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GD da neoglicogênese, via das pentoses e glicogênio 1) Hemácias, adipócitos, hepatócitos e fibras musculares foram incubados com glicose marcada com carbono 14C, na presença e na ausência de altas concentrações de íons fluoreto (F-), um potente inibidor da enolase, e mediu-se a formação de 14CO2. Os resultados estão apresentados na tabela abaixo, onde o sinal (+) indica intensidade de formação de 14CO2 e o sinal (-) ausência de produção de 14CO2. Produção de 14CO2 Sem F- Com F- Hemácias + + Adipócitos +++ + Hepatócitos +++ + Fibras musculares +++ - a) Indicar o processo (via metabólica) de oxidação da glicose nos diferentes tipos celulares. Adipócitos, hepatócitos e fibras musculares realizam glicólise e prosseguem com a oxidação da glicose através do ciclo de Krebs e da fosforilação oxidativa. Por não possuírem mitocôndrias, as hemácias não são capazes de realizar o ciclo de Krebs. Sendo assim, a produção de CO2 nas hemácias corresponde apenas à realização da via das pentoses, diferente dos demais tipos celulares que também produzem CO2 ao converter piruvato a acetil-Coa na mitocôndria além, da via das pentoses. Na condição deste ensaio, as fibras musculares não estão em proliferação (não há necessidade de duplicar material genético, sendo assim, não há necessidade de açúcares fosforilados) e não realizam síntese de ácidos graxos (não há necessidade de NADPH), portanto, não há necessidade de realizar via das pentoses. b) Que composto celular sofre redução paralelamente à produção de 14CO2? Piruvato à Acetil-Coa: NAD+ é reduzido Glicose 6-fosfato à Ribulose 5-fosfato: NADP+ é reduzido 2) Indicar as partes da via das pentoses fosfato (oxidativa e/ou não-oxidativa) utilizadas quando da síntese de: a) Nucleotídeos Não-oxidativa (Aumenta a demanda por açúcares fosforilados precursores – intermediários da vida glicolítica podem ser utilizados na via das pentoses, sem acumular NADPH) b) ácidos graxos Oxidativa (Aumenta a demanda de NADPH – produção de NADPH sem acumulo de ribulose 5-fosfao, que pode ser convertido em intermediários da via glicolítica) c) nucleotídios e ácidos graxos Não-oxidativa e oxidativa (aumenta ambas as demandas) 3) Uma suspenção de hepatócitos foi incubada em meio de cultura contendo lactato marcado com 14C e frutose-2-6-bisfosfato. Em um experimento paralelo, a frutose-2-6-bisfosfato foi omitida. Quais os compostos radioativos encontrados no meio de cultura em cada caso? Lactato à Piruvato à Gliconeogênese. Frutose-2,6-bisfosfato é um importante regulador das vias glicolítica e gliconeogênica, esse composto não é utilizado em nenhuma via metabólica. É capaz de inibir a ação da enzima gliconeogênica frutose-1,6-bisfosfatase-1 e ativar a enzima glicolítica fosfofrutoquinase-1. Dessa forma, no primeiro caso, em presença de frutose-2-6-bisfosfato, termos a produção de CO2 marcados com 14C. Quando a frutose-2,6-bisfosfato for omitida, a via glicolítica estará inibida, e gliconeogênica ativada, e teremos glicose no meio de cultura marcado com 14C. (Lembre-se, hepatócitos produzem glicose-6-fosfatase, que permite que a produção de glicose e sua liberação no meio de cultura.) 4) A deficiência de enzimas metabólicas quase sempre é fatal ou prejudicial ao organismo. Dê exemplo de uma deficiência de uma enzima da via das pentose, e explique por que, a falta desta enzima pode ser benéfica numa região endêmica com malária. A falta da enzima que inicia a via das pentoses fosfato, a glicose 6-fosfato desidrogenase, pode ser vantajosa para seus portadores. A atividade da enzima não é totalmente perdida e permite que os portadores da deficiência levem uma vida normal, porém, a capacidade reduzida de produção de NADPH leva a um quadro de anemia hemolítica. De forma ainda desconhecida, a carência da enzima confere proteção contra o Plasmodium falciparum, agente causador da malária, que cumpre seu ciclo de vida nas hemácias. 5) Um procedimento comum para determinação da efetividade de compostos como precursores da glicose é colocar um animal em jejum até que os estoques de glicogênio do fígado se esgotem e então administrar o substrato em questão. Um substrato que leva a um aumento líquido no glicogênio hepático é chamado de glicogênico pois ele deve primeiro ser convertido em glicose-6-fosfato. Mostre por meio de reações enzimáticas conhecidas quais das seguintes substâncias são glicogênicas: a) succinato Succinato é utilizado como intermediário do Ciclo de Krebs e forma oxaloacetato, que pode ser convertido a piruvato que, por sua vez, segue na gliconeogênese para gerar glicose 6-fosfato. b) Glicerol Glicerol é fosforilado a glicerol 3-fosfato, que é oxidado a diidroxiacetona fosfato. Este é um composto da via glicolítica e pode prosseguir em direção a glicose 6-fosfato pelas reações da gliconeogênese. c) acetil-CoA Não há vias de conversão de acetil-Coa a glicose nos mamíferos. Os carbonos do grupo acetil são liberados na respiração na forma de CO2. Portanto, não há produção de nenhum metabólito que possa ser convertido em glicose. d) Piruvato Piruvato à oxaloacetato à fosfoenolpiruvato à gliconeogênese (glicose 6-fosfato) 6) Discutir as consequências para a glicemia sanguínea se o gene da glicoquinase fosse substituído pelo gene da hexoquinase. A glicoquinase tem um Km muito mais baixo do que as outras hexoquinases. Isso permite que o fígado utilize a glicose de acordo com sua disponibilidade no sangue e mantenha a glicemia necessária ao aporte dos demais órgãos. Além disso, as hexoquinases são inibidas pelo produto, controlando a velocidade da via glicolítica. Já a glicoquinase hepática, não é inibida pelo produto e trabalha num velocidade proporcional à concentração de glicose sanguínea. Dessa forma, toda a glicemia excedente na corrente sanguínea pode ser processada pelo fígado. 8) Indicar as consequências para o metabolismo de carboidratos decorrentes da deficiência de: a) glicose-6-fosfatase Enzima hepática que permite a liberação no sangue da glicose proviente do glicogênio e da neoglicogênese. Incapacidade de corrigir glicemia (concentração de glicose no sangue). b) glicogênio fosforilase muscular Deficiência na mobilização de glicogênio (degradação de glicogênio) como fonte energética durante atividade física intensa. c) glicogênio fosforilase hepática Deficiência na mobilização de glicogênio como fonte para regular necessidade energética dos demais órgãos e manter/corrigir glicemia sanguínea. d) fosfofrutoquinase muscular Incapacidade de utilizar glicose como fonte energética muscular. 9) Abaixo, estão apresentados quatro casos clínicos. Para cada caso, identifique qual enzima é defeituosa e determine o melhor tratamento. Utilize a lista apresentada abaixo. Justifique sua escolha para cada caso. Caso A: O paciente apresenta diarreia e vomito imediatamente após a ingestão de leite. Um teste de intolerância a lactose é realizado. (O paciente ingere uma quantidade padrão de lactose, e os níveis de glicose e galactose no sangue são determinados em intervalos regulares. Em pessoas com metabolismo de carboidrato normal, os níveis destes açucares aumentam até um máximo de 1 hora.) O paciente A não apresentou alterações nos níveis de glicose e galactose no sangue após a ingestão da lactose. Por que os níveis de glicose e galactose aumentam e então abaixam em pessoas saudáveis? Por que eles não se alteram no paciente A? Deficiência: enzima (f) lactase intestinal – Tratamento: (3) Dieta sem lactose Caso B: O paciente reclama de fortes câimbras musculares quando realiza exercícios físicos intensos, mas nenhum outro sintoma. Uma biopsia muscular revelou concentrações acima do normal de glicogênio no músculo. Por que o glicogêniose acumula? Deficiência: enzima (h) Enzima desramificadora muscular – Tratamento: (4) Evitar exercício físico intenso Caso C: A paciente é letárgica, seu fígado inchado, e uma biopsia do hepática indicou grandes quantidade de glicogênio. Ela tem ainda níveis baixo de glicose no sangue. Qual é a razão pela baixa quantidade de glicose sanguínea? Deficiência: enzima (d) Glicogênio fosforilase hepática – Tratamento: (6) Ingestão frequente de alimentos (em pequenas porções) de uma dieta normal para manter a glicemia sanguínea. Enzimas: (a) Fosfofrutoquinase-1 muscular (b) Fosfomanose isomerase (c) Galactose-1-fosfato uridiltransferase (d) Glicogênio fosforilase hepática (e) Triose quinase (f) Lactase intestinal (g) Maltase intestinal (h) Enzima desramificadora muscular Tratamento: 1. Corrida moderada (5km) todos os dias 2. Dieta sem gordura 3. Dieta sem lactose 4. Evitar exercício físico intenso 5. Ingestão de grandes doses de niacina (precursor de NAD+) 6. Ingestão frequente de alimentos (em pequenas porções) de uma dieta normal