Qual a importância do método lúdico para a aprendizagem de crianças portadoras do espectro autista?

Talvez seja útil para responder a essa questão...

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Olhando Mais de Perto o Brincar Funcional em Crianças com Autismo

Taking a Closer Look at Functional Play in Children with Autism Journal of Autism and Developmental Disorders, Vol. 31, No. 1, 2001 Emma Williams Vasudevi Redd Alan Costall Resumido por Rebeca Costa e Silva Primeiramente, os autores conceituam o que é o brincar, e depois diferenciam o brincar simbólico e o brincar funcional. Descrevem um conceito de Piaget em que símbolos surgem através de uma progressiva diferenciação entre significante (o verdadeiro objeto ou ação sendo utilizada pela criança) e o significado (o objeto ou a ação sendo representada) por intermédio de inúmeros comportamentos transicionais? (...) e mais adiante um conceito de Vygotsky em que o desenvolvimento do brincar envolve uma separação gradual de significado e objeto/significado e ação, e que esta distinção é resultado de um processo progressivo, lento e difícil?. Três correntes principais no desenvolvimento de faz-de-conta foram identificados: −Descontextualização (que permite que o brincar de faz-de-conta ocorra com cada vez menos suporte ambiental); −Descentração (onde ações simbólicas são desprendidas do corpo da criança, possibilitando o uso de bonecos e outras pessoas para expressar ações de faz-de-conta e possibilitando a adoção de ações dos outros); −Integração (que leva à brincadeira sequencialmente, e, mais tarde, à hierarquicamente organizada) Os autores diferenciam o brincar simbólico do brincar funcional através das palavras de Leslie, da seguinte forma: −Brincar Simbólico- manifesta-se de três formas (substituição do objeto, atribuição de propriedades falsas, e atribuição de presença a objetos imaginários). −Brincar Funcional- é definido como uso apropriado de um objeto, ou a associação convencional de dois ou mais objetos, como utilizar uma colher para alimentar uma boneca, ou colocar uma xícara de chá num pires. Os autores querem dizer, de forma simplificada, que o brincar funcional não implica, necessariamente, em faz-de-conta. Estudos anteriores demonstraram que mesmo sendo observados comprometimentos em atos simbólicos de um grupo de crianças com autismo em relação a um grupo de crianças com idade mental não-verbal e compreensão verbal equivalentes, não foram encontradas diferenças nos atos funcionais. Evidências de pesquisas indicam que crianças com autismo podem ter comprometimentos no brincar funcional, além de seus comprometimentos no brincar simbólico. No entanto, como resultado de uma tendência de estudos prévios em agrupar o brincar simbólico em uma única categoria, a natureza precisa e a extensão de tal comprometimento permanece obscura. O presente estudo fez uma análise mais refinada de tal brincar, fazendo subcategorias de atos funcionais em diversas categorias, termos de progresso no desenvolvimento sugeridos por pesquisa com crianças típicas: −Brincar Funcional Simples - Associação Funcional (a criança combina dois objetos que têm uma função que os relaciona,por exemplo, colocar a tampa no bule); - Uso Funcional de um Único Objeto (a criança age com um objeto de uma maneira que reflete seu uso convencional, por exemplo escovar o próprio cabelo com uma escova de brinquedo). −Brincar Funcional Elaborado - Uso Funcional de Vários Objetos (a criança usa de forma apropriada dois ou mais objetos juntos acompanhados de um gesto claro de suporte, por exemplo, mexer uma colher numa panela); - Ato Funcional Sustentado por Vocalização/Gesto Apropriado (a criança age com um objeto de uma maneira que reflete seu uso convencional acompanhado de uma vocalização ou gesto exagerado apropriado, por exemplo, colocar um telefone de brinquedo no ouvido e vocalizar, ou jogar a cabeça para trás enquanto bebe de um copo num ato exagerado de beber); - Atos Funcionais direcionados a uma boneca (a criança age fazendo uso da boneca, por exemplo, escovar o cabelo da boneca com uma escova de brinquedo). O brincar funcional de crianças com autismo foi comparado ao de crianças com Síndrome de Down (em desenvolvimento equivalente) e crianças típicas. Mesmo que não tenha havido diferenças dos grupos em medidas de modo geral em proporção com o tempo total de brincadeira funcional e no número de atos funcionais desempenhados, uma análise mais profunda da composição dessa brincadeira revelou diferenças qualitativas notáveis. O brincar funcional do grupo com autismo foi menos elaborado, menos variado e menos integrado do que os dos seus controles. Essas implicações nessas observações são exploradas em relação aos modelos teóricos de autismo atuais e em relação aos papéis de outras pessoas mediando o uso apropriado dos objetos. Mais adiante, Leslie propõe que o brincar simbólico é fundamentado por um sistema representacional mais complexo do que o que está subjacente à produção do brincar funcional.

Cleide dos Santos Goldner

O jogo simbolico caracteriza-se pela representação da realidade, por uma tendência imitativa e imaginativa. Aplica-se á imaginação, devido ao fato de ser situações as quais são imposiveis de serem realizadas sozinhas, devido a sua faixa eterias para Vigotsky uma das atividades da infância é a brincadeira, relacionando com a sua teoria, a brincadeira cria uma zona de desenvolvimento proximal da criança. Pois permite á criança a interiorização de ações que utrapassam sua idade, mas permitindo uma aquisição de sua realidade circundante de maneira criativa.

Atraves do jogo simbólico a criança passa a adquirir a capacidade de representar suas ações por meio de sua capacidade de pensar. Pode-se tomar por exemplo, os bonecos/bonecasque as crianças tomam, como pai/mãe, filho/filha, as caixas de papelões que tomam com carros entre outras coisas, que simbolizam coisas da realidade.

Através da utilização dos jogos simbólicos, as crianças exprimem seus desejos por meio do real. E é uma maneira também de facilitar a compreesão acerca da realidade, já que ainda são  incapazes  de entender respostas realistas. Uma função dessas inumeras fantasias elaboradas pelas crianças, é a de equilibrá-la emocionalmente, oportunizando dessa forma uma melhor elaboração e diminuição de suas angustias e ansiedades, ajindo também, como método de autodefesa e auto afirmação.

É importante que a aprendizagem seja iniciada pela familia e como foi dita, deriva-se de várias esferas, dentre elas, social, cognitivo, biológico e efetivo. Assim a familia sendo a primeira organizaçãosocial a qual a criança participa, exerceum fator importante na elaboração dos principios e valores que vão acompanha-los pela sua trajetória de vida.

A atividade lúdica fornece uma evolução das funções das abilidades psiquicas, da personalidade e da educação. Por meios dos jogos e brincadeiras a criança aprendea controlar os seus impulsos, a esperar, respeitar regras,aumenta a sua autoestima e independência, servindo também, para avaliar tensões e diminuir frustrações, pois através  do brincar a criança produz situações vivida no seu abitual reelaborando através dos faz de conta.

Vygotsky apude Nunes (2009).