tenha sido recebido. 
 
Existem problemas óbvios com base em contabilidade. Eles são os seguintes: 
 Despesas tendem a ser desordenadas: Não é incomum as empresas negociarem 
crédito comercial para si mesmas. Sob os termos de crédito comercial, as 
empresas usam matérias-primas ao longo de um período de tempo e, em seguida, 
fazem um pagamento único pelo uso. Sob o regime contábil de caixa, todas as 
despesas aparecem nas demonstrações financeiras de uma só vez quando o 
pagamento é feito. Isso desordena as despesas nas demonstrações financeiras. 
 Renda tende a ser desordenada: Assim como usamos o crédito de nossos 
fornecedores, as empresas que lidam conosco também tendem a usar nosso 
 
 
19 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
crédito. Eles também fazem nossos pagamentos de uma só vez. Portanto, assim 
como as despesas, a renda também tende a ser confusa. 
 
Finanças tornam-se imprevisíveis: Sob o regime contábil de caixa, haverá poucos ou 
poucos rendimentos e despesas em alguns meses e receitas e despesas muito grandes 
em alguns outros. Isso será por causa do efeito de desordem. Como resultado, as finanças 
tornam-se imprevisíveis. 
 
2.4.2. Regime de Competência 
Por outro lado, o regime de competência, contabiliza os fatos financeiros quando 
eles são reconhecidos: 
 A empresa vai consumir suas matérias-primas de maneira consistente à medida 
que forem usadas no processo produtivo – e não em uma única cobrança quando 
forem pagas, como seria no regime de caixa. 
 A firma registrará a renda quando todas as responsabilidades relativas à venda 
tiverem sido cumpridas e a firma tiver o direito de reclamar dinheiro dos clientes – 
e não, somente quando o pagamento for efetuado e depositado em sua conta, 
como seria no regime de caixa. 
 O adiantamento em dinheiro recebido será tratado como um passivo. A empresa 
terá que devolver o dinheiro de volta ou fornecer serviços em vez do mesmo. 
 
Na contabilidade são utilizados uma combinação de regime de caixa e de 
competência. A conta de lucros e perdas e o balanço patrimonial são preparados de acordo 
com o regime de competência, enquanto o fluxo de caixa informa a situação do caixa da 
empresa pelo regime de caixa. 
 
 
 
Lei das Sociedade por Ações (Lei das S/A) – Lei nº 6404/76 
Alterações na Lei das S/A – Lei nº 11638/07 
Alterações na Lei das S/A – Lei nº 11941/09 
CHAGAS, G. Contabilidade geral simplificado: demonstrações financeiras após 
alterações nas leis das S/A. São Paulo: Saraiva, 2013. 
Padoveze, C.L. Contabilidade Geral Simplificada. São Paul 
 
 
 
20 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
3. PRINCÍPIOS, DOUTRINAS E CONVENÇÕES 
 
Objetivo 
Apresentar os princípios, doutrinas e convenções adotados na contabilidade, 
segundo as normas nacionais e internacionais. 
 
3.1. Os princípios contábeis segundo o CFC 
O Conselho Federal de Contabilidade é o órgão máximo da regulamentação contábil 
no Brasil, sendo assim, em sua norma CFC 750/93 são estabelecidos os princípios básicos 
da contabilidade, os princípios apresentados a seguir foram extraídos na íntegra da norma 
CFC 750/93, disponível no website do CFC. 
 
Segundo o CFC (2008), “Os Princípios Fundamentais de Contabilidade representam 
a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante 
o entendimento predominante nos universos científico e profissional de nosso País. 
Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo 
objeto é o patrimônio das entidades”. 
 
 
 
 O Art. 3 do CFC 750/93 estabelece que: 
“São Princípios Fundamentais3 de Contabilidade: 
I) o da ENTIDADE; 
II) o da CONTINUIDADE; 
III) o da OPORTUNIDADE; 
IV) o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL; 
V) o da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA (revogado); 
VI) o da COMPETÊNCIA; e 
VII) o da PRUDÊNCIA. ” 
(Extraído do CFC 750/93)4 
 
3.1.1. O Princípio da Entidade 
Art. 4º O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto 
da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da 
 
3 Al terado pela CFC 1282/2010 
4 Os pr inc íp ios são exigênc ias legais e normat ivas, mot i vo pelo qual o autor dec id iu 
re ferenc iar na ín tegra a norma do CFC, é de suma importânc ia que o estudante de contabi l idade 
conheça ta is normas. 
 
 
21 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios 
existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um 
conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer 
natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por consequência, 
nesta acepção, o Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus 
sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição. 
 
Parágrafo único O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a 
recíproca não é verdadeira. A soma ou agregação contábil de 
patrimônios autônomos não resulta em nova ENTIDADE, mas numa 
unidade de natureza econômico contábil. 
 
3.1.2. O Princípio da Continuidade 
Art. 5º O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade 
continuará em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a 
apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta 
circunstância5. 
 
§ 1º A CONTINUIDADE influencia o valor econômico dos ativos e, em 
muitos casos, o valor ou o vencimento dos passivos, especialmente 
quando a extinção da ENTIDADE tem prazo determinado, previsto ou 
previsível. 
 
§ 2º A observância do Princípio da CONTINUIDADE é indispensável à 
correta aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA, por efeito de se 
relacionar diretamente à quantificação dos componentes patrimoniais 
e à formação do resultado, e de constituir dado importante para aferir 
a capacidade futura de geração de resultado. 
3.1.3. O Princípio da Oportunidade 
Art. 6º O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de 
mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais para 
produzir informações íntegras etempestivas6. 
 
Parágrafo único: A falta de integridade e tempestividade na produção 
e na divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua 
 
5 Al terado pela CFC 1282/2010 
6 Al terado pela CFC 1282/2010 
 
 
22 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a 
oportunidade e a confiabilidade da informação.7 
 
I – Desde que tecnicamente estimável, o registro das variações 
patrimoniais deve ser feito mesmo na hipótese de somente existir 
razoável certeza de sua ocorrência; 
II – O registro compreende os elementos quantitativos e qualitativos, 
contemplando os aspectos físicos e monetários; 
III – O registro deve ensejar o reconhecimento universal das variações 
ocorridas no patrimônio da ENTIDADE, em um período de tempo 
determinado, base necessária para gerar informações úteis ao 
processo decisório da gestão. 
 
3.1.4. O Princípio do Registro pelo Valor Original8 
Art. 7º O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os 
componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos 
valores originais das transações, expressos em moeda nacional. 
 
§ 1o As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas em graus 
distintos e combinadas, ao longo do tempo, de diferentes formas: 
I - Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a 
serem pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos 
recursos que são entregues para adquiri-los na data da aquisição. Os 
passivos são registrados pelos valores dos recursos que foram 
recebidos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias, pelos 
valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais serão necessários 
para liquidar o passivo no curso normal das operações; e 
II - Variação do custo histórico. Uma vez integrado ao patrimônio, os 
componentes patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variações 
decorrentes dos seguintes fatores: 
 
a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa 
ou equivalentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses 
ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data ou no 
período das demonstrações contábeis. Os passivos são 
reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, não 
 
7 Al terado pela CFC 1282/2010 
8 Redação completamente a l terada p ela CFC 1282/2010, observar que o concei to de 
Correção Monetár ia fo i i nser ido. 
 
 
23 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
descontados, que seriam necessários para liquidar a obrigação na 
data ou no período das demonstrações contábeis; 
b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou 
equivalentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda 
em uma forma ordenada. Os passivos são mantidos pelos valores 
em caixa e equivalentes de caixa, não descontados, que se espera 
seriam pagos para liquidar as correspondentes obrigações no 
curso normal das operações da Entidade; 
c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, 
descontado do fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se 
espera seja gerado pelo item no curso normal das operações da 
Entidade. Os passivos são mantidos pelo valor presente, 
descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera 
seja necessário para liquidar o passivo no curso normal das 
operações da Entidade; 
d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um 
passivo liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em 
uma transação sem favorecimentos; e 
e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo 
da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros 
contábeis mediante o ajustamento da expressão formal dos 
valores dos componentes patrimoniais. 
 
§ 2o São resultantes da adoção da atualização monetária: 
I - A moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não 
representa unidade constante em termos do poder aquisitivo; 
II - Para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das 
transações originais, é necessário atualizar sua expressão formal em 
moeda nacional, a fim de que permaneçam substantivamente corretos 
os valores dos componentes patrimoniais e, por consequência, o do 
Patrimônio Líquido; e 
III - A atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão 
somente o ajustamento dos valores originais para determinada data, 
mediante a aplicação de indexadores ou outros elementos aptos a 
traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado 
período." 
 
3.1.5. O Princípio da Atualização Monetária (Revogado) 
 
 
 
24 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
3.1.6. O Princípio da Competência9 
Art. 9º O Princípio da Competência determina que os efeitos das 
transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que 
se referem, independentemente do recebimento ou pagamento. 
 
Parágrafo único. O Princípio da Competência pressupõe a 
simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas correlatas. 
3.1.7. O Princípio da Prudência10 
Art. 10º O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor 
valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, 
sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a 
quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio 
líquido. 
 
Parágrafo único. O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de 
certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às 
estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos 
e receitas não sejam superestimados e que passivos e despesas não 
sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao processo de 
mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais. 
 
 
 
Segundo CFC 750/93, “Art. 11. A inobservância dos Princípios Fundamentais 
de Contabilidade constitui infração nas alíneas “c”, “d” e “e” do art. 27 do 
Decreto-Lei nº 9.295, de 27 de maio de 1946 e, quando aplicável, ao Código de 
Ética Profissional do Contabilista. ” 
 
 
 
3.2. Convenções e Doutrinas 
Para ajudar os contadores a se entenderem, foram desenvolvidas diversas 
orientações (há algumas divergências entre nacional e internacional, porém, a tendência é 
que todas se alinhem) que são chamados de convenções e doutrinas. Convenções são 
acordos gerais em contabilidade, principalmente sobre padrões ou procedimentos. 
 
9 Al terado pela CFC 1282/2010 
10 Al terado pela CFC 1282/2010 
 
 
25 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Enquanto as Doutrinas e Convenções11 são princípios fundamentais, axiomas, sobre os 
quais outros princípios se baseiam. Vamos ver os principais e mais relevantes: 
 
3.3. Convenção da entidade (reforça o Princípio da Entidade) 
A empresa existe separadamente de seu proprietário e as informações financeiras 
de negócios são sempre tratadas separadamente das do proprietário. Salvo em casos de 
execução judicial e cobrança de dívidas, em que o patrimônio do proprietário pode vir a ser 
alienado. O mesmo vale para grupos empresariais que devem ter uma contabilidade para 
cada entidade, mesmo que haja depois um relatório consolidado. 
 
3.5. Convenção do período contábil 
Esse é um dos tópicos que variam entre nações, pois dependem do ano-calendário 
de cada país, no geral, entidades de grande porte, multinacionais e listadas nas bolsas de 
valores seguem o calendário anual civil e trimestral. Isso significa, que diversos de seus 
relatórios serão elaborados e divulgados trimestralmente e anualmente. 
 
3.6. Convenção da perpetuidade (reforça o Princípio da Continuidade) 
Os relatórios financeiros são preparados com base no pressuposto de que o negócio 
estará operando indefinidamente, que não há data para encerramento de suas atividades 
(exceto em casos específicosque se saiba que haverá tal encerramento, como os de fundos 
de investimento). Isso significa, que seus bens, direitos e obrigações não devem ter sua 
avaliação afetadas pelo pressuposto de que serão alienadas futuramente. Serve de base 
para o princípio de custo como base de valor. 
 
3.7. Convenção Monetária 
Todas as transações comerciais são registradas em unidades monetárias referentes 
ao país de atuação da empresa, respeitando suas unidades matemáticas, ou seja, no caso 
brasileiro, reais e centavos. Se uma transação não puder receber um valor monetário, ela 
não poderá ser registrada. Operações internacionais costumam ser realizadas em dólar, 
então, é preciso fazer a conversão para moeda local. 
 
11 Lembrando que o va le na prát ica são os pr inc íp ios legais estabelec idos nas normas, 
resoluções do CFC e CPC, a lém da s leg is lações apl icáveis . As dout r inas e convenções são como 
recomendações e or ien tações gera is , a lgumas , inc lus ive, apenas reforçam o que d iversos 
pr inc íp ios, normas, resoluções e leg is lações já estabeleceram. 
 
 
26 Teoria da Contabilidade 
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3.8. Reconhecimento da convenção da lei 
Esta convenção pressupõe que as leis que afetam os negócios e o sistema contábil 
do negócio sejam sempre seguidas, tanto pelos profissionais da contabilidade, quanto pelos 
gestores das empresas, assim, como pelos próprios agentes fiscalizadores. 
 
3.9. Realização Receita 
Recomenda que a receita só deve ser reconhecida e lançada no demonstrativo de 
resultado uma vez que todas as prerrogativas para sua realização tenham sido efetuadas, 
ou seja, que apenas quando todas as condições necessárias para a que a transação ocorra 
tenham sido atendidas. 
 
3.10. Convenções de Objetividade 
Objeto de contabilidade é mostrar o resultado financeiro verdadeiro e justo e a 
posição financeira da organização. Tal objeto somente poderá ser atendido se as 
informações contidas na demonstração contábil forem suportadas pela evidência e houver 
aplicação mínima de julgamento pessoal de um contador. A Convenção da Objetividade 
afirma que as demonstrações financeiras devem estar livres de preconceitos, para torná-
las confiáveis e confiáveis. 
 
3.11. Convenções de Confiabilidade ou Confiabilidade 
Os usuários da demonstração financeira tomam suas decisões com base em 
informações fornecidas pela contabilidade por meio de conceitos financeiros. Se as 
informações fornecidas não estiverem corretas, isso pode induzir em erro os usuários. 
Assim, as informações fornecidas nas demonstrações financeiras devem ser confiáveis. 
Portanto, o procedimento contábil, que gera essas informações, também deve ser confiável. 
 
3.12. Convenções de comparabilidade 
De acordo com essa convenção, as informações fornecidas nas demonstrações 
contábeis por meio da contabilidade são comparáveis às demonstrações contábeis dos 
últimos anos. Além disso, essa informação também é comparável com a de diferentes 
preocupações. Por comparação, pode-se tomar uma decisão melhor. (Relação direta com 
a Doutrina seguinte). 
 
 
 
27 Teoria da Contabilidade 
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3.13. Doutrina de consistência 
Consistência refere-se ao uso da mesma abordagem contábil, princípios e 
procedimentos para período após período para determinar a posição financeira e renda da 
preocupação. Ajuda na comparação fácil do desempenho da preocupação entre dois 
períodos contábeis diferentes, já que as receitas e as despesas de cada período são 
medidas na mesma base. Torna demonstrações financeiras imparciais e livres de 
manipulação. 
 
No entanto, se uma política for alterada durante o ano, os fatos e seus efeitos 
deverão ser adequadamente divulgados como nota de rodapé das demonstrações 
contábeis. 
 
3.14. Doutrina de materialidade 
A Doutrina da Divulgação exige a divulgação de políticas contábeis. No entanto, isso 
não significa que todas as informações precisam ser divulgadas. Somente informações 
relevantes devem ser adequadamente divulgadas. Informações materiais são aquelas 
informações cuja omissão ou distorção podem influenciar a decisão econômica do usuário. 
 
Além disso, a informação, que influencia a decisão dos usuários, é uma questão de 
julgamento subjetivo. Além disso, o julgamento da materialidade é a questão do viés 
pessoal. Um item pode ser material em um caso, mas imaterial em outro caso. Mas, 
situações como transações de valor irrelevante não precisam de detalhamento. 
 
3.15. Doutrina do conservadorismo 
Em caso de incerteza dos resultados a serem relatados, uma estimativa mais 
conservadora dos lucros deve ser usada; é melhor subestimar o lucro em vez de exagerar. 
 
De acordo com esta convenção, não espere lucro, mas reconheça todas as perdas 
prováveis. Quando houver valor alternativo para os ativos, então um valor menor deve ser 
considerado. 
 
A provisão é feita para todos os passivos e perdas conhecidos, embora o montante 
não possa ser determinado com certeza e represente apenas a melhor estimativa à luz das 
informações disponíveis. 
 
 
 
28 Teoria da Contabilidade 
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Por outro lado, lucros antecipados ou eventos futuros favoráveis são registrados 
somente após sua ocorrência, além disso, lucros serão registrados somente quando o 
mesmo for ser realizado, embora não necessariamente em dinheiro. Na avaliação do 
estoque de fechamento, contador deve considerar menor do custo ou o valor realizável 
líquido. 
 
3.16. Doutrina da divulgação 
O principal objetivo da demonstração financeira é fornecer informações sobre a 
posição financeira da preocupação de seus usuários em tomar várias decisões. As 
demonstrações contábeis devem divulgar todas as informações relevantes e não ocultam 
nenhum fato relevante. A doutrina da divulgação implica que as demonstrações contábeis 
devem fornecer informações compreensíveis, relevantes, confiáveis e comparáveis aos 
seus usuários para alcançar o objeto da demonstração contábil. Para alcançar o objeto, 
muitas demonstrações contábeis contêm as seguintes informações como parte: 
 As políticas contábeis e o método de contabilidade adotadas. 
 Fato e efeito de qualquer mudança na política 
 Informação de transação com partes relacionadas. 
 Entre outras informações exigidas pelas legislações vigentes12. 
 
 
 
Um dos princípios e convenções que mais sofreram alterações, recentemente, 
são os referentes à mensuração do Valor de ativos e passivos, o princípio do 
valor Original e Convenção do Custo Histórico ou Custo como base de valor. 
Sempre foi estabelecido que o custo de aquisição expresso pela nota fiscal, 
recibo ou contrato era a base de valor a ser considerada na mensuração dos 
valores dos Ativos e Passivos e, em caso de divergências, sempre assumir o de 
menor valor. Estipulava-se que todos os Ativos e Passivos deveriam ser 
registrados pelo custo de aquisição ou histórico somente tendo esse valor 
atualizado no caso de sua alienação ou execução. Resoluções recentes vêm 
atualizando esse conceito, levando em consideração fatos econômicos como 
Valor Realizável, Valor Justo, Valor Presente e Atualização Monetária e 
Cambial. Além disso, há de se lembrar de questões como reavaliação 
patrimonial, depreciação e amortização de bens, direitos e obrigações, que já 
são práticas contábeis reconhecidas. 
 
12 Ver regulamentação contábi l da CVM e do CFC acerca das in formações re levantes em 
Demonstrações Financei ras. 
 
 
29 Teoria da Contabilidade 
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 Lei 6.404/1976 
 Lei 11.638/2007 
 Lei 11.941/2009 
 www.cfc.org.br 
 www.cpc.org.br 
 
 
 
 
Lei das Sociedade por Ações (Lei das S/A) – Lei nº 6404/76 
Alterações na Lei das S/A – Lei nº 11638/07 
Alterações na Lei das S/A – Lei nº 11941/09CHAGAS, G. Contabilidade geral simplificado: demonstrações financeiras após 
alterações nas leis das S/A. São Paulo: Saraiva, 2013. 
Padoveze, C.L. Contabilidade Geral Simplificada. São Paulo: Forense, 2017. 
Conselho Federal de Contabilidade. Princípios Fundamentais e Normas 
Brasileiras de Contabilidade. 3ª ed. Brasília: CFC, 2008. 
Conselho Federal de Contabilidade. Resolução 1282. 3ª ed. Brasília: CFC, 2010. 
 
 
 
30 Teoria da Contabilidade 
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4. CONCEITOS DE ENTIDADE E A TEORIA DESCRITIVA E 
PRESCRITIVA 
 
Objetivo 
Apresentar o conceito de entidade, fundamental na contabilidade, e o que é Teoria 
Descritiva e Prescritiva na contabilidade. 
 
4.1. Conceito de entidade na contabilidade financeira 
Entidades é um conceito abstrato essencial à Contabilidade, representa um conjunto 
de pessoas e/ou recursos e/ou organizações que são capazes de exercer algum tipo de 
atividade econômica como objetivo de lucrar ou apenas atuar na sociedade, logo, detentor 
de Patrimônio (que é o objetivo final da contabilidade). Assim, o conceito de entidade é um 
dos conceitos centrais da contabilidade. A compreensão do mesmo é, portanto, de suma 
importância para os estudantes. No entanto, o conceito de entidade surgiu como uma 
solução para um problema enfrentado pelos contadores anteriores. Para entender os 
benefícios da solução fornecida, devemos primeiro analisar o problema. 
 
4.1.1. Problema 1: Vida Pessoal X Vida Empresarial (Confusão na Medição) 
Na realidade, um negócio é apenas outro aspecto da vida de uma pessoa. Quando 
muitas pessoas se juntam e começam um negócio, é um esforço coletivo. No entanto, isso 
pode causar confusão para os contadores. Imagine contabilizar despesas pessoais e de 
negócios juntas. Os contadores nunca seriam capazes de chegar a uma imagem exata dos 
lucros. 
 
Para resolver esse problema, os contadores criaram o conceito de entidade. Essa 
foi a separação entre as informações pessoais e as profissionais do empreendedor. Para 
fins contábeis, o negócio é considerado uma entidade independente e separada da de seu 
empreendedor. 
 
 
Essa separação de informações na contabilidade é independente do status 
legal da organização. Mesmo havendo relação direta entre os patrimônios 
individuais e da empresa (pequenos negócios familiares, por exemplo), a 
contabilidade deve encontrar meios de distinguir ambos. 
 
 
 
31 Teoria da Contabilidade 
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4.1.2. Problema 2: Transações dentro da empresa 
Toda empresa realiza diversas transações com terceiros e o sistema contábil é capaz 
de acompanhar o mesmo. No entanto, também existem muitas transações internas à 
empresa e, algumas delas, podem ser confusas. 
 
Por exemplo, em um pequeno negócio familiar seus proprietários utilizam parte dos 
recursos da empresa para seu usufruto pessoal, se não houvesse distinção entre o 
patrimônio pessoal e empresarial, essas transações se perderiam. 
 
Outras transações, já no caso de empresas mais complexas, são resultado da 
atividade operacional, quando uma empresa consome seus insumos e matéria-prima e 
aplica seu trabalho neles, elas obtêm um produto finalizado, assim, há uma transação 
bastante complexa ocorrendo no ativo da empresa, redução dos insumos e um aumento do 
estoque. 
 
Se a empresa fosse considerada como uma unidade, seria impossível contabilizar a 
transação, pois a mesma parte não pode estar em ambos os lados da transação. 
 
4.1.3. Implicações 
O conceito de entidade pode parecer uma suposição simples e óbvia de 
contabilidade, mas sua criação permite resolver esses e outros problemas, no entanto, 
algumas implicações que essa suposição cria podem ser um tanto quanto contra intuitivas. 
Vamos analisar as principais implicações: 
 
 O Capital aparece como Responsabilidade: No uso cotidiano, consideramos a 
palavra responsabilidade com uma conotação negativa. Por outro lado, 
consideramos o capital com uma conotação positiva. Se você perguntar a um leigo 
se o capital deve ser considerado um passivo, eles certamente dirão “não”. No 
entanto, é exatamente isso que precisa ser feito. Na contabilidade, o capital 
aparece sempre abaixo do passivo, quando o balanço é preparado. Isso é por 
causa do conceito de entidade. O conceito de entidade considera a empresa 
separada de seus proprietários. Assim, capital é dinheiro que os proprietários 
emprestaram à empresa. É por isso que aparece no lado das obrigações das 
demonstrações financeiras da empresa. Se você preparar as demonstrações 
financeiras pessoais dos proprietários, o mesmo capital aparecerá como seu ativo. 
 
 
32 Teoria da Contabilidade 
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 O lucro aparece como passivo: o lucro nada mais é que um aumento de capital. 
Portanto, mantendo-se em linha com o conceito de entidade, o lucro também é 
contabilizado como um passivo (uma obrigação/origem de recursos para com os 
Proprietários). 
 
 Entidade dividida em contas: Uma analogia apropriada para desenhar seria a do 
corpo humano. O negócio é a entidade completa, ou seja, o corpo. Contas, por 
outro lado, são como pulmões, rins, coração, etc. Eles são como os órgãos vitais 
que são partes constituintes da entidade. Eles têm sua própria existência 
independente. No entanto, é a relação entre essas contas que é de primordial 
importância. É por isso que é chamado o sistema de contabilidade. 
 
 Tipos de Contas: Todas as contas dentro da organização podem ser divididas em 
três tipos. Uma conta pode ser de um e apenas um dos seguintes tipos e não 
mais. Aqui estão alguns tipos de contas: 
 
o Pessoal: as contas pessoais são mais intuitivas. Mantemos um registro de 
todas as transações que realizamos com uma pessoa específica nelas. Todos 
nós mantemos contas pessoais como o dinheiro que devemos aos nossos 
amigos, ao merceeiro e assim por diante. 
o Jurídica: as contas jurídicas são regidas por normas, estatutos e legislações, 
que irão definir como e o que registrar, os métodos a serem adotados e de 
que maneira os organizar em relatórios e demonstrativos que deverão, 
posteriormente e periodicamente, ser divulgados. Além disso, existem 
diferenças entre as pessoas jurídicas, podendo ser desde à pequenos 
empreendimentos com poucas exigências a multinacionais com ações 
negociadas na bolsa de valores que precisam obedecer à uma série de 
exigências em relação à transparência e prestação de contas. 
o Real: Contas reais são contas que foram criadas para contabilizar coisas 
tangíveis. Contas como terrenos e prédios, máquinas a / c etc. são chamadas 
de contas reais. Embora não sejam seres vivos, ainda fazemos transações 
com essas entidades. Registros de tais transações são mantidos em contas 
reais. 
o Nominal: as contas nominais são uma categoria especial de contas. Enquanto 
as outras contas podem manter o saldo e levá-lo adiante, a conta nominal é 
 
 
33 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
automaticamente redefinida para zero assim que o período de tempo terminar. 
Seu saldo é transportado para outras contas e os livros desse período são 
encerrados. Exemplos de tais contas são Lucro a / c, depreciação a / c etc. 
 
 
 
Diferentes tipos de entidades em um negócio: As empresas podem ter a mesma 
aparência quando você olha para o prédio em que operam, para os funcionários 
que contratam e para o produto que vendem. No entanto, eles podem ser muito 
diferentes quando se trata de sua estrutura legal. A estrutura legal determina o 
tipo de entidade que são, que por sua vez determina as regras que serão 
aplicadas a eles. Além disso, temos de ter em mente a dimensão da entidade 
que pode ser Econômica, Jurídica, Social e Organizacional. Sob o aspecto jurídico 
há a distinção estatutária dos sócios; no aspecto econômico temos os valores 
patrimoniaisque podem ser representados pela participação de cada sócio, 
podendo evoluir qualitativa e quantitativamente ao longo do tempo; no aspecto 
organizacional temos as pessoas e departamentos; e no aspecto social podemos 
avaliar o impacto da empresa na sociedade e comunidade. Tudo isso precisa ser 
registrado e separado criteriosamente pela contabilidade, pois há uma grande 
chance de que essas informações se misturem entre o que é da entidade e o que 
é das pessoais envolvidas. 
 
 
 Definição dos tipos de Entidade: Por fim, a implicação mais clara do conceito de 
entidade é que existem diversos tipos de entidade, distintas pela sua 
complexidade, estrutura e fim. Vamos ver algumas delas: 
o Pessoa ou Família: Pessoa Física, são as pessoas e/ou famílias e seus 
respectivos patrimônios e renda servem de base para o IR. 
o Empresas: Representam as Pessoas Jurídicas, podem ter caráter comercial, 
industrial, agrícola, prestador de serviços etc. São compostas por 1 ou mais 
pessoas/sócios e podem, ou não, ter funcionários. São divididas em: 
 MEI - Microempreendedor Individual – Misto de Pessoa Física e Jurídica; 
Tributação Simplificada Fixa; Apenas 1 funcionário e 1 Sócio; Faturamento 
Limitado (se passar do limite vira ME); restrito a atividades 
preestabelecidas em lei. 
 ME - Microempresa – Pessoa Jurídica; Tributação Simplificada % sobre o 
Faturamento de acordo com o faturamento; pode ter mais funcionários; 
superando o faturamento limite vira EPP. 
 EPP - Empresa de Pequeno Porte – Pessoa Jurídica; semelhante ao ME. 
 
 
34 Teoria da Contabilidade 
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 LTDA - Sociedade Limitada – Pessoa Jurídica; Dois sócios ou mais; 
Exigência de Estatuto Societário definindo distribuição de lucros e 
participação no capital social; pode se enquadrar em três categorias 
tributárias, Lucro Real, Presumido e Simples. No lucro real maior exigência 
contábil e tributação completa; no lucro presumido menor exigência e 
tributação sobre um lucro presumido tabelado; No Simples a tributação é 
tabelada e incide uma % sobre o Faturamento. 
 S/A - Sociedade Anônima – Pessoa Jurídica; “Evolução” da LTDA, 
diversos sócios, estatuto e distribuição obrigatória de, ao menos, 25% dos 
lucros aos acionistas; Participação definida por posse de Ações; pode ser 
Aberta ou Fechada, sendo Aberta, suas ações podem ser negociadas na 
bolsa de valores e a exigência de informações contábeis é maior. 
 Holding – É uma qualificação que significa um Grupo de Capitais Jurídicos; 
Cada um tem sua contabilidade e há uma Consolidação posteriormente. 
 Sem Fins Lucrativos – Pessoa Jurídica criada para um fim específico, 
normalmente, uma realização de atividade ou manutenção que não 
objetiva lucro, apenas permanecer atuando por si. Por exemplo: 
Condomínio e Associações ou Sindicatos; Apesar de não ter por objetivo 
o lucro, pode vir a ter “sobras” no fim do exercício que deverão ser 
destinadas à algum tipo de fundo de reserva ou investimento posterior ou, 
até mesmo, redistribuição da renda que sobrou aos participantes; tem 
contabilidade própria, estatuto e, em tese, reuniões ou assembleias 
deliberativas. 
 Fundos de Investimentos – São entidades semelhantes aos condomínios, 
porém, com a finalidade de obter lucro mediante a realização de 
investimentos em renda fixa e/ou variável; conta com contabilidade 
própria; sofre tributação; elevado grau de fiscalização e regulamentação 
pela CVM e Banco Central; Exige a gestão de um profissional qualificado; 
pode haver assembleias deliberativas; A participação sobre o patrimônio 
e os rendimentos é determinada pelo número de cotas representativas; 
Pode ter caráter fechado ou aberto, no qual o aberto tem suas cotas 
vendidas na bolsa de valores; 
 Instituições Financeiras ou de Crédito – Pessoas Jurídicas; obtém lucro 
mediante prestação de serviços financeiros, de crédito ou investimentos; 
 
 
35 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
alto grau de regulamentação tributária, contábil e legal por órgãos como 
Anbima, CVM e Banco Central; podem ser LTDA ou S/A aberta ou 
fechada. 
 Cooperativas de Crédito – Entidades Financeiras semelhantes às 
instituições financeiras; segundo o Banco Central (Responsável por sua 
fiscalização), “Cooperativa de crédito é uma instituição financeira formada 
pela associação de pessoas para prestar serviços financeiros 
exclusivamente aos seus associados. Os cooperados são ao mesmo 
tempo donos e usuários da cooperativa, participando de sua gestão e 
usufruindo de seus produtos e serviços. Nas cooperativas de crédito, os 
associados encontram os principais serviços disponíveis nos bancos (...) 
os associados têm poder igual de voto independentemente da sua cota de 
participação no capital social da cooperativa. O cooperativismo não visa 
lucros, os direitos e deveres de todos são iguais e a adesão é livre e 
voluntária”. 
 Órgãos governamentais – Tem um ramo próprio de Contabilidade, 
chamada de Contabilidade Pública; também é considerada uma Entidade; 
Tem Pessoa Jurídica e Patrimônio; Dependendo do caso pode visar o 
Lucro; Dividida em Esfera Federal (União), estadual e Municipal; pode ser 
exclusivamente pública ou ter seu capital social misto com capital privado; 
sendo assim, dependendo do ramo de atuação terá de respeitar ambas as 
regras da contabilidade societária e pública. Vamos ver as diversas 
facetas que o poder público pode assumir: 
 Administração Pública Municipal, Estadual e Federal – Deve respeitar a 
Contabilidade Pública, regida pelas Leis 4320/64 – que define as regras 
para a Contabilidade Pública, formas de registro, controle e demonstração 
dos fatos econômicos e financeiros ocorridos na administração pública – 
e Lei Complementar 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal) – que em 
suma define o Orçamento, ou seja, os limites e destinações dos gastos 
públicos com base nas receitas com tributos esperadas13. O objetivo 
 
13 O grande problema da contabi l idade na esfe ra públ ica é a grande d is torção entre Gastos 
e Ganhos, enquanto os Gastos são def in idos antec ipadamente, os ganhos não est imados e não 
tem prazo nem garant ias de recebimento, po is dependem dos pagamentos de t r ibut os que, por 
sua vez, nem sempre ocorrem como esperado, a economia pode desaquecer reduzindo seus 
va lores, pode haver inad implênc ia, concessões f isca is inesperadas etc . 
 
 
36 Teoria da Contabilidade 
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principal da Contabilidade Pública é, portanto, o Balanço de Resultados: 
Origem das Receitas e Destinação das Despesas. 
 Autarquia – Pessoa Jurídica que presta um serviço autônomo; Deve ser 
criada por Lei, assim como suas atribuições; Tem Patrimônio e Receita 
Próprios (que podem ter as mais variadas origens, definidas em lei) e visa 
prestar atividades da Administração Pública; Sua justificativa de criação é 
melhorar o funcionamento, gestão administrativa e financeira mediante a 
descentralização; É fiscalizada pelo poder público; Não estão sujeitas a 
falência14, qualquer alienação ou venda de patrimônio da autarquia deve 
obedecer as regras segundo a Lei n.º 8.666/93; Contratação de 
funcionários mediante concurso público; Devem obedecer às diversas 
regras de gestão estabelecidas no Direito Administrativo; Por exercerem 
atividades típicas da Administração Direta, as autarquias não estão 
sujeitas à falência. As aquisições e alienações por ela realizadas têm que 
observar as regras previstas na Lei n. º 8.666/93, e a contratação de 
servidores deve ser feita mediante concurso público. 
 Empresas Públicas15 – Entidade Pública com Pessoa Jurídica; Patrimônio 
Próprio, criadas por Lei, cujo o Capital Social pode ser total ou 
parcialmente pertencente às administrações federais, estaduais ou 
municipais; Se o capital privado detiver parte nocom devedores duvidosos, etc. 
 
As entradas de ajuste exigirão que uma pessoa determine os montantes e as contas. 
Sem o ajuste das entradas, o software de contabilidade produzirá demonstrações 
financeiras incompletas, imprecisas e talvez enganosas. 
 
 
84 Teoria da Contabilidade 
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Depois que as demonstrações contábeis do exercício forem divulgadas, o software 
transferirá os saldos das contas de resultado para a conta de capital do proprietário único 
ou para a conta de lucros acumulados dos acionistas. Isso permite que as contas de 
demonstração de resultado do ano seguinte iniciem com saldos zero. (As contas do balanço 
não são encerradas, pois seus saldos são transportados para o próximo exercício contábil.). 
 
 
“ O lançamento contábil deve ser feito pelo método das partidas dobradas26. 
Deve conter uma estrutura mínima, que contemple: 
a) data; 
b) conta (s) debitada (s); 
c) conta (s) creditada (s); 
d) histórico; e 
e) valor. 
O objetivo da data no lançamento contábil é claro, pois em qualquer pesquisa 
posterior é elemento-chave de identificação. Além disso, a data é necessária 
para manter a sequência dos eventos econômicos registrados, de tal forma 
que mostre a evolução da ocorrência das transações. O histórico é peça-chave 
para entender o que se está registrando e por quê. O valor, como já vimos, é 
a base do controle dos elementos patrimoniais e por meio dele é que se obtém 
o saldo das contas contábeis. ” (Padoveze, 2017) 
 
 
 
 
“O registro contábil por meio da metodologia do método das partidas 
dobradas nos livros contábeis é denominado escrituração contábil. Cada 
registro contábil escriturado é chamado também lançamento contábil. 
A prática contábil desenvolveu a escrituração contábil em dois livros básicos: 
o livro diário27 e o livro razão28. No livro diário, os lançamentos são 
escriturados em ordem cronológica diária rígida, à medida que as transações 
vão acontecendo. No livro razão, os lançamentos contábeis são por conta 
 
26 De acordo com o Atr igo 86 da Lei 4320/64 . 
27 L ivro de escr i tu ração contábi l dest inado ao reg is t ro de todos os fa tos patr imonia is que 
se sucedem em uma empresa ou em uma ent idade organizado por ordem de data. É um l iv ro de 
natureza obr igató r ia e cons iderado, por le i , como o l iv ro centra l ou pr inc ipa l (CFC,2017) . 
28 L ivro de escr i turação contábi l que tem por ob jeto reg is t rar , separadamente, o que se 
passa com cada conta, apresentando a pos ição delas. Cada fo lha do Razão é dest inada a uma 
conta. O L ivro Razão é cons iderado como pr inc ipa l da par t ida dobrada, porque dele é que se 
levantam os balancetes e ba lanços e porque nele as contrapos ições se evidenc iam de forma 
absoluta, sendo teste para o r igor dos reg is t ros (CFC,2017). 
 
 
85 Teoria da Contabilidade 
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contábil, e, dentro de cada conta contábil, também em ordem de data.” 
(Padoveze, 2017). 
Segundo as normas do CFC: Livros Obrigatórios 
3.8.1 O Diário e o Razão constituem fontes de informações contábeis 
permanentes e neles são registradas as transações que afetem ou possam vir 
a afetar a situação patrimonial, conforme estabelece a NBC TSP 16.5 - 
Registro Contábil. 
3.8.2 Os Conselhos de Contabilidade deverão manter seus livros Diário e 
Razão impressos e encadernados, na forma prevista do item 2.1.5.3 da NBC 
T 2.1, que diz: “No caso de a Entidade adotar para sua escrituração contábil 
o processo eletrônico, os formulários contínuos, numerados mecânica ou 
tipograficamente, serão destacados e encadernados em forma de livro”. 
3.8.3 O Livro Diário deverá ser registrado no Registro Público competente. 
3.8.4 Poderão os Conselhos adotar outra forma de registro público, desde 
que autorizada por Norma Técnica do CFC. 
 
 
9.4. Escrituração: método de realização 
Agora que já compreendemos um pouco a escrituração nos dias de hoje e como era 
no passado, vamos ao básico da escrituração. Primeiramente, a Escrituração contábil 
(assim como a contabilidade) envolve o registro das transações financeiras – ou também 
chamados de Eventos Econociso – de uma empresa. As transações deverão ser 
identificadas, aprovadas, classificadas e armazenadas de forma que possam ser 
relacionadas e apresentadas nas demonstrações financeiras e outros relatórios da 
empresa. 
 
Logo, é preciso algum tipo de documento comprobatório referente à essas 
transações, esse documento é chamado de documento hábil, por exemplo: Notas Fiscais, 
Contratos, Boletos, faturas, Comprovantes, Cópias de documentos fiscais ou financeiros, 
relatórios, requisições etc. 
 
 
A base para efetuar o lançamento é um documento hábil, que pode ser de 
origem externa (preferencialmente) ou interna. Documentação de origem 
externa são notas fiscais, boletos, faturas, contratos, comprovantes de 
depósito, copias de cheques etc. Documentação de origem interna são 
relatórios de despesas de Viagem, requisições de materiais dos estoques. 
“Devem-se buscar ao máximo documentos de origem externa. Porém, para 
registrar determinados eventos econômicos é suficiente uma documentação 
elaborada internamente por pessoas responsáveis pela administração.” 
(Padoveze, 2017). 
 
 
86 Teoria da Contabilidade 
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Obtidos os documentos hábeis é preciso realizar os lançamentos dessas 
informações, como já explicado previamente, o lançamento ocorre em dois livros: Diário e 
Razão, no primeiro não há mistério, apenas o registro e detalhamento dos fatos financeiros 
ocorridos em ordem cronológica. Outro motivo para a utilização do livro diário é prevenir 
fraudes e manipulações contábeis, uma vez que os eventos são registrados em ordem de 
acontecimentos, não há possibilidade de outro fato ser lançado a posteriori gerando efeitos 
retroativos. 
 
Por sua vez, o livro diário é apenas uma listagem cronológica, sem valor do ponto de 
vista do controle e classificação dessas informações, motivo pelo qual temos o livro razão. 
 
No livro razão as informações devem ser classificadas e lançadas nas suas 
respectivas contas patrimoniais, mediante o método do Débito e Crédito, proveniente das 
partidas dobradas (sistema de entrada dupla). É por meio desse livro que são calculados e 
evidenciados todos os eventos econômicos e seus efeitos sobre as contas patrimoniais e 
seus saldos. Com relação à metodologia de lançamento existem duas: Sucessiva e Débito 
e Crédito. 
 
Aqui estão alguns exemplos de algumas transações financeiras de uma empresa: 
 A compra de suprimentos com dinheiro; 
 A compra de mercadoria a crédito; 
 A venda de mercadorias a crédito; 
 Aluguel para o escritório de negócios; 
 Salários e vencimentos auferidos pelos empregados; 
 Comprando equipamentos para o escritório; 
 Emprestar dinheiro de um banco. 
 
As transações serão classificadas em talvez centenas de contas, incluindo Caixa, 
Contas a Receber, Empréstimos a Pagar, Contas a Pagar, Vendas, Despesas com Aluguel, 
Despesas com Salários, Departamento de Despesas com Salários, Departamento de 
Despesas com Salários, etc. Os valores em cada uma das contas ser relatado nas 
demonstrações financeiras da empresa em detalhes ou de forma resumida. Com centenas 
de contas e talvez milhares de transações, fica claro que, quando uma pessoa aprende o 
 
 
87 Teoria da Contabilidade 
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software contábil, haverá eficiências e melhores informações disponíveis para administrar 
um negócio. 
 
Assim como existem inúmeras transações financeiras e contas patrimoniais, temos 
de levar em consideração a complexidade dessas transações e o relacionamento entre as 
contas, ou seja, nem sempre a empresa irá tomar um empréstimo e utilizar esse dinheiro 
em apenas umaatividade, isso quer dizer, que podem haver diversas origens e diversas 
destinações simultâneas ou não dentro de cada transação. 
 
Assim sendo, os lançamentos contábeis podem ser classificados de três maneiras: 
1. Simples: Apenas duas contas contábeis são alteradas; 
2. Misto: Quando há uma conta sendo debitada e duas ou mais contas sendo 
creditadas, ou o vice-versa. 
3. Duplo: Quando duas ou mais contas são alteradas tanto por débito quanto por 
crédito. 
 
 
Lançamento contábil por débito e crédito 
A metodologia de lançamento contábil por balanços sucessivos, apesar de ser 
clara e facilmente inteligível, não é prática, uma vez que as empresas fazem 
milhares de lançamentos por dia ou mês. Também esse tipo de metodologia 
não permite contemplar um elemento fundamental de um lançamento, que é 
o histórico da transação. 
Além disso, muitos tipos de lançamentos são repetitivos, modificando apenas 
algumas características e mantendo sua essência, como os lançamentos de 
compras e vendas. Assim, essas todas essas movimentações devem ser 
escrituradas nas contas contábeis por meio da metodologia do débito e 
crédito, 
Para identificar se é débito ou crédito em cada conta, o procedimento deve 
ser o seguinte: 
a) identificar os elementos patrimoniais alterados pela transação; 
b) identificar se a transação aumenta ou diminui o saldo de cada conta contábil 
que representa os elementos patrimoniais alterados; 
c) identificar a natureza intrínseca do aIIu da conta, se é de saldo devedor ou 
saldo credor; 
d) se a conta é de saldo devedor, esta será debitada se a transação aumentar 
o seu saldo, e será creditada se a transação diminuir seu saldo; 
e) se a conta é de saldo credor, esta será creditada se a transação aumentar o 
seu saldo, e será debitada se a transação diminuir seu saldo. (Padoveze, 2017). 
 
 
 
88 Teoria da Contabilidade 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Por fim, após efetuados os lançamentos contábeis, elabora-se um balancete de 
verificação em que os saldos das contas patrimoniais são listados e averiguadas, para 
verificar se há igualdade entre os débitos e créditos lançados, assim, calcula-se o saldo 
total de débitos e créditos, se houver diferença entre os valores significa que houve algum 
erro no lançamento/escrituração. 
 
 
 
Lei das Sociedade por Ações (Lei das S/A) – Lei nº 6404/76 
Alterações na Lei das S/A – Lei nº 11638/07 
Alterações na Lei das S/A – Lei nº 11941/09 
CHAGAS, G. Contabilidade geral simplificado: demonstrações financeiras após 
alterações nas leis das S/A. São Paulo: Saraiva, 2013. 
Padoveze, C.L. Contabilidade Geral Simplificada. São Paulo: Forense, 2017. 
Conselho Federal de Contabilidade. Princípios Fundamentais e Normas 
Brasileiras de Contabilidade. 3ª ed. Brasília: CFC, 2008. 
Conselho Federal de Contabilidade. Resolução 1282. 3ª ed. Brasília: CFC, 2010. 
 
 
	PREFÁCIO AO CURSO
	1. AS ORIGENS E CONCEITUAÇÃO DA CONTABILIDADE
	1.1. Sistema de contabilidade de entrada única
	1.2. Sistema Bahi-Khata
	1.3. Comerciantes de Veneza
	1.4. Companhias de Carta (do inglês chartered company)
	1.5. Contabilidade Moderna
	1.6. Objetivos da Contabilidade
	1.6.1. Registro permanente (Histórico)
	1.6.2. Medição do Resultado (Aferição ou Apuração)
	1.6.3. Credibilidade (Prestação de Contas)
	1.6.4. Uso Eficiente de Recursos (Otimização e Planejamento Financeiro)
	1.6.5. Projeções
	1.7. Limitações da Contabilidade
	1.8. Mensuração Subjetiva
	1.9. Fatores Qualitativos
	1.10. Uma base de valor única
	1.11. Nenhuma informação sobre custo de oportunidade
	1.12. A quem se destina a contabilidade?
	1.12.1. Mercado de Capitais
	1.12.2. Fornecedores de crédito (instituições financeiras de crédito e investimento públicas e privadas)
	1.12.3. Governo
	1.12.4. Empregados
	1.12.5. Gestão
	1.12.6. Fornecedores
	1.12.7. Sociedade
	1.12.8. Sócios/Proprietários
	2. OS SISTEMAS CONTÁBEIS E SEUS REGIMES
	2.1. Sistema de contabilidade de entrada única
	2.1.1. Pequenas empresas
	2.1.2. Registros Incompletos
	2.1.3. Nenhuma reconciliação
	2.1.4. Possibilidade de fraude
	2.2. Sistema de contabilidade de dupla entrada em contas
	2.2.1. O que é o sistema de entrada dupla?
	2.2.2. Grandes empresas
	2.2.3. Registros completos
	2.2.4. Reconciliação Automática
	2.2.5. Fraude é difícil
	2.3. Entendendo o Débito e Crédito
	2.4. Os Regimes para Registro Contábil
	2.4.1. Regime de Caixa
	2.4.2. Regime de Competência
	3. PRINCÍPIOS, DOUTRINAS E CONVENÇÕES
	3.1. Os princípios contábeis segundo o CFC
	3.1.1. O Princípio da Entidade
	3.1.2. O Princípio da Continuidade
	3.1.3. O Princípio da Oportunidade
	3.1.4. O Princípio do Registro pelo Valor Original
	3.1.5. O Princípio da Atualização Monetária (Revogado)
	3.1.6. O Princípio da Competência
	3.1.7. O Princípio da Prudência
	3.2. Convenções e Doutrinas
	3.3. Convenção da entidade (reforça o Princípio da Entidade)
	3.5. Convenção do período contábil
	3.6. Convenção da perpetuidade (reforça o Princípio da Continuidade)
	3.7. Convenção Monetária
	3.8. Reconhecimento da convenção da lei
	3.9. Realização Receita
	3.10. Convenções de Objetividade
	3.11. Convenções de Confiabilidade ou Confiabilidade
	3.12. Convenções de comparabilidade
	3.13. Doutrina de consistência
	3.14. Doutrina de materialidade
	3.15. Doutrina do conservadorismo
	3.16. Doutrina da divulgação
	4. CONCEITOS DE ENTIDADE E A TEORIA DESCRITIVA E PRESCRITIVA
	4.1. Conceito de entidade na contabilidade financeira
	4.1.1. Problema 1: Vida Pessoal X Vida Empresarial (Confusão na Medição)
	4.1.2. Problema 2: Transações dentro da empresa
	4.1.3. Implicações
	4.2. Teoria Descritiva (Positiva) e prescritiva (Normativa)
	4.3. Contabilidade positiva ou Descritiva
	4.4. Contabilidade Normativa ou Prescritiva
	4.5. Vantagens e desvantagens de ambas as teorias
	5. QUALITATIVO E QUANTITATIVO
	5.1. Quantitativo X Qualitativo nas Demonstrações Contábeis
	5.2. Usos Gerais da Informação Contábil e Benefícios que uma informação de qualidade pode gerar
	5.2.1. Gerenciamento de desempenho
	5.2.2. Criar orçamentos
	5.2.3. Decisões Empresariais
	5.2.4. Decisões de Investimento
	5.2.5. Reputação Externa
	5.2.6. Relações de trabalho
	5.2.7. Efeitos do Credor
	5.2.8. Qualidade
	6. ESCOLAS DO PENSAMENTO CONTABILÍSTICO
	6.1. As escolas de pensamento contabilístico: resumo
	6.2. As escolas de pensamento contabilístico: evolução histórica
	6.2.1. A Personificação de Contas
	6.2.2. Personificação em um conjunto de contas
	6.2.3. Personificação em dois conjuntos de contas
	6.2.4. Personificação em três conjuntos de contas
	6.2.5. Personificação em quatro conjuntos de contas
	6.2.6. Personificação em cinco conjuntos de contas
	6.2.7. Desdobramentos da Teoria Personalista
	6.2.8. A visão legal das contas e o Materialismo
	6.2.9. A visão materialista das contas
	6.2.10. Período Normativo e Positivista
	6.2.11. Contabilidade Positiva
	6.2.12. Contabilidade Normativa
	6.2.13. Contabilidade Moderna
	7. CONHECENDO O PATRIMÔNIO E SUAS CONTAS
	7.1. Patrimônio: Balanço Patrimonial
	7.2. Ativo e Passivo
	7.3. Patrimônio Líquido e suas mutações
	7.4. Reconhecimento nas demonstrações contábeis
	8. PLANO DE CONTAS
	8.1. Plano de Contas
	8.1.1. A estrutura básica do plano de contas em nível de classe/grupo
	9. ESCRITURAÇÃO
	9.1. Introdução à Escrituração
	9.2. Escrituração antes dos softwares
	9.3. Escrituração com o auxílio dos softwares
	9.4. Escrituração: método de realização