Estudando a doutrina do Rogério Grecco, observamos que o autor dedica um trecho do livro para tratar sobre a questão da Antinomia, que conforme prelecionado por Bobbio, propõe a utilização dos seguintes critérios: a) critério cronológico, b) critério hierárquico e c) critério da especialidade.
Posteriormente, no mesmo livro, Grecco fala sobre a questão do "Conflito Aparente de Normas Penais" e explica sobre seguintes critérios ou princípios: a) princípio da especialidade, b) princípio da subsidiariedade, c) princípio da consunção e d) princípio da alternatividade.
A pergunta é: A antinomia e o "Conflito Aparente de Normas Penais" não seriam complementares, ou seja, ambos não tratam sobre a mesma questão, ou seja, conflito de normas? Por que dessa separação conceitual?
Nota: entendo que o conceito da Antinomia pode ser aplicado para resolução de conflitos para todo o ordenamento jurídico, não apenas do Código Penal.
Pelo meu humilde entendimento superficial, o conflito de normas esta contido dentro das Antinomias.
Antinomia: Real x Aparente
Podendo ser utilizado algum critérios para resolução destas (ja citadas por Renato Person):
1) Critério Cronológico: Por esse critério, na existência de duas normas incompatíveis, prevalece a norma posterior
2) Critério Hierárquico: Por esse critério, na existência de normas incompatíveis, prevalece a hierarquicamente superior.
3) Critério de Especialidade: Por esse critério, se as normas incompatíveis forem geral e especial, prevalece a segunda.
Para HANS KELSEN, há antinomia quando “uma norma determina uma certa conduta como devida e outra norma determina também como devida uma outra conduta, inconciliável com aquela”[3].
As antinomias são classificadas pela doutrina clássica quanto a sua solução como antinomias aparentes e antinomias reais, estas últimas também chamadas de lacunas de conflito[4].
O objeto do presente artigo são as antinomias aparentes que são os conflitos de normas ocorridos durante o processo de interpretação que podem ser solucionados através da aplicação dos critérios hierárquico, cronológico e da especialidade para solucionar o conflito.
Já as antinomias reais são conflitos entre normas que não são resolvidos com a utilização dos referidos critérios. A solução de uma antinomia real é feita pelo intérprete autêntico, com a utilização da analogia, dos costumes, dos princípios gerais de Direito e da doutrina, nos termos do art. 4 da Lei de Introdução ao Código Civil, in verbis: “Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de Direito”.
Leia mais: http://jus.com.br/artigos/22752/as-antinomias-aparentes-no-direito#ixzz3lw7qel62
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