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alguém poderia me ajudar com uma entrevista falando de PLURALISMO JURÍDICO??!,caso alguém tenha e possa me ajudar ficarei grato

resumo sobre sociologia jurídica

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Raimundo milton

Pluralismo juridico é quando ha a existencia de varias fontes de direito. Poderiamos citar como exemplo um país como o Brasil,que possui seu ordenamento juridico,com leis determinadas, mas que dentro de seu territorio convive com povos indigenas que tambem tem seu ordenamento proprio. Essa pluralidade se refere a materia em questão.
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Raimundo milton

Pesquise no you tube. Ha varias materias. Abraço
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NUZA CARVALHO

 

 

 

RESUMO

 

 

O fenômeno jurídico apontado no presente estudo desponta como a mais eficaz corrente de pensamento do Direito atual, e têm como principal linha de trabalho a desvinculação do dogma que sustenta o Estado como principal fonte do Direito, servindo de base ideológica para essa nova realidade a ineficácia deste dogma na resolução dos conflitos jurídicos da atualidade. Na presente pesquisa científica procurou-se abordar qual a origem do pluralismo jurídico, bem como sua trajetória histórica tanto na Europa como na América Latina. Também incluiu-se um estudo sobre as outras áreas sociais formadoras do pluralismo, além do direito, e faz-se no presente artigo uma passagem pelos valores ligados ao pluralismo jurídico para que o mesmo possa validar-se. O objetivo deste estudo é fazer uma reflexão sobre a importância do Direito como processo cultural, que tem como meta a realização da justiça, estando esta intimamente ligada a proteção dos direitos individuais e a relação de cooperação social tão importante para o convívio saudável na conjuntura social a que pertencemos.

 

Palavras-chave: Fenômeno jurídico. Processo cultural. Direitos Individuais.

 

1 INTRODUÇÃO

 

O pluralismo jurídico como fenômeno decorrente da complexidade humana, nasce, a partir da inadequação da concepção unitária e centralizadora do direito, e das exigências da nova realidade complexa dos conflitos humanos, baseia-se na existência de mais de uma realidade social, dando atenção às várias formas de ação prática e a complexidade de áreas sociais com características próprias que compõem o mundo jurídico ao qual estamos imersos. Dessa forma essa situação de complexidade nada mais é do que um repaginamento do pensamento jurídico com vistas em uma maior eficácia do poder judiciário dentro de sua atuação prática, levando em consideração principalmente uma visão antidogmática e interdisciplinar que busca a supremacia de considerações ético-sociológicas sobre a realidade puramente positivista do direito.

Procura-se com isso diminuir a legislação estatal como única fonte do direito, priorizando-se a produção multiforme do direito originada por movimentos organizados na sociedade.

 

2 TRAJETÓRIA HISTÓRICA DO PLURALISMO JURÍDICO NA EUROPA

 

No contexto da sociedade européia na antiguidade clássica, o que existiu foi uma predominância da experiência legal espontânea e comunitária, elaborada pela sociedade sem estar presa unicamente ao monopólio estatal. A principal característica do Direito Romano é sua tolerância com os povos que dominavam, pois os romanos tinham o habito de não impor rigidamente suas leis aos povos que conquistava, permitindo a continuidade da aplicação do direito local desses povos, era flexível também quanto à capacidade de adequar situações conflitivas a ambas as jurisdições envolvidas. Já na idade média ouve uma multiplicidade de manifestações normativas devido a enorme descentralização territorial que se deu com as invasões bárbaras. O conceito de direito na idade média é perfeitamente caracterizado conforme definição de Wolkmer(2001, p. 184 e 185).:

 

“Na idade média, a descentralização territorial e a multiplicidade de centros de poder configuram em cada espaço social um amplo espectro de manifestações normativas concorrentes, composto de costumes locais, foros municipais, estatutos das corporações de ofício, ditames reais, Direito Canônico e Direito Romano. Certamente foi com a decadência do Império Romano no Ocidente e com a fixação política dos povos nórdicos na Europa, que se solidificou a idéia de que a cada indivíduo seria aplicado o Direito de seu povo e de sua comunidade local”.

 

Via-se dessa forma uma completa descentralização dos costumes jurídicos, sendo estes peculiares a cada reino e a cada povo, com o intuito de dessa forma obter maior eficácia.

O fim da idade média é marcado pelo início das formações nacionais absolutistas dos séculos XVII e XVIII, pouco a pouco as monarquias absolutistas estruturaram seu direito baseado no monismo centralizado. O Estado nacional que melhor exemplifica essa estrutura monista de direito foi o Estado francês pós-revolução francesa, integrando o direito francês sob uma legislação comum a todos os cidadãos.

Durante todo esse período o direito pluralista foi sufocado pelo poder absolutista, voltando a manifestar-se somente em fins do século XIX devido ao surgimento de diversas manifestações sociais, algumas inclusive de cunho revolucionário. O principal teórico dessa época foi o alemão Otto Von Gierke que defende que a o Direito não tem mais como fonte principal o Estado mais sim a atividade humana a partir de comunidades organizadas. Desde então o pluralismo nas várias áreas sociais foi profundamente difundido e pensado dentro das inúmeras sociedades contemporâneas européias.

 

3 TRAJETÓRIA HISTÓRICA DO PLURALISMO JURÍDICO NA AMÉRICA LATINA

 

O pluralismo na América Latina é pensado somente na sociedade contemporânea, surgindo como necessidade do direito resolver questões jurídicas no intuito principalmente de defender os direitos dos menos favorecidos, já que a realidade da América Latina é marcada por grande desigualdade e pluralidade de etnias inferiorizadas socialmente. Dessa forma “ a importância deste uso da juridicidade pelos pobres constitui o fato de poder apresentar alternativas à lógica do Direito dominante, pois assim o desmistifica e configura um novo tipo de relações sociais”(Torre Rangel, 1997 apud WOLKMER, 2001, p. 203 e 204). O que se constata nos países latino americanos são diversas formações comunitárias com seus próprios costumes, que são impostos e prontamente obedecidos pelos que compõem aquela comunidade. Os principais países onde se desenvolveram correntes pluralistas no direito foram México, Colômbia e Argentina, com teóricos como Oscar Correas, Germam Palacio, Eduardo Rodriguez, Carlos Cárcova entre outros.

 

 

4 AS ABRANGÊNCIAS SOCIAIS FORMADORAS DO PLURALISMO JURÍDICO

 

“A compreensão filosófica do pluralismo reconhece que a vida humana é constituída por seres, objetos, valores, verdades, interesses e aspirações marcadas pela essência da diversidade, fragmentação, circunstancialidade, temporalidade, fluidez e conflituosidade” (WOLKMER, 2001, p. 172). Esta nova corrente do direito implica uma miscigenação filosófica, cultural, sociológica e política no direito, que não se imagina sem a interação de todos esses campos sociais.

Quanto à visão filosófica, o pluralismo jurídico vai contra o individualismo materialista que determina o idealismo moderno devido à complexidade das relações sociais contemporâneas. Admite a racionalidade humana interligada por valores, verdades, interesses diversos temporal e circunstancialmente, não podendo dessa forma restringir-se ao individualismo.

Os laços entre cultura e pluralismo são evidentes, pois não há como separar o conceito de cultura da diversidade que caracteriza cada povo e seus hábitos, costumes, ideologia, idioma e religião, provindos principalmente de seu desenrolar histórico.

Já no campo sociológico o pluralismo se dá na medida em que a sociedade exige a diversificação do papel de cada indivíduo social, devido ao surgimento da divisão de classes, e associações profissionais para defesa dos interesses dessas classes principalmente após as duas revoluções industriais que se deram na Europa.

Na política o pluralismo tenta acabar com essa ligação pesada que se dá durante quase toda a existência humana entre o Estado nas suas diversas formas e o monopólio do poder. Admite a existência de um complexo corpo societário formado pela diversidade de partidos e movimentos políticos, organizações sociais e formações autônomas de poder, que na maioria das vezes defendem interesses e ideologias diferentes, que acabam gerando conflitos devido as divergências ideológicas, no intuito de defender seus princípios e interesses. Para o pluralismo, fenômeno presenciado em diversas realidades, não há mais como admitir a ingerência totalitária do Estado, que acaba por sufocar o interesse das minorias, desrespeitando a diversidade fruto da evolução social.

 

5 CARACTERÍSTICAS VALORATIVAS DO PLURALISMO JURÍDICO

 

Os traços valorativos do pluralismo são sua autonomia, característica participativa, descentralização, localismo, diversidade e tolerância.

Quanto a sua autonomia caracteriza principalmente o poder de formação de movimentos com interesses diversos nos vários setores sociais como, por exemplo, formação partidária, organizações sindicais, culturais e religiosas independentes da vontade estatal, porém esta autonomia não se dá somente nessa relação, mas também na própria relação interna dessas associações.

Nesse contexto, a característica participativa vista no pluralismo evidencia-se na constante participação entre as diversas manifestações sociais complexas e autônomas e também nas pequenas associações e organizações setoriais. Sendo a característica participativa que existe no pluralismo seu valor estritamente interligado a próxima característica que é a descentralização. Esta defini-se pela necessidade da transformação de instituições estatais complexas e burocráticas em organizações político-administrativas mais fragmentadas e localista.

Esse localismo nada mais é do que a defesa do poder local como nível mais descentralizado do poder estatal, constituindo assim uma das instituições-chave da democracia pluralista.

A diversidade esta ligada ao pluralismo na medida em que este não pode ser imaginado sem ser associado a diferença, a peculiaridade, a conseqüências históricas divergentes formadoras de realidades diferentes.

Devido a essa diversidade de realidades, marcada por inúmeros conflitos de interesses o pluralismo também possui como característica valorativa a tolerância, fator primordial com função de apaziguar conflitos.

A tolerância é importantíssima e se caracteriza como virtuosa no momento em que garante o direito de todo indivíduo, classe ou associação de manifestar suas diferenças ideológicas e de interesses e ter seu pensamento respeitado sem ser de qualquer forma coagido. Segundo Wolkmer “na medida em que a natureza humana é motivada por necessidades concorrentes, por disposições de vida marcadas por conflitos de interesses e pela diversidade cultural e religiosa de agrupamentos comunitários, o pluralismo resguarda-se através de regras de convivência pautadas pelo espírito de indulgência e pela prática da moderação”(2001, p. 177). Dessa forma a tolerância é pressuposto imprescindível nessas novas realidades que constituem o fenômeno pluralista, servindo no intuito da aceitação dessa diversidades entre comunidades e associações, realidades estas com características e costumes próprios que na maioria das vezes confrontam com os costumes impostos pelo ordenamento do Estado .

 

 

 

6 CONCLUSÃO

 

A democracia como mais perfeita forma de governo deve ser dinâmica e estar em constante aperfeiçoamento, pois sabemos que o habitat natural do homem é a sociedade construída por abstrações, elaborada por casos excepcionais de construções sociológicas no âmbito do convívio social com os outros indivíduos. Dessa forma não há como pensar o Direito dentro desse processo democrático de outra forma a não ser esta inicialmente apresentada denominada pluralismo jurídico.

O grande desafio que nos é apresentado diante dessa nova realidade é como adequar o Direito, legislado pelo Estado tido como oficial, a essas novas manifestações pluralistas de ordenamento jurídico, criadas devido a necessidades peculiares a cada sociedade. Como podemos da melhor forma exercer a justiça sem passar por cima dos direitos coletivos, e também respeitando os direitos individuais que são muito importantes no exercício da democracia. Não há mais espaço para o Direito monista centralizado, porém é essencialmente delicado lhe dar com o fenômeno do pluralismo devido a sua complexidade e ramificação. Devendo este ser tratado e pensado como um desafio imposto aos atuais e futuros operadores do direito, que tem a função social de exercer a justiça adequando os vários ordenamentos paralelos, direitos alternativos, concorrentes, e divergentes ao Direito oficial legislado pelo Estado, poder supremo.

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