Prezado Vitor Hugo,
vou tentar ajudá-lo. Em primeiro lugar, urge diferenciar forma de governo e forma de Estado, confusão muito comum no meio jurídico. Segundo Pedro Lenza, "a organização e estrutura do Estado podem ser analisadas sob três aspectos: forma de governo, sistema de governo e forma de Estado". Ainda segundo o autor, as formas de governo são a República ou a Monarquia; os sistemas de governo são presidencialismo ou parlamentarismo; as formas de Estado: Estado unitário ou Federação. (Direito Constitucional Esquematizado, 17ed, Sâo Paulo: Saraiva, 2013, versão eletrônica - não tem página.)
O Brasil adotou a forma republicana de governo, o sistema presidencialista de governo e a forma federativa de Estado.
As cláusulas pétreas estão previstas no rol do Art. 60, § 4.º, da Constituição Federal:
"§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais."
A doutrina não discute a questão há muito tempo, razão pela qual não se encontrará nas obras mais novas a respeito da forma de governo ser uma cláusula pétrea. Isso porque em 1993 houve um plebiscito previsto no art. 2º do ADCT para a escolha da forma e do sistema de governo que deveria viger no Brasil. A forma de governo escolhida foi a República e o sistema de governo foi o Presidencialismo. Não obstante, o parágrafo único do art. 1º da Constituição afirma que o poder emana do povo, o que é expressão da forma republicana de governo, constituindo-se um direito individual do cidadão e, por consequência, é cláusula pétrea nos termos do inciso IV do § 4º do Art. 60 da CF.
Espero ter ajudado.
Grande Abraço, Márcio.
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Direito Constitucional I
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