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Processo Civil – Auxiliares da Justiça 
 
● Conceitos Iniciais: 
Os auxiliares da justiça são aqueles indivíduos que têm a função de apoiar o juiz 
no exercício de suas atribuições, garantindo o bom andamento do processo e a 
efetividade da prestação jurisdicional. De acordo com o artigo 149 do Código de 
Processo Civil, são considerados auxiliares da justiça: o escrivão, o chefe de 
secretaria, o distribuidor e o oficial de justiça; além deles, também exercem 
essa função o perito, o depositário, o administrador, o intérprete, o tradutor, o 
mediador, o conciliador judicial, o partidor, o contabilista, o regulador de 
avarias, entre outros cuja atuação seja estabelecida pelas normas de 
organização judiciária. 
 
Já o artigo 150 dispõe que, em cada juízo, haverá um ou mais ofícios de 
justiça, cujas atribuições também serão fixadas pelas normas de organização 
judiciária, de modo a assegurar a estrutura necessária ao funcionamento regular 
do Poder Judiciário. 
 
● Escrivão e Chefe de Polícia: 
O escrivão e o chefe de secretaria são figuras centrais na movimentação e no 
andamento processual, sendo responsáveis por garantir que os atos processuais 
sejam realizados de forma organizada e eficiente. Em caso de impedimento do 
escrivão ou do chefe de secretaria, caberá ao juiz convocar um substituto. Não 
havendo substituto na localidade, o magistrado poderá nomear pessoa idônea 
para a prática do ato, assegurando a continuidade do processo. 
De acordo com o artigo 152 do Código de Processo Civil, compete ao escrivão ou 
ao chefe de secretaria: redigir, na forma legal, os ofícios, mandados, cartas 
precatórias e demais atos próprios do ofício; efetivar ordens judiciais, 
realizar citações e intimações, além de outros atos determinados pelas normas 
de organização judiciária; comparecer às audiências, ou, se impossibilitado, 
designar servidor para substituí-lo; manter os autos sob guarda e 
responsabilidade, não permitindo sua saída do cartório, salvo em hipóteses 
específicas, como conclusão ao juiz, vista a procuradores, Defensoria Pública, 
Ministério Público, Fazenda Pública, ou ainda quando destinados ao contabilista, 
ao partidor ou a outro ofício em razão da modificação da competência; fornecer 
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certidões de atos ou termos processuais independentemente de despacho, 
respeitando as regras do segredo de justiça; e praticar, de ofício, os atos 
meramente ordinatórios. Para essa última atribuição, cabe ao juiz titular 
regulamentar, por ato próprio, a forma de execução. 
O artigo 153 estabelece que o escrivão ou o chefe de secretaria deve atender 
preferencialmente à ordem cronológica de recebimento para a publicação e 
efetivação dos pronunciamentos judiciais. Essa lista de processos deve ser 
disponibilizada de forma permanente para consulta pública. Todavia, há 
exceções: os atos urgentes, reconhecidos pelo juiz, e as preferências fixadas 
em lei. Para esses casos, será elaborada uma lista própria, na qual também se 
observará a ordem cronológica. Se alguma parte entender que houve preterição 
na ordem, poderá reclamar nos autos ao juiz, que solicitará informações ao 
servidor no prazo de dois dias. Confirmada a preterição, o juiz determinará o 
cumprimento imediato do ato e a instauração de processo administrativo 
disciplinar contra o servidor responsável. 
Assim, percebe-se que o escrivão e o chefe de secretaria possuem funções 
essenciais para assegurar tanto a regularidade como a celeridade processual, 
atuando sempre sob os princípios da legalidade, da transparência e da eficiência 
administrativa. 
● Oficial de Justiça: 
O oficial de justiça é o auxiliar do juízo que exerce funções eminentemente 
externas, sendo peça fundamental para a efetivação das determinações 
judiciais. A lei estabelece que deverá haver, no mínimo, um oficial de justiça 
por juízo, garantindo, assim, a estrutura necessária para o cumprimento das 
ordens judiciais. O artigo 151 do Código de Processo Civil dispõe que, em cada 
comarca, seção ou subseção judiciária, haverá tantos oficiais de justiça quanto 
forem os juízos existentes. 
De acordo com o artigo 154, compete ao oficial de justiça: realizar pessoalmente 
citações, prisões, penhoras, arrestos e demais diligências próprias de seu ofício, 
sempre que possível na presença de duas testemunhas, certificando no mandado 
o ocorrido, com a indicação do lugar, do dia e da hora; executar as ordens do juiz 
a que estiver subordinado; entregar o mandado em cartório após o 
cumprimento; auxiliar o magistrado na manutenção da ordem; efetuar avaliações, 
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quando necessário; e certificar, em mandado, a proposta de autocomposição 
eventualmente apresentada por qualquer das partes no momento de 
realização do ato de comunicação. Nessa última hipótese, o juiz deverá 
determinar a intimação da parte contrária para que se manifeste no prazo de 
cinco dias, entendendo-se o silêncio como recusa, sem prejuízo da regular 
tramitação processual. 
No que se refere à responsabilidade dos auxiliares da justiça, o artigo 155 prevê 
que o escrivão, o chefe de secretaria e o oficial de justiça responderão civil e 
regressivamente quando, sem justo motivo, se recusarem a cumprir, no 
prazo legal ou judicial, os atos que lhes são impostos, ou quando praticarem 
ato nulo com dolo ou culpa. Essa previsão reforça a necessidade de zelo, 
diligência e responsabilidade no exercício das funções, assegurando a confiança 
e a regularidade da atividade jurisdicional. 
Dessa forma, observa-se que o oficial de justiça, juntamente com o escrivão e o 
chefe de secretaria, desempenha papel essencial para a concretização das 
decisões judiciais, estando sujeito não apenas a atribuições específicas, mas 
também à responsabilidade jurídica pelo correto desempenho de suas funções. 
 
 
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