Text Material Preview
Curso de Saúde Materno Infantil Geral – 1º ano Modulo: Patologia Tema: Clamídia (Chlamydia trachomatis, Chlamydia psittaci) Discente Professor Ana Paula Mahumane Flordy Saquinia Chicavane Maputo, 2021 i i Ana Paula Mahumane Resumo Clamídias são bactérias que, no homem, provocam: tracoma ocular, tracoma genital, conjuntivite de inclusão, linfo granuloma venéreo, síndrome de Reiter e a psitacose. É a maior causa de doença sexualmente transmitida, especialmente entre adolescentes e adultos jovens. No presente trabalho são estudados, além de outros, os aspectos fisiológico, patogénicos e epidemiológicos. ii ii Ana Paula Mahumane Índice 1. Introdução ............................................................................................................................ 1 2. Objetivos ............................................................................................................................... 1 2.1. Geral .............................................................................................................................. 1 2.2. Especifico ....................................................................................................................... 1 3. Revisão bibliográfica ........................................................................................................... 2 3.1. Metodologia .................................................................................................................. 2 3.2. Calmidia ......................................................................................................................... 2 3.3. Fisiopatologia ................................................................................................................ 2 3.4. Quadro clinico ............................................................................................................... 2 3.4.1. Quadro clinico em mulheres ............................................................................... 2 3.4.2. Quadro clinico para Homens ..................................................................................... 4 3.4.3. Quadro clínico de clamídia comuns a homens e mulheres ....................................... 4 3.4.4. Diagnostico ................................................................................................................ 5 3.4.5. Tratamento ................................................................................................................ 5 4. Conclusão ............................................................................................................................. 6 Referências bibliográficas........................................................................................................... 7 1 1 Ana Paula Mahumane 1. Introdução Clamídias são bactérias pertencentes à família Chlamydiaceae parasitas intracelulares obrigatórias. São reconhecidas duas espécies: Chlamydia trachomatis e a Chlamydia psittaci. Trata-se de microrganismos encontrados em várias espécies animais, principalmente aves, e que no ser humano provocam: o tracoma ocular, o tracoma genital, a conjuntivite de inclusão, o linfo- granuloma venéreo, a síndrome de Reiter e a psitacose. Possuem um antígeno grupo especifico, termo lábil, o qual não permite. Evidências mostram que a Chlatnydia trachomatis é a maior cauta de doença sexualmente transmitida, especialmente entre adolescentes e adultos jovens. A distribuição e apresentação clínica de infecções por Chlamydia trachomatis é paralela àquelas do Gonococos e é frequentemente isolada em associação com ele. Falhas no tratamento com penicilina para eliminar as manifestações de uretrite gonocócica podem resultar de falha para eliminar Clamídia coexistente. Os portadores de uretrite assintomática. Por Clamídia podem ser fonte de infecções retal e faríngea, após o contato sexual. C. trachomatis te m sido isolada da garganta depois do contato genital- oral, segundo GOLDMEIE R D. DARANGA R (Isolamento de Chlamydia trachomatis da garganta e reto de homens homossexuais). Vários sorotipos de Clamídias têm sido isolados do reto Linfo granuloma venéreo, causado por infecção com a cepa mais invasiva, está associado com linfo adenopatia inguinal, contração retal e proctite. Chlamydia trachomatis parece ser a causa principal da Síndrome de Uretrite não gonocócica, também infecta os olhos dos adultos e os olhos e pulmões dos RN por via cervix materno. 2. Objetivos 2.1. Geral Fazer uma revisão bibliográfica sobre a clamídia 2.2.Especifico Caracterizar a Fisiopatologia, Quadro clinico, diagnostico, e indicar a linha Tratamento 2 2 Ana Paula Mahumane 3. Revisão bibliográfica 3.1.Metodologia Para o desenvolvimento desse trabalho baseou-se na revisão bibliográfica, que consistiu na recolha de análise da informação relacionada com o tema na literatura. 3.2.Calmidia A Chlamydia trachomatis, causadora da clamídia, é uma bactéria gram-negativa que causa infecções sexualmente transmissíveis em todo o mundo. A clamídia, além de ser transmitida por meio do contato sexual, pode ter transmissão vertical (infecção passada da mãe para o bebê durante a gestação). Nas mulheres afeta mais comumente o colo do útero, sendo a doença inflamatória pélvica (DIP) a complicação mais comum da infecção por C. trachomatis, contribuindo para o risco de gravidez ectópica futura e infertilidade. Nos homens, a C. trachomatis é uma causa comum de uretrite não gonocócica. 3.3.Fisiopatologia A C. trachomatis é uma bactéria coco Gram-negativo. Foram descritos 18 sorotipos distintos, sendo que apenas dois são responsáveis por infecções do trato genital, os sorotipos D e K1. Dentro do organismo humano a clamídia sofre endocitose pela célula do hospedeiro e dentro da dela converte-se da forma inativa para forma metabolicamente ativa. Esse processo dificulta que a bactéria seja eliminada pelo sistema de defesa do indivíduo infectado. 3.4.Quadro clinico 3.4.1. Quadro clinico em mulheres A maioria das mulheres com infecção por C. trachomatis são assintomáticas, mas quando sintomáticas causam uma variedade de sinais e sintomas. Cervicite: a grande maioria das mulheres infectadas no colo do útero não apresenta sinais nem sintomas. Quando ocorrem, os sintomas são altamente inespecíficos, como corrimento vaginal, sangramento vaginal intermenstrual e sangramento pós-coital. 3 3 Ana Paula Mahumane Da mesma forma, achados anormais durante inspeção do colo uterino são encontrados na minoria de mulheres com infecção genital por clamídia. Quando os sinais estão presentes, incluem achados clássicos de cervicite, como secreção endocervical mucopurulenta, sangramento endocervical facilmente induzido ou ectopia edematosa. Uretrite: algumas mulheres se queixam de sintomas típicos de uma infecção do trato urinário (ITU), como aumento da frequência urinária e disúria, e podem ser diagnosticadas erroneamente como tendo cistite, a menos que o teste específico para C. trachomatis seja realizado. Doença inflamatória pélvica: a C. trachomatis pode ascender ao útero e ovários onde pode ocorrer doença inflamatória pélvica (DIP). Quando os sintomas de DIP estão presentes, as dores abdominais e pélvicas são os mais comuns, além do maior risco de infertilidade. Peri-hepatite (síndrome de Fitz-Hugh-Curtis) – Mais raramente, pacientes com infecção por clamídia desenvolvem peri-hepatite, inflamação da cápsula hepática e das superfícies peritoneais adjacentes. Complicações da gravidez – Além do risco de gravidez ectópica futura após DIP associada à clamídia, a infecção genital por clamídia durante a gravidez pode aumentaro risco de ruptura prematura das membranas, parto prematuro e bebês com baixo peso ao nascer. 4 4 Ana Paula Mahumane 3.4.2. Quadro clinico para Homens Uretrite não gonocócica– a C. trachomatis é a causa mais comum de uretrite não gonocócica em homens. Grande parte desses pacientes são assintomáticos. Quando apresentam sintomas, a disúria costuma ser uma queixa proeminente, seguido por secreção uretral mucoide ou aquosa. Epididimite – Junto com a N. gonorrhoeae, a C. trachomatis é um dos patógenos mais frequentes na epididimite entre homens sexualmente ativos <35 anos de idade. Homens com epididimite aguda geralmente apresentam dor e sensibilidade testicular unilateral, hidrocele e edema palpável do epidídimo. Prostatite – Pode ser a etiologia em alguns casos de prostatite crônica, embora essa atribuição permaneça altamente especulativa. Os sintomas nesses homens incluíram disúria, disfunção urinária, dor com ejaculação e dor pélvica. 3.4.3. Quadro clínico de clamídia comuns a homens e mulheres Proctite – A proctite por clamídia, definida como inflamação da mucosa retal distal, ocorre principalmente em mulheres e homens que fazem sexo com homens (HSH) que mantêm relações anais receptivas. Os sintomas incluem dor anorretal, secreção, tenesmo, sangramento retal e constipação. Conjuntivite – Os mesmos sorotipos de C. trachomatis que causam doenças genitais (D a K1) podem infectar as células da conjuntiva através do contato direto com secreções genitais contaminadas. A característica é de uma lesão eritematosa não purulenta da superfície epitelial, que pode assumir uma aparência de paralelepípedo. Faringite – a faringite causada pelo C. trachomatis não tem repercussão clínica importante. A bactéria foi identificada de amostras coletadas na faringe a partir de estudos científicos, levantando a hipótese que esse local sirva como reservatório para a bactéria. Artrite reativa – a C. trachomatis é um importante patógeno associado a artrite reativa sexualmente adquirida. Uma minoria de pacientes com artrite reativa adquirida 5 5 Ana Paula Mahumane sexualmente desenvolve a tríade de artrite reativa completa, com artrite, conjuntivite ou uveíte e uretrite ou cervicite, o que dificulta o diagnóstico. 3.4.4. Diagnostico Devido aos sinais e sintomas não serem específicos de clamídia, testes laboratoriais são necessários para o diagnóstico. O teste diagnóstico de escolha para infecção por clamídia do trato geniturinário é o teste de amplificação de ácido nucleico (NAAT) de esfregaços vaginais para mulheres ou urina para homens. O NAAT também deve ser usado em esfregaços retais para diagnosticar a proctite por clamídia. No entanto, na impossibilidade de realização do NAAT, os pacientes com sinais e sintomas consistentes com clamídia podem ser tratados empiricamente. Outros testes não são recomendados rotineiramente, como cultura e sorologia. 3.4.5. Tratamento Os objetivos do tratamento com antibiótico são prevenir as complicações relacionadas à clamídia, como doença inflamatória pélvica, infertilidade e gravidez ectópica, diminuir o risco de transmissão a outras pessoas e obter a resolução dos sintomas. O esquema terapêutico indicado pelas diretrizes nacionais: Azitromicina 500m g, 2 comprimidos, VO, dose única OU Amoxicilina 500mg, VO, 8/8h, por 7 dias 6 6 Ana Paula Mahumane A terapia empírica para infecção por clamídia deve ser oferecida a pessoas que apresentam cervicite, doença inflamatória pélvica ou uretrite. 4. Conclusão Nenhuma outra DST tem mostrado frequência tão elevada quanto a infecção por CT. A grande dificuldade em se firmar o seu diagnóstico deve-se à falta de sintomatologia em até 80% dos indivíduos infectados, dificultando a quebra da cadeia epidemiológica e o próprio manejo dessa infecção. A maior incidência em adolescentes e adultos jovens é fator preponderante a facilitar a disseminação da infecção clamídia, elevando a ocorrência de DIPA e das suas complicações. Em ambulatórios de esterilidade é frequente a detecção de mulheres portadoras de danos tubários, por vezes irreversíveis, determinando esterilidade permanente. A experiência em outros países tem mostrado que programas de detecção em massa determinam acentuada queda na incidência de DIPA e, consequentemente, enorme economia de recursos para a saúde pública. As complicações ocorridas em gestantes e em recém-nascidos de mães portadoras de CT também seriam evitadas se essas infecções fossem detectadas e tratadas ainda nas primeiras consultas do atendimento pré-natal. 7 7 Ana Paula Mahumane Referências bibliográficas KUMAR, V.; ABBAS, A.; FAUSTO, N. Robbins e Cotran – Patologia – Bases Patológicas das Doenças. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. BOGLIOLO, L. e COL. Patologia Geral Básica. Rio de Janeiro: Guanabara koogan, 2011. FARIA, J. L. e col. Patologia Geral: Fundamentos das doenças, com aplicações clínicas. Rio de Janeiro: Guanabara koogan, 2003. FRANCO, M. Montenegro M. R. (in memorian); Brito T, Bacchi C. E.;Almeida P. C. Patologia Processos Gerais. Rio de Janeiro: Atheneu Rio, 2010.