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A utilização de chupa cabra que apenas retém o cartão e que necessita de contato com a vítima para que ela passe a senha configura que crime?

Penal. Chupa cabra. Furto mediante fraude ou estelionato.

💡 2 Respostas

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gino sérvio malta lôbo

Bem, como ninguém ousou responder, faço eu mesmo. Essa foi uma situação com a qual me deparei na prática e em que tive de verificar se os fatos se adequavam a figura do furto qualificado mediante fraude ou do estelionato. Em data X, de 2021, dois indivíduos foram presos em flagrante depois de a Polícia receber uma notícia de que eles teriam instalado um chupa cabra em uma agência da CEF. Um foi preso no interior da agência, onde se oferecia, como suposto empregado da CEF, para ajudar os clientes que estavam com os cartões bloqueados, passando para estes um cartão com um número de telefone para que se ligasse e falasse com um suporte de atendimento ao vliente. Na ocasião da prisão dele foi encontrado em seu poder vários cartões desses citados, com indicação do telefone de uma central de atendimento ao cliente da CEF, e cartões de créditos ou bancários quebrados que eram utilizados para inutilizar outros caixas eletrônicos e fazer com que os clientes fossem todos para o caixa em que o chupa cabra estava instalado. Na oportunidade também, percebeu-se que o agente tentou-de desfazer do equipamento chupa cabra, jogando-o na lixeira. O outro indivíduo foi detido do lado de fora da agência, nas proximidades, com um telefone, vários cartôes bancários/de crédito quebrados e cartões de papel com o número da suposta central de atendimento. A mecânica da fraude era seguinte: com a utilização dos cartões quebrados, os agentes inutilizavam vários caixas eletrônicos, fazendo com que os clientes tivessem de se utilizar do caixa em que o chupa cabra estava instalado. O equipamento não copiava os dados do cliente, como senhas, mas apenas prendia o seu cartão. Nesse momento, o agente que se encontrava dentro da agência se apresentava como empregado da CEF e entregava um cartão ao cliente com um suposto número de uma central de atendimento. O cliente então ligava para central e falava com o comparsa do agente que estava na Agência da CEF. Em contato telefônico com tal agente, o cliente, a pedido, acabava passando seus dados, como senhas. O passo seguinte seria retirar o cartão e passar a usá-lo com a maior brevidade possível, antes que fosse bloqueado. Pois bem, no caso concreto houve contato entre o lesado e o agente e este o enganou, fazendo com que entregasse seus dados. É situação diversa dos equipamentos que já capturam os dados, caso em que não há qualquer necessidade de iludir o cliente para retirar os valores. Penso que a situação configura crime de estelionato qualificado.
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