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Adaptado de VESTIBULAR UERJ 2018 A política não é uma questão apenas de circulação de bens e riquezas. Na verdade, a política é também uma questão ...

Adaptado de VESTIBULAR UERJ 2018

A política não é uma questão apenas de circulação de bens e riquezas. Na verdade, a política é também uma questão de circulação de afetos, da maneira como eles irão criar vínculos sociais, afetando os que fazem parte desses vínculos.

A maneira como somos afetados define o que somos e o que não somos capazes de ver, sentir e perceber. Definido o que vejo, sinto e percebo, definem-se o campo das minhas ações, a maneira como julgarei, o que faz parte e o que está excluído do meu mundo.

Percebam, por exemplo, como um dos maiores feitos políticos de 2015 foi a circulação de uma mera foto, a foto do menino sírio morto em um naufrágio no Mar Mediterrâneo. Nesse sentido, foi muito interessante pesquisar as reações de certos europeus que invadiram sites de notícias de seu continente com posts e comentários. Uma quantidade impressionante deles reclamava daqueles jornais que decidiram publicar a foto. Eles diziam basicamente a mesma coisa: “parem de nos mostrar o que não queremos ver”.

VLADIMIR SAFATLE

Quem tem o direito de falar?

Folha de S. Paulo, 25/09/2015.

 

No segundo parágrafo, observa-se a alternância no emprego da primeira pessoa do plural com a do singular. O emprego da primeira pessoa do singular estabelece o efeito de:


a. negar um posicionamento


b. revelar uma culpa


c. antecipar um preconceito


d. reafirmar um posicionamento


e. interpelar uma individualidade