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Fisioterapia em Queimados QUEIMADURAS São lesões dos tecidos orgânicos em decorrência de trauma de origem térmica resultante da exposição a chamas, líquidos quentes, frio, substâncias químicas, radiação, atrito ou fricção. ETIOLOGIA Térmicas: aquelas que são provocadas por ação do calor ou frio. Podemos incluir as provocadas por fogo, sol, gelo, líquido fervente etc. Elétricas: uma vez que a eletricidade é um movimento orientado, existe sempre uma porta de entrada (ponto de contato com o corpo), um trajeto e uma porta de saída (local de saída da carga elétrica do organismo). Químicas: provocadas por ação dos ácidos e bases. Mais comuns na indústria ou no domicílio devido à presença de muitas substâncias potencialmente capazes de provocar lesão nos tecidos do organismo. Radiação: as radiações mais comuns são os raios ultravioleta (que existe nos raios solares), os raios X e as produzidas por substâncias radioativas. CLASSIFICAÇÃO As queimaduras podem ser superficiais ou profundas e classificadas de acordo com: AGENTE CAUSADOR Químicos: produtos corrosivos que podem ser bases fortes ou de origem ácida (álcool, gasolina, bases e ácidos). Físicos: tem origem no calor ou no frio, através de exposição, condução ou radiação eletromagnética. Através da temperatura, temos: líquidos e sólidos ferventes, frio excessivo, chama, vapor, objetos aquecidos, geada, neve etc. Com a eletricidade temos: raio, corrente elétrica etc. E com a radiação temos: raios solares, aparelhos de raios-X ou ultravioleta, nucleares etc. Biológicos: são as queimaduras provocadas por animais e vegetais, como exemplos temos: Vegetais: urtiga, látex etc. Animais: água viva, lagarta de fogo, medusa etc. GRAU OU PROFUNDIDADE 1º grau: atingem as camadas superficiais da pele (epiderme córnea), causando vermelhidão, aspecto seco, inchaço, dor local, às vezes insuportável, sem formação de bolhas. 2º grau: atingem as camadas mais profundas da pele, ou seja, derme e epiderme, causando formação de bolhas, pele avermelhada, com manchas e coloração variável, dor na ferida, inchaço, aspecto úmido, desprendimento de camadas da pele, e possível estado de choque. Superficial: bolha rósea, transparente, dor. Profunda: bolha branca e indolor. 3º grau: são as queimaduras mais profundas que atingem todas as camadas da pele, podendo chegar aos ossos. Apresentam pouca ou nenhuma dor (ao redor da ferida), aspecto duro, coagulação nos vasos e a coloração torna-se branca ou surge a coloração preta, devido à carbonização dos tecidos. 4º Grau: muito profunda, expande as fáscias, músculos, vasos e ossos. Causada por eletricidade e apresenta ferida de entrada e de saída. Essa lesão também é indolor devido à destruição de nervos, seu tratamento é cirúrgico com o tempo de recuperação relativo à extensão do ferimento. CÁLCULO DA SUPERFÍCIE CORPORAL QUEIMADA Segundo Brunner & Suddarth (2015), para fazer a regra dos 9, basta dividir o corpo humano em múltiplos de nove. As manifestações locais mais importantes são: Perda de líquido; Não há liberação de toxinas pelo suor; Choque causado por dor intensa; Destruição de tecido e infecção. TABELA Acima de 20% queimadura não dar água e sim soro fisiológico. FISIOPATOLOGIA DA QUEIMADURA Alterações fisiológicas: Aumento da permeabilidade capilar; Choque hipovolêmico; Hiperventilação e do consumo de O2 do metabolismo; da filtração glomerular. A consideração fisiopatológica básica na lesão por queimadura é a destruição da integridade capilar e vascular, o que resulta na formação de edema, com a concomitante perda do fluido intravascular, rico em proteína, para os espaços intercelulares. @ f i s i o d i a r y polya Realce polya Realce polya Realce polya Realce polya Realce polya Realce polya Realce polya Realce polya Realce polya Realce polya Realce polya Realce polya Realce polya Realce polya Realce polya Realce polya Realce polya Realce polya Realce polya Realce polya Realce polya Realce polya Realce polya Realce polya Realce polya Realce polya Realce polya Realce polya Realce polya Realce polya Realce polya Realce polya Realce polya Realce polya Realce polya Realce polya Realce polya Realce polya Realce polya Realce A destruição da integridade vascular e a formação de edema na área da queimadura, bem como nos tecidos adjacentes. Aumento da pressão hidrostática, perda da linha de defesa, passagem de líquido em excesso para o interstício pois o sist. linfático não suporta a demanda, diminuição calibre vaso, sangue mais espesso, aumento dos glóbulos vermelhos, aumento do metabolismo e gasto de oxigênio para tentar manter o equilíbrio e homeostase do organismo. PRIMEIROS SOCORROS E TRATAMENTO Água fria e corrente; Retirar roupa que cobre a queimadura; Retirar adereços; Não estourar bolhas; Nunca usar pomadas ou produtos alimentícios. 1º Grau: lavar com água corrente e, em alguns casos, enrolar o local com um pano seco e limpo. Não colocar gelo nem recorrer a medidas caseiras. Usar filtro solar. Recuperação: depois de 3 dias, em média, as condições do local melhoram. 2º Grau: manter a área queimada debaixo da água fria e corrente até que alivie a dor. Não se deve usar gelo nem agua gelada. Não estourar as bolhas e procurar um médico assim que a dor passar. Recuperação: 15 a 20 dias para cicatrizar. 3º Grau: usar compressas frias e úmidas. Chamar atendimento médico de urgência. Recuperação: a cicatrização pode levar anos e exige enxerto de pele. Fisio: limpeza, alongamento, fisio resp, troca decúbito, manipular ao redor da cicatriz TRATAMENTOS CIRÚRGICOS Escarotomias: são cortes a nível da pele, com o objetivo de permitir que a pele queimada possa expandir, deixando passar sangue em circulação. São feitas normalmente na fase hipovolêmica, em que existe um grande edema. Autoenxerto: consiste na remoção de pele do próprio indivíduo para colocar sobre a sua área queimada. Homoenxerto: aplicação de pele de cadáver humano sobre a área queimada que terá um “papel” de penso fisiológico, deixando que a pele cicatrize por baixo. polya Realce polya Realce polya Realce polya Realce polya Realce