Logo Passei Direto
Material
Study with thousands of resources!

Text Material Preview

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
1
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO DE: 
 
FERRAMENTAS DE GESTÃO EM LOGÍSTICA 
 
 
 
 
 
 
AUTORIA: 
 
MARIA TEREZA CARVALHO DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
Copyright © 2008, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
2
Módulo de: Ferramentas de Gestão em Logística 
Autoria: Maria Tereza Carvalho dos Santos 
 
Primeira edição: 2008 
 
 
CITAÇÃO DE MARCAS NOTÓRIAS 
 
Várias marcas registradas são citadas no conteúdo deste módulo. Mais do que simplesmente listar esses nomes 
e informar quem possui seus direitos de exploração ou ainda imprimir logotipos, o autor declara estar utilizando 
tais nomes apenas para fins editoriais acadêmicos. 
Declara ainda, que sua utilização tem como objetivo, exclusivamente a aplicação didática, beneficiando e 
divulgando a marca do detentor, sem a intenção de infringir as regras básicas de autenticidade de sua utilização 
e direitos autorais. 
E por fim, declara estar utilizando parte de alguns circuitos eletrônicos, os quais foram analisados em pesquisas 
de laboratório e de literaturas já editadas, que se encontram expostas ao comércio livre editorial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Todos os direitos desta edição reservados à 
ESAB – ESCOLA SUPERIOR ABERTA DO BRASIL LTDA 
http://www.esab.edu.br 
Av. Santa Leopoldina, nº 840/07 
Bairro Itaparica – Vila Velha, ES 
CEP: 29102-040 
Copyright © 2008, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
3
Apresentação 
Bem-vindo (a) ao módulo: Ferramentas de Gestão em Logística 
Este módulo versará sobre a Conceituação de Logística e da importância dela para o 
Marketing. 
Logo a seguir, você irá conhecer como se faz um planejamento logístico envolvendo 
assuntos como Suprimento, Fornecedores, Abastecimento, Recepção e Armazenamento de 
materiais. 
A distribuição física desse Armazenamento e o Transporte a ser utilizado também não foram 
esquecidos. 
Você também irá conhecer alguns estudos de caso que, decerto, irão servir à elucidação de 
eventuais dúvidas surgidas. 
E, como sempre, o SUCESSO será o seu objetivo. Mãos à obra! 
 
Objetivo 
Este módulo tem como objetivo apresentar uma visão abrangente sobre as Ferramentas de 
Gestão em Logística e explorar temas relacionados aos seus procedimentos básicos. 
 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
4
Ementa 
Conceituação de Logística e sua importância para o Marketing. Como fazer um planejamento 
logístico envolvendo assuntos como: Suprimento, Fornecedores, Abastecimento, Recepção e 
Armazenamento de materiais. Bem como, a distribuição física, armazenamento e o 
transporte a ser utilizado. 
Estudos de casos que irão servir à elucidação de eventuais dúvidas surgidas. 
 
Sobre o Autor 
 MESTRE em Engenharia da Produção - Área de Engenharia do Produto e Qualidade 
Industrial - COPPE/UFRJ - Julho/1999 - Rio de Janeiro – RJ. 
 ADMINISTRADORA - graduada pela Faculdade de Administração e Finanças - UERJ - 
Curso de Administração de Empresas – 1980 - Rio de Janeiro – RJ. 
 ESPECIALIZAÇÃO em O&M na Fundação Getúlio Vargas - FGV - Curso de 
Organização e Métodos - CADEMP - 1981- Rio de Janeiro – RJ. 
 SERVIDORA pública federal do Instituto Nacional da Propriedade Industrial – INPI. 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
5
SUMÁRIO 
UNIDADE 1 ........................................................................................................... 8 
Logística - Conceituação.................................................................................... 8 
UNIDADE 2 ......................................................................................................... 11 
A Logística no Brasil ........................................................................................ 11 
UNIDADE 3 ......................................................................................................... 15 
Marketing e Logística ....................................................................................... 15 
UNIDADE 4 ......................................................................................................... 21 
A Logística e seu desenvolvimento ................................................................. 21 
UNIDADE 5 ......................................................................................................... 24 
Logística e Planejamento. ................................................................................ 24 
UNIDADE 6 ......................................................................................................... 28 
Os 5 Tipos de Planejamento ............................................................................ 28 
UNIDADE 7 ......................................................................................................... 33 
Logística Reversa ............................................................................................ 33 
UNIDADE 8 ......................................................................................................... 37 
Gestão da Cadeia de Suprimentos - Supply Chain Management - SCM ....... 37 
UNIDADE 9 ......................................................................................................... 41 
Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos - SCM - Integração, logística e 
flexibilidade. ...................................................................................................... 41 
UNIDADE 10 ....................................................................................................... 46 
Planejamento da SCM - suprimento, fornecedores e abastecimento. ............ 46 
UNIDADE 11 ....................................................................................................... 50 
Planejamento da SCM - Recebimento e armazenagem. ................................ 50 
UNIDADE 12 ....................................................................................................... 54 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
6
Planejamento da SCM – Movimentação Física dos Materiais na 
armazenagem. ................................................................................................. 54 
UNIDADE 13 ....................................................................................................... 57 
Ferramentas de Supply Chain Management - SCM ........................................ 57 
UNIDADE 14 ....................................................................................................... 61 
Caso prático - Supermercado São Sebastião ................................................. 61 
UNIDADE 15 ....................................................................................................... 66 
Planejamento de Necessidade Materiais- – MRP ........................................... 66 
UNIDADE 16 ....................................................................................................... 69 
Implementação da Tecnologia EDI .................................................................. 69 
UNIDADE 17 ....................................................................................................... 73 
Tipos e características dos canais de distribuição .......................................... 73 
UNIDADE 18 ....................................................................................................... 77 
Montando seu canal de distribuição ................................................................ 77 
UNIDADE 19 ....................................................................................................... 83 
Estudo de caso - Como é feita e distribuída uma Revista .............................. 83 
UNIDADE 20 .......................................................................................................89 
Outros Casos sobre Distribuição e Logística................................................... 89 
UNIDADE 21 ....................................................................................................... 92 
Operações na Logística ................................................................................... 92 
UNIDADE 22 ....................................................................................................... 96 
Distribuição Física ............................................................................................ 96 
UNIDADE 23 ..................................................................................................... 100 
Transportes .................................................................................................... 100 
UNIDADE 24 ..................................................................................................... 105 
Tipos de Armazenagem ................................................................................. 105 
UNIDADE 25 ..................................................................................................... 108 
Casos - Grupo Caramuru e outros casos ...................................................... 108 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
7
UNIDADE 26 ..................................................................................................... 114 
A Logística e a Globalização ......................................................................... 114 
UNIDADE 27 ..................................................................................................... 117 
O novo ambiente da Cadeia de Suprimentos ................................................ 117 
UNIDADE 28 ..................................................................................................... 121 
O papel da Internet na Cadeia de Suprimentos ............................................ 121 
UNIDADE 29 ..................................................................................................... 127 
A importância logística na competitividade .................................................... 127 
UNIDADE 30 ..................................................................................................... 133 
Conclusão ...................................................................................................... 133 
GLOSSÁRIO ..................................................................................................... 136 
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................ 139 
 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
8
UNIDADE 1 
Logística - Conceituação. 
Objetivos: Apresentar uma visão histórica e o desenvolvimento da Logística. 
A origem da palavra logística advém do grego logistikos, que derivou no termo em latim 
logisticus cujo significado é “cálculo e raciocínio no sentido matemático”. Seu 
desenvolvimento está intimamente ligado ao progresso das atividades militares e das 
necessidades resultantes das guerras, com o passar dos anos desde os primórdios dos 
tempos. 
O primeiro exército a se utilizar da logística foi o persa, de Xerxes, rei persa, em 481 a.C, na 
expedição militar contra os gregos. Como sua marinha possuía uma frota com mais de 3.000 
navios de transporte, utilizou-a como suporte de mobilização de seu exército. 
Alexandre o Grande, da Macedônia (323 a.C), tido como uma lenda em logística, inspirou 
outros grandes lideres, por conta de seu sucesso, superando exércitos inimigos e 
expandindo seu reinado. É, atualmente, focado por grandes empresas, graças ao fato de ter 
utilizado fatores como: 
 Inclusão da logística em seu planejamento estratégico. 
 Obtenção do conhecimento detalhado dos exércitos inimigos, dos terrenos de batalha 
e dos períodos de fortes intempéries. 
 Incorporação de novas tecnologias de armamentos. 
 Desenvolvimento de alianças. 
 Manutenção de um ponto de controle, centralizador de todas as decisões, gerenciando 
o sistema logístico e sua incorporação ao plano estratégico. 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
9
Apesar dos avanços verificados no passado, foi apenas no século XVII que a logística voltou 
a ser novamente utilizada nos meios militares. Isso aconteceu durante as campanhas de 
guerra de Napoleão, quando o barão e general francês Antoine Henri de Jomini, general do 
exército francês, dividiu a arte da guerra nos cinco pontos a seguir: 
 Estratégia. 
 Grandes táticas. 
 Logística. 
 Engenharia. 
 Táticas menores. 
 E definiu logística como “a arte prática de movimentar exércitos”, pois não se limitava 
apenas aos mecanismos de transporte, mas também ao suporte, preparativos 
administrativos, reconhecimentos e inteligência envolvidos na movimentação e sustentação 
das forças militares. 
Mais tarde o termo logistique (em francês) foi passado para o inglês logistics. 
Contudo, este conceito de logística foi sendo ignorado e perdendo o sentido militar que 
Jomini tinha desenvolvido ao longo do tempo e perdurado até meados do século XX, cujo 
resgate foi efetuado pelos militares americanos ao utilizarem a logística no conflito bélico 
durante a Segunda Guerra Mundial. 
A logística foi enfocada pela primeira vez sob o prisma acadêmico em 1901, por John 
Crowell no artigo Report of the Industrial Commission on the Distribution of Farm Products. 
Nele falava sobre os custos e quais fatores que afetavam a distribuição dos produtos 
agrícolas. Já em 1916, Arch Shaw, em seu artigo An Approach to Business Problems, 
descreveu os aspectos estratégicos da logística, sendo que neste mesmo ano, L.D.H. Weld, 
introduziu os conceitos de utilidade de marketing (momento, lugar, posse) e de canais de 
distribuição. (História, 2005) 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
10
A obra “The Distribution Age de Ralph Borsodi”, publicada em 1927, define logística como é 
utilizada hoje. No período da Segunda Guerra Mundial (1941 - 1945) a logística teve um 
impulso em evolução e refinamento, como já dissemos anteriormente. 
Foi então que, a partir da década de 1950, as empresas começaram a enfatizar a satisfação 
do cliente no lucro, o que se tornou, mais tarde, a pedra fundamental da administração da 
logística. Em 1956, um artigo publicado pela Harvard Business School introduziu o conceito 
de análise de custo total na área de logística. E no início da década de 1960, a Michigan 
State University e a The Ohio State University estabeleceram as primeiras faculdades a 
ministrar cursos de graduação em logística, devidamente reconhecidos pelo governo 
americano. 
O Council of Logistics Management – CLM foi criado em 1963, como a primeira organização 
a congregar profissionais de logística em todas as áreas, com o propósito de educação e 
treinamento. Em 1976, o CLM publicou estudo identificando os componentes do custo de 
manutenção dos estoques, além de apresentar uma metodologia para o seu cálculo. 
A consultoria A. T. Kearney e o CLM, por sua vez, publicaram em 1978, a primeira avaliação 
completa do estado da arte da atividade de serviço ao cliente nas empresas americanas, no 
estudo denominado Measuring Productivity in Physical Distribution. 
A partir de 1970, começaram a ser implementadas diversas técnicas em logística como: 
Material Requirements Planning (Planejamento das Necessidades de Materiais – MRP), 
Kanban (técnica japonesa com cartões, que proporciona uma redução de estoque, 
otimização do fluxo de produção, redução das perdas e aumento da flexibilidade), Just in 
Time - JIT (método de administração da produção para produzir no momento da entrega, 
produzir semi-acabados no instante da sua necessidade e receber matérias-primas no 
instante de sua utilização), que serão abordadas no decorrer do nosso curso, mostrando a 
eficáciadas práticas logísticas e a necessidade do relacionamento entre logística, marketing, 
produção e outras funções empresariais. 
E a partir de 1980, a utilização de computadores incrementou a administração da logística. 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
11
UNIDADE 2 
A Logística no Brasil 
Objetivos: Apresentar o desenvolvimento da Logística no Brasil. 
No Brasil, a história da logística é ainda muito recente, mas podemos destacar os seguintes 
fatos: 
 
Até a década de 1970: 
 O desconhecimento do termo e da abrangência da logística. 
 A informática ainda era um mistério e de domínio restrito. 
 Iniciativas no setor automobilístico, principalmente nos setores de movimentação e 
armazenagem de peças e componentes em função da complexidade de se montar um 
automóvel. 
 Fora do segmento automobilístico, o setor de energia elétrica definia normas para 
embalagem, armazenagem e transporte de materiais. 
 Criação em 1977 da ABAM - Associação Brasileira de Administração de Materiais e a 
ABMM - Associação Brasileira de Movimentação de Materiais; e em 1979 do IMAM - 
Instituto de Movimentação e Armazenagem de Materiais. 
 
A partir de 1980: 
 Surgiu o primeiro grupo de estudo em logística, no qual foram criadas as primeiras 
definições e diretrizes para diferenciar transportes, de distribuição e de logística. 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
12
 Em 1982 foram trazidos do Japão, para implementação os sistemas - JIT - Just in 
Time e o Kanban, desenvolvidos pela Toyota. 
 Em 1984 tiveram início os trabalhos do primeiro grupo de benchmarking em logística. 
 Em 1984 a ABRAS - Associação Brasileira de Supermercados iniciou a discussão e 
análise das relações entre fornecedores e supermercados, através da criação de um 
departamento de logística. 
 Foi criado o Padrão Brasileiro para o Palete (Estrado padronizado para acomodar 
cargas para a formação de unidades de movimentação, com a finalidade de 
possibilitar deslocamentos mecanizados, seguros e econômicos, trazido pelas 
indústrias automobilísticas americanas e pelos supermercados franceses) conhecido 
como PBR, através da norma da ABNT - NBR 8252 (Nov./1983) e o projeto do veículo 
urbano de carga. 
 Em 1988 foi criada a ASLOG - Associação Brasileira de Logística e instalado o 
primeiro operador logístico (Empresa especializada em movimentar, armazenar, 
transportar, processar pedidos, e controlar estoques, entre outras coisas. Fornece 
seus serviços com profissionais treinados, podendo ser realizado em suas 
dependências ou nas do cliente) no Brasil. 
 
A partir de 1990: 
 A estabilização da economia com o plano Real foi notada em 1994 e incrementou-se o 
foco na administração dos custos. 
 Houve uma evolução na microinformática e na tecnologia de informação, com o 
desenvolvimento de software para o gerenciamento de armazéns como o WMS - 
Warehouse Management System ou Sistemas de Gerenciamento de Armazém, 
códigos de barras e sistemas de desenvolvimento de rotas para entregas. 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
13
 Surgiram no mercado brasileiro 06 novos operadores logísticos internacionais e foram 
desenvolvidas de mais de 50 empresas operadoras nacionais. 
 Iniciou-se a utilização das ferramentas ERP (Enterprise Resource Planning ou 
Planejamento dos Recursos do Negócio) / ECR (Efficient Consumer Response ou 
Resposta Eficiente ao Mercado) / EDI (Electronic Data Interchange ou Troca Contínua 
de Informações), que veremos no decorrer do nosso curso. 
 Iniciaram-se os processos de privatização de rodovias, portos, telecomunicações, 
ferrovias e terminais de contêineres. 
 Ocorreram investimentos em monitoramento de cargas e a ascensão do e-commerce. 
(História, 2005). 
 
Fleury (2000) afirma que durante a década de 1990, a logística, no Brasil, passou por 
extraordinárias mudanças, quase um processo revolucionário, tanto em termos das práticas 
empresariais, quanto na eficiência, qualidade e disponibilidade da infraestrutura de 
transportes e comunicações, elementos fundamentais para a existência de uma logística 
moderna. 
Um período de riscos e oportunidades, para as empresas brasileiras devido às enormes 
mudanças que precisavam ser implementadas, e às oportunidades por conta de conquistar 
cada vez mais melhorias na qualidade do serviço e aumento de produtividade, fatores 
fundamentais para o aumento da competitividade empresarial. 
Já Novaes (2001) afirma que a partir da abertura e da globalização da economia, as 
empresas brasileiras passaram a buscar novos referenciais para a sua atuação, mas a 
passos ainda muito tímidos, e uma das limitações observadas nas empresas brasileiras, 
quanto às possibilidades de evolução em termos logísticos, é a sua estrutura organizacional. 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
14
A clássica divisão da empresa em setores girando em torno de atividades afins (manufatura, 
finanças, vendas, marketing, transporte e armazenamento) não permite o tratamento 
sistêmico e por processo das operações logísticas. 
As empresas ao invés de se reestruturarem de forma adequada para enfrentar os novos 
desafios logísticos, simplesmente lançam mão de pseudo-soluções, com resultados parciais 
e incompletos. 
O Brasil não estava preparado para o crescimento do comércio internacional, tanto em 
termos burocráticos quanto em infraestrutura para as novas práticas empresariais. 
O fim do processo inflacionário agregou cooperação entre clientes e fornecedores na cadeia 
de suprimentos e no conceito de Supply Chain Management – SCM, o que veremos mais 
adiante. 
Antes da estabilização econômica, com a alta inflação, as práticas especulativas nos 
processos de compras eram necessárias, acabando com a tentativa de integração na cadeia 
de suprimentos. Fleury (2000). 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
15
UNIDADE 3 
Marketing e Logística 
Objetivos: Discutir a comparação entre Marketing e Logística. 
As atividades logísticas afetam o serviço ao cliente (disponibilidade e condição das 
mercadorias, preço e qualidade do produto). Os problemas logísticos geram oportunidades 
para aqueles preparados, capazes e ousados para resolvê-los. 
A visão da logística é de otimização e racionalidade. A visão de marketing e vendas é de 
escoamento do produto ou serviço. Logística e marketing têm foco na satisfação do cliente, 
que é a maior garantia de sobrevivência da empresa e dos profissionais envolvidos. 
Antigamente o produto percorria um longo caminho até chegar ao consumidor final, parando 
em diversos pontos intermediários. Na atual concepção, como veremos mais adiante, busca-
se, sempre que possível, eliminar estoques e depósitos intermediários, possibilitando que o 
produto, já embalado e etiquetado, seja enviado diretamente aos pontos de venda. 
Visão do Marketing e da Logística 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
16
Esta concepção atual teve contribuição tanto da logística - pela racionalidade, eficiência, 
rapidez e redução de custos -, quanto do marketing - no sentido de pressionar para que o 
produto estivesse o quanto antes à vista do cliente, fundamentalmente, com custos menores. 
Então, marketing e logística convergem, em seus posicionamentos pela perpetuidade da 
empresa no mercado, o que apresenta um acirramento exponencial de concorrência. A cada 
dia têm-se novidades, quer na concepção do produto, nos acessórios, nos serviços 
agregados ou na redução de preços, porém, para sobreviver, devem ser capazes de atuarem 
juntas. Somente essa parceria é capaz de levar ao sucesso. 
Para entendermos as atividades da logística e como elas afetam a empresa, temos que 
observá-la nos seguintes aspectos: 
 LOGÍSTICA DE SUPRIMENTOS é a que se refere aos insumos, e temos como 
exemplo os problemasligados às fontes de suprimento, a política de estoque, meios 
de transportes (preços x custos). 
 LOGÍSTICA DE DISTRIBUIÇÃO que está ligada aos produtos acabados ou semi-
acabados, tais como armazenagem, processamento de pedidos, transferências, 
distribuição física. 
 LOGÍSTICA REVERSA é a que trata do retorno de embalagens e reciclagem dos 
produtos consumidos. 
 
Existe, assim, um inter-relacionamento entre as várias áreas das empresas: 
Marketing X Produção X Informática X Logística 
 
Como a distribuição diária de um grande jornal ou de uma grande revista. 
Fatores importantes: restrições espaciais, restrições temporais, qualidade do serviço 
logístico, soluções econômicas. 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
17
Vejamos o caso do GRUPO ABRIL que tem a sua influência no Mercado Nacional de 
Revistas, com ênfase específica no canal de Bancas e possui uma Cadeia de Logística de 
Distribuição própria que engloba a Produção, a Distribuição Primária Nacional e a 
Distribuição Secundária com sua Rede de Distribuidores Regionais. 
Controla também o Fluxo de Informações entre os canais e os editores para o planejamento 
da circulação e, finalmente, o Planejamento da Demanda, baseado na distribuição 
(geográfica) racional da tiragem. 
Em seu site comemorativo de 50 anos, conta um pouco como desenvolveu este inter-
relacionamento, conforme abaixo: 
 
“Da pauta à mão do leitor”. 
Além de criar as revistas, a Abril teve que descobrir como distribuí-las e vendê-las. 
 
INDEPENDÊNCIA GARANTIDA - Depois de convencer os jornaleiros a expor bem suas 
revistas, Victor Civita cria, na década de 60, sua própria distribuidora. 
Era o grito de independência. Redações, gráfica e distribuição: a Abril controlava todo o 
processo para fazer e vender revistas. 
Para chegar aos 29 milhões de exemplares vendidos nas bancas de janeiro a março deste 
ano e a 4,6 milhões de assinaturas, a Abril precisou, além de criar revistas bem-sucedidas, 
aprender a distribuir e expor seus produtos. E teve de criar uma rede de pontos de venda no 
cenário quase deserto do Brasil de 1950. Os primeiros passos foram dados pelo fundador da 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
18
empresa, Victor Civita. Ele ensinou sua equipe a conversar com os jornaleiros para conseguir 
que deixassem O Pato Donald bem visível na banca. "Ganhar a confiança deles podia levar 
semanas", lembra o jornalista Cláudio de Souza, que trabalhou na editora de 1951 a 1983. 
Civita tratou também de imitar uma prática que ajudou Monteiro Lobato a vender seus livros: 
escrever enxurradas de cartas para professores, chefes de estação, farmacêuticos e párocos 
em cada cidade do interior, oferecendo a revista para que eles se tornassem pólos de 
revenda. 
Em 1961, depois de trabalhar dez anos com a empresa Fernando Chinaglia, a editora 
passou a se encarregar da distribuição de suas revistas. "Eu queria ter a gráfica, a redação e 
a distribuição para conquistar a independência", explicava Victor Civita. O trabalho da Abril 
formou a cultura do mercado editorial brasileiro, lançando conceitos como o reparte. A venda 
ao jornaleiro de um número pré-fixado de revistas garantiu exemplares para todos. "Antes, os 
que chegavam mais cedo à distribuidora levavam todas as revistas", descreve Pedro Favalle 
Filho, jornaleiro desde 1947, hoje fornecedor de revistas e jornais para a Abril. "Havia quem 
conseguisse exemplares em troca de caixinha", lembra. 
 
 
 Hoje, endereçamento eletrônico na capa... 
 
 
 
...as semanais vão de avião para o Nordeste... 
 
 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
19
 
...e de bicicleta para assinantes em S. Paulo. 
 
 
 
Várias vezes, nos anos 60, a empresa tomou a iniciativa de comprar bancas do fabricante e 
financiá-las para os jornaleiros. Além disso, lançou promoções como “Quero Ser Jornaleiro”, 
criada para a capital paulista em 1965. A Prefeitura não anunciava concorrência para bancas 
havia cerca de quarenta anos e eram apenas seiscentos pontos na cidade. Em menos de um 
ano, abriram-se mais mil bancas - hoje são cerca de 6 mil. Outra preocupação foi o jeito de 
abordar o comprador. Arthur Civita escreveu, em 1965, o primeiro Manual do Jornaleiro; 
depois começaram os cursos de formação. Em 1999, foram treinados 5 mil jornaleiros. 
O setor de Assinaturas foi criado em 1971, com a missão de garantir uma circulação média 
estável para Veja. Em um ano, fez a revista chegar a 50 mil assinantes. Foi um aprendizado. 
"Era comum corrermos até uma banca para comprar revistas para os assinantes porque 
alguém tinha se esquecido de reservar", lembra Nelson Romanini Filho, diretor de 
Operações. A ineficiência dos Correios exigiu a formação de um sistema de entregas que 
outras revistas passariam a utilizar. A segunda publicação da Abril a ter assinantes foi 
Exame, em 1978. 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
20
Todos os títulos da época ficavam expostos na banca carioca, em 1959. (Abril, 2005) 
 
Logística - Grupo Abril (2005) 
 
15% da entrega 
feitos pelo Correio 
 
73 horas 
de vôo por 
semana 
2.170 bicicletas 
720 motos 
190 mil km rodados 
por semana 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
21
UNIDADE 4 
A Logística e seu desenvolvimento 
Objetivos: Apresentar o desenvolvimento da logística. 
Lambert e Stock (1992) adotaram como definição de logística aquela formulada em 1986 
pelo CLM – Council of Logistics Management (Conselho de Gerenciamento Logístico), que 
assim a descreve: 
 “É o processo eficiente de planejamento, implementação e controle efetivo do fluxo de 
custos, do estoque em processo, dos bens acabados e da informação relacionada do 
ponto de origem ao ponto de consumo, com o propósito de se adequar aos requisitos 
do consumidor.” 
Bowersox e Closs (1996) levaram em consideração a falta de destaque do desempenho da 
logística ao destacarem a importância da informação como ferramenta estratégica para a 
logística. 
Essa negligência é fruto da falta de tecnologia adequada para gerar as informações 
desejadas. Os níveis gerenciais também não possuem uma avaliação completa e uma 
compreensão aprofundada da maneira como uma comunicação rápida e precisa poderia 
melhorar o desempenho logístico, onde cada erro na composição das necessidades de 
informação cria uma provável ruptura na cadeia de suprimento, porém essas deficiências 
históricas foram eliminadas. 
Magee (1977), afirmou que o aperfeiçoamento dos canais de informação é fundamental para 
revolucionar a distribuição, pois permite um acesso sistemático ao controle, e já destacava a 
informação como elemento preponderante e funcional para o desenvolvimento de uma 
logística operando em seu melhor desempenho. Ao discorrer sobre as oportunidades para a 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
22
redução de tempos de espera entre outros itens relevantes, considerou sempre os três 
elementos (transportes, armazenagem e estoques, e a informação), em suas análises. 
Assim, os novos avanços técnicos em comunicações observados à época, bem como o 
processamento de dados e os transportes, poderiam acelerar o reabastecimento, reduzindo 
o tempo de espera. A substituição do correio por comunicações telefônicas, o processamento 
manual de dados pelo eletrônico, incrementaria diretamente os custos, além de reduzir o 
tempo de espera e, portanto, o investimento, fortalecendo assim a importância essencial da 
gestão da informação como componente crucial na obtenção de uma funcionalidade mais 
eficiente de sua aplicação. 
Bowersox e Closs (1996) afirmavam ainda que, quanto mais eficiente for o processo do 
sistema logístico de uma organização, maior precisão será requerida do sistema de gestão 
das informações. 
Da mesma forma Magee (1977) afirmava, na década de 80, queas tendências no 
desenvolvimento da logística não identificavam a relevância da evolução da informação com 
a capacidade logística. 
No passado, os desenvolvimentos mais notáveis da logística foram aqueles relacionados 
com o transporte e aos novos sistemas de comunicação – serviço de correios, telefone, 
telégrafo, mas que foram estreitamente identificados com a capacidade logística. 
A importância da informação como um dos elementos principais da logística também foi 
apontada por Novaes (1989), afirmando que não deve ater-se somente aos aspectos físicos 
do sistema (veículos, armazéns, rede de transportes), mas também aos aspectos 
informacionais e gerenciais, que envolvem o processamento de dados, a teleinformática, os 
processos de controle gerenciais, entre outros, e fazem parte integrante da análise logística. 
O mesmo autor em 2001 definiu a logística, incluindo a gestão da informação, como 
preponderante para sua operacionalização ou funcionamento, como segue: 
 “A Logística é processo de planejar, implementar e controlar de maneira eficiente o 
fluxo e a armazenagem de produtos, bem como os serviços de informação 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
23
associados, cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o 
objetivo de atender aos requisitos do consumidor.” 
Na definição de gestão de sistemas de informação estão incluídos: o serviço ao consumidor, 
tráfego e transporte, armazenagem e estoque, seleção da localização das fábricas e 
armazéns, controle de estoque, processamento de pedidos, comunicações de distribuição, 
obtenção, manuseio de materiais, peças e serviços de apoio, seguros, embalagens, 
manuseio de bens retornáveis e previsão da demanda. 
Fica claro, que a informação exerce um papel elementar na execução efetiva da logística, 
assumindo um papel relevante à sua funcionalidade. Ora, sem informação, não seria 
possível, sequer, saber de que forma, quando, onde e como os bens deveriam ser 
embalados e entregues. Assim, a informação na logística não pode ser vista apenas como 
um apêndice requerido à sua implementação, mas sim como atuante em nível funcional. 
 
 Razzolini Filho, Edelvino. Logística - Evolução na Administração - Desempenho e 
Flexibilidade - Ed. Jurua. 
Fleury, Paulo Fernando - Logística Empresarial a Perspectiva Brasil - 1ª Edição 2000 – Ed. 
Atlas 
 
 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
24
UNIDADE 5 
Logística e Planejamento. 
Objetivos: Explicitar as operações de planejamento logístico. 
A logística envolve todas as operações relacionadas com planejamento e controle de 
produção, movimentação de materiais, embalagem, armazenagem e expedição, distribuição 
física, transporte e sistemas de comunicação que, realizadas de modo sincronizado, podem 
fazer com que as empresas agreguem valor aos serviços oferecidos aos clientes e também 
ofereçam um diferencial competitivo perante a concorrência. 
Mas o que é planejamento? A administração de uma instituição consiste em planejar, 
organizar, reunir recursos, dirigir e controlar. O planejamento é a parte mais importante da 
administração e determina os objetivos a atingir. 
Planejar é decidir, antecipadamente, o que se pretende fazer, ou seja, é um processo que 
implica na formulação de um conjunto de decisões sobre ações futuras. 
O planejamento pode ser iniciado, a partir da reflexão das seguintes questões: 
 
O que fazer? Como fazer? Quando fazer? Onde fazer? Com que meio fazer? 
 O QUE FAZER? Preparar, estabelecer os objetivos a serem alcançados, segundo 
roteiros e métodos determinados. 
 COMO FAZER? Coordenando e acompanhando os esforços e a aplicação de 
recursos humanos, financeiros e materiais, a partir do início das atividades planejadas, 
corrigindo rumos e aprendendo com a experiência própria. 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
25
 QUANDO FAZER? A cada período de atividades onde surjam novos desafios ou 
novas situações. O planejamento não é imutável, pelo contrário, sempre que houver 
mudanças que justifiquem, deve ser revisto, sem perder o foco nos objetivos traçados 
inicialmente. 
 ONDE FAZER? Em quaisquer atividades que exijam ação coordenada, esforços 
múltiplos entre um número grande de pessoas, ou atividades visando à continuidade e 
desenvolvimento das atividades da organização. 
 COM QUE MEIO FAZER? O custo do planejamento depende do que se está 
planejando. O que se sabe é que o custo do não planejamento é muito maior do que o 
custo do planejamento. 
 
O planejamento se justifica como maneira de evitar decisões ao acaso e improvisações. Sua 
importância reside no sentido de assegurar que não se perca de vista os objetivos 
primordiais da instituição e no sentido de facilitar o controle sobre as ações tomadas. 
Um bom planejamento necessita contar com as seguintes características básicas: 
 POLÍTICO - Enquadrar-se dentro das diretrizes políticas e levar em conta seus 
desejos e necessidades da empresa. 
 EXEQUÍVEL - Elaborado dentro da realidade técnica, finalidade de recursos humanos 
e materiais. 
 META - Possuir um objeto claramente definido. 
 SIMPLICIDADE - Ser simples quer no objetivo, quer na formulação das diretrizes, não 
descendo aos mínimos detalhes. 
 FLEXÍVEL - Conferir condições de adaptação às novas situações previsíveis ou não, 
para atender ao objetivo fixado. 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
26
 FIXAR PADRÕES - Promover análises e classificação das ações praticadas, 
possibilitando a comparação com outros planejamentos e avaliação dos resultados. 
 EQUILÍBRIO - Estar em harmonia entre os vários setores. 
 ECONÔMICO - O planejamento deve ser economicamente viável, na análise efetivada 
entre o seu custo e o lucro. 
 REAL - Utilizar os recursos existentes ao máximo, antes de criar nova estrutura e, por 
consequência, novos dispêndios. 
 
É indispensável que o planejamento obedeça a uma sequência lógica, com fases que 
abordem todos os aspectos e as necessidades. São oito as fases dessa sequência lógica: 
1º Fase: DEFINIÇÃO DE OBJETIVOS – de maneira clara e precisa, deve ser definido o 
objetivo, dentro do meio físico e social onde os fatos ocorrem. 
2º Fase: PESQUISA – a pesquisa se desdobra em 5 atividades: 
 Delimitar o campo de pesquisa e medida 
 Escolher a unidade de pesquisa e medida 
 Adotar método para coleta de dados 
 Reunir e classificar os dados 
 Analisar e interpretar os dados, cujas conclusões, claras e objetivamente 
dispostas, comporão o relatório geral da pesquisa. 
Para que a pesquisa seja levada a bom termo, são necessárias as condições 
que destacamos abaixo: 
oFamiliaridade dos pesquisadores com o objetivo da pesquisa. 
oConhecimento de outros trabalhos já realizados. 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
27
oAnálise dos dados colhidos em pesquisa anterior, com julgamento de seu 
valor como base de informações. 
oEstímulo, orientação e coordenação do esforço dos pesquisadores. 
3º Fase: PLANO – como base nos dados da pesquisa, pelo plano se encontra a solução, 
atingindo-se com o menor tempo, esforços, recursos financeiros e materiais possíveis, 
o objetivo pretendido. 
4º Fase: PROGRAMA – é situar o plano no tempo, dividindo-o em etapas racionalmente 
conjugadas. É o calendário do plano que define os meios disponíveis em recursos 
humanos, materiais e financeiros, estabelecendo o seu inicio, a sua duração e o seu 
término. 
5º Fase: APROVAÇÃO – é a submissão do plano e do programa a quem compete 
aprová-lo. Esta hora é dramática para o planejador. 
6º Fase: EXECUÇÃO – em geral, a execução não é acompanhada pelo grupo 
planejador. O certo é que os planejadores devam interessar-se continuamente pela 
execução, excetuando-se a supervisão das atividades dos órgãos encarregados da 
execução. 
7º Fase: AVALIAÇÃO –são as observações dos resultados da execução com o 
planejado. 
8º Fase: REVISÃO – a revisão ocorre em toda a execução do plano ou apenas do 
programa. Ela ocorre tanto pela vontade do planejador, em decorrência de suas 
análises, ou por motivos externos, tais como, corte de verbas, reação da comunidade, 
acontecimentos políticos inesperados etc. 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
28
UNIDADE 6 
Os 5 Tipos de Planejamento 
Objetivos: Apresentar os. 5 tipos de planejamento que podem ser utilizados em logística. 
De uma maneira geral, utilizamos cinco tipos de Planejamento em logística, conforme será 
descrito abaixo: 
o PLANEJAMENTO FÍSICO – são os pertinentes aos objetivos do meio físico, como os 
recursos, as forças e os aspectos. 
o PLANEJAMENTO ECONÔMICO – tem por objetivo as atividades econômicas, como a 
organização de uma indústria, a mecanização de uma lavoura, o desenvolvimento da 
produção etc. 
o PLANEJAMENTO SOCIAL – onde o objetivo é a forma de convivência e bem-estar 
social, abrangendo a habitação, a saúde, a segurança, recreação, assistência social 
etc. 
o PLANEJAMENTO CULTURAL – é o que abrange o ensino em todos os graus, a 
especialização técnica, o intercâmbio cultural etc. 
o PLANEJAMENTO DE ÁREA – é o relacionado com a ação humana sobre 
determinada extensão geográfica, seja ela urbana, municipal, estadual, regional ou 
nacional. São: zoneamento, sistemas de trânsito, desobstrução de curso de água, 
pólos locais ou regionais de desenvolvimento etc. 
 
Corrêa (2001) nos fala sobre o “horizonte do planejamento” que trata do tamanho do tempo 
futuro sobre o qual se deseja alcançar a decisão tomada no presente. 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
29
 
Horizonte de planejamento 
 
Analisando a figura acima, observamos que temos que levar em consideração um ponto no 
futuro cuja influência será relevante nas decisões no presente. Devemos considerar um 
horizonte de planejamento mínimo que, segundo Corrêa (2001) será formado pelo prazo 
necessário à efetivação das decisões a serem tomadas no planejamento (inércia) somado ao 
período de replanejamento. 
Mas o que vem a ser este prazo para a tomada de decisão? Ora, se o planejamento em 
questão for para aquisição de matérias-primas, por exemplo, devemos considerar o tempo de 
aquisição e transformação em produtos finais. O horizonte do planejamento é que vai 
orientar o processo de previsão (de vendas, por exemplo) considerando este período, e se, o 
período de replanejamento for mensal, deverá ser acrescentado ao horizonte de 
planejamento, para que possamos ter as ocorrências previstas e as não previstas. 
Então temos de levar sempre em conta que é necessário ter em mente uma boa visão de 
futuro, geralmente baseada nos processos de previsão. 
Corrêa (2001) ilustra a função dos sistemas de administração da produção, considerando a 
visão de futuro e os sub-horizontes do planejamento, com a seguinte figura: 
Prazo de 
efetivação das 
decisões 
Um período de 
replanejamento Horizonte de informações úteis 
Horizonte de planejamento 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
30
 Curto Prazo 
 Médio Prazo 
 Longo Prazo 
Tempo 
Hoje Horizontes de planejamento 
Decisões 
A - Efeito B - Efeito C - Efeito 
A 
B 
C 
Decisões têm diferentes inércias: portanto, é necessário 
considerar vários horizontes. 
Sub-horizontes dentro do horizonte de planejamento 
 
Vemos então que as decisões têm pesos diferentes no planejamento, sejam de curto ou 
longo prazo e, de acordo com Correia (2001) quanto maior a inércia maior será o grau de 
relevância da visão de futuro do planejador, de suas previsões e como implicarão em seus 
erros e acertos. 
Temos então um exemplo, adaptado de Correia (2001), sobre a previsão de vendas em uma 
loja da rede Mcdonalds, em um determinado mês, tomando como pontos de análise 
históricos de vendas, sazonalidades, e outros aspectos relevantes. 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
31
Tabela 1 - Previsão de Vendas de Sanduíches 
Sanduíche Previsão para o mês 
(feita há um ano e meio) 
Quarteirão com Queijo 2.500 
Big Mac 5.000 
Hamburgers 4.500 
Cheesburguer 3.000 
Mc Fish 1.200 
Mc Chicken 1.800 
Total 18.000 
 
Ao termino do mês, após analisar as vendas efetivamente ocorridas, chegou-se à seguinte 
conclusão: 
Tabela 2 - Vendas efetivas de sanduíche e erros percentuais da previsão. 
Sanduíche Vendas no mês % de erro 
Quarteirão com 
Queijo 
1.930 22,8% 
 
Big Mac 6.324 26,5% Média dos 
erros das 
previsões por 
sanduíche: 
Hambúrguer 4.980 10,7% 
Cheesburguer 2.730 9,0% 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
32
Mc Fish 1.429 19,1% 21,6% 
Mc Chicken 1.050 41,7% 
Total 18.443 2,5% 
 
Fazendo uma análise entre a quantidade vendida e a previsão, verificamos que, se olharmos 
de modo individual por sanduíche, chegamos a um erro, em média de 21,6% (relativamente 
alto). Mas se compararmos a previsão de vendas da Tabela 1 com as vendas realizadas na 
Tabela 2, o erro passa para 2,5%. 
Ao planejarmos levando em consideração a visão de futuro e um maior o horizonte (tempo), 
mais estaremos sujeitos a incertezas e erros de planejamento. Em compensação, se 
analisarmos um pouco mais profundamente, verificaremos que utilizando esta programação 
de vendas, incluiremos os procedimentos de funcionamento, das compras, dos turnos de 
trabalhos e outros, e reduziremos o nível de incerteza e de erros 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
33
UNIDADE 7 
Logística Reversa 
Objetivos: Apresentar a conceituação e a utilização da logística reversa. 
Logística reversa é a gestão do fluxo de resíduos e de material reciclado, por exemplo, de 
latinhas de bebidas, de aparas de papel, de ferro velho ou de vasilhames de cerveja. 
Sua adoção, quando integrada à estratégia logística e de marketing da empresa, produz 
importantes contribuições para a competitividade empresarial em diversos elos da cadeia de 
suprimentos, bem como aos agentes de serviços logísticos. 
Atualmente a legislação ambiental valoriza que as organizações se tornem cada vez mais 
responsáveis por todo o ciclo de vida de seus produtos. Isso significa ser legalmente 
responsável pelo seu destino após a entrega dos produtos aos clientes e pelo impacto que 
estes produzem no meio ambiente, demonstrando uma consciência ecológica e reduzindo os 
impactos negativos de suas atividades no meio ambiente. 
A logística reversa é a área da logística associada a retornos de produtos, reciclagem, 
substituição de materiais, reutilização de materiais, descarte de resíduos e reformas, reparos 
e remanufatura. Pode ser classificada em duas categorias: 
a) Reutilizáveis - são equipamentos de carga não utilizada que devem ser recuperados e 
devolvidos para a manufatura, onde poderão ser reutilizados; 
b) Perda - são equipamentos que devem ser recuperados e reciclados ou descartados na 
forma mais propícia ao ambiente e eficiente em termos de energia. 
 
O impacto ambiental provocado na movimentação de materiais, projeto e embalagem dos 
produtos é significativo, sendo uma grande preocupação a todas as instituições. Toda 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
34
organização precisa mostrar uma imagem ecologicamente correta, pois todos serão afetados 
pelo foco de assegurar que a logística tenha uma função "ambientalmente neutra". 
O objetivo ecológico ou de imagem corporativa na logística reversa constitui ações 
empresariais que visam contribuir com a comunidade pelo incentivo à reciclagem de 
materiais, a alterações de projeto para reduzir impactos ao meio ambiente, entre outros. 
Os objetivos competitivos de fabricantes na implementação de programas de logística 
reversa para o retorno de produtos de pós-venda podem ser resumidosnos seguintes 
pontos: 
a) Estratégias de realocação de estoques, direcionando-os a diferentes regiões ou outros 
segmentos de mercado, e ainda a mercados secundários, permitindo como resultados 
economia ou recuperação de valor aos produtos, bem como em competitividade de 
serviços ao cliente. O compartilhamento dos resultados financeiros depende do nível 
de relação com o cliente. 
b) Recaptura otimizada do valor financeiro do produto retornado é uma estratégia de 
venda orientada, obedecendo aos critérios hierárquicos de valorização na 
comercialização dos produtos retornados, com recuperação de valores residuais 
maiores e, portanto, ganhos em competitividade de custos. 
c) Retorno dos produtos que poderão ser vendidos como novos. Reembalados poderão 
voltar ao mercado de origem por não apresentarem defeitos ou problemas de qualquer 
natureza. 
d) Após serem consertados quando apresentarem algum tipo de anormalidade, os 
produtos podem ser vendidos ao mercado secundário que não permite retorno ao 
mercado de origem. 
 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
35
Os ganhos de competitividade no retorno dos produtos de pós-consumo podem ser 
elencados como: 
 Estratégia de reaproveitamento de componentes, que permitirá ganhos de 
competitividade por redução de custos, pelo reaproveitamento proveniente do 
desmanche de produtos, quando for possível desmembrá-los e separá-los em 
condições de uso. 
 Estratégia de reaproveitamento de materiais constituintes dos produtos retornados, 
resultando em ganhos de competitividade por redução de custos pelo uso e 
reutilizando-os na forma de matéria-prima secundária ou revendendo no mercado 
secundário, evitando os custos de disposição final dos mesmos. 
 Estratégias fiscais podem ser implementadas e representam ganhos de 
competitividade por meio de redução de custos em cadeias reversas no Brasil. 
 Estratégias de demonstração de responsabilidade empresarial, porque a empresa, ao 
adequar seus produtos de forma a reduzir os impactos ao meio ambiente e melhorar 
suas condições de reaproveitamento, obterá ganhos de competitividade através de 
reforço de imagem corporativa e ética empresarial. 
 
Estas ações devem ser divulgadas de forma correta por um trabalho de marketing 
institucional, revertendo-se em ganhos em imagem corporativa empresarial. 
O varejo, como elo empresarial da cadeia de abastecimento, depende, em geral, de parceria 
no programa de logística reversa com seu fornecedor para garantir sua competitividade, é 
responsável principal pela adequada montagem das condições da cadeia reversa. No 
entanto, poderá implementar ações estratégicas próprias visando obter ganhos de 
competitividade. 
Pela natureza das operações do varejo, o retorno de pós-consumo não apresenta o mesmo 
impacto quando comparado ao retorno de produtos de pós-venda. A liberação de área de 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
36
loja de estoques em excesso representará ganhos de lucratividade por metro quadrado de 
loja e será um indicador de competitividade no varejo atual. 
Embora possa realizar as ações de forma independente, o sucesso destas ações, como as 
demais no varejo, deve ser associado ao nível de colaboração varejo-fornecedor, que 
garante o retorno de mercadorias, evitando maiores perdas de valor. Uma eficiente operação 
de retorno destas mercadorias reduzirá as áreas de estocagem de produtos a serem 
devolvidos e assegurará maior disponibilidade de áreas para produtos de alto giro. 
 
 
Antes de dar continuidades aos seus estudos é fundamental que você acesse sua 
SALA DE AULA e faça a Atividade 1 no “link” ATIVIDADES. 
 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
37
UNIDADE 8 
Gestão da Cadeia de Suprimentos - Supply Chain Management - SCM 
Objetivos: Descrever a Gestão da Cadeia de Suprimentos - SCM. 
A definição pelo CLM - Council of Logistics Management - e por nós citada na unidade 4, foi 
depois alterada e teve incluído o conceito de Supply Chain Management ou Gerenciamento 
da Cadeia de Suprimentos, passando a ser: 
 “É a parte do processo de Supply Chain que planeja, implementa e controla, 
eficientemente, o fluxo e armazenagem de bens, serviços e informações do ponto de 
origem ao ponto de consumo de forma a atender às necessidades dos clientes.” 
A gestão da Cadeia de Suprimentos (Supply Chain Management) representa uma nova e 
promissora fronteira para empresas interessadas na obtenção de vantagens competitivas de 
forma efetiva e pode ser considerado como uma visão expandida, atualizada e, sobretudo, 
holística da administração de materiais tradicional, abrangendo a gestão de toda a cadeia 
produtiva de uma forma estratégica e integrada. Pressupondo que as empresas definiriam 
suas estratégias competitivas e funcionais através de seus posicionamentos (tanto como 
fornecedores quanto como clientes) dentro das cadeias produtivas nas quais estão inseridas. 
É importante ressaltar que o escopo da SCM abrange toda a cadeia produtiva, incluindo a 
relação da empresa com seus fornecedores e clientes, e não apenas a relação com os seus 
fornecedores. 
A gestão da Cadeia de Suprimentos (SCM) introduz uma importante mudança no paradigma 
competitivo, na medida em que considera que a competição no mercado ocorre, de fato, no 
nível das cadeias produtivas e não apenas no nível das unidades de negócios (isoladas). E 
gera como resultado um modelo competitivo baseado no fundamento que a competição se 
dá, realmente, entre "virtuais unidades de negócios", ou seja, entre cadeias produtivas. 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
38
Uma Cadeia de Suprimentos é um fluxo de bens, informações e de recursos financeiros. 
Geralmente se inicia pela identificação de novas fontes de fornecimento de matéria-prima ou 
produtos semi-acabados, que são programados e transportados para as fábricas onde serão 
transformados em produtos acabados. 
Estes, então, passam por armazéns e centros de distribuição, para posterior entrega aos 
atacadistas, varejistas ou diretamente aos lares dos consumidores ou instalações comerciais. 
Finalmente, atividades de reposição ou pós-venda, que envolvem manutenção e reparos, ou 
a devolução e a reciclagem de produtos, quando estes chegam ao final de sua vida útil. O 
planejamento da Cadeia de Suprimentos otimiza de maneira completa tanto os fluxos quanto 
os estoques, através do equilíbrio entre recursos e demanda em todas as etapas. 
A Figura abaixo ilustra genericamente uma Cadeia de Suprimentos: 
Cadeia de Suprimentos 
 
O gerenciamento da Cadeia de Suprimentos (SCM, como ele é mais conhecido) 
revolucionou completamente não só a forma de se comprar como também a produção e a 
distribuição de bens e serviços. 
Entretanto, em virtude dos sistemas se tornarem cada vez mais complexos e do crescimento 
incessante da tecnologia de informação e de gerenciamento, a Cadeia de Suprimentos 
continuará revolucionando áreas como a administração de materiais, marketing, vendas e 
produção, sendo responsável, por exemplo, pela redução do tempo de estocagem e do 
número de fornecedores e pelo aumento da satisfação de clientes. 
FORNECEDOR EMPRESA CLIENTE CLIENTE 
FINAL 
FORNECEDOR 
DO 
FORNECEDOR 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
39
O gerenciamento da Cadeia de Suprimentos (SCM), nada mais é do que administrar o 
sistema de logística integrada da empresa, ou seja, o uso de tecnologias avançadas, entre 
elas gerenciamento de informações e pesquisa operacional, para planejar e controlar uma 
complexa rede de fatores visando produzir e distribuir produtos e serviços para satisfazer o 
cliente. 
Os componentes da Cadeia de Suprimentos devem estar preparados para juntos 
maximizarem seu desempenho, adaptando-se naturalmente a mudanças externas e em 
outros componentes. Paraisso é necessário um alto grau de integração entre fornecedores e 
clientes, que, como parceiros, diminuem custos ao longo da cadeia (entre 10% e 30%) e 
tempo médio de estocagem (cerca de 50%). 
Um gerente de uma Cadeia de Suprimentos deve ter como objetivo: 
1. Satisfazer rapidamente o cliente, criando um diferencial com a concorrência; 
2. Minimizar os custos financeiros, utilizando menos capital de giro e os custos 
operacionais, diminuindo desperdícios e evitando ao máximo, atividades que não 
agreguem valores ao produto, como por exemplo: esperas, armazenamentos, 
transportes e controles. 
Na figura a seguir, poderemos visualizar a relação entre os níveis de planejamento e seus 
horizontes, o fluxo do produto e algumas ferramentas gerenciais utilizadas pela Cadeia de 
Suprimentos . 
 
 FÓRUM I 
Acesse sua sala de aula, no link “Fórum I”, e faça a atividade proposta sobre “Gestão da 
Cadeia de Suprimentos”. 
 
 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
40
 
 Comprar Fazer Mover Armazenar Vender 
Estratégico Análises e decisões sobre a Cadeia de Suprimentos Anos 
Tático Planejamento da 
Produção, 
demanda e 
desenvolvimento. 
Otimização 
Planejamento 
do transporte 
entre 
instalações 
Otimização 
dos 
transportes 
Itinerário 
da frota 
Semanas/ 
meses 
Operacional 
Dias/ 
semanas 
Transacional 
ERP 
(Sistema de 
Gestão 
Operacional) 
Gerenciamento da 
distribuição 
Gerenciamento do 
Sistema de 
Transporte 
Minutos/ 
horas 
Representação gráfica da Supply Chain 
 
 
 O grande potencial da Cadeia de Suprimentos em gerar vantagem competitiva, estreitar o 
relacionamento entre o cliente e o fornecedor e a redução de custos na Cadeia de 
distribuição, implica na criação de divisões e diretorias de suprimentos no organograma das 
empresas. Você concorda? Comente. 
 
 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
41
UNIDADE 9 
Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos - SCM - Integração, logística e flexibilidade. 
Objetivos: Descrever a Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos – SCM. 
Como já foi visto na unidade anterior, o gerenciamento da cadeia de suprimentos está 
intimamente ligado ao planejamento estratégico da empresa. No caso de uma empresa de 
entrega domiciliar de pizzas, o foco de sua estratégia estará na distribuição, ou o consumidor 
irá comer pizza fria. 
Para cada empresa seu foco será único. No entanto, alguns fatores são chaves para o 
sucesso da cadeia de suprimentos, como o foco intenso no cliente, o uso avançado da 
tecnologia da informação, índices quantitativos de desempenho, times interfuncionais e 
gerenciamento do fator humano. 
A cadeia de suprimentos ideal não deve ser estática (baseada apenas em técnicas como 
demanda projetada e custos atuais). Ela deve ser flexível para poder não sofrer com as 
mudanças nas condições iniciais de sua configuração, projetadas para responder com 
flexibilidade e eficiência as mudanças se houver sobressaltos, reinvestimentos ou 
deslocamentos de pessoal. 
Um exemplo prático do uso do gerenciamento da cadeia de suprimentos é o projeto DAMA. 
Baseado em uma iniciativa da indústria têxtil e das universidades americanas, conforme 
descrito no site LOVEJOY, Jim. An Introduction to the DAMA Project. U.S.A., o fluxo de materiais 
utilizados da fabricação de uma blusa até a entrega no consumidor final. Que se inicia com a 
preparação do fio, passando pelo embobinamento, texturização, tecelagem e tingimento, em 
diferentes departamentos da fábrica, ou em fábricas diferentes. 
Em determinado ponto, os tecidos já prontos chegam à confecção, para a execução das 
tarefas ate o envio para o varejo, conforme descritas na figura a seguir: 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
42
Figura 7 - Do Recebimento até o Varejo 
 
Tradicionalmente, o varejista em uma cadeia de suprimentos para repor o seu estoque, 
emitiria um pedido para a confecção, que acionaria as fábricas de tecidos, e por extensão, o 
fabricante de fios. Isso demandaria num elevado tempo de provisão e espera do cliente final. 
Hoje toda a cadeia logística é acionada simultaneamente a partir do uso do código de barras 
e da leitura por scanner feito pelo lojista. Quando a blusa passa pelo caixa, é feita a leitura do 
código de barras, e toda a cadeia é informada que rapidamente se efetuam os 
procedimentos para reposição do artigo. 
Podemos representar que esta coordenação de informações é obtida através da cadeia, 
mostrada na figura abaixo, de como é o envio eletrônico dos dados a distância ou EDI (troca 
contínua de informações, através da rede de informação, entre fornecedores e clientes para 
obter vantagens: eliminação de pedidos escritos, transação em tempo real, faturamento 
Embalagem e despacho 
Costura final e montagem 
Chegada 
dos 
Tecidos 
Recebimento dos 
Tecidos 
Enfestamento e 
Corte 
Costura das 
peças 
Para o 
Varejo 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
43
automático, eliminação de documentos e sistema de planejamento/programação integrado e 
comum), recursos de informática amplamente utilizados em nossos dias. 
 
Observando-se o fluxograma das atividades detalhadas, na figura 9, podemos ver como se 
comporta cada elo da Cadeia de Suprimento. 
Envio Eletrônico dos Dados a distância - EDI 
Fibra Tecido 
Confecção Varejo 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
44
 
 
Então, podemos examinar na figura a seguir, como se comportam cada atividade dentro de 
cada componente da cadeia de suprimentos e como é o seu funcionamento. 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
45
Atividades Funcionais na Cadeia de Suprimento 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
46
UNIDADE 10 
Planejamento da SCM - suprimento, fornecedores e abastecimento. 
Objetivos: Apresentar as etapas do planejamento do gerenciamento de uma cadeia de 
suprimentos. 
Para gerenciar uma cadeia de suprimentos é necessário incluir o planejamento no fluxo das 
operações entre fornecedores, estocagem e distribuição, atacadistas, varejistas e 
consumidores finais, além do fluxo de materiais, de informações e de fundos. 
Em um processo que atravessará horizontalmente o organograma funcional da empresa, 
temos que levar em consideração que o fluxo de materiais é unidirecional e o de fundos 
também, mas em sentido contrário, sendo este um dos grandes problemas no sistema 
logístico. 
Sem a existência de um sistema de informações sofisticado, eficaz e não burocrático, a 
cadeia emperra, e o tempo de fluxo (lead time) se alonga, afetando os custos, a qualidade, a 
confiabilidade, a flexibilidade e impedindo a rapidez para a inovação. 
Uma cadeia completa é a combinação de cadeias simples, que vai desde os 
subfornecedores, passando por transbordos entre unidades transformadoras diferentes, 
dentro da empresa ou entre empresas, até chegar ao consumidor final. 
Como exemplo, temos a indústria automobilística com sua cadeia de suprimentos, onde as 
montadoras, cada vez mais horizontalizadas, ou seja, dedicadas ao seu próprio negócio 
(core business), que é montar veículos. E para isso são abastecidas de componentes ou 
subconjuntos pré-montados pela indústria de autopeças, que por sua vez tem como 
fornecedores as indústrias mecânicas e de transformação de plásticos, cujos materiais 
provêm das indústrias siderúrgicas e petroquímicas, que transformam as matérias-primas da 
natureza via mineração e extração de petróleo. 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
47
No outro lado da cadeia, uma montadora de caminhões envia um chassi para uma 
encarroçadora, que monta um ônibus, que será entregue a uma revendedora, e que 
abastecerá uma frota de transporte urbano. 
Todo esse processo tem um tempo de fluxo (lead time) contado entre a colocação dopedido 
do cliente e a entrega do produto, pronto para o uso. 
Vejamos agora o modelo clássico de relacionamento entre comprador e fornecedor que se 
baseia em julgar preço, prazo e qualidade na hora de fazer uma licitação de compras e no 
recebimento do material encomendado, através de uma inspeção qualitativa e quantitativa do 
produto. O processamento do pagamento era feito posteriormente e o fornecedor cadastrado 
para eventuais compras futuras. 
No modelo conceitual de SCM isso está completamente superado, a partir do 
estabelecimento de um relacionamento constante e permanente entre cliente e fornecedor, 
envolvendo não apenas compras eventuais ou programadas, como também do próprio 
desenvolvimento do produto. 
Desenvolvendo redes de clientes/fornecedores, com exclusividade ou não, que se iniciam em 
escala industrial convencional e se estendem até o nível de empresas domiciliares. Fazendo 
acordos lógicos para partilhar ganhos, recompensando cada um que contribui para o 
aumento da rentabilidade. 
Ao pensarmos no abastecimento da empresa, temos que levar em consideração que ele 
pode ser a origem ou a solução de seus problemas, pois seu correto posicionamento e 
operação servem para prevenir ou alavancar custos e demoras desnecessárias nos estágios 
seguintes da cadeia logística. O abastecimento compreende a interação de vários setores da 
empresa. 
A área de suprimentos, por exemplo, além de se encarregar da função compras, também 
escolhe e negocia com a cadeia de fornecedores. A partir da seleção prévia do fornecedor, 
do estabelecimento da parceria, do sistema de comunicação, da programação de entregas, 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
48
meios de transporte e programação da descarga e armazenagem, conforme demonstrado na 
figura abaixo: 
 
a) Fornecedor  Estoque Inicial  Produção  Estoque Final  Cliente 
b) Fornecedor  Produção  Estoque Final  Cliente 
c) Fornecedor  Produção  Cliente 
Sistema de Abastecimento e Intermediários 
 
Para os sistemas que prescindem de estoques iniciais, em parte ou no todo, dá-se o nome 
de Just-in-time - JIT: os componentes são levados diretamente às linhas de produção ou 
têm, no máximo, uma espera no recebimento antes de sua utilização, normalmente no 
mesmo dia da entrega. Nesse processo, há cinco pontos extremamente importantes que 
precisam ser destacados: 
 A qualificação prévia do fornecedor, sua certificação pela engenharia da fábrica, o 
estabelecimento do sistema de comunicações interparceiros, preferivelmente por meio 
de recursos eletrônicos como o EDI. 
 O meio de transporte usado para as entregas, pois envolve rapidez e confiabilidade, 
bem como o custo do frete, e o sistema de faturamento, que pode ser negociado FOB 
(free on board) com o fornecedor caindo, assim, o custo do frete. 
 Quando os componentes são adquiridos através de contratos JIT, cliente e fornecedor 
devem negociar o custo da embalagem de transporte e como ela será utilizada na 
movimentação interna da fábrica. O seu custo deve ser compartilhado entre os dois. 
 As entregas nos grandes centros urbanos estão cada vez mais limitadas pelo trânsito 
congestionado e pela falta de espaço para estacionamento dos veículos junto às 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
49
fábricas. É necessário estabelecer horários de entrada de mercadorias, confirmação 
eletrônica de recebimento e prazo máximo de descarga. 
 Devem ser analisados quais os componentes comprados serão objeto de JIT e quais 
terão tratamento convencional, quer por meio de estoque mínimo quer por outros 
métodos de reposição. Esta é uma análise econômica, pois devemos analisar além do 
custo do JIT e de armazenagem, também as taxas de juros de mercado e a 
disponibilidade de área do fornecedor e do cliente. 
 
Para abastecimentos com características especiais, deve-se fazer uma análise mais 
exaustiva, principalmente nos fatores específicos, como o uso ou não de depósitos 
intermediários, próprios ou de terceiros, para diferentes tipos de produtos. E dependendo do 
produto, seu estoque poderá ser realizado no depósito central  estoque de prateleira da 
loja  consumidor final, como no caso de um relógio de luxo ou ter sua entrega negociada 
diretamente na loja, com elevado número de entregas, para um produto como papel 
higiênico. 
 
 
 FÓRUM II 
Acesse sua sala de aula, no link “Fórum II”, e faça a atividade proposta sobre “Planejamento 
da SCM – suprimento, fornecedor e abastecimento”. 
 
 
 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
50
UNIDADE 11 
Planejamento da SCM - Recebimento e armazenagem. 
Objetivos: Apresentar as etapas do planejamento do gerenciamento de uma cadeia de 
suprimentos. 
Continuemos a conhecer as etapas do planejamento do gerenciamento de uma cadeia de 
suprimento, falando agora sobre o que podemos definir como recebimento para uma 
empresa, que é a combinação de cinco elementos destacados abaixo: 
1. Espaço físico - seu correto posicionamento envolve espaço para fila de veículos, 
plataformas compensadoras de altura, separação e conferência, acesso livre para o 
estoque inicial e na fábrica (entregas JIT). 
2. Recursos de informática - disponibilizar recursos tais como: terminal EDI e de leitura 
ótica, programas de comunicação com fornecedores e planejamento e controle da 
produção (PCP). 
3. Equipamentos de carga e descarga - a utilização de equipamentos apropriados como 
paletes, empilhadeiras e esteiras de distribuição. 
4. Pessoal qualificado - colaboradores polivalentes com nível de instrução adequado e 
treinados. Quem confere uma carga deve estar habilitado a inserir dados no sistema, 
determinar o destino da carga recebida e, em muitos casos, transportá-la para o local 
destinado. 
5. Procedimentos normalizados - é dada ênfase à normalização, principalmente o que 
deve ser realizado pelo colaborador nos casos de exceção, já que o mesmo tem 
autonomia de decisão. 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
51
A estocagem inicial deve se limitar aos itens previamente analisados, sob o ponto de vista 
econômico, e os tipos de instalação vai variar de acordo com o tipo e o tamanho da empresa. 
Sendo a forma mais comum por meio de porta-paletes, simples ou de dupla profundidade, 
convenientemente dispostas e de forma a facilitar o acesso de equipamentos de elevação e 
transporte, a proteção do produto contra contaminantes internos ou externos, a fácil 
localização na hora de armazenagem e da coleta, segurança contra incêndios e iluminação 
convenientes. 
O projeto de leiaute dos almoxarifados deve ser considerado tão ou mais importante que o 
projeto da própria fábrica, pois o avanço tecnológico dos processos produtivos pode ser mais 
rápido que o da tecnologia de armazenagem. Podendo levar à diminuição ou permanência 
dos espaços ocupados pela fábrica apesar do aumento de volumes de produção, o que 
normalmente não ocorre com a armazenagem. 
Dentro dos aspectos do sistema produtivo que estão diretamente ligados à logística podemos 
destacar: o estoque em processo, a movimentação física e os equipamentos e facilidades a 
eles ligados. 
Vejamos então, o estoque em processo é constituído pelos componentes que são 
armazenados durante o processo produtivo ou que estão sendo processados. O sistema JIT 
foi desenvolvido para limitar ao máximo o estoque em processo, chegando ao limite do 
estoque de uma peça em que, ao longo do fluxo dentro da fábrica, o ideal é ter uma peça em 
cada estação de trabalho. É fundamental acompanhar-se, periodicamente, a posição do 
estoque em processo. 
O sistema de produção pode ser dividido em dois tipos: puxar ou empurrar. 
No sistema do tipo puxar só serão fabricados os componentes necessários às montagens do 
dia, sendo feito o uso de cartões kanban e existindo no processo apenas as peças em 
processamentoe as necessárias nos supermercados de produção. O número de cartões 
kanban e, por consequência, o número de peça por componentes serão dados pela seguinte 
expressão: 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
52
onde: 
 N = número de cartões kanban 
 D = demanda diária 
 tsm = tempo, em relação ao dia, para setup e movimentação 
 tkb = tempo, em relação ao dia, para produção do lote kanban 
 nct = número de peças no contentor padrão 
 
Vejamos um exemplo para melhor entender esta fórmula: 
Exemplo: 
Suponha que a demanda diária de um material seja, em média, de 2.000 
componentes. Para preparar as máquinas leva-se 10 minutos. São gastos ainda 10 
minutos na movimentação entre um setor e outro. Em 20 minutos, 200 peças são 
produzidas, o mesmo número de peças que cabe no contentor. Se num dia de 
trabalho normal o tempo de produção for de 6 horas e 40 minutos, qual será a 
quantidade produzida de peças por componente? 
Solução: 
 D = demanda diária = 2.000 
 T = tempo de produção por dia = 6h40min = 400 min. 
 tsm = tempo de setup + tempo de movimentação = 
 T 
 
 N = D  tsm + tkb 
 nct 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
53
= 10 min. + 10 min. = 20 = 0,05 
 400 min. 400 
 
 tkb = tempo de produção do lote kanban de 200 peças = 
 T 
 = 20 min. = 0,05 
 400 min. 
 nct = 200 
 N = número de cartões kanban ou total de peças por componentes = ? 
 N = 2.000  (0,05 +0,05) = 1 cartão 
 200 
 
Já no sistema do tipo empurrar, os componentes são fabricados em lotes econômicos e 
transferidos para o almoxarifado de semiacabados temporariamente ao lado da próxima 
operação do fluxo produtivo (demora). 
Neste sistema existem dois senões a levar em consideração. O primeiro, que dependendo do 
tamanho dos lotes econômicos de produção e da eficácia da PCP em sua programação 
sincronizada com as necessidades da linha de produção final, os materiais em processo 
terão um volume muito maior. O segundo é em relação à qualidade, pois muitas vezes, um 
lote pronto pode ser recusado por estar defeituoso, sendo necessário 100% de inspeção, 
retrabalho ou substituição das peças refugadas, elevando os estoques em processo, criando 
gargalos e interrupções que se propagaram ao longo de toda a cadeia produtiva. 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
54
UNIDADE 12 
Planejamento da SCM – Movimentação Física dos Materiais na armazenagem. 
Objetivos: Apresentar as etapas do planejamento do gerenciamento de uma cadeia de 
suprimentos. 
Continuando a abordar o tema sobre as etapas do planejamento da SCM, agora 
abordaremos a movimentação física dos materiais na armazenagem. 
As empresas de primeira linha trabalham com indicadores específicos para acompanhar o 
tempo de permanência de materiais dentro da fábrica. Um indicador muito usado é o tempo 
entre as docas ou DTD (Dock to dock time): o tempo decorrido entre a descarga de matéria-
prima e a liberação do produto final para despacho. A seguir temos sua fórmula de cálculo: 
Onde: 
Npc = número total de unidades da peça controlada 
S = saída da linha final (em unidade/unidade de tempo) 
 
A gerência deve estabelecer um prazo máximo de permanência para cada componente, 
respeitando sua importância econômica para o resultado. Podendo utilizar da análise de 
Pareto: histograma, em ordem decrescente, que mostra as proporções entre dados para que 
se determinem as prioridades. 
 
 DTD = Npc 
 S 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
55
Exemplo: A empresa X quer determinar o DTD de um produto. Inicia com a matéria-prima 
nele usada que existe em estoque: calcula seu equivale em peças, chegando ao número 
20.00,34 ou arredondando, 20.000. O mesmo é feito para três setores produtivos da 
empresa. No primeiro setor, o equivalente do produto final em peças no processo (contam-se 
as peças que serão o produto final) é de 2.000, no segundo setor 100, e no terceiro de 330. 
A jornada de trabalho é de 7 horas e 30 minutos. Sabendo que já estão produzidas 3.000 
unidades de produto acabado, cujas saídas diárias correspondem a 4.000 produtos, calcular 
o número de dias de permanência total, na empresa, dos materiais (por meio de sua 
equivalência em produtos) e de produtos em processo e acabados somados. 
 
Solução: 
Matéria-prima: 20.000 
Setor 1: 2.000 
Setor 2: 100 
Setor 3: 330 
 
Equivalente em peças 
 
 
 S (saídas diárias do produto final): 4.000 
 J (jornada de trabalho): 7h 30min. = 7,5 h 
 
As horas equivalentes de permanência são função da saída diária do produto final: 
 S = 4.000 = 533,33 unidades/hora 
 hora 7,5 
 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
56
 Equivalente em 
unidades na área 
S Total de horas de 
permanência (Eq/S) 
Matérias-primas 20.000 533,3 37,5 
Setor 1 2.000 533,3 3,75 
Setor 2 100 533,3 0,19 
Setor 3 330 533,3 0,62 
Produto acabado 
(dentro da fábrica) 
3.000 533,3 5,63 
Total 47,69 
 
Calculemos, então, os dias de permanência: 
 47,69 = 6,36 
 7,5 
 
Isso significa que a permanência na fábrica, desde que a matéria-prima chega até ser 
transformada em produto final é de aproximadamente 6,5 dias. Comparemos, então, este 
resultado com um parâmetro já préestabelecido. 
Se nossa fábrica for uma indústria de eletrodomésticos, por exemplo, pode-se fazer a 
comparação com um produto equivalente que seja o melhor do ramo (best in class). Se seu 
tempo de permanência for de 3 dias, estamos muito mal, imobilizando mais dinheiro do que 
ele em estoques em processo. É sempre bom ao estabelecer o prazo de permanência ideal, 
fazer de conta que, se a produção fosse em lote unitário, uma só peça, e ela começasse a 
ser processada sem parar assim que sua matéria prima chegasse, ela levaria um tempo x 
para sair como produto acabado. Quanto mais próximo desse x estiver , mais dinheiro iremos 
ganhar. 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
57
UNIDADE 13 
Ferramentas de Supply Chain Management - SCM 
Objetivos: Apresentar as ferramentas para o gerenciamento de uma cadeia de suprimentos. 
Para uma gestão eficaz e eficiente da Cadeia de Suprimentos ou SCM, deve-se utilizar um 
conjunto de ferramentas e tecnologias. 
Primeiramente falaremos do ECR ou Efficient Consumer Response. Trata-se de um 
movimento global que envolve indústrias e comerciantes, juntamente com os demais 
integrantes da cadeia de abastecimento (operadores logísticos, bancos, fabricantes de 
equipamentos e veículos, empresas de informática, etc.) para trabalharem em conjunto na 
busca de padrões eficientes permitindo minimizar os custos e otimizá-los. 
O ECR não é um kit pronto ou um conjunto de ferramentas que, ao serem implantadas na 
empresa, permitem a ela considerar-se habilitada e preparada para gerenciar a sua Cadeia 
de Suprimento, utilizando: 
 Gerenciamento de categorias. 
 Gestão partilhada da demanda e reposição automática. 
 Paletização padronizada. 
 Altos volumes e fluxo constante. 
 
Na realidade o ECR é uma postura de negócios onde as empresas se dispõem a 
compartilhar problemas, dificuldades e informações, a partir da implantação, em conjunto, 
das melhores soluções possíveis dentro de seu contexto operacional e estratégico. 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
58
O ECR é aplicado na Europa, Ásia, América do Norte e na América Latina em quase todos 
os países com alguma expressão econômica. 
O ECR provoca uma redução de custos, por eliminar as ineficiências dos procedimentos, em 
média de 6 a 10% do volume total dos negócios da SCM. 
A ECR Brasil nos informa, em seu site institucional, que programas pilotos no ano de 1998, 
foram realizados entre indústrias e supermercados e constataram uma redução de estoquesde 25 para 15 dias, acompanhada de diminuição de faltas de produtos de 15% para 4%. 
(Saiba tudo sobre ECR, 2005). 
A partir da utilização do EDI (Intercâmbio Eletrônico de Dados) o número de visitas, erros e 
tempos de espera e conferência também é reduzido. Com a utilização da entrega 
programada noturna, pré-agendada entre a indústria e o varejo foi possível reduzir o tempo 
de carregamento em até 69% e aumentar a produtividade palete/homem/hora em 80%, 
conforme demonstrado na tabela abaixo: 
 Antes (normal) Depois (com EDI) 
Visitas - Vendedor - Cliente 7 dias 14 dias 
Pedidos com erros 0,08 0 
Espera para descarga 52 min. 12 min 
Tempo de conferência 18 min. 6 min. 
 
 Com a utilização do ECR a cadeia de suprimentos passa a ser não somente padronizada, 
mas também automatizada e com incremento na redução dos custos, pois seu processo 
permite a redução de estoque e prazos, a partir da liberação de espaços de estocagem para 
atendimento dos clientes, assegura menores índices de ruptura e possibilita a que a cadeia 
trabalhe com menores preços, em benefício do consumidor final. 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
59
A Kolynos, por exemplo, utilizou-se de duas lojas do supermercado Cândia para aplicar uma 
técnica do ECR, denominada de gerenciamento de categorias (processo de parceria entre 
varejista e fornecedor que consiste em definir categorias de produtos conforme a 
necessidade que atendam, por exemplo: matinais, beleza, limpeza, e gerenciá-las como se 
fossem unidades estratégicas de negócios. Tem como objetivo aumentar as vendas e a 
lucratividade por meio de esforços para agregar maior valor ao consumidor final), que vem a 
ser colocar o produto certo no lugar certo, baseando-se em informações fornecidas pelos 
caixas registradoras e pesquisas com consumidores. A Kolynos pode descobrir que se 
separassem as escovas de dente infantis das de adultos e mudasse a disposição dos 
produtos de higiene bucal, esses produtos poderiam ter suas vendas aumentadas em 12%. 
O Cândia também recebeu várias informações importantes. Uma delas era que os 
consumidores também queriam poder comprar no supermercado artigos para dentaduras, só 
encontrados em farmácias. Assim, o Cândia começou o desenvolvimento de novos 
fornecedores para esta nova seção de suas lojas. (Exame, 1999) 
Já o ERP (Enterprise Resource Planning) é composto por sistemas de gestão empresarial, 
que têm como principal característica integrar a maior parte das funções de um negócio e 
automatizar muitos dos processos operacionais executados pelas empresas. Esses sistemas 
são também conhecidos como “pacotes de software” compostos por diversos módulos. A 
empresa deve focar primordialmente na essência do seu negócio e investir seus recursos 
humanos e financeiros para melhorar a sua competitividade. 
Tipicamente um ERP cobre todas as funções de suporte empresarial (finanças, controles, 
contabilidade, custos, recursos humanos, ativo fixo, tesouraria) assim como boa parte das 
funções operacionais (vendas, compras, produção, distribuição, controle de estoques, 
manutenção, controle de projetos). 
Instalar um ERP é uma forma de provocar transformações no negócio. Ao preparar-se para 
utilizá-lo uma empresa revisará sua organização e a forma como executa seus processos. 
Além disso, os benefícios gerados pela redução dos custos operacionais do negócio 
costumam dar um bom retorno. Automatizar e integrar processos de negócio são conhecidos 
como “melhor prática” requerida para construir um modelo empresarial competitivo. 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
60
Para que o projeto não fracasse deve-se evitar a delegação do projeto de implementação 
para a área de tecnologia, pois implementar um ERP é tarefa para a companhia inteira, e 
deve ser comandada pelos usuários. Além disso, não é permitido adaptar o software à 
empresa. Deve ser feito o contrário, adaptar a empresa ao software. E, justamente por ser 
uma tarefa para toda a corporação, é preciso que os líderes do negócio não se furtem do seu 
papel de “patrocinadores” do projeto. 
 O ERP já foi somente para grandes empresas, por conta do valor dos investimentos 
envolvidos. Atualmente, os custos de aquisição e de implementação diminuíram bastante. 
Além disso, surgiram vários produtos voltados para empresas de médio e pequeno porte. 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
61
UNIDADE 14 
Caso prático - Supermercado São Sebastião 
Objetivos: Apresentar um caso prático de ECR. 
Em seu site institucional o Supermercado São Sebastião de Barra Mansa conta-nos o caso 
de como com a aplicação dos conceitos de ECR, abriu um pequeno supermercado e ganhou 
competitividade no mercado local. 
Tudo começou em 1990, quando os cunhados Geraldo Aniceto e 
Expedito da Silva até então funcionários de uma grande indústria no 
interior de São Paulo, resolveram voltar à terra natal (Barra Mansa – 
RJ) para realizarem um grande sonho: abrir o próprio negócio. Na 
ocasião, o sócio Expedito era proprietário de um pequeno ponto comercial no bairro Vista 
Alegre em Barra Mansa. Ter a família por perto e muitos amigos no bairro foram fatores que 
os encorajaram bastante. 
Resolveram, então, abrir o Armazém Aniceto e Silva – Supermercado São Sebastião – nome 
dado em homenagem ao padroeiro da cidade a ao pai de Geraldo – Sr. Sebastião Aniceto – 
que durante todos esses anos vem se dedicando de maneira incansável. 
Os desafios foram muitos, principalmente porque já havia no 
local a filial de um grande supermercado e outro de porte 
médio. Os jovens sócios (Geraldo, na época, com apenas 25 
anos) talvez não tivessem noção do tamanho de sua ousadia 
ao ingressarem num ramo totalmente desconhecido para 
ambos. 
Apesar da inexperiência, a determinação, a coragem e a dedicação estavam sempre 
presentes. 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
62
A ousadia não parou por aí, pois com muitas 
leituras e estudos na área de informática e 
varejo, o sócio Geraldo, desenvolveu um 
sistema de computador que gerencia todo o 
supermercado, tornando o São Sebastião o 
primeiro da região a usar códigos de barras, o que para a época era uma inovação. 
Hoje, o São Sebastião tem se destacado em âmbito nacional por ser o primeiro 
supermercado de pequeno porte a implantar o conceito de Gerenciamento por Categoria. 
(Histórico, 2005) 
As realizações do Supermercado São Sebastião aplicando Gerenciamento por Categoria e 
Gestão de Automação Comercial, foram publicadas na Revista ABRAS, conforme abaixo: 
 
Lição de Competitividade 
Pequeno supermercado fluminense mostra que empresa de qualquer tamanho pode utilizar 
os conceitos de ECR 
Os resultados do trabalho realizado pelo empresário Geraldo Aniceto, proprietário do 
Supermercado São Sebastião, de Barra Mansa (RJ), foi uma das atrações do 3º congresso 
ECR Brasil, realizado nos dias 5 e 6 de agosto. De forma descontraída e com bom humor, 
Aniceto mostrou como adaptou conceitos de negócios de ECR para a realidade da sua 
empresa, uma loja de 450 metros quadrados e 4,5 mil itens comercializados, localizada na 
periferia da cidade. 
Graças à automação e informatização da loja, Aniceto pode obter dados precisos sobre 
faturamento, quantidade de produtos vendidos e rentabilidade por item. “Com essas 
informações é possível não apenas melhor gerenciar os negócios, mas também aplicar 
conceitos como gerenciamento por categorias e reposição eficiente de mercadorias”, 
ressalta. “Depois de participar das reuniões da Associação ECR Brasil e esclarecer as 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
63
minhas dúvidas, constatei que essas ferramentas de negócio estão ao alcance de qualquer 
empresa, independente do seu tamanho.” 
Na área de vendas, adotou o ponto de vista dos consumidores para reorganizar as seções, 
iniciandocom as de cuidados para bebês, higiene bucal, limpeza de banheiros e doméstica. 
“Em vez de avaliar produto por produto, começamos a estudar cada categoria como uma 
solução para os nossos clientes”, explica. “Os produtos passaram a ser agrupados de acordo 
com a sua função na casa das pessoas. Por exemplo, se um cordão de varal é usado na 
limpeza de roupa, por que ele está no bazar e não junto ao sabão em pó e ao amaciante?”. 
Com base nesse raciocínio simples, promoveu mudanças, que provocaram resultados 
imediatos. Em apenas três meses (de abril a junho de 2002), a categoria de cuidados para 
bebês apresentou uma aumento nas vendas de 23% em relação ao mesmo período de 2001, 
e a rentabilidade cresceu 40%, Na categoria de higiene bucal, as vendas aumentaram 12.5% 
e a lucratividade, 18%. Na retaguarda, Aniceto adotou o conceito de reposição eficiente. 
Além de manter um controle informatizado para evitar o problema de falta de produtos nas 
gôndolas – e sobrando no estoque -, ele definiu um valor (quantidade) crítico que determina 
a necessidade de reposição do item ajustando-se à demanda real de sua loja. “Com essa 
medida, reduzimos os níveis de estoque de 30 para apenas 10 dias”, acrescenta. (Em 
Destaque, 2005) 
 
ECR também nos pequenos 
O uso de novas técnicas de gestão não é privilégio de grandes redes de varejo. Isso foi 
demonstrado na Expo Abras por Geraldo Aniceto, que proferiu a palestra ECR para 
pequenos supermercados – o caso do supermercado São Sebastião. De forma descontraída 
e com apresentação de vídeos, Aniceto contou uma peregrinação atrás das ferramentas que 
fizessem com que sua loja ganhasse competitividade diante de seus concorrentes. 
Sempre atento às novidades e tendências, ele procurou a Associação ECR Brasil e passou a 
frequentar suas reuniões, mais precisamente as do comitê de gerenciamento por categorias. 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
64
Tudo que aprendia no ECR, sigla em inglês que significa responda eficiente ao consumidor, 
Aniceto ia aplicando em sua loja de 450 metros quadrados de área de vendas e cinco check-
outs, que fica em Barra Mansa (RJ). O Supermercado São Sebastião, aplicando o 
gerenciamento por categorias e o conceito loja dentro da loja, conseguiu aumentar entre 15% 
e 20% as vendas de produtos para bebê e limpeza. “O pequeno supermercado tem um 
problema: não sabe expor os produtos”, afirmou o proprietário do São Sebastião. “A loja 
precisa oferecer uma solução de compra de acordo com a necessidade do cliente”. 
 
Segundo Aniceto, outro grande problema do supermercado chama-se ruptura, falta de 
produtos. Portanto, é importante haver controle independente do estoque e da loja, com um 
repositor acessando os dados todas as manhãs. Com a frente de caixa e a retaguarda 
automatizada, melhorou a gestão de estoques e reduziu o giro de mercadorias de 30 para 10 
dias. (Em Destaque, 2005) 
 
 
 
 
 O ECR é “uma iniciativa estratégica na qual o varejista, o distribuidor e o fornecedor 
trabalham muito próximos para eliminar custos excedentes da cadeia de abastecimento e 
melhor servir o consumidor” (Associação ECR Brasil, 1998). Comente esta definição. 
 
 
 
 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
65
 
Atividades dissertativas 
Acesse sua sala de aula, no link “Atividade Dissertativa” e faça o exercício proposto. 
Bons Estudos! 
 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
66
UNIDADE 15 
Planejamento de Necessidade Materiais- – MRP 
Objetivos: Introduzir como planejar as necessidades de material no SCM. 
É necessário termos em mente que precisamos saber calcular as necessidades de materiais 
que serão utilizados, quais são os componentes do produto e os tempos para sua produção. 
Para tal utilizavam-se nas empresas os conceitos do calculo de necessidades de materiais 
ou MRP, cujo objetivo é ajudar a produzir e comprar apenas o necessário, no momento 
necessário, visando eliminar estoques e maximizar a produção. 
Com o tempo foi incluído também o cálculo das necessidades de capacidade nos sistemas 
MRP, gerando o MRP II, que calcula também as necessidades de outros recursos do 
processo de manufatura. Corrêa (2001), 
A diferença entre o MRP II e o MRP é o tipo de decisão de planejamento, ou seja: 
MRP MRP II 
Orienta as decisões de Orienta as decisões de 
O que, quanto e quando produzir 
e comprar. 
O que, quanto, quando produzir e 
comprar e quando produzir (com 
que recursos). 
 
Para uma boa utilização do sistema MRP II é necessário que sejam entendidas as suas 
características, pois é um sistema informatizado, cujo procedimento de tomada de decisão 
centralizado, não oferecendo uma grande margem de manobra aos operadores de 
máquinas, por exemplo. Pois seus procedimentos são determinados pelo software, e todos 
os envolvidos no processo de fabricação deverão segui-los na forma mais fiel possível. 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
67
É bom para uma empresa que deseje implantar o sistema MRP II, prever instrumentos que 
assegurem o processo de melhoria contínua do sistema produtivo, como a utilização do JIT - 
Just in Time (redução de desperdícios e aprimoramento contínuo) e do Kanban (técnicas de 
gestão de fluxo de materiais). 
Outros fatores devem ser levados em consideração quando da implantação de um sistema 
MRP II: 
 Comprometimento da alta direção - aqui a alta direção não apenas se envolve e apoia 
a implantação do sistema, mas se compromete. 
 Educação e o treinamento - adquirir e treinar o usuário nos conceitos do sistema que 
está sendo implantado. 
 Gerenciamento adequado do processo de implantação - apresentar plano detalhado, 
acompanhar e controlar a execução das atividades de implantação. 
 Dados de entrada atualizados e reais - executar procedimentos de auditoria, correção 
e garantia futura da qualidade da informação do sistema. 
 
Segundo Corrêa (2001) sistema MRP II pode ser utilizado juntamente com JIT. Os pontos 
fracos do JIT são bem atendidos pela lógica do MRP II e então, teremos um sistema híbrido 
de MRP II com JIT, onde o MRP II representaria a estrutura de planejamento de longo e 
médio prazo e seria responsável pela gestão (planejamento e controle) de matérias-primas e 
componentes. E ficaria por conta das ferramentas do JIT a gestão detalhada da fábrica 
(programação de curtíssimo prazo e controle). 
Outros sistemas híbridos podem ser utilizados com o MRP II. Primeiramente temos o que 
combina com sistemas de programação com capacidade finita de produção. Este modelo de 
sistema é comumente utilizado por empresas matrizarias complexas que são responsáveis 
pela produção de matrizes para processos de forja, estamparia, ou outro que requeira 
moldes, como por exemplo, algumas fábricas de eletrodomésticos e de forjados industriais. 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
68
Também utilizam sistemas híbridos MRP II com sistemas de gestão de projetos, para os 
produtos que têm milhares de itens, onde na verdade, se transforma em um “projeto” 
complexo, que demanda gestão de um grande número de atividades inter-relacionadas em 
uma “rede”, com cumprimento de prazos e marcos importantes a serem gerenciados. Corrêa 
(2001). 
 
 
Antes de dar continuidades aos seus estudos é fundamental que você acesse sua 
SALA DE AULA e faça a Atividade 2 no “link” ATIVIDADES. 
 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
69
UNIDADE 16 
Implementação da Tecnologia EDI 
Objetivos: Introduzir o conceito e a utilização da tecnologia EDI. 
A Tecnologia EDI ou Intercâmbio Eletrônico de Dados é a troca de informações entre 
computadores de parceiros. Por exemplo, um supermercado pode fazer suas compras de 
abastecimento por EDI. Ou seja, ao invés de fax, telegrama, ou correio convencional, a 
ordem de compra partirá do computadordo supermercado, sendo enviada eletronicamente 
para o computador do parceiro. 
Utilizando o EDI de forma integrada aos aplicativos locais da empresa, o conteúdo destes 
documentos eletrônicos servirá de entrada para aplicações de um computador. No caso de 
uma ordem de compra enviada pelo supermercado, vai poder alimentar diretamente as 
aplicações que rodam nos computadores de seus parceiros (fornecedores), gerando outros 
documentos no formato interno utilizado por estas empresas e até mesmo a emissão de 
Fatura. 
O impacto pode ser grande: quando enviadas na forma eletrônica, as informações chegam 
praticamente de forma instantânea ao destino, e podem ser imediatamente processadas por 
aplicativos que em princípio estão longe do ponto de origem das mensagens. 
Utilizando o EDI geraremos grandes impactos na utilização do tempo, na racionalização de 
recursos humanos e consequentemente nos custos da empresa. Tais como: 
 
 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
70
 Não há mais necessidade de aguardar um documento-papel chegar via correio 
para que determinadas providências sejam tomadas. 
 Eliminam-se os riscos associados, tais como possibilidade de perda do documento, 
atrasos, etc. 
 Não existe a possibilidade de retrabalho com a entrada de dados automaticamente, 
já que mensagens EDI irão alimentar os aplicativos diretamente. 
 Seu pessoal será treinado para atividades mais nobres, pois tarefas que podem ser 
automatizadas passam a ser realizadas pela máquina. 
 Gera uma economia significativa no processamento da informação dentro da 
cadeia logística. 
 
Com o EDI, a informação fica muito mais precisa, permitindo a redução de estoques, 
diminuição do tempo de entrega de mercadorias, redução dos custos administrativos, 
aumento da competitividade da empresa, melhoria da atuação do Departamento de 
Atendimento ao Usuário e do Departamento de marketing 
As mensagens EDI normalmente trafegam através de Redes de Valor Adicionado - VAN que 
têm capacidade de implementar caixas postais eletrônicas. Tendo como vantagem o fato de 
que os parceiros não necessitam estar conectados uns aos outros para se comunicar. Eles 
se comunicam através de um provedor que armazena suas mensagens em caixas postais 
eletrônicas. 
Esta independência é muito importante para o EDI, já que duas máquinas estarão enviando 
mensagens uma para a outra, cada qual no momento de sua conveniência, sem saber se o 
computador do destino estará disponível ou não. A VAN soluciona o problema, armazenando 
a mensagem até que seja devidamente recolhida. 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
71
O EDI permitirá à sua empresa receber informações quase em tempo real se assim for de 
sua conveniência. 
O ponto mais vulnerável de um processo EDI, não é a implantação técnica, e sim a 
resistência à nova tecnologia. Devendo-se pensar nas alterações que o EDI causará no fluxo 
interno de documentos e procurar fazer com que a nova tecnologia seja bem entendida e 
aceita na própria empresa. 
Entre as empresas que vêm utilizando EDI, no Brasil, podemos citar Gessy Lever, e o Pão de 
Açúcar. Alguns resultados já estão sendo obtidos, conforme apresentamos abaixo: 
Gessy Lever 
 Comunicação via EDI com 20% dos seus compradores proporcionando redução de 
custos dos pedidos e permitindo a entrega em até 24 horas de produtos de alto giro 
nos supermercados. 
 Crescimento de 26% para mais de 80% no atendimento de solicitações de clientes 
quanto a cumprimento de quantidades e prazos pré-estabelecidos. 
 
Centro de Distribuição do Pão de Açúcar 
 Redução do índice de falta de mercadorias de 25% para 4%. 
 Redução no tempo médio de armazenamento de 40 para 10 dias 
 
No exterior temos o caso da Tesco, que é a maior varejista do ramo de alimentos do Reino 
Unido, com um volume anula de vendas na ordem de 30 bilhões de Euros. Possui cerca de 
2000 lojas e 15 milhões de clientes por semana, distribuídos pelo Reino Unido, Europa, 
Oriente Médio e Estados Unidos. A variedade de produtos comercializada nesta grande rede 
de supermercados, que se tornou, em 2008, a quarta maior varejista do mundo. É abastecida 
por cerca de 2 mil fornecedores, dos quais espera um nível de serviço (tempo e quantidades 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
72
corretos no fornecimento de determinada mercadoria) de pelo menos 98,5 por cento, tendo 
que fazer as entregas na Tesco dentro do prazo programado de meia hora. 
A utilização do EDI pela Tesco tem como base as vendas acumuladas e a partir destas 
informações, a organização faz os pedidos a seus fornecedores, através da troca direta de 
informações entre computadores, dispensando a digitação e manipulação de dados. 
Em 1990, com o aumento do volume e da gama de produtos, os varejistas de gêneros 
alimentícios procuram aliviar os estoques de seus centros de distribuição, fazendo apenas os 
pedidos de compra necessários para atender as vendas previstas para o dia seguinte. Para 
produtos de rápida movimentação, como tipos de queijo e detergente em pó, a meta é do dia 
1 para o dia 2, ou seja, fazer o pedido hoje para o que será necessário amanhã. 
Assim, a Tesco através do seu propósito central como sendo “criar valor para os clientes a 
fim de ganhar fidelidade deles por toda a vida”, e para manter sua meta a empresa deve 
assegurar aos seus clientes os produtos que necessitam nas prateleiras de cada uma de 
suas lojas o tempo todo, dia e noite. A utilização do EDI é um meio para a empresa atingir 
esta meta. 
 
 Bertaglia, Paulo Roberto - Logística e Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento – Ed. 
Saraiva 
Bowersox, Donald J; Closs, David J; Cooper, M. - Gestão da Cadeia de Suprimentos e 
Logística – Ed. Elsevier - Campus 
 
 
 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
73
UNIDADE 17 
Tipos e características dos canais de distribuição 
Objetivos: Introduzir os tipos e características dos canais de distribuição. 
Os canais de distribuição existem para facilitar o acesso dos produtos ou serviços aos seus 
consumidores, e são imprescindíveis dentro da cadeia de negócios na sociedade moderna, 
para dar velocidade no atendimento ao cliente na satisfação de suas necessidades e 
desejos. 
Suas formas devem ser compatíveis com a estratificação dos recursos disponíveis, devem 
ser facilitadoras das transações do fluxo do negócio desde a entrada até a saída, ou seja, da 
entrega até os clientes/consumidores, participando nos processos de compra e venda das 
empresas. 
Seu desempenho é medido pela garantia da eficácia do processo de fechamento dos 
negócios e a partir do momento em que é observado que se atingiram os objetivos e as 
metas delineadas. 
A cadeia de negócios começou a ser mais bem considerada a partir da década de 50, onde a 
logística passa a integrar todas as funções inerentes à realização das estratégias 
organizacionais, como vimos no Modulo I. Dado o caráter evolutivo, a cadeia passa a sofrer 
avaliações sucessivas nos processos de relacionamento fornecedor - empresa - cliente, de 
forma a se garantir a qualidade e o seu melhoramento contínuo. 
Alguns parâmetros são fundamentais para monitorar o desempenho da cadeia, conforme 
pode ser verificado na figura a seguir: 
 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
74
 
 
Conforme padrões universais, a decisão de planejamento e implementação de canais de 
distribuição pode ser contextualizada em função do fluxo de informações da cadeia de 
negócios e deve atender à análise dos seguintes fatores: 
 Avaliação do mercado (localização, clientes, lotes, etc.). 
 Análise de concorrência. 
 Aspecto econômico-financeiro (focos de cobertura, relatório etc.). 
 Aspectos legais (leis, normas, procedimentos etc.). 
 
Existem diversas maneiras de operar canais de distribuição, que podem ser realizadaspelos 
próprios fabricantes (detentores das marcas e da tecnologia do produto) ou ser entregue a 
empresas especialistas para complementar o ciclo e em face de sua operacionalidade, do 
fluxo de caixa das empresas ligadas, ofertando maior liquidez e agilidade no desempenho 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
75
das atividades, fazendo com que o produto ao sair do ambiente fabril alcance os 
consumidores da melhor forma possível. 
São três os modelos básicos de canais de distribuição, e destacaremos abaixo: 
 Canais Verticais - são aqueles em que as responsabilidades sobre a comercialização 
e a operação das mercadorias vão passando de um componente para outro na cadeia 
de abastecimento, selecionando de forma unitária as responsabilidades sobre cada 
fase da comercialização, como por exemplo: a indústria fabrica o produto, o atacadista 
exclusivo estoca e vende aos varejos que comercializam junto ao consumidor final. 
 Canais Híbridos - este modelo divide as atividades de comercialização entre vários 
agentes, até que o produto chegue ao consumidor final. Tomemos como exemplo: 
uma indústria fabrica o produto, os representantes comerciais comercializam o 
produto, os atacadistas estocam e vendem aos varejos que comercializam junto ao 
consumidor final. 
 Canais Múltiplos - visam deixar a decisão para o consumidor final, que avaliará os 
diversos elementos na cadeia de abastecimento e verificará qual lhe é mais 
adequado. Deste modo, a indústria fabrica o produto, cria vários canais de 
comercialização (representantes de vendas, venda via internet, venda via 
telemarketing, atacadistas representantes, etc.), distribui seu produto por meio de seu 
centro de distribuição e/ou atacadista que, por sua vez, entregam ao varejo o produto 
ou por meio de entrega direta ao consumidor. 
 
Estudo de caso - DINAP S/A - Grupo Abril 
A Dinap S/A - Distribuidora Nacional de Publicações - é uma empresa do Grupo Abril que 
distribui e comercializa em bancas, revistarias e livrarias, entre outros pontos-de-venda, os 
produtos da Editora Abril e de várias outras editoras. Usando tecnologia avançada, a Dinap 
leva as publicações a mais de 32 mil pontos-de-venda em todo o Brasil, por meio de uma 
ampla rede de distribuidores regionais. 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
76
Processo de comercialização - A Dinap faz a orientação técnica sobre reparte, estuda o 
potencial de mercado para cada publicação e a viabilidade do lançamento de novos produtos 
e oferece completa assessoria nas áreas de vendas e promoções a todas as editoras que 
atende. 
Rede de distribuidores - Na outra ponta da comercialização está a rede de distribuidores, 
formada por empresas especializadas que dela recebem suporte para a exploração do 
potencial de sua região. Essa rede faz a distribuição das publicações para os pontos-de-
venda, administrados por jornaleiros, para quem a Dinap oferece programas de treinamento 
com o objetivo de aperfeiçoar o negócio e aumentar as vendas. 
Qualidade acima de tudo - Responsável pelo lançamento de aproximadamente 1.000 
edições por mês, aprimora constantemente seus serviços, modernizando agências e 
distribuidoras e capacitando seus profissionais para orientar o trabalho desenvolvido nos 
pontos-de-venda. Por tudo isso, a empresa é reconhecida como a maior e mais eficiente 
distribuidora de publicações de toda a América Latina. (site Institucional DINAP, 2005). 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
77
UNIDADE 18 
Montando seu canal de distribuição 
Objetivos: Apresentar uma visão de como criar um canal de distribuição. 
Caso um fabricante decida realizar a comercialização dos seus produtos (e somente de seus 
produtos) terá que cumprir pelo menos três tarefas: 
1. Ter uma linha de produtos que atenda de forma plena o seu mercado consumidor. 
2. Montar uma estrutura que seja suficiente para realizar a comercialização e pós-venda 
dos mesmos. 
3. Seus próprios produtos terão que gerar um volume de venda que seja suficiente para 
sugerir o negócio de comercialização. 
 
Analisando, na maioria dos casos as empresas/fabricantes pela concentração em suas 
atividades-fim (core competence), podem identificar outros canais de distribuição (varejos, 
atacados, etc.) para realizarem a comercialização de seus produtos de forma mais eficiente e 
sem arcar com os custos e as operações de comercialização. 
Fabricantes como, por exemplo, O Boticário (site Institucional O Boticário, 2005) e Natura 
(site Institucional Natura, 2005) dedicam-se a administrar e operar toda a cadeia comercial 
de seus produtos, onde montam estruturas de apoio às suas estratégias de distribuição para 
as lojas próprias e/ou franqueados, sem desprezarem os demais Canais de Distribuição 
como a venda direta por representantes. 
Pode-se utilizar o Marketing para a aplicação prática dos canais de distribuição, após a 
análise do mercado e as alternativas de comercialização, pesquisando pontos de venda, 
ações de representantes, distribuidores, redes de varejo, enfim, tudo que é capaz de levar o 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
78
produto ao cliente de forma eficiente e alcançando o maior mercado. A distribuição física pela 
Logística será efetuada após a definição do canal de distribuição pelo Marketing. 
São as seguintes as atividades de Marketing e de Logística que guardam semelhanças entre 
si, em seus objetivos e funções: 
 Colocar as mercadorias o mais rápido possível à disposição do cliente; 
 Desenvolver a interação dos demais participantes da cadeia de abastecimento; 
 Garantir custos mínimos de comercialização dos produtos em todos os elementos 
participantes da cadeia; 
 Maximizar o potencial de venda da mercadoria; 
 Garantir níveis de serviços adequados; 
 Garantir o fluxo de informações otimizadas. 
 
Os Canais de Comercialização mais utilizados são os seguintes: 
1. O fabricante abastece diretamente as lojas de varejo. 
2. O fabricante abastece seus próprios depósitos e estes as lojas de varejo. 
3. O fabricante abastece os centros de distribuição do varejista que abastece as 
lojas de varejo. 
4. O fabricante abastece os depósitos do atacadista ou do distribuidor, que 
abastece as lojas de varejo. 
5. O fabricante transfere seus estoques de produto acabado para um operador 
logístico, que através de seu centro de distribuição faz o abastecimento das 
lojas de varejo. 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
79
6. O fabricante transfere seus estoques de produto acabado para um operador 
logístico, que através de seu centro de distribuição faz o abastecimento dos 
atacadistas e estes, por sua vez, abastecem as lojas de varejo. 
7. O fabricante entrega o produto diretamente no domicílio do consumidor final, 
utilizando o correio ou serviço de courrier (no caso das vendas diretas à 
distância: Internet, telefone, fax catálogos, etc.). 
 
Estudando os canais de distribuição aqui apresentados, caberá escolher aquele que melhor 
se encaixe ao seu objetivo, por isso passaremos a uma explicação melhor de cada um, qual 
seja: 
 
1. Canais Verticais: 
o É o canal responsável pela comercialização - se preocupa com a transferência da 
responsabilidade de comercialização das mercadorias. 
o Utiliza de instrumentos de análise de funcionalidade - executa a análise de quem 
está atendendo o consumidor final da forma adequada e os mercados 
consumidores. 
o Realiza a comunicação com o cliente final ou com o usuário - não existindo itens 
importantes nas ações de comercialização atuais como o pós-venda e as ações de 
comunicação (informação) com os clientes. 
Canais Verticais 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
80
2. Canais Híbridos: 
É o modelo que divide as atividades de comercialização ao longo do canal de distribuiçãoentre os agentes que nela atuam. 
Canais Híbridos 
 
Exemplos de canal híbrido: 
o Fabricante produz a mercadoria; 
o Setor de Vendas do Fabricante vende o produto; 
o O Distribuidor Externo realiza a distribuição física; 
o As unidades de Serviços (internas ou externas) realizam os serviços de pós-venda; 
o O consumidor-final adquire a mercadoria. 
 
Neste modelo, podemos analisar que o Fabricante dividiu as atividades de comercialização 
entre 3 agentes distintos visando otimizar o atendimento, onde cada agente terá a seguinte 
atividade-fim: 
o O Fabricante na produção e venda; 
o O Distribuidor Externo na distribuição física; e 
o As Unidades de Serviço com o atendimento de pós-venda. 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
81
Este modelo de atuação paralela permite que cada agente se especialize e cumpra seus 
objetivos finais sem se envolver diretamente na atividade foco do outro elemento da cadeia 
e, principalmente, sem assumir responsabilidades indevidas no processo e sem um elemento 
só responsável por todo processo (como é o caso do canal vertical). Cada participante é 
autônomo nas suas ações, mas a rede se forma em função da complementaridade do 
negócio - cada elo faz a sua parte por sua conta e risco. 
Comparando com o sistema anterior (o vertical) onde cada elemento da cadeia agregava 
seus custos e lucratividade no momento em que se envolvia na mesma, neste modelo, existe 
uma alternativa no modo de remuneração financeira pelas atividades, quero dizer, a 
remuneração é realizada por meio de padrões pré-definidos de preço de produto e pelo 
volume comercializado, gerando maior competitividade. 
 
3. Canais Múltiplos: 
Este modelo tem como objetivo utilizar vários elementos na cadeia para fazer com que o 
mesmo consumidor final possa escolher a melhor opção para a sua aquisição. Vejamos um 
exemplo deste modelo: 
 
Canais Múltiplos 
o O fabricante produz a mercadoria e a vende no atacado, no varejo e a disponibiliza 
no Setor de Vendas Diretas (Internet, Catálogos, etc.); 
o O atacado revende esta mercadoria aos grandes consumidores; 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
82
o O varejo dirige suas vendas aos pequenos consumidores; 
o Setor de Vendas diretas dirige-se ao consumidor final, bem como os serviços de 
pós-venda; 
o O consumidor escolhe o canal mais adequado ponderando preço, condições de 
pagamento, financiamento ou atendimento mais adequado aos seus anseios. 
 
Assim o fabricante se aproxima mais dos seus clientes, oferecendo maior gama de opções 
para aquisição de seu produto. O consumidor que desejar comprar um produto sem a 
necessidade de entrega imediata pode fazê-lo utilizando o Setor de Vendas Diretas (Internet, 
Catálogos, etc.), evitando os intermediários e reduzindo o custo de aquisição, e aquele que 
necessita comprar essa mercadoria com disponibilidade imediata, e com a opção de crédito, 
procurará a opção do varejo, tendo em vista a facilidade que o mesmo oferece para o 
suprimento destas duas necessidades. 
Já um consumidor de grande porte estará mais propício a buscar o atacado, visto que tem a 
necessidade de financiar suas compras e deseja disponibilidade imediata da mercadoria, 
além de poder adquirir grandes lotes por preços competitivos e com variedades de modelos. 
Como podemos observar o modelo de Canais Múltiplos, desenvolve uma dinâmica muito 
maior do que os demais, pois se criam mecanismos que disponibilizem os produtos de uma 
forma mais adequada aos anseios e condições de aquisição dos consumidores finais. 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
83
UNIDADE 19 
Estudo de caso - Como é feita e distribuída uma Revista 
Objetivos: Apresentar casos práticos sobre canal de distribuição hibrido. 
Seguem os passos que foram extraídos do Site Institucional da Revista Mundo Estranho 
(2005), de como é a confecção e distribuição de uma Revista seguindo o modelo de Canal 
de Distribuição Híbrido. 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
84
2 
 
3 
 
4 
 
 
 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
85
5 
 
6 
 
7 
 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
86
 
8 
 
 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
87
9 
 
10 
 
11 
 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
88
12 
 
13 
 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
89
UNIDADE 20 
Outros Casos sobre Distribuição e Logística 
Objetivos: Apresentar casos práticos sobre centro de distribuição e logística. 
1. Mega Centro de Distribuição (CD) da Panamco (Coca-Cola) em São Paulo 
A Panamco Brasil - maior fabricante da Coca-Cola no País, com 151 milhões de litros 
produzidos mensalmente - inaugurou em Março/2003 um mega centro de distribuição. O 
Macro CD - como é chamado na Panamco - está numa área de 100 mil m², com 40 mil m² de 
área construída. 
Ele tem capacidade estática para 38 mil paletes, com peso médio de 1.300 kg cada, terá 400 
funcionários diretos e uma capacidade de operação de 750 veículos/dia, funcionando 
ininterruptamente. 
O estoque médio a ser mantido neste CD gira entre quatro e seis dias, movimentando 6.500 
paletes/dia, de onde partirão cerca de 700 viagens/dia. 
O CD está equipado com estruturas de armazenagem do tipo gravity flow rack (Rede de 
movimentação que automaticamente orienta um ou mais robôs de transporte e os posiciona 
em determinadas destinações sem a intervenção de qualquer operador), push back (Sistema 
de estocagem de paletes perfeito para até quatro paletes na profundidade. O push back 
funciona como variante do Sistema Dinâmico, usando-se os mesmos componentes, mas 
com o princípio LIFO - last in first out, isto é, último que entra - primeiro que sai, e apenas um 
corredor para colocação e retirada do palete. O palete colocado no trilho é empurrado pelo 
palete seguinte aclive acima, e assim até o último palete. Na retirada deste último palete 
todos os demais, por gravidade, descem uma posição) e estantes fixas. 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
90
O Macro CD não é ativo da Panamco. Ele foi construído pela empresa Walter Torre, que 
arrendou o terreno, as instalações e sistemas de movimentação interna, inclusive as 
estruturas de armazenagem e as empilhadeiras, em um contrato inicial de dez anos. 
 
2. Armazém vertical automatizado da Chocolates Garoto em Vila Velha, ES 
A Chocolates Garoto foi uma das empresas pioneiras no investimento em armazéns verticais 
com a construção do CDES - Centro de Distribuição do Espírito Santo. O CDES é um centro 
de distribuição automatizado localizado em Vila Velha, Espírito Santo - Brasil. 
Nesse centro de distribuição integrado, os produtos acabados - bombons, chocolates, etc. 
em paletes de até 1.000 kg - são armazenados e retirados automaticamente, de acordo com 
os pedidos registrados no sistema central, para a posterior distribuição a todo o mercado 
nacional e internacional. 
Na nova estrutura de armazenagem da Garoto, a identificação das caixas ocorre já na saída 
da produção, aonde, através de cintas transportadoras ou empilhadeiras, as caixas e outros 
paletes prontos chegam à área de paletização. Na saída da produção, os paletes e caixas 
são identificados como estoque em trânsito, ate que sejam definitivamente passados para o 
estoque. 
Na área de paletização os paletes são transportados por AGVS (Rede de movimentação que 
automaticamente orienta um ou mais robôs de transporte e os posiciona em determinadas 
destinações sem a intervenção de qualquer operador) para as estações transportadoras 
automáticas, que farão a identificação do palete para o estoque e o seu carregamento que os 
levará até o centro de distribuição. 
Ao chegar ao centrode distribuição, os paletes são transferidos para as esteiras que os 
levam a outro ponto de identificação, pesagem e medição. Desta área, eles podem ser 
endereçados ao armazém vertical, ao armazém convencional ou diretamente a área de 
picking (Processo de retirar produtos dos estoques, para consolidar carga para um 
determinado cliente ) e expedição. 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
91
Caso os paletes sejam dirigidos a uma posição de armazenagem no armazém vertical, o 
processo automático de endereçamento segue critérios pré-determinados, de forma a se 
fazer um gerenciamento inteligente das posições de estocagem do armazém vertical. 
Dentro do armazém vertical, os transelevadores são servidos por carros de transferência. 
Existem áreas de identificação dos produtos, tanto na entrada como na saída do armazém 
vertical. Na saída do armazém vertical, transportadores a corrente e a roletes transportam os 
paletes até um Sistema de Transporte Móvel (STM), que faz a movimentação dinâmica dos 
paletes para as áreas de picking e expedição. 
O centro de distribuição possui duas áreas diferentes de picking, o estático e o dinâmico, 
para produtos de alto e baixo giro. Na área picking dinâmico, prateleiras elétricas dotadas 
com um terminal ligado a uma rede infravermelha informam ao operador o produto e a 
quantidade a separar. Formado o palete, ele é novamente transferido ao STM, que o leva 
automaticamente até a pré-determinada fileira de transportadores de gravidade na área de 
expedição, para o carregamento dos caminhões. 
As instalações de armazenamento vertical, totalmente automatizadas, com sete corredores e 
espaço para 12.100 paletes, compõem o núcleo do centro logístico. O leiaute já permite uma 
futura duplicação da área de estocagem. O armazém vertical é mantido a uma temperatura 
de 17ºC umidade relativa do ar de somente 50%, tem 115 m de comprimento, 31 m de 
largura e 24 m de altura. Um sistema de transportadores de paletes integra as áreas de 
recebimento de produtos, o armazém vertical, a área de picking e a expedição. A área de 
armazenamento de paletes, de sete corredores, é equipada com um transelevador por 
corredor. A capacidade de manuseio do equipamento é de 25 ciclos duplos por hora, isto é, 
podem ser efetuadas a cada hora, 25 operações de retirada e armazenamento por corredor. 
Para que esta capacidade seja atingida, em um armazém de aproximadamente 115 m de 
comprimento e 24 m de altura, é necessária uma velocidade de deslocamento de 140 m/min 
e elevação de 40 m/min. Os transelevadores são equipados com garfos telescópicos, que 
permitem efetuar um ciclo de operação em menos de 10 segundos. O sistema é projetado 
para uma capacidade de retirada de 1.900 paletes por dia. (Logística, 2005) 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
92
UNIDADE 21 
Operações na Logística 
Objetivos: Descrever como realizar as operações de distribuição logísticas. 
Consideramos a distribuição como uma das fases mais críticas no gerenciamento da 
logística, pois dela depende parte importante da qualidade percebida pelo cliente, e o que ele 
sente ao comparar sua satisfação com suas expectativas. 
A confiabilidade da entrega é fruto do recebimento da mercadoria no prazo certo e com a 
embalagem correta, sem danos pelo transporte e erros de faturamento, além de contar com 
o suporte de um serviço de atendimento ao cliente que resolva seus problemas com presteza 
e urbanidade. 
O transporte de produtos pode ser realizado por mais de um meio ou modal, que pode ser 
marítimo, terrestre ou aéreo. 
No Brasil, mais da metade do transporte de cargas se faz por rodovias. Este tipo de 
transporte é o menos produtivo considerando-se a relação carga/hora de operador e seu 
custo de mão-de-obra é elevado. Porém, oferece a vantagem de serviço porta a porta, o que 
pode não ocorrer no modo aéreo e ferroviário. O mapa abaixo nos mostra os vários modais 
utilizados: 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
93
 
O modal deve ser escolhido de acordo com os sistemas de movimentação dos materiais e de 
armazenagem, além de ser flexível. Se a empresa está preparada para trabalhar com 
contêineres enviados a distribuidores e o mercado muda, exigindo a entrega direta ao 
consumidor de lotes parciais, como proceder? 
A combinação de transporte por estradas e ferrovias com o intuito de reduzir o tráfego 
rodoviário utilizando a rede ferroviária para movimentações de longa distância é denominada 
de transporte intermodal, cuja tendência é minimizar as emissões de dióxido de carbono, 
bem como o congestionamento do tráfego nas rodovias e os custos gerais de transporte. 
Possuir seus próprios meios de distribuição exige imobilização de recursos, grandes 
investimentos inicial e manutenção constante, o que vem levando as empresas a fazer cada 
vez mais uso de operadores logísticos (terceirizados). Existe uma indústria de operadores 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
94
altamente especializados e competitivos que operam desde a entrega de pacotes até 
operações dedicadas de grandes frotas de entrega para clientes particulares. 
Algumas vezes, além do custo, devem-se levar em consideração outros fatores na hora de 
decidir por transporte próprio, como controle, serviço ao consumidor e flexibilidade. 
O controle é muito importante, pois a facilidade de decidir o que fazer com sua própria frota 
pode ser crucial, principalmente em situações em que haja inflexibilidade por parte do 
operador ou incapacidade interna de programação adequada. 
O serviço ao consumidor pode fazer com que se opte por frota própria nas situações em que 
o relacionamento direto com o cliente na entrega seja imprescindível ao ramo da empresa e 
os operadores não estejam preparados para isto. 
O uso de frota própria pode oferecer maior flexibilidade por facilitar o uso de vários métodos 
que podem ser combinados formando um mix de transporte. Como, por exemplo, entregas 
através de caminhonete ou caminhões, o que não impede que as entregas em altas 
quantidades e volumes e menos variadas possam ser feitas por terceiros. 
Ao menos que a empresa possua especialistas em transporte, é melhor usar terceiros. 
Grandes empresas transportadoras podem ter frotas que justifiquem o custo de gerentes e 
de ferramentas especialistas (softwares de computação) necessárias para uma operação de 
transporte competitiva. Além disso, a empresa deve estar preparada para contratar e treinar 
o pessoal necessário que operará seus veículos. 
Outro fator importante na hora de decidir se a frota será própria ou não é o retorno do 
investimento. Será que devemos imobilizar capital, na compra de veículos? Será que o fluxo 
de caixa não seria mais bem empregado para o pagamento de serviço de terceiros? Além de 
analisar estas alternativas a empresa poderá, para ajudá-la, realizar benchmarking e ver 
como as empresas líderes (do ramo ou não) atuam em relação à distribuição, antes de tomar 
uma decisão. 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
95
 
 FÓRUM III 
Acesse sua sala de aula, no link “Fórum III”, e faça a atividade proposta sobre “Operações na 
Logística”. 
 
 
 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
96
UNIDADE 22 
Distribuição Física 
Objetivos: Analisar a localização da fábrica, dos fornecedores e dos depósitos e a 
estruturação de transportes. 
Última fase da logística antes do começo da utilização do produto pelo cliente, que vem a ser 
o conjunto de atividades entre o produto pronto para o despacho e sua chegada ao 
consumidor final. 
A distribuição começa na fábrica do fornecedor e termina nas mãos do cliente final. Como os 
bens estão em constante movimento, podemos identificar em cada estágio como são 
transportados e quem faz (operador logístico). A distribuiçãofísica representa um custo 
significativo para a maioria dos negócios, impactando diretamente na competitividade, 
conforme sua velocidade, confiabilidade, capacidade de rastreamento e de entrega no dentro 
do prazo. 
Os depósitos regionais estão localizados em função da estrutura de transportes existentes e 
levando em consideração os pontos de transferência intermediários. Por exemplo, em vez de 
remeter ma mercadoria de São Paulo para Maceió, pode ser mais barato incluir essa carga 
em remessas regulares para o Rio de Janeiro e depois do Rio de Janeiro para Maceió. 
Cada vez mais os atores do processo logístico estão mais exigentes. Os produtores de bens 
intermediários são pressionados pela entregas programadas JIT, o mesmo ocorre com 
aqueles que produzem para o varejo. 
Qual é o melhor meio de transporte? Rodoviário, aéreo, marítimo, ferroviário? Pois bem, para 
cada rota existe uma possibilidade de escolha, que deve ser feita após a análise dos custos, 
e deve ser mais ampla que a análise simplista baseada em peso por quilometragem (kg/km). 
Cada ligação no canal logístico deve apresentar vantagens particulares. A análise 
custo/benefício pode determinar que para itens de baixo volume e alto custo unitário o 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
97
transporte aéreo pode ser, em longo prazo, muito mais econômico do que o transporte 
marítimo, como por exemplo, no caso de computadores. 
O principal problema da distribuição física no uso do transporte intermodal, onde são 
utilizados vários meios utilizando um único manifesto de embarque (navio, trem, caminhão, 
barcaça) é a roteirização, ou seja, a determinação do esquema de prioridades de entrega em 
função de rotas predeterminadas. Neste caso é necessária a utilização de modelos próprios 
de transporte, através de softwares de simulação e da pesquisa operacional. 
Outro fator é o custo do frete e do seguro, ligado ao custo de manipulação em terminais 
(aeroportos, portos) e de armazenamento durante o transporte. Tomemos por exemplo um 
material vendido FOB destino, transportado por navio, será como se o almoxarifado de 
produtos acabados estivesse sendo transportado até o cliente: o custo de manter estoque é 
da empresa e não do cliente. 
Para as frotas, vale lembrar, que devem ser analisadas pela engenharia econômica visando 
responder ao questionamento, é mais viável ter uma frota própria ou terceirizá-la? Pois a 
mesma frota que entrega as mercadorias ao consumidor, pode ser utilizada no 
abastecimento das fábricas, maximizando a sua atuação. 
A utilização de softwares capazes de decidir em segundos qual a rota mais eficiente a ser 
seguida pelo caminhão de entregas, no roteiro pré-estabelecido. A utilização de 
computadores portáteis (PDA) pelos vendedores transmitindo on-line seus pedidos às 
fabricas e gerando menos estoques. Leitores óticos de códigos de barras que eliminam os 
erros de armazenagem. Sistemas de administração e rastreamento de frotas e serviços 
automatizados para atendimento de clientes são algumas das inovações tecnológicas que 
estão sendo utilizadas nos sistemas logísticos. 
 A utilização da EDI pelo transportador/vendedor chegará ao computador da matriz onde 
armazenará as informações recebidas, e que logo transmitirá aos setores responsáveis pelas 
comunicações com clientes e transportador/vendedor e trabalharão sempre com seus dados 
atualizados. Além de manter um intercambio eletrônico de documentos com os clientes, 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
98
agilizando as cargas e descargas, aumentando a produtividade, permitindo ainda que 
pedidos, faturas e pagamentos sejam gerados eletronicamente. 
Algumas empresas utilizam serviços de entrega expressa, que transportam pequenas cargas 
variando de cartas a pacotes até 70 quilos. Este tipo de entrega expressa utiliza o modal 
aéreo e rodoviário para transportar pacotes menores com urgência. São serviços caros e que 
não podem competir em preço com as transportadoras para grandes cargas. Seu principal 
serviço é a entrega rápida e segura. 
As empresas de entrega expressa oferecem também outros serviços que agregam valor e 
que permitem aos embarcadores acelerar o fluxo de estoque e rastrear o posicionamento do 
pedido, e informar, de maneira proativa a seus clientes o posicionamento e a situação de 
seus pedidos. Também fazem entrega porta-a-porta. Com o aumento das entregas Just-in-
time e a prioridade na redução de estoques a cresceu demanda para as entregas expressas. 
As empresas de e-business geralmente são as que mais utilizam este meio de transporte. E 
com a expansão do e-business, o uso de empresas de entrega expressa aumentou de 
maneira expressiva nos últimos anos. Nos Estados Unidos empresas como a FedEx 
assemelham-se às transportadoras de cargas via aérea, exceto pelo fato de que priorizam 
remessas menores e de maior urgência, para os quais o rastreamento e outros benefícios 
são mais importantes. 
No Brasil a DHL Exel Supply Chain que oferece uma ampla variedade de serviços de frete de 
qualidade global em todas as suas operações, foi a grande vencedora do sétimo Prêmio 
Volvo de Logística, que visa reconhecer os melhores prestadores de serviços logísticos 
(PSL) atuantes no mercado brasileiro. O prêmio é uma iniciativa da Volvo do Brasil, da 
Revista Tecnologística e do Centro de Estudos em Logística (CEL) do Coppead, responsável 
pela pesquisa que define os vencedores, realizada no final de 2007, entre 377 profissionais 
das mil maiores empresas do Brasil que utilizam serviços logísticos, excluindo os próprios 
PSL. 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
99
 
 Se alguém lhe afirmasse que distribuição física, transporte e logística são sinônimos, o que 
você diria? 
Analise o uso do sistema intermodal de transportes no Brasil e no Mercosul. Como ele é hoje 
e como poderia ser se os planos de integração porto-marítimo-rodovia-ferrovia-hidrovia se 
viabilizassem? 
Quais são os meios de transporte mais indicados para as entregas grandes e de baixo valor? 
Por quê? 
 
 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
100
UNIDADE 23 
Transportes 
Objetivos: Apresentar os alguns tipos de transportes utilizados na logística. 
 
Transporte Ferroviário 
O mercado de transporte ferroviário é um mercado em potencial a ser explorado, 
principalmente pelas empresas que transportam containeres. Algumas empresas que 
investiram neste transporte intermodal tiveram um aumento na lucratividade, como veremos, 
mais a frente, o nosso caso da empresa Caramuru Alimentos cuja integração de modais no 
transporte de soja de Goiás a Santos gerou uma economia de 10 a 15% nas despesas totais 
com frete, aumentando o volume de cargas transportadas por ferrovia de 47,8t em 2003 para 
61,5t neste ano. E a tendência é a de se colocar em operação novas rotas de trem 
expressos. 
A malha ferroviária no Brasil está situada nas regiões sul, sudeste, nordeste e alguns 
estados da região centro-oeste, como mostra o mapa abaixo: 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
101
 
De acordo com a Revista Tecnologística (2005) são inquestionáveis as vantagens que a 
ferrovia tem a oferecer às empresas embarcadoras. A ASLOG (Associação Brasileira de 
Logística) estima que o uso da multimodalidade possa reduzir em até 20% os custos do 
transporte feito hoje, majoritariamente, por rodovias. E o Centro de Estudos em Logística 
(CEL) da Coppead/UFRJ diz que a redução pode chegar a 50%. Sendo que 29,7 mil 
quilômetros do sistema ferroviário brasileiro, 28,8 mil quilômetros estão sendo operados por 
concessionárias. 
Entre todos os investimentos já anunciados está a compra, por exemplo, de nada menos do 
que 14 mil vagões. Espera-se que a grandeza de números como estes e mais as ações aqui 
propostas sejam suficientes para fazer oPaís voltar aos trilhos. 
O transporte ferroviário é tradicionalmente utilizado para cargas, minério de ferro, produtos 
siderúrgicos, grãos e cimento. 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
102
Transporte Marítimo 
O modal marítimo é o que tem menor custo e menor perda se comparados com os demais, 
mas é necessário utilizar-se de embalagens adequadas para o manuseio das operações de 
carga e descarga nos navios que podem ser carga geral, containeres, graneis, veículos etc. 
O transporte marítimo divide-se em dois tipos: internacional ou de longo curso (de grandes 
distâncias) e navegação costeira ou de cabotagem (ao longo do litoral). 
Segundo a Revista Tecnologística (2005) o Brasil, juntamente com a Rússia, a Índia e a 
China, foi eleito como mercado com prioridade de investimentos no modal marítimo no 
mundo. No Brasil, as embarcações passarão pelos portos de São Francisco do Sul (SC), 
Santos (SP), Sepetiba (RJ) e Suape (PE). Na exportação, o alvo são produtos têxteis, 
móveis e sapatos, entre outros, como cargas refrigeradas. Na volta, os navios devem trazer 
produtos químicos e manufaturados. 
O porto é o ponto de encontro entre modais terrestre e marítimo e também tem a função de 
armazenamento de cargas, sendo um local estratégico para aplicação e controle de tributos 
nos países. 
Os portos para atenderem de forma satisfatória às necessidades logísticas do comércio 
internacional devem oferecer os seguintes aspectos: 
 Estar localizado fora do perímetro urbano, para que o fluxo de cargas seja eficaz e não 
prejudique o fluxo urbano; 
 Gerar/ter boas condições para o multimodalismo: acessos rodo-ferroviários; 
 Possibilitar atracação de grandes navios, possuindo assim águas profundas (naturais 
ou mantidas por dragagens); 
 Possuir áreas para armazenagem, transferência, consolidação de cargas; 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
103
 Dispor de equipamentos adequados e sistema operacional integrado, visando ter 
produtividade compatível com custo operacional dos navios e sistemas de controle 
eletrônicos; 
 Treinar mão-de-obra para evitar avarias e remoções e conscientizá-los sobre as 
condições de trabalho/segurança; 
 Manter relações eficientes com seus clientes (exportadores/importadores, 
transportadores, operadores portuários, despachantes e etc.) E capacidade de 
transferir dados eletrônicos. (bastos, 2005) 
 
O modal hidroviário tem sua abrangência limitada por diversas razões. As hidrovias 
domésticas estão confinadas ao sistema interior exigindo que o usuário combine outro 
sistema modal de transporte. Apesar de o Brasil ser privilegiado em termos de recursos 
hídricos em geral e milhares de quilômetros de rios navegáveis, boa parte está na Amazônia 
e o transporte nessa região não tem grande peso econômico, por não haver nessa parte do 
País mercados produtores e consumidores de peso. 
Por isso, os trechos hidroviários mais importantes, do ponto de vista econômico, encontram-
se no Sudeste e no Sul do País. O pleno aproveitamento de outras vias navegáveis depende 
da construção de eclusas, pequenas obras de dragagem e, principalmente, de portos que 
possibilitem a integração intermodal. 
 
As principais hidrovias brasileiras são: 
 Hidrovias da Bacia Amazônica - formadas pelo trecho Ocidental, navegável por 
embarcações marítimas, pela hidrovia do Solimões e pela hidrovia do Rio Madeira; 
 Hidrovia do Tocantins e Araguaia; 
 Hidrovia do Rio São Francisco; 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
104
 Hidrovia do Rio Paraguai; 
 Hidrovia Paraná-Tietê, onde se destaca o tramo norte formado pelo reservatório de 
Ilha Solteira e o Tietê; 
 Hidrovias do Sul, formadas pelos rios Jacuí e Taquari. 
 Hidrovias do Nordeste, de menor porte no cenário nacional, compostas pelos rios 
Parnaíba, Mearim e outros. 
 
Transporte Aéreo 
A rapidez e a regularidade do transporte aéreo, apesar de seu custo ser considerado mais 
oneroso que os demais têm aumentado o volume de carga. Uma das vantagens está na 
rapidez, na velocidade de entrega, principalmente para grandes distâncias, oferecendo 
flexibilidade entre conexões padronizadas, com horários fixos ou vôos charter, e, utilizando, 
também alguns processos logísticos como o porta-a-porta, além de sistemas de gestão da 
informação da última geração, fornecendo ao cliente completa transparência nos embarques. 
O principal aspecto do transporte aéreo é a capacidade de levar cargas aéreas, simples ou 
complexas, a qualquer momento e para qualquer destino. 
A disponibilidade e a confiabilidade neste modal podem ser consideradas boas, sob 
condições normais de operação, apesar de apresentarem restrições à capacidade pela 
dimensão física dos porões. É vantajoso em termos de perdas e danos e precisa de menos 
embalagem de proteção. 
Este modal é utilizado para o carregamento de produtos farmacêuticos, informática, 
autopeças, telecomunicações, informática, calçados, confecções, cosméticos, 
eletroeletrônicos, perecíveis e produtos industrializados, com redução no custo do frete. 
Geralmente as cargas são inferiores a 230 quilos, ou em transportes charter de até 57 
toneladas. 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
105
UNIDADE 24 
Tipos de Armazenagem 
Objetivos: Apresentar os tipos de armazenagem utilizados em logística. 
Os armazéns continuam a existir apesar dos modernos sistemas de distribuição existentes. 
Seu alto custo ocorre muitas vezes por má administração e falta de organização. 
Os estoques devem estar nos lugares certos, ter o tamanho certo, proteger de forma 
adequada seu conteúdo e a colocação eficientes nas prateleiras. Devemos analisar o custo 
efetivo do uso do espaço e de acesso ao material estocado. É importante que os produtos 
sejam protegidos contra a ação do tempo e de ladrões e haja flexibilidade para lidar do 
menor ao maior item estocado na quantidade que for necessária. 
Entre o armazém e a gerência deve haver um sistema de informações que permita colocar 
os produtos em locais e ordem conhecidas e retirá-los rapidamente, na quantidade 
necessária e ter uma rotatividade correta, por exemplo, utilizando o sistema FIFO (sistema 
de controle de estoques em que o material que entra primeiro deve ser utilizado primeiro). As 
empresas devem ter instalações com docas que permitam a carga e a descarga rápidas de 
veículos, e espaços para separação de cargas que permitam o cross docking (sistema em 
que os bens entram e saem de um centro de distribuição (CD) sem ali serem armazenados. 
Permite aumentar o giro dos estoques. Ato de separar cargas recebidas em lotes menores 
para serem despachados sem armazenamento local), ou a mistura de cargas de produtos 
diferentes em lotes consolidados para clientes específicos. 
A localização de armazéns e centros de distribuição (CD) é função do tipo de empresa 
considerada. As principais modalidades de entrega são: 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
106
1. Descentralizada - neste tipo de entrega o material é separado na fábrica no mix e em 
quantidade pedidas por clientes, é retirado pelo veículo escolhido e enviado diretamente 
ao cliente final, não passando por operações intermediárias de armazenagem. 
A figura abaixo demonstra como funciona esta modalidade de entrega. 
 
Entrega Descentralizada 
 
2. Centralizada com cross docking simples no centro de distribuição (CD) - aqui o 
material é separado na fábrica no mix e em quantidades necessárias no centro de 
distribuição. Lá é feita uma estocagem até a liberação dos pedidos dos clientes regionais, 
o material é separado, consolidado por cliente e enviado. 
A seguir uma figura que demonstra como funciona esta modalidade de entrega. 
Entrega centralizada com cross docking simples no centro de distribuição (CD) 
 
Fábrica 
 
separação por cliente 
C1 C2Cn 
Fábrica 
 
separação por CD 
C1 C2 
 Cn 
 
Estoque separação por 
cliente 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
107
3. Centralizada com cross docking avançado - neste tipo de entrega o material é 
separado e consolidado por cliente na fabrica, conforme mostrado na figura abaixo. No 
centro de distribuição a carga é apenas redistribuída por veículo e roteiro regional. 
Entrega centralizada com cross docking avançado 
 
Para operacionalizar esses esquemas as empresas contam com ferramentas como o DRP 
(Distribution Resource Planning ou Planejamento dos Recursos de Distribuição), que tem 
uma ação dupla. 
Na primeira fase o DRP consolida os pedidos dos diversos clientes por tipo de produto e 
datas de entrega, alimentando o MRP e o MRP II da fábrica. 
Como saída principal estabelece o plano de entregas diárias a partir da fábrica ou dos 
centros de distribuição, para que o material seja entregue ao cliente no prazo e quantidades 
desejados. Nessa segunda fase são usados módulos de roteirização sofisticados que 
incluem o mapa das cidades indicando aos motoristas quais os caminhos preferenciais para 
as entregas. 
Todo o esquema de entregas está diretamente ligado a recursos eletrônicos, como o EDI, 
que permitem avisar ao cliente a data e a hora da entrega, confirmar esses dados, avisar 
imprevistos e fazer o acompanhamento da posição do veículo de entrega via satélite, o que 
permite acompanhar o serviço do encarregado da entrega e evitar a perda de carga e 
veículos por roubo. 
Fábrica 
 
separação por cliente 
 
Transferência 
de veículo 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
108
UNIDADE 25 
Casos - Grupo Caramuru e outros casos 
Objetivos: Apresentar casos práticos sobre distribuição e transportes. 
 
GRUPO CARAMURU 
UMA EMPRESA 100% BRASILEIRA 
Com instalações nos Estados de Goiás, Paraná, Mato Grosso, São Paulo, Bahia, 
Pernambuco e Ceará, o Grupo Caramuru dedica-se à industrialização de grãos, desde a 
produção de semente, armazenagem, de germinação, pré-cozido de milho, extração e refino 
de óleos vegetais (soja, milho, girassol e canola), produção de farelos, o Grupo detém sua 
marca premium SINHÁ, além de produzir toda a linha de farináceos de milho. As empresas 
do Grupo atendem consumidores de vários Estados, fabricantes de massas, biscoitos, 
snacks, corn flakes e outros, além de produzir matérias-primas para outros segmentos, como 
cervejarias e mineração, e também a indústria de ração. 
O Grupo, companhia de capital nacional, pertencente à família Borges de Souza, foi fundado 
em 1964, na cidade de Maringá-PR, conduzido pelo espírito empreendedor de seu fundador, 
Múcio de Souza Rezende, que desde cedo foi em busca da consolidação na área de 
processamento de grãos, abrindo filiais e aumentando sua importância no setor moageiro. 
Nesse ritmo, as mudanças mais fortes ocorreram no começo dos anos 70. À época, o Grupo 
acreditou no interior do Brasil como ponto de expansão das fronteiras agrícolas. Preocupado 
também com a ampliação de seus negócios inaugurou uma planta de processamento de 
milho em Itumbiara-GO e outra, voltada à extração de óleo bruto do gérmen de milho, em 
Apucarana-PR. 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
109
Os anos 80 e 90 foram determinantes para o Grupo firmar sua presença em Goiás, 
aproximando-se do setor rural, com 50 armazéns gerais distribuídos em Goiás, Mato Grosso 
e Paraná, com capacidade total de 1.809.200 toneladas. E, em 1986, a Caramuru instala 
uma unidade de óleos vegetais, em Itumbiara, com capacidade para processar 1.000 t./dia 
de soja, chegando hoje a 1.700 t./dia, e uma fábrica de pré-cozido de milho, seguidas de 
outra planta, desta vez para produzir floculados em Apucarana. 
Alinhado à filosofia de pioneirismo adotada desde a origem do Grupo, a Caramuru entra na 
década de 90, decidida a promover uma intensa modernização em sua estrutura. Começa, 
então, uma verdadeira revolução, onde mais uma vez, antecipa-se às tendências de 
mercado. E, em dezembro de 1998, iniciou a implantação do Sistema de Gestão Integrado, 
adquirindo software de tecnologia avançada, o qual oferece uma solução totalmente 
integrada de toda a cadeia de valores, levando a empresa a oportunidade de adotar os 
melhores processos de negócios de gestão empresarial do mundo. 
Aproveita o ritmo dinâmico e parte para a criação de um programa de orientação e 
distribuição de sementes aos produtores, demonstrando uma grande preocupação com a 
qualidade final de seus produtos. Em 1992, inaugura um complexo industrial em Itumbiara, 
com a abertura da refinaria de óleos vegetais, que reúne os mais avançados recursos 
tecnológicos que tem capacidade para envasamento de 400 latas por minuto e 400 garrafas 
em Pet/minuto. 
E, em 1995, confiantes no desenvolvimento do Estado de Goiás e alinhando a filosofia que 
sempre norteou o crescimento do Grupo, a empresa investiu US$ 27 milhões em fábrica de 
última geração para processamento de soja, em São Simão, e uma unidade armazenadora 
em Chapadão do Céu. 
A fábrica de São Simão está voltada para a produção de farelo de soja hi-pro (alta proteína), 
pioneira na região em capacidade de cogeração de energia. Esta planta está localizada às 
margens do Rio Paranaíba, com capacidade de processamento de 1.800 toneladas/dia de 
soja, 400 t/mês de lecitina de soja e 3.000 kw de geração de energia elétrica, tendo a sua 
produção de farelo distribuída diretamente de São Simão, através de escoamento pela 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
110
hidrovia Paranaíba-Tietê-Paraná para diversos países europeus e asiáticos, e a produção de 
óleo bruto segue para Itumbiara onde é refinado. 
Em 2001, o Grupo Caramuru, inaugura uma unidade para extração e refino de óleos 
especiais, sobretudo de girassol. A fábrica, instalada no complexo industrial de Itumbiara, em 
Goiás, é a única no país a utilizar girassol 100% nacional. A empresa vende o óleo desde 
1997 e foi uma das primeiras a incentivar a produção de girassol no Brasil. A fábrica teve 
investimento total de R$ 17 milhões. 
A partir de 1999, a Caramuru intensifica os investimentos em logística de exportação, 
direcionados ao Porto de Santos. Aplica US$ 1 milhão na construção de um terminal hidro-
ferroviário, em Pederneiras - SP, com capacidade para armazenar 30.000 t. de produtos. Em 
2000, investe no Porto de Santos US$ 4 milhões no armazém XL, com capacidade de 65.000 
t., com acordo operacional com Citrosuco, aprovado pela CODESP. No final de 2000 firma 
uma parceria com FERRONORTE, tendo a participação de 50%, investindo em uma primeira 
etapa R$ 16 milhões no Terminal XXXIX, com capacidade de 135.000 t. 
Em agosto de 2003, um marco na história da logística de transporte brasileira e da 
Caramuru, que investe cerca de R$ 30 milhões na aquisição de dez locomotivas “GE C-30” e 
300 vagões graneleiros Hopper, com 100 m³ e 125 m³ de capacidade, para operar no trecho 
ferroviário entre o terminal da Caramuru em Pederneiras e o Porto de Santos. A operação, 
assim, não somente confere maior competitividade operacional à Caramuru, como concorre 
para reafirmar sua posição de liderança dentre as empresas de capital nacional no mercado 
de processamento de grãos. 
Esses empreendimentos contribuíram para que o Grupo Caramuru se consolidasse como 
maior processador de soja, milho, girassol e canola, de capital brasileiro, com crescimento 
médio de 20% ao ano. O Grupo possui capacidade anual para processar 1 milhão e 591 mil 
toneladas de soja, 677 mil toneladas de milho e refinar 230 mil toneladas de óleos de soja, 
milho, girassol e canola. Com faturamento de R$ 1,8 bilhões em 2004, dos quais exportou 
US$ 290 milhões e, com faturamento previsto para 2005 de R$ 1,8 milhões. 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
111
O desempenhogeral do Grupo o colocou entre as cinco melhores empresas do Brasil na 
área de alimentos de acordo com a Revista Exame - Melhores e Maiores. 
E desde 1996, a Caramuru planeja e sistematiza todas as suas ações, que abrangem não só 
a eficiência dos serviços, como também segurança aos clientes e consumidores; melhoram a 
qualidade do alimento; melhoram a segurança do trabalho na empresa; aumentam a sua 
competitividade, adequando-a legislação nacional e as exigências do mercado externo e 
interno, protegendo o meio ambiente. Por isso, em 2005 a unidade de soja de Itumbiara 
consolida o seu Sistema de Gestão Integrada, conferido pela SGS ICS: ISO 9001:2000, ISO 
14001:2004 e OHSAS 18001:1999 (QUALIDADE-GESTÃO AMBIENTAL–SAÚDE 
OCUPACIONAL E SEGURANÇA). 
As certificações consolidam a participação da Caramuru no cenário nacional e internacional, 
assegurando a sua real condição de competidora neste mercado, pois só as grandes e 
reconhecidas organizações em todo o mundo obtêm certificações dessa magnitude. 
Dentre várias ações para redução dos impactos ambientais foram investidos R$ 2 milhões na 
Estação de Tratamento de Efluentes (ETE), projetada para tratar todos os efluentes líquidos 
do complexo industrial de Itumbiara, com capacidade para processar 25.000 litros de água 
industrial reutilizável por hora, deixando de retirar da natureza 30.000 litros de água por hora, 
ao mesmo tempo, com reaproveitamento dessa água, deixa de lançar na natureza 25.000 
litros de água por hora. 
Com o mesmo objetivo, o de crescer com solidez, o Grupo investe também na 
profissionalização e na valorização humana dos seus colaboradores, oferecendo benefícios 
como, treinamentos, estudos, transporte, refeitórios, convênios com farmácias e planos de 
saúde e assistência odontológica, contando, atualmente, com mais de 2.300 pessoas, 
construindo uma parceria de respeito e confiança. 
Em 1991, a Caramuru implantou um programa de alfabetização e erradicação do 
analfabetismo, encerrado em 1998 com a participação de 142 colaboradores. Dando 
sequência, de 1998 a 2000, alinhada ao seu desejo de participar da construção de um Brasil 
melhor, adota escolas públicas colaborando com recursos para o desenvolvimento cultural, a 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
112
recuperação física e funcional, além de motivar os seus dirigentes e colaboradores no 
trabalho como voluntários na escola e pela escola. Colabora e incentiva a área “educação” 
participando do projeto Sesi Educação do trabalhador/Telecurso 2000, beneficiando seus 
colaboradores a concluírem o ensino fundamental e o ensino médio, dando oportunidade 
para que eles cresçam e desenvolvam profissionalmente. 
Os investimentos na profissionalização e na valorização humana dos seus colaboradores 
foram conferidos pelo Guia Exame ao ser a Caramuru escolhida como uma das “100 
Melhores Empresas para Você Trabalhar/2001”. 
E, com ousadia e confiança o Grupo mantém a política de investir na formação de pessoal, 
buscando tecnologia que possa agregar valores às suas atividades, e na consolidação de 
sua marca mais forte: a de ser uma empresa séria e empreendedora. (Caramuru, 2005) 
Abaixo seguem outros dois casos práticos de transportes e logística: 
 
1. AmBev 
A AmBev, maior empresa de bebidas da América Latina e quinta maior do mundo, atende, no 
Brasil, aproximadamente 1 milhão de pontos de venda, contando com cerca de 400 
revendores, 11.000 mil vendedores e 17.500 veículos de transporte e distribuição. A rede de 
revendedores é responsável pela venda e distribuição de 70% da produção da AmBev. Os 
outros 30% são comercializados pela própria empresa, principalmente para grandes 
varejistas e atacadistas. Reunidas, as revendedoras AmBev faturam R$ 10 bilhões por ano e 
gastam anualmente mais de R$ 2 bilhões com insumos. A frota, uma das maiores do país, é 
composta por 17,5 mil veículos. São consumidos 150 milhões de litros de óleo diesel por ano 
e emitidas 160 milhões de notas fiscais. Com seguros são gastos da ordem de R$ 60 
milhões 
 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
113
2. Grupo Martins Comércio e Serviços de Distribuição 
A logística da Martins Comércio e Serviços de Distribuição, maior empresa no setor de 
atacadista da América Latina, que envolve a entrega de mais de 20 mil itens diferentes a 180 
mil clientes cadastrados, utilizando aproximadamente 2.500 veículos. A sua infraestrutura 
logística é formada por 44 centros de distribuição avançados e 5 centros de armazenagem e 
distribuição, localizados em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Uberlândia e João Pessoa, 
somando ao todo, aproximadamente 200.000 m², suficientes para estocar cerca de 150.000 
paletes. (Logística, 2005) 
 
Antes de dar continuidades aos seus estudos é fundamental que você acesse sua 
SALA DE AULA e faça a Atividade 3 no “link” ATIVIDADES. 
 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
114
UNIDADE 26 
A Logística e a Globalização 
Objetivos: Apresentar as principais mudanças que ocorrem na logística mundial. 
Com o advento da globalização, as transações comerciais e o fluxo de capitais 
ultrapassaram as fronteiras nacionais. Os blocos comerciais substituíram alianças militares, 
as informações transmitidas instantaneamente fazem com que crises em um país influenciem 
nas bolsas e cotações de moedas por todo o mundo. 
Atualmente é impossível identificarmos através dos mesmos critérios a localização das 
fábricas e centros de distribuição como no passado, pois o objetivo é transportar os produtos 
num tempo curto e com o custo mínimo aos consumidores espalhados pelos continentes. 
O transporte deve ser o melhor e mais rápido possível, o desenvolvimento do produto pode 
estar perto da sede da empresa, e as fábricas necessitam utilizar recursos tecnológicos, 
mão-de-obra disponível, fornecimento de material. Elas devem estar dispersas pelo mundo 
para que fiquem junto aos mercados consumidores. Já aos depósitos cabe a função de 
acumular um mínimo de peças em estoque para isso se utilizando da filosofia Just-in-time. 
Temos como exemplo a Caterpillar Tractor que consegue em um máximo de 48 horas 
deslocar peças e estoques para qualquer lugar do mundo, utilizando sua logística, controle e 
localização de estoques e horários inteligentes de vôos. 
Através dos sistemas de informação, dos protocolos seguros de transmissão de dados e da 
integração das redes, conseguiremos chegar ao dia de 24 horas contínuas para as 
empresas. As empresas denominadas globais, isto é, que têm sedes espalhadas por vários 
países e convivem com diferentes fusos horários já vivem esta realidade, e com a ajuda dos 
recursos tecnológicos encontrados atualmente, conseguem diminuir ao máximo as 
interrupções de suas operações comerciais, econômicas e produtivas. 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
115
Assim, as estruturas organizacionais das empresas sofreram alterações, e as empresas 
multinacionais, com sede em um país e operando globalmente, estão se transformando em 
empresas globais cujas sedes e administração dependem dos interesses do mercado. Estão 
se tornando empresas virtuais ou estendidas ( extended enterprises), onde as atividades 
operacionais, além de serem controladas à distância (pelo computador), estão interligadas 
entre empresas diferentes, com alianças temporárias para atender as exigências do 
mercado. 
Com isso a logística foi afetada e o administrador foi forçado a pensar e agir sistemicamente, 
transformando-a de ferramenta operacional em estratégica para a empresa. 
Passou-se a considerar como questão básica a competitividade nas organizações modernas, 
estabelecendo diferenciais competitivos, tais como custo, qualidade, confiabilidade, 
flexibilidade e inovação. 
 
Definindo estas questões temos: 
 Competição por custo – a capacidade de fornecer oproduto a um custo abaixo do da 
concorrência. 
 Competição por qualidade – fornecimento de um produto com valor agregado maior 
que o da concorrência. 
 Competição por confiabilidade – capacidade em cumprir prazos e quantidades 
prometidas nas entregas. 
 Competição por flexibilidade – agilidade de atender pedidos personalizados, tanto no 
tipo de produto, quanto nas características individualizadas. 
 Competição por inovação – maior vantagem a empresa que chegar mais cedo ao 
mercado com produtos diferenciados. 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
116
É fundamental ao sistema logístico estabelecer e cumprir o seu plano estratégico com 
eficácia. 
No mundo globalizado é função da logística promover a coordenação entre as vastas 
extensões geográficas e dos diferentes fusos horários, dentro da cadeia de valor de uma 
organização a fim de produzir o lucro por ela desejado. 
A montagem de cadeias logísticas altamente eficientes é primordial, sob pena de perder-se o 
poder aquisitivo, em todos os mercados, não somente nos globais, mas também nos 
regionais e nos países emergentes. Nisso vemos a logística como grande destaque das 
próximas décadas. 
Devem-se desenvolver sistemas de informação necessários para entender, controlar e 
aperfeiçoar a cadeia logística com base no negócio real da empresa, a fim de aprimorar seu 
desempenho logístico e ajudá-la na busca de lucros adicionais. 
Através do gerenciamento otimizado do sistema logístico conseguiremos obter rapidez de 
resposta aos anseios do consumidor, fator decisivo e diferencial competitivo entre as 
empresas, além de obter incremento nos negócios sem aumento nos custos. 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
117
UNIDADE 27 
O novo ambiente da Cadeia de Suprimentos 
Objetivos: Apresentar uma visão do novo ambiente da cadeia de suprimentos. 
Ao desenvolvermos uma cadeia de suprimento e visualizarmos seu futuro, onde a demanda 
do consumidor por uma maior possibilidade de escolha, entre os membros desta cadeia, será 
um dos direcionamentos-chave nas mudanças que ocorrerão, além da competição entre as 
cadeias de suprimento entre si, e as organizações que dele participam. 
Também ciclos de vida de produtos menores e tecnologia cada vez mais avançadas e com o 
tempo de suas inovações cada vez mais curtos, com isso, a demanda será cada vez mais 
difícil de ser prevista, exercendo uma pressão para que a cadeia de suprimento lhes 
respondam com maior agilidade. 
O consumidor será ávido por novidades o que levará ao produtor lançar novos produtos com 
mais frequência, a fim de manter ou aumentar suas vendas. Haverá também a demanda pela 
entrega de bens e serviços por canais inovadores, além dos canais tradicionais. 
Como resultado da competição entre as empresas, teremos a combinação dos seguintes 
fatores: 
 Globalização das cadeias de suprimento – apesar da localização do serviço, produtos 
e distribuição permanecem importantes. 
 Convergência da informação de baixo custo e das comunicações de baixo custo – 
integrando as informações na cadeia de suprimento e fazendo a sua realização um 
desafio mais voltado para o gerenciamento do que para tecnologia. 
 Maior capacidade de ampliar a variedade de produtos e de reduzir seus ciclos de vida 
– sem a perda da competitividade em relação ao custo. 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
118
Fatores que estão mudando os meios de competição entre as empresas, como por exemplo, 
a Dell que desenvolveu um programa que não precisa de ativos e estoques físicos muito 
grandes. 
As mudanças no ambiente competitivo podem provocar algumas consequências, gerando 
uma nova modelagem na cadeia de suprimentos e novos canais de comercialização, que 
descreveremos abaixo: 
 A cadeia de suprimento existe para servir ao cliente final e não o contrário. 
 A produção do gerenciamento da cadeia de suprimento não é apenas um produto 
físico, e sim a combinação de tempo, espaço, forma e função da proposta de um 
produto ou serviço. 
 Deve-se incrementar o planejamento estratégico da alta administração na gestão da 
cadeia de suprimento, implementando e operacionalizando as metas futuras. 
 A organização passa a se envolver com as necessidades da cadeia de suprimentos e 
do ambiente de mercado. 
 Deve-se analisar o papel importante a ser desempenhado pelos clientes imediatos na 
cadeia de suprimento, causado pela comunicação, tradução e coordenação da 
demanda do cliente final. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
119
 
A figura acima mostra a comparação de uma cadeia tradicional de varejo com os novos 
canais de comercialização que estão se abrindo e que tendem não a substituir os atuais, mas 
fazer pressão sobre eles e sobre os relacionamentos na cadeia de suprimentos. 
 
Sobre estas pressões podemos destacar: 
 Pedidos de reabastecimento – que é a rapidez no processamento e entrega dos 
pedidos, diminuindo a taxa de venda das lojas, aumentando o prazo de entrega, 
liberando capital empregado, reduzindo espaço de armazenagem e o custo de 
administração dos depósitos de distribuição. 
 
Fabricante 
 
Intermediário 
Varejista 
Consumidor 
Loja Internet Celular TV Digital 
Atacadista 
Canal Atual 
Novo Atual 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
120
 Pedidos e suprimentos sete dias por semana, 24 horas por dia – as grandes redes de 
supermercados já possuem lojas que permanecem abertas 24 horas por dia, com as 
entregas dos centros de distribuição durante a noite. Neste caso, os centros de 
distribuição receberão pedidos e farão entregas ininterruptamente. 
 Cross-docking – neste caso veremos o conceito de armazenagem sem estoques, com 
pedidos, já direcionados ao comprador final, envolvendo vários produtos e sendo 
entregues pelo centro de distribuição. 
 Rastreamento de produtos – onde é importante a identificação e a informação de onde 
o produto está se locomovendo dentro da cadeia de suprimento. É importante saber 
onde o estoque se encontra em qualquer momento. 
 Melhor utilização de veículo e menor movimentação de veículo – A utilização de 
veículos de transporte deve ser otimizada, levando-se em consideração o tempo da 
viagem, seu custo com combustível e o que isso influencia na gestão da cadeia de 
suprimentos. 
 
As vantagens com as operações Just-in-time utilizadas por alguns varejistas com demandas 
mais frequentes e pedidos com menores quantidades podem acarretar um novo padrão de 
reposição de estoque. 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
121
UNIDADE 28 
O papel da internet na Cadeia de Suprimentos 
Objetivos: Discutir como a internet poderá vir a ser um fator- chave na reformulação da 
cadeia de suprimentos. 
A internet poderá vir a ser uma força poderosa na reformulação da cadeia de suprimentos. 
Nesta unidade, abordaremos as áreas em cujo papel a internet impactará, ou seja: o uso da 
internet pelas empresas, pelo sistema de planejamento que engloba toda a empresa, pelo 
planejamento de desenvolvimento de novos produtos e pela cadeia de suprimentos 
eletrônica. 
A internet possui vantagens fundamentais sobre o EDI no que se refere a compartilhamento 
de informações. A internet pode ser acessada por todos e transmite muito mais informações 
e, portanto mais visibilidade que o EDI, pois capacita os estágios da cadeia de suprimento a 
tomarem melhores decisões. A comunicação via Internet entre os estágios da cadeia de 
suprimento é também mais fácil porque a infraestrutura padrão (a World Wide Web) já existe. 
Por causa deste meio, o e-commerce tornou-se uma das principais forças na cadeia de 
suprimento. 
 
O uso da internet pelas empresas 
Com a realização, atualmente, de negócios eletrônicos, apareceram para as empresas, 
novas formas de trabalhare fazendo com que elas percebam e se integrem às mudanças 
que estão ocorrendo no mercado, com isso: 
 Obtêm maiores conhecimentos de seus clientes. 
 Aumentam a visibilidade da demanda em suas cadeias de suprimento. 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
122
A internet atrairá novos participantes a muitos mercados o que poderá resultar na 
reestruturação de setores inteiros da economia. A previsão é que o comércio do tipo B2B 
(business-to-business - comércio entre empresas que comercializam produtos e serviços 
pela internet) dobre a cada ano nos próximos cinco anos, passando dos 3,2 bilhões de 
dólares, e que o comércio do tipo B2C (business-to-consumer - comércio de empresas para 
consumidores que adquirem bens ou serviços para uso próprio ou domiciliar) cresça a razão 
aproximadamente quatro para um. 
O termo e-commerce geralmente é utilizado pela mídia com significado de empresas fazendo 
comércio com consumidores via internet, ou seja, negócios ao consumidor. O e-commerce 
gerou uma expectativa e várias organizações criaram seus sites na web para depois se 
perguntar: o que fazemos agora? ao perceberem que necessitavam de escritórios reais 
(back-office) e de suas cadeias de suprimentos para atender as novas necessidades dos 
clientes. 
O e-business é um termo utilizado para indicar o comércio de uma organização e seus 
clientes comerciais (negócios a negócios) por meios eletrônicos. Uma característica do B2B 
é a formação de comunidades comerciais e de mercados eletrônicos. 
A estrutura para o e-commerce foi criada a partir da inovação da tecnologia e da internet, 
oferecendo reduções do custo de aquisição de suprimentos. A figura abaixo demonstra como 
a cadeia de suprimentos eletrônica se relaciona entre si: 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
123
 
O sistema de planejamento que engloba toda a empresa 
Entre os sistemas desenvolvidos para automatizar a cadeia de suprimentos no 
processamento da informação, destacamos o Enterprise Resource Planning - ERP (também 
chamada de Planejamento de Recursos Empresariais) que são pacotes (softwares) de 
gestão ou de sistemas integrados, com recursos de automação e informatização, para 
contribuir no gerenciamento dos negócios empresariais. Ele utiliza o conceito de base de 
dados única, pois todos os seus módulos ou subsistemas estão em um único software. 
Os sistemas ERP têm como vantagem um maior controle dos negócios e custos produzidos, 
advindo do fluxo mais rápido de dados e da integração dos processos. Estes sistemas são 
focados na reunião das operações do back-office (tais como fabricação, contabilidade 
financeira e o gerenciamento de recursos humanos) em um só sistema. 
No futuro o ERP irá expandir sua capacidade e incorporar funcionalidades nas aplicações de 
front-office (automatização da força de vendas e o atendimento ao cliente). 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
124
O desafio nas próximas décadas não está na implementação de sistemas ERP com base em 
transações, mas sim em alcançar o verdadeiro planejamento empresarial baseado nas 
informações obtidas na cadeia de suprimentos. Assim será necessária a utilização de outros 
sistemas de planejamento e programação antecipada denominado APS (advanced planning 
and scheduling). 
O APS é um software que procura realizar o planejamento das necessidades de material em 
prazos extremamente curtos e ampliar o processo de planejamento até o nível de 
programação daquelas operações que sofrem congestionamento. 
Será sempre importante ter-se uma visão de toda a cadeia de suprimento na busca pela 
vantagem competitiva, e o desenvolvimento exponencial da tecnologia da internet, oferecerá 
às empresas um meio simples de integração. 
A internet oferece uma via de comunicação independente da plataforma que pode ser 
utilizada como modo de integração nas empresas a fim de facilitar o comércio eletrônico. 
Promovendo relacionamentos operacionais eficientes, vinculados e cooperativos entre 
fabricantes, fornecedores e distribuidores, e fornecendo uma resposta rápida, fácil e eficaz, 
em termos de custo a toda a cadeia de suprimento, tornando a necessidade de um vínculo 
eletrônico entre seus membros desnecessária. 
 
Planejamento e desenvolvimento de novos produtos 
O contínuo suprimento de mercadorias e serviços é apenas uma dentre as várias transações 
realizadas entre as organizações B2B. Cabe ao planejamento e ao desenvolvimento de 
produtos ser outra área introduzida pela tecnologia da informação e pela adoção dessas 
tecnologias na cadeia de suprimento. 
No inicio da década de 1990, tecnologias como CAD (computer-aided design) eram raras 
entre as pequenas empresas. Hoje, são poucas as empresas de fabricação que não o 
utilizam. A capacidade dos fornecedores de visualizar toda a cadeia de suprimentos e 
manipular projetos e a etapa de pré-protótipo não só evita erros dispendiosos como também 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
125
permite ao fornecedor contribuir com sua especialização a velocidade do processo geral de 
desenvolvimento de produtos. 
O desenvolvimento de produtos de forma colaborativa e simultânea tornou-se possível por 
causa da capacidade de trocar projetos digitalmente, na forma de arquivos anexos a e-mails. 
Esta maneira de trabalhar demonstra vantagem em termos de custo, qualidade e capacidade 
de resposta entre a cadeia de suprimentos. 
 
A cadeia de suprimentos eletrônica 
O gerenciamento da cadeia de suprimentos é de vital importância na busca da vantagem 
competitiva. Porém é importante que as organizações desenvolvam cadeias de suprimento 
capazes de suportar esta nova rota de comercialização, pois os consumidores que compram 
pela internet esperam um tipo diferente de atendimento em termos de custo, escolha e níveis 
de atendimento com valor agregado. 
A internet oferece ao consumidor acesso a múltiplos países e cria a necessidade da 
transparência dos preços. A utilização do comércio eletrônico encoraja, também, as 
empresas a repensarem nas suas atividades de marketing com a probabilidade de oferecer 
promoções de curto prazo e altamente sofisticadas com mercado direcionado, personalizado 
e individualizado. 
Os padrões abertos e estabelecidos pelo e-commerce através da internet fornecem às 
pequenas e grandes empresas oportunidades iguais. A base da competição por 
consumidores no mercado do varejo se concentra em agregar valor para o cliente, já que o 
preço é transparente. 
As transações comerciais B2B, foram amplamente utilizadas em um esforço para diminuir os 
custos por meio da aplicação do poder de negociação dos compradores. A tabela abaixo 
resume os prós e os contra das transações B2B. 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
126
 Prós Contras 
Transparência 
Possibilidade de identificar 
capacidade no mercado. 
Transparência diminuída pelo 
crescimento das transações. 
Vantagens 
financeiras 
Oportunidade de economia de 
custo nas transações por meio de 
leilões e identificação da natureza 
do mercado. 
Compra transacional, não exequível 
para todos os suprimentos. 
Interação com o 
fornecedor 
Conexão em tempo real entre 
suprimento e demanda. 
Não oferece suporte ao 
desenvolvimento de relacionamentos. 
Suporte a 
sistemas 
Baixo limite para aplicação, com 
base na web. 
Funcionalidades limitadas da 
integração da cadeia de suprimento 
oferecidas. 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
127
UNIDADE 29 
A importância logística na competitividade 
Objetivo: Avivar a importância da logística e suas atividades de planejamento e estratégia na 
competitividade. 
O crescimento da competitividade internacional do mundo globalizado exigiu uma tomada de 
posição dos Sistemas Agroindustriais Brasileiros (SAGs). Logo ficou clara a urgentenecessidade de ganhos em termos de eficiência, pois isso importava numa necessidade de 
sobrevivência. Dentre os diversos SAGs envolvidos com a busca desses ganhos de 
eficiência, logo se destacou o da laranja, que acabou por alcançar a liderança mundial em 
custos, quer na atividade produtiva e industrial, quer no sistema de logística de distribuição 
de suco de laranja concentrado congelado (SLCC). 
Por outro lado, há relatos de entraves causados pela atual estrutura do sistema de transporte 
brasileiro à logística de transporte utilizada no referido SLCC. Isso serviu de embasamento 
para a busca de uma evolução do tradicional transporte realizado em tambores para outra 
forma, tida como revolucionária, e denominada de sistema a granel. Antes, estudos e 
pesquisas analisaram as respectivas vantagens e desvantagens de cada um dos formatos. O 
tradicional e o novo. 
Analisa-se também, a importância estratégica da propriedade do sistema de transporte a 
granel, onde se verifica um domínio dos portadores desta nova tecnologia, revelando-se 
como um dos pontos nevrálgicos do sistema agroindustrial. 
A premência de mudanças com vistas à inclusão no mercado altamente competitivo 
internacional pelos SAGs brasileiros teve resposta nessa atividade dinâmica e importante 
que é a logística. Como nos relatam alguns estudiosos do assunto a seguir enunciados. 
Para definir a importância da logística, Ballou (2001) salienta que ela é responsável por 
oferecer mercadorias ou serviços esperados pelos clientes, nos locais apropriados em 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
128
relação às suas necessidades, nos prazos acertados ou esperados e nas melhores 
condições físicas possíveis, a fim de atender as necessidades dos clientes, proporcionando o 
máximo de retorno financeiro para a empresa. Novaes (2001) reforça essa ideia afirmando 
que a logística busca, de um lado, otimizar as atividades da empresa de forma a gerar 
retorno através de uma melhoria no nível de serviço a ser oferecido ao cliente e, de outro 
lado, prover a empresa de condições para competir no mercado, como por exemplo, através 
da redução dos custos. 
O mercado sofre mudanças rápidas e, muitas vezes, as empresas não estão preparadas 
para absorver estas mudanças dificultando sua adaptação ao novo ambiente de negócios. 
Portanto, desenvolver um bom processo de planejamento, é de importância extrema para a 
empresa, pois um planejamento logístico, orientado para atender as necessidades impostas 
pelo mercado, faz com que se mantenha o controle da empresa. Esse controle advém do 
equilíbrio dos recursos financeiros disponíveis e da oferta de serviços especializados, de 
forma que se agregue valor aos mesmos e, também, oportunizando um diferencial 
competitivo perante a concorrência sem afetar a rentabilidade da empresa. 
Heikkilä (2002) afirma que o desenvolvimento de um sistema de serviços que atenda as 
necessidades dos clientes se torna mais fácil no momento que se tenha um planejamento 
logístico estruturado. Pois, na medida em que se opera diante das incertezas proporcionadas 
pelas expectativas dos clientes, a empresa, que já tem um planejamento logístico 
estruturado, terá maior facilidade em mensurar o nível de serviço que será oferecido ao 
cliente, principalmente em relação ao máximo que poderá ser oferecido sem comprometer 
sua rentabilidade. 
O planejamento logístico ampara-se no planejamento estratégico da empresa. Sendo assim, 
ambos devem ser coerentes de forma que os objetivos estipulados sejam atingidos. 
Estrategistas, altamente conhecedores do assunto, devem assessorar o desenvolvimento do 
mesmo, sob pena de se ter reveses durante todo o processo. É importante salientar que o 
processo, para ter êxito, precisa necessariamente ter o consentimento de toda a direção da 
empresa e de seus acionistas, de forma que sejam estabelecidos os limites máximos de 
mudanças aceitos para o posicionamento da empresa no mercado. 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
129
Segundo Emilio (2001), várias empresas de transporte como, por exemplo, a Rapidão 
Cometa, que é classificada pelo jornal Gazeta Mercantil como a maior transportadora do país 
em volume de cargas e a segunda maior em faturamento, com sede em Recife, estão 
redefinindo suas estratégias, montando planejamentos logísticos visando nichos específicos 
de mercado. Estes nichos, muitas vezes, apresentam volumes menores de produtos 
movimentados, mas justificam-se pela maior rentabilidade que oferecem. Nesse caso, o 
nível de serviço tende a ser elevado com custos mais expressivos. 
No processo de elaboração de um planejamento logístico deve-se ficar claro que nem tudo 
que foi planejado funcionará perfeitamente o tempo todo. Wright et al (2000) afirmam que, 
quando implementada a estratégia, no desenvolver das atividades, serão necessárias 
modificações à medida que as condições ambientais ou organizacionais sofrerem alterações, 
sendo que estas alterações são, muitas vezes, difíceis de serem previstas. 
Neste contexto, existe a possibilidade de que alguns fatores internos (quebra de veículos, 
incêndios em centros de distribuição, etc.) e fatores externos (interrupção de estradas, 
greves, etc.), dificultem o desenvolvimento do nível de serviço previamente programado com 
o cliente. 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
130
Triângulo da tomada de decisões logísticas. 
 
Assim, os gestores das empresas devem elaborar planejamentos logísticos flexíveis de 
forma que possam ser ajustados aos elementos críticos logísticos, estabelecendo ações 
apropriadas que devem ser utilizadas caso algum evento inesperado venha ocorrer. 
Desta forma, pode-se evitar um processo desgastante junto aos clientes por não terem sido 
cumpridas as ações programadas o que, em muitos casos, podem provocar quebras de 
contratos e perdas de clientes de alta rentabilidade. 
 
 
 
Estratégia de transporte 
 Modais de Transporte 
 Roteirização/programação 
do transportador 
 Tamanho/consolidação do 
embarque 
Estratégia de localização 
 
 Número, tamanho e localização das 
instalações 
 Designação de pontos de estocagem 
para pontos de fornecimento 
 Designação de demanda para pontos 
de estocagem ou pontos de 
fornecimentos 
 Armazenagem pública/privada 
Estratégia de estoques 
 Níveis de estoque 
 Disposição de estoque 
 Métodos de estoque Objetivos 
de serviços 
ao cliente 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
131
Para Fixação 
A utilização de ferramentas de gestão, como o planejamento logístico, tem por objetivo 
proporcionar às empresas um suporte para enfrentar o mercado competitivo atual, com 
rápidas mudanças e exigências fortes e diferenciadas por parte de cada cliente ou grupos 
destes. Por ser uma ferramenta que tem por objetivo proporcionar melhorias no processo de 
determinação do nível de serviço, exige que alguns fatores sejam considerados no seu 
desenvolvimento de forma que se obtenha êxito no processo como um todo. 
O trabalho de desenvolvimento de um planejamento logístico pode se tornar mais fácil na 
medida em que a empresa possa dispor de uma equipe de profissionais altamente 
capacitados com visão realista do mercado e com a preocupação de encontrar a melhor 
posição na qual a empresa possa competir. Outro ponto bastante importante é o 
envolvimento de todo corpo dirigente da empresa com o objetivo de se ter um forte apoio de 
todos nas tomadas de decisão. O planejamento logístico deve ser altamente flexível para 
reagir com rapidez às mudanças competitivas do mercado. 
Por todos os aspectos discutidos neste estudo, pode-se concluir que as empresas devem 
dispor de um conhecimento avançado de toda sua rede de clientes para melhor mensurar 
suas necessidades, habilitando-as a fornecer um nível de serviço adequado, bem como, 
proveruma análise profunda em torno da relação do nível de serviço oferecido e seu retorno, 
pois se sabe que é necessário dotar o negócio de uma rentabilidade razoavelmente 
compensadora, a fim de atender aos desejos dos acionistas. 
É recomendável desenvolver trabalhos de projeção em torno de possíveis nichos de 
mercado que possam futuramente ser explorados, pois com a existência do risco de falta de 
demanda por parte dos clientes atuais, torna-se mais fácil atuar em nichos de mercado 
previamente observados e estudados. 
A concepção estratégica de um sistema logístico de alto desempenho deve ter como objetivo 
principal o serviço total ao cliente em termos de disponibilidade de serviços, com qualidade 
especificada e custos competitivos. A concepção de um sistema logístico deve ser iniciada 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
132
pela realização de um planejamento logístico, analisando o ambiente competitivo no qual a 
empresa está inserida. 
Vale lembrar que, o mercado logístico está em plena expansão no Brasil e que muitas 
empresas líderes mundiais estão instalando suas bases em território brasileiro. Estas 
empresas oferecem serviços diferenciados, atacando diretamente clientes altamente 
potenciais. E isso, por sua vez, acaba por elevar consideravelmente o grau de exigência dos 
mesmos. Neste contexto, somente as empresas bem planejadas e com solidez de suas 
estratégias poderão disputar com igualdade de condições a difícil batalha de conquista e 
fidelização dos clientes. 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
133
UNIDADE 30 
Conclusão 
Objetivo: Concluir o módulo através de uma reflexão sobre gestão da cadeia de suprimentos. 
Começamos este módulo definindo logística, seu aparecimento e desenvolvimento inicial 
voltado para facilitar, através do planejamento, a movimentação e provisão de tropas em 
função das guerras. Verificamos ainda que uma evolução fosse acontecendo, até que o 
mundo se deparasse com a lógica de sua consequente utilização no comercio em geral. 
Uma evolução que chega aos dias de hoje, ampliada para todos os mercados do planeta e 
que não pára de se realimentar através dos recursos possibilitados pela melhoria constante 
das novas tecnologias. 
Depois apresentamos o relato de seu recente início e desenvolvimento no Brasil, seu 
relacionamento com o Marketing, o surgimento de novas técnicas e como se deve planejar a 
forma de utilização de cada um dos vários tipos de logística existentes. Comparamos a 
logística anterior e a logística após sua convergência aos novos conhecimentos 
disponibilizados pelo advento do Marketing. 
Para maior esclarecimento sobre o assunto, buscamos ilustrar essa interação logística e 
marketing, através do uso de recursos fotográficos e breves relatos factuais desde tal 
encontro. 
Partimos então para a conceituação do aprimoramento da logística que é a gestão da cadeia 
de suprimentos, onde todos os agentes participantes da logística estão envolvidos. 
Definir, conceituar e aplicar o gerenciamento da cadeia de suprimentos é um dos objetivos 
que definimos como primordial para o seu conhecimento profissional, e através de casos, 
contamos como as empresas utilizam as ferramentas do gerenciamento da cadeia de 
suprimentos. 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
134
As tecnologias utilizadas, os softwares e os tipos de planejamento também estão 
contemplados neste módulo. 
Assim é que, como numa viagem modular, conhecemos, por meio dos vários tipos de canais 
de distribuição logística, transportes e armazenagem, itens aqui comentados e 
exemplificados, o potencial a ser colocado em uso pelas empresas e por seus profissionais 
compromissados com a competitividade qualificada e com a busca da excelência. 
Por fim chegamos à globalização da economia e aos dias atuais onde a internet passa a 
interferir no modus operandi das empresas, com sua nova formulação na operacionalidade 
logística, ou seja, através do comércio eletrônico. 
A globalização das cadeias de suprimentos, a convergência da computação e das 
comunicações de baixo custo, aliadas à maior capacidade de ampliar a variedade de 
produtos e reduzir seus ciclos de vida modificará a paisagem competitiva da logística. 
A nova paisagem competitiva será guiada por sete princípios, ou seja: 
 A cadeia de suprimento existirá para servir ao cliente e não o contrário. 
 O resultado do gerenciamento da cadeia de suprimento será uma combinação de 
tempo, espaço, forma, e função da proposta de um produto/atendimento. 
 O gerenciamento logístico deverá ir além da visão estratégica estabelecida. 
 A cadeia de suprimentos não poderá mais ser vista linearmente, terá que ser 
globalizada. 
 Os clientes imediatos da cadeia de suprimento possuem um papel essencial na 
comunicação, tradução e coordenação da demanda para o cliente final. 
 As prioridades da cadeia de suprimentos estarão em mudança constante, levando a 
uma necessidade contínua de respostas coordenadas e baseadas no tempo. 
 Não existirá uma solução universal para os desafios e oportunidades na cadeia de 
suprimentos. 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
135
Com esta visão de futuro, constatamos a urgência de adaptação às novidades pelas cadeias 
de suprimento para o varejo, as quais deverão estar aptas a prover, durante 24 horas por dia, 
os pedidos de reabastecimento, associados à movimentação e rastreamento eficientes, 
como aqui foram tratados e deverão ser observados no seu dia-a-dia profissional. 
Concluindo, vislumbramos que uma cadeia de suprimento ágil e focada no cliente é o que o 
mercado nos apresenta hodiernamente, tendo a internet como força poderosa na sua 
reformulação. O gerenciamento da cadeia de suprimento eletrônica sincronizará as cadeias 
de suprimento, apesar de o B2C vincular os consumidores a ela. 
 
Muito obrigada! 
 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
136
GLOSSÁRIO 
Kanban - Técnica japonesa com cartões, que proporciona uma redução de estoque, 
otimização do fluxo de produção, redução das perdas e aumento da flexibilidade. 
Just in Time - Método de administração da produção para produzir no momento da entrega, 
produzir semiacabados no instante da sua necessidade e receber matérias primas no 
instante de sua utilização. 
Pálete - Estrado padronizado para acomodar cargas para a formação de unidades de 
movimentação, com a finalidade de possibilitar deslocamentos mecanizados, seguros e 
econômicos. 
Operador Logístico - Empresa especializada em movimentar, armazenar, transportar, 
processar pedidos, e controlar estoques, entre outras coisas. Fornece seus serviços com 
profissionais treinados, podendo ser realizado em suas dependências ou nas do cliente. 
ERP - Enterprise Resource Planning ou Planejamento dos Recursos do Negócio. 
ECR - Efficient Consumer Response ou Resposta Eficiente ao Mercado. 
EDI - Electronic Data Interchange ou Troca Contínua de Informações. Troca contínua de 
informações, através da rede de informação, entre fornecedores e clientes para obter 
vantagens: eliminação de pedidos escritos, transação em tempo real, faturamento 
automático, eliminação de documentos e sistema de planejamento/programação integrado e 
comum. 
FOB - Denominação da cláusula de contrato, segundo a qual o frete não está incluído no 
custo da mercadoria. Existem algumas variações de FOB , que pode ser FOB Fábrica, 
quando o material tem que ser retirado e FOB Cidade, quando o fornecedor coloca o material 
em uma transportadora escolhida pelo cliente. 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
137
Categorias - Processo de parceria entre varejista e fornecedor que consiste em definir 
categorias de produtos conforme a necessidade que atendam (ex: matinais, beleza, limpeza) 
e gerenciá-las como se fossemunidades estratégicas de negócios. Têm como objetivo 
aumentar as vendas e a lucratividade por meio de esforços para agregar maior valor ao 
consumidor final. 
Matrizarias - Setores responsáveis pela produção de matrizes para processos de forja, 
estamparia, ou outro que requeira “moldes”. 
Gravity Flow Rack - Equipamento para ser utilizado tanto na separação de caixas, quanto 
no de unidades. O seu funcionamento é similar ao refrigerador de latas de refrigerantes de 
uma loja de conveniência. As caixas podem ser supridas pela parte traseira do equipamento 
e coletadas pela sua parte dianteira, sendo que a retirada da primeira caixa faz com que as 
demais escorreguem para frente. Devido ao seu baixo custo e à sua grande funcionalidade o 
flow-rack se tornou um equipamento bastante difundido, podendo ser utilizado com ou sem 
equipamentos de movimentação acoplados, como também em conjunto com sofisticados 
sistemas de picking. 
Push Back - Sistema de estocagem de paletes perfeito para até quatro paletes na 
profundidade, o Push Back funciona como variante do Sistema Dinâmico, usando-se os 
mesmos componentes, mas com o Princípio LIFO - Last in First out (Último que entra - 
Primeiro que sai) e apenas um corredor para colocação e retirada do palete. O palete 
colocado no trilho é empurrado pelo pálete seguinte aclive acima, e assim até o último pálete. 
Na retirada deste último pálete todos os demais, por gravidade, descem uma posição. 
AGVS - Rede de movimentação que automaticamente orienta um ou mais robôs de 
transporte e os posiciona em determinadas destinações sem a intervenção de qualquer 
operador. 
Picking - Processo de retirar produtos dos estoques, para consolidar carga para um 
determinado cliente. 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
138
FIFO - Sistema de controle de estoques em que o material que entra primeiro deve ser 
utilizado primeiro. 
Cross Docking - Sistema em que os bens entram e saem de um centro de distribuição (CD) 
sem ali serem armazenados. Permite aumentar o giro dos estoques. Ato de separar cargas 
recebidas em lotes menores para serem despachados sem armazenamento local 
DRP - Distribution Resource Planning ou Planejamento dos Recursos de Distribuição 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
139
BIBLIOGRAFIA 
NATURA. A Empresa. São Paulo, Disponível em <http://www2.natura.net/Web/Br/Inst> 
Acesso em Julho/2005. 
ABRIL - Os primeiros 50 anos. Edição on-line comemorativa dos 50 anos. São Paulo, 
Disponível em <http://www.abril.com.br/institucional/50anos> Acesso em Julho de 2005. 
BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: planejamento, organização e 
logística empresarial. 4ª ed. Porto Alegre: Bookmann, 2001. 
BASTOS, Karina. Logística Internacional. Ceará, Disponível em < http://www.fic.br> Acesso 
em Julho/2005. 
BOWERSOX, Donald J., CLOSS, David J. Logístical Management: the integrated supply 
chain process. 3ª Ed. New York, McGraw-Hill. 1986. 
ECR BRASIL, Saiba tudo sobre ECR. São Paulo, Disponível em 
<http://www.ecrbrasil.com.br> Acesso em Julho/2005. 
DINAP. Conheça a DINAP. São Paulo, Disponível em <http://www.dinap.com.br/dinap> 
Acesso em: Julho/2005. 
CARAMURU Grupo, Uma Empresa 100% Brasileira. Goiás, Disponível em 
<http://www.caramuru.com> Acesso em: Julho/2005. 
CORRÊA, Henrique L., Planejamento, programação e controle da produção: MRP II/ERP: 
conceitos, usos e implantação. São Paulo, 4ª Edição. Ed. Atlas, 2001. 
EMILIO, P. Gazeta Mercantil, São Paulo, p. C-2, 23 agosto, 2001. 
FLEURY, P. F., WANKE, P., FIGUEIREDO, K. F. Logística Empresarial: A Perspectiva 
Brasileira. São Paulo, Coleção COPPEAD de Administração. Atlas, 2000. 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
140
HEIKKILÄ, Jussi. From supply to demand chain management: efficiency and customer 
satisfaction. Journal of Operations Management. V. 20, pp. 747-767, 2002. 
LAMBERT, Douglas. M., STOCK. James R. Strategic. Logistics Management. 3ª Ed. U.S.A, 
Irwin/McGraw-Hill. 1992. 
LOVEJOY, Jim. An Introduction to the DAMA Project. U.S.A. Disponível em 
<http://www.dama.tc2.com> Acesso em Julho/2005. 
MAGEE, John F. Logística Industrial: Análise e Administração dos Sistemas de Suprimento e 
Distribuição. São Paulo, Pioneira. 1977. 
MUNDO ESTRANHO. Quem Somos: a arte de fazer revista. São Paulo, Disponível em 
<http://mundoestranho.abril.com.br/ aberta/quemsomos/index.shtml> Acesso em Julho/2005. 
NOVAES, Antônio G. Sistemas Logísticos: transporte, armazenagem e distribuição física de 
produtos. São Paulo, Edgar Blücher Ltda, 1989. 
__________________ Logística e Gerenciamento da Cadeia de Distribuição: estratégia, 
operação e avaliação. Rio de Janeiro, Campus, 2001. 
O BOTICÁRIO. Perfil da Empresa Questões e Respostas. São Paulo, Disponível em 
<http://internet.boticario.com.br/ portal/site/institucional> Acesso em Julho/2005. 
REVISTA EXAME, Ligação Direta. São Paulo, Abril, 1999, p.136. 
REVISTA TECNOLOGÍSTICA. Dossiê Ferrovias. De volta aos trilhos. São Paulo, Disponível 
em < http://www.tecnologistica. com.br> Acesso em Julho/2005. 
SUPERMERCADO SÃO SEBASTIÃO. Histórico. Rio de Janeiro, Disponível em 
<http://www.supermercadosaosebastiao.com. br> Acesso em Julho/2005. 
____________ Em Destaque. Rio de Janeiro, Disponível em 
<http://www.supermercadosaosebastiao.com. br> Acesso em Julho/2005. 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
141
TIGERLOG CONSULTORIA. História da Logística. São Paulo, Disponível em 
<http://www.tigerlog.com.br/Logística>. Acesso em Julho/2005. 
___________ O que é Logística. São Paulo, Disponível em 
<http://www.tigerlog.com.br/logística/definicao.asp>. Acesso em Julho/2005. 
WRIGHT, Peter; KROLL, Mark J.; PARNELL, John. Administração estratégica: conceitos. 
São Paulo: Atlas, 2000.