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Qual a diferença entre Repristinação tácita e Repristinação expressa?

💡 2 Respostas

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Vivian de Oliveira Corvisier

Sabemos que o nosso ordenamento jurídico não admite o retorno de norma revogada pela revogação da norma revogadora, exceto se expressamente previsto, conforme disposto no art.  , § 2º , LICC (Lei de Introdução ao Código Civil).

Desta forma, o retorno da norma revogada não é automático com a posterior revogação da norma que a revogou, eis que se pode concluir que não existe em nosso ordenamento jurídico brasileiro a repristinação tácita.

Porém, é possível que ocorra um fenômeno semelhante denominado de efeito repristinatório tácito, descrito no art. 11 , § 2º , da lei 9868 /99 (Lei que estabelece as regras para aplicação da ADIN e ADCON), em que se permite que, na concessão de medida cautelar na Ação Direta de Inconstitucionalidade, por haver a suspensão da vigência da norma questionada, há o retorno da legislação anteriormente aplicada ao caso, salvo expressa manifestação em sentido contrário.

Temos um exemplo recente de aplicabilidade desse efeito repristinatório tácito, qual seja, o produzido na ADINMC 2135, que suspendeu liminarmente o art. 39 , "caput", CF , fazendo com que retornasse o anterior dispositivo vigente (efeito repristinatório tácito), que prevê a obrigatoriedade da adoção do regime jurídico único aos servidores da Administração Direta e Indireta de direito público.

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DLRV Advogados

A repristinação ocorre quando uma lei é revogada por outra, e, posteriormente, a própria norma revogadora é revogada por uma terceira lei, que irá fazer com que a primeira tenha sua vigência reestabelecida.

Exemplo: A lei 2 revogou a 1. A lei 3 revogou a 2. A repristinação ocorreria se a lei 1 retornasse a vigência.

Deve ser expressa, ou seja, a terceira lei deve determinar expressamente em seu texto o reestabelecimento da vigência da primeira lei. A repristinação tácita, que é aquela que não precisa ser declarada, não é permitida pelo ordenamento. Em outras palavras, no ordenamento jurídico patrio, a lei revogada não se restaura automaticamente por ter a lei revogadora perdido a vigência, visto que não é permitida a repristinação tácita. A repristinação só é admitida se for expressa.

"Art. 2º LINDB. Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue.

§ 3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência."

Entretanto, poderá ocorrer o efeito repristinatório (que não é repristinação) por meio de atuação do poder judiciário. Em um caso de controle de constitucionalidade em que a lei B, que revogou a lei A, seja declarada inconstitucional pelo STF, esta voltará a vigorar. 

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