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Supone uma mirada "dual": formas globais que determinam processos locais, mas que afirmam a primacía do sujeito como o último e principal responsáv...

Supone uma mirada "dual": formas globais que determinam processos locais, mas que afirmam a primacía do sujeito como o último e principal responsável pela criação e funcionamento das organizações sociais seja qual for sua real dimensão. Refletir: isso quer dizer que os comportamentos, as relações, não se encontram em um espaço vazio. Trata-se mais bem de entidades constituídas ao menos parcialmente por estruturas sociais e culturais. A noção de transversalidade dos processos psicossociais expressa a unidade das formas sociais (indivíduo, grupo, organização, instituição, estrutura social, etc.), através de funções aparentemente diferentes. Toda forma social possui uma unidade, um caráter específico gerado por sua finalidade (função). Mas a função específica não esgota toda sua finalidade, pois esta é tributária de outras formas sociais e outras estruturas sociais nas quais ela se insere. Ex: a escola, além de sua função educadora, cumpre também uma função de reprodução social que não é explícita. (D. van den Hove. Syllabus) Por sua vez, na análise a variável temporal adquire relevância na medida que concentra na "situação" da interação a relação com as estruturas da organização e depois estuda estas mesmas em relação com a estrutura da sociedade e as estruturas psicológicas de seus membros. Toda ação humana não é apenas uma ação consciente e livre de uma pessoa, mas sim de uma pessoa enquanto homem, mulher, diretor, operário, etc. Neste sentido, a interpretação psicossociológica é extensiva, ou seja, refere-se a cada entidade na medida em que constitui um "sistema sico-sócio-político" articulando os diversos níveis e reforçando-se mutuamente. ARTICULAÇÃO SICO-SOCIAL NA ORGANIZAÇÃO. Afectividade em grupos e estruturas sociais. Assim como o marketing moderno pode transformar nossos desejos e sonhos em necessidades imperiosas de satisfação, as empresas, serviços e os sistemas de administração mais modernos transformam a "necessidade de trabalhar" em "desejo de fazer carreira". O que até há pouco tempo era uma coação social (ou o produto do destino inevitável: "ganharás o pão com o suor de teu rosto"), se converte em um desejo pessoal. Como compreender este processo de transformação interno que leva os administradores ou executivos a trabalhar 70 horas por semana, sacrificando sua vida inteira? Como compreender que o interesse pelo trabalho se transforme em verdadeiro "amor" pela empresa? (ainda que, será amor?). Mais bem parece tratar-se de uma amarra profunda da qual a pessoa não pode se libertar, talvez por tratar-se de uma relação assimétrica pois ainda que a organização se represente sob uma forma "personalizada" por meio de expressões como: IBM "deseja que"..., afirmam seus executivos ou "decidiu que...," a organização não ama, não tem vontade nem afetos, nem desejos, angústias ou esperanças. E no entanto ela é "vivida" pelos administradores ou gerentes modernos como se efetivamente dispusesse de vida própria. A organização não é mais que uma "produção", capaz de "produzir," mas não apenas bens. A diferença radica em que a explicação das leis de funcionamento de um indivíduo, provêm das ciências do homem; enquanto as da organização se encontram nos objetivos econômicos, políticos, culturais, tecnológicos e jurídicos. Como toda produção social, obedece a leis que produzem os homens em sociedade, que não são intangíveis. No entanto, enquanto produção humana, a organização contém todas as características do humano. Existe assim uma interpenetração forte entre o funcionamento individual e o funcionamento organizacional. A perspectiva sistêmica permite clarificar a relação indivíduo/organização, definindo-a como a articulação entre um sistema psíquico (fundado sobre o desejo e a angústia) e um sistema de organização (fundado sobre a divisão do trabalho e a produção de bens e serviços). Ambos sistemas têm sua lógica própria e são autônomos, mas ao mesmo tempo se articulam um sobre o outro gerando uma reciprocidade de influências. Os estudos sobre este ponto são abundantes. Poderíamos dizer inclusive, que se iniciam com Marx e sua referência à relação entre a origem da consciência do sujeito e o papel fundador que lhe atribui às estruturas sociais a respeito dela, seguindo com a tradição construída pela sociologia do conhecimento de Mannheim, Gurvicht, Boudon, apenas para nomear alguns. Por sua vez Freud (Psicologia coletiva e análise do Eu), elabora uma cadeia conceitual que vai do inconsciente ao social e da organização ao aparelho psíquico. As organizações como a Igreja e o exército, assinala, veiculam modelos de identidade e objetos ideais aos quais os indivíduos se identificam, organizando seu funcionamento psíquico segundo modalidades particulares em congruência com a organização à qual pertencem. Em uma linha similar, Enríquez se pergunta: a organização recruta indivíduos que dispõem de uma psique adaptada a seu estilo e a sua cultura ou tenta moldá-los para fazê-los interiorizar modelos precisos de conduta e personalidade? (Enríquez, 1988). P. Bourdieu analisa também a relação entre as características da organização e os "hábitos" dos indivíduos que a compõem (Bourdieu, 1989). Através da noção de "habitus" e de "incorporação" tenta explicar as correspondências entre estruturas sociais e mentais, ou seja, os princípios de ajuste entre "as estruturas objetivas" e os "esquemas de percepção, apreciação e ação que os agentes utilizam em seus julgamentos e práticas". É através destes mecanismos de ajuste permanente que se estabelecem os laços entre indivíduo e sistema institucional. Para Bourdieu estes mecanismos de ajuste operariam quando o poder da organização é exercido onde as estruturas mentais estão objetivamente de acordo com as estruturas sociais, quando se estabelece uma espécie de "coincidência", que Bourdieu denomina "acordo" entre ambas realidades. Para responder a esta pergunta, Enríquez relaciona 4 estruturas de funcionamento de organizações (carismática, burocrática, cooperativa e tecnocrática) com estruturas da personalidade. As personalidades "megalômanas" serão mais numerosas em estruturas carismáticas caracterizadas pela dominação e o serviço voluntário. O indivíduo "em retirada, de tendência esquizoide", se verá mais adaptado às estruturas burocráticas, que exigem de cada um recolher-se sobre um horizonte limitado e um universo formal. O "manipulador de tendência perversa" (e seu oposto o atomizado, o de tendência rebelde), se sentem cômodos em estruturas tecnocráticas dominadas pelo cálculo, a rentabilidade e economicismo. A estrutura estratégica de gerência participativa que requer indivíduos que se sintam sujeitos de seu destino e criadores de história, com traços de "heróis" e aptos a comportar-se como tais. Onde o inconsciente vem a ser produto das estruturas sociais. Assim sua tese se desenvolve em um sentido único: os indivíduos agem desde o interior a partir do que é exterior. A debilidade desta tese radica em considerar as estruturas mentais como uma caixa negra onde vêm a imprimir-se as marcas da estrutura social. Em síntese, o mental não é em si mesmo uma estrutura, é apenas um inconsciente "flexível, maleável" orquestrado desde o exterior. Sartre já havia feito referência a isso, ao afirmar que "não há um desejo de ser sem um desejo de uma maneira de ser"(Sastre, 1975). As "maneiras" são práticas, hábitos, formas de fazer, que canalizam o desejo sobre os objetos. O sistema de objetos e o sistema de pulsões se unem segundo leis que não deixam nada ao acaso. Por ex. não se pode compreender a vocação (=chamado) ou as aspirações de um sujeito, sem compreender "por que" coisa é chamado ou atraído. No desejo, o funcionamento psíquico está sendo sempre "solicitado". Assim, as estruturas "de solicitação" permitem pôr ao dia o que em um contexto social dado, determina as modalidades segundo as quais o sujeito, a partir de sua própria história, entra em relação com seu meio. (Huguett, 1983). Elliot Jacques trabalhou uma hipótese segundo a qual, um dos elementos primários de coesão que une os indivíduos nas associações humanas institucionalizadas, é a defesa contra a ansiedade psicótica (Jacques, 1979). Os indivíduos projetam para o exterior

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Meneses Carvajal
29 pag.

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