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200 12. (Enem) Eu mesmo me apresento: sou Antônio: sou Antônio Vicente Mendes Maciel (provim da batalha de Deus versus demônio Com a res publica marca de Caim). Moisés, do Êxodo ao Deuteronômio, Sou natural de Quixeramobim, O Antônio Conselheiro deste chão Que vai ser mar e o mar vai ser sertão. ACCIOLY, M. Antônio Conselheiro. In: FERNANDES, R. (Org.). O clarim e a oração: cem anos de Os sertões. São Paulo: Geração Editorial, 2001. O poema, escrito em 2001, contribui para a construção de uma determinada memória sobre o movimento de Canudos, ao retratar seu líder como a) crítico do regime político recém-proclama- do. b) partidário da abolição da escravidão. c) contrário à distribuição da terra para os hu- mildes. d) defensor da autonomia política dos municí- pios. e) porta-voz do catolicismo ortodoxo romano. 13. (Enem) TEXTO 1 Embora eles, artistas modernos, se deem como novos precursores duma arte a ir, nada é mais velho que a arte anormal. De há mui- tos já que a estudam os psiquiatras em seus tratados, documentando-se nos inúmeros desenhos que ornam as paredes internas dos manicômios. Essas considerações são provo- cadas pela exposição da Sra. Malfatti. Sejam sinceros: futurismo, cubisrno, impressionis- mo e tutti quanti não passam de outros tan- tos ramos da arte caricatural. LOBATO, M. Paranoia ou mistificação: a propósito da exposição de Anita Malfatti. O Estado de São Paulo, 20 dez.1917 (adaptado). TEXTO II Anita Malfatti, possuidora de uma afta cons- ciência do que faz, a vibrante artista não temeu levantar com os seus cinquenta tra- balhos as mais irritadas opiniões e as mais contrariantes hostilidades. As suas telas chocam o preconceito fotográfico que ge- ralmente se leva no espírito para as nossas exposições de pintura. Na arte, a realidade na ilusão é o que todos procuram. E os na- turalistas mais perfeitos são os que melhor conseguem iludir. ANDRADE. O. A exposição Anita Malfatti. Jornal do Commercio, 11 jan. 1918 (adaptado). TEXTO III A análise dos documentos apresentados de- monstra que o cenário artístico brasileiro no primeiro quartel do século XX era caracteri- zado pelo(a) a) domínio do academicismo, que dificulta a recepção da vertente realista na obra de Anita Malfatti. b) dissonância entre as vertentes artísticas, que divergiam sobre a validade do modelo estético europeu. c) exaltação da beleza e da rigidez da forma, que justificavam a adaptação da estética eu- ropeia à realidade brasileira. d) impacto de novas linguagens estéticas, que alteravam o conceito de arte e abasteciam a busca por uma produção artística nacional. e) influência dos movimentos artísticos euro- peus de vanguarda, que levava os modernis- tas a copiarem suas técnicas e temáticas. 14. (Enem) Em geral, os nossos tupinambás fi- caram admirados ao ver os franceses e os outros dos países longínquos terem tanto trabalho para buscar o seu arabotã, isto é, pau-brasil. Houve uma vez um ancião da tribo que me fez esta pergunta: “Por que vindes vós outros, mairs e pêros (franceses e portugueses), buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Não tendes madeira em vossa terra?” LÉRY, J. Viagem à Terra do Brasil. In: FERNANDES, F. Mudanças Sociais no Brasil. São Paulo: Difel, 1974. O viajante francês Jean de Léry (1534-1611) reproduz um diálogo travado, em 1557, com um ancião tupinambá, o qual demonstra uma diferença entre a sociedade europeia e a indígena no sentido: a) do destino dado ao produto do trabalho nos seus sistemas culturais. b) da preocupação com a preservação dos re- cursos ambientais. c) do interesse de ambas em uma exploração comercial mais lucrativa do pau-brasil. d) da curiosidade, reverência e abertura cultu- ral recíprocas. e) da preocupação com o armazenamento de madeira para os períodos de inverno.