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Faça um resumo sobre o cisto odontogenico do dúctil nasopalatino?

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carin isabel andreis

O cisto do ducto nasopalatino é um cisto não-odontogênico, que acomete cerca de 1% da população. Representa aproximadamente 10% de todos os cistos dos ossos gnáticos.

Desenvolve-se em qualquer faixa etária, porém pacientes entre 40 e 60 anos de vida são os mais comumente acometidos, sendo sobretudo homens (relação de 3:1). Raramente observado durante a primeira década de vida.

Patogênese: acredita-se que o cisto do ducto nasopalatino origina-se de remanescentes do ducto nasopalatino, uma estrutura embrionária que liga a cavidade nasal à cavidade oral, na região do canal incisivo. Na sétima de cada de vida IU, o palato em desenvolvimento consiste no palato primário (formado pela fusão dos processos nasais medianos). Atrás do palato primário, o crescimento descendente do septo nasal produz duas comunicações entre a cavidade nasal e a cavidade oral, as chamadas coanas nasais primitivas. A formação do palato secundário começa por volta da oitava semana de vida IU, com crescimento descendente das partes medias dos processos maxilares (processos palatinos), localizando-se de cada lado da língua. Conforme a mandíbula se desenvolve e a língua desce, os processos palatinos crescem horizontalmente, fusionando-se com o septo nasal na linha média e com o palato primário ao longo da sua superfície anterior.

Dois trajetos persistem na linha media entre o palato primário e o palato secundário, são os chamados canais incisivos. Os canais incisivos começam no assoalho da cavidade nasal, em cada lado do septo nasal, dirigindo-se para baixo e para frente, saindo no osso palatino através de um forame comum na região da papila incisiva.

Dentro dos canais incisivos encontram-se estruturas epiteliais que também se formam por essa fusão e são chamados de ductos nasopalatinos.

Além dos ductos nasopalatinos, os canais incisivos contem terminações nervosas, artérias, arteria palatina descendente, arteria esfenopalatina...

Normalmente, os ductos nasopalatinos regridem nos humanos, mas podem deixar remanescentes epiteliais nos canais incisivos.

Embora a patogênese dessa lesão ainda seja desconhecida, provavelmente ela representa uma degeneração cística espontânea desses remanescentes do ducto nasopalatino.

Esses remanescentes podem permanecer tanto ao longo dos canais incisivos (a nível intraósseo) quanto na abertura desse canal na região da papila incisiva (a nível extraosseo). Devido a isso, os cistos do ducto nasopalatino podem ser classificados em:

- Cistos do canal incisivo

Clinicamente, em lesões maiores observa-se tumefacao flutuante na região anterior do palato, presença de drenagem e dor. Por vezes, os pacientes relatam historia longa dos sintomas, provavelmente devido a sua natureza intermitente.

Contudo, muitas lesões são assintomáticas, sendo identificadas somente por radiografia de rotina.

Raramente um cisto grande possa produzir expansão completamente flutuante envolvendo região anterior do palato e da mucosa alveolar.

Radiograficamente, geralmente observa-se lesão radiolucida, bem circunscrita próximo ou na linha media da região anterior da maxila, entre os ápices dos incisivos centrais, estando esses dentes vitais. Reabsorção radicular raramente observada. Lesão arredondada ou oval com margem esclerótica muito bem definida. Alguns cistos podem ter um formato de pera invertida, possivelmente devido à resistência das raízes dos dentes adjacentes. Outros casos podem exibir um formato clássico de coração como resultado da sobreposição da espinha nasal ou pelo chanframento causado pelo septo nasal.

O diâmetro radiográfico do cisto do ducto nasopalatino pode variar de lesões pequenas (menores de 6mm) a lesões grandes destrutivas (mais de 6cm). Entretanto a maioria tem de 1 a 2cm.

Pode ser difícil distinguir um cisto do ducto nasopalatino do canal incisivo pequeno de um forame incisivo grande. Geralmente considera-se que 6mm é o tamanho máximo para um forame incisivo normal.

 - Cistos da papila incisiva

Quando o cisto do ducto nasopalatino desenvolve-se nos tecidos moles da papila incisiva, sem envolvimento ósseo.

Usualmente exibem coloração azulada devido ao conteúdo liquido na luz do cisto.

 Microscopicamente, o revestimento epitelial do cisto do ducto nasopalatino é variável e consiste em 3 tipos de epitélio: epitélio escamoso estratificado (mais comum, corresponde a ¾ de todos os cistos), epitélio colunar pseudoestratificado (1/3 dos casos) e epitélio cubico simples ou colunar. Frequentemente, mais de um tipo de epitélio é encontrado no mesmo cisto.

O tipo de epitélio pode estar relacionado com a posição vertical do cisto dentro do canal incisivo. Se ele está mais superior ao canal, prximo a cavidade nasal, tende a ser um epitélio colunar pseudoestraificado (do tipo respiratório).

O componente da capsula do cisto auxilia muito no diagnostico. Como o cisto se desenvolve dentro do canal incisivo, nervos de tamanho moderado, artérias musculares pequenas e veias são frequentemente encontradas nas paredes dos cistos. Pequenas glândulas mucosas tem sido observadas em 1/3 dos casos. As vzes, podem ser encontradas pequenas ilhas de cartilagem hialina. Frequentemente nota-se resposta inflamatória linfoplasmocitaria, que pode variar de suave a intensa.

Tratamento de escolha é a enucleação cirúrgica, porem em lesões extensas são realizadas descompressão previa. Raras recorrências. Excelente prognóstico.


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