A está sendo processado por homicídio qualificado. A denuncia foi recebida, o denunciado foi regularmente citado e apresentou defesa. Terminada a instrução criminal, foi concedido às partes prazo de 5 dias para as alegações finais. Ao sair do fórum, umas testemunha procura por A e lhe conta que o juiz da causa é amigo intimo do PAI da vitima, fato desconhecido pela defesa. Seria nesse caso e NESSA FASE PROCESSUAL cabível alguma exceção para afastar o juiz desse processo ?
Eu entendo que no artigo 254 do cpp, dispõe que só se afasta o juiz se o mesmo for " amigo intimo ou inimigo capital de quaquer das partes ", mas vocês sabem se existe alguma exceção perante o caso que descrevi acima ?
Izadora, a interpretação do direito deve ser feita de forma aberta. Vamos lá.
Qual a razão de existir vedação à atuação de um juiz quando ele for, por exemplo, pai de uma das partes? É o prejuízo da imparcialidade. Na realidade, a mens legis de qualquer norva de impedimento e suspeição é a preservação da imparcialidade. Por isso, a afeiração de eventual prejuízo deve ser de forma ampla. Vou exemplificar.
Como sabemos, não há impedimento do juiz em causa em que for parte primo (parente consanguíneo de quarto grau). Tampouco há suspeição. Mas se houver um vínculo emocional ao ponto de se caracterizar amizade íntima (e é super comum haver mais proximidade entre alguns primos que entre irmãos), o juiz deve ser dar por suspeito.
Por isso, a análise da suspeição não deve ficar bitolada ao artigo.
Como no caso a defesa ficou sabendo apenas naquele momento, continua passível de se alegar a suspeição. Aliás, seria possível alegar até mesmo em sede de apelação, por se tratar de vício translativo.
Logo, não importa a qualidade da pessoa envolvida (ser apenas vítima, por exemplo), mas o prejuízo à imparcialidade do órgão julgador.
Sucesso. Abraços.
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Direito Penal e Processo Penal
•UNIASSELVI
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