Como se dá a emancipação?

        Emancipação é ato através do qual se antecipa a capacidade plena do menor de 18 anos e maior de 16 anos. Pode se dar de três formas, quais sejam, voluntária, judicial ou legal.

        O art. 5º, parágrafo único, do Código Civil, na primeira parte do inciso I, traz a hipóteses de emancipação voluntária. Esta será concedida por ambos os pais, ou um deles, na falta do outro, a menor que possua, no mínimo, 16 anos completos. Independe de homologação judicial, mas necessita ser feita por escritura pública (art. 9º, II, do CC).

        Destaca-se que, havendo discordância entre os pais acerca da emancipação, o conflito será levado à apreciação do Judiciário, que decidirá com base na proteção integral do menor (art. 1.631, CC).

        A emancipação judicial, prevista na segunda parte do inciso I do parágrafo único do art. 5º do Código Civil, é a única hipótese de emancipação que depende de sentença. Por meio dela, o menor, que já completou 16 anos e está sob a tutela de alguém, pode adquirir a capacidade plena se assim entender por bem o magistrado.

        Esta espécie demanda a apreciação do judiciário a fim de evitar que o tutor emancipe o tutelado apenas para se livrar de tal ônus, sem verificar, contudo, a conveniência da emancipação em relação ao menor.

        Por fim, a última espécie de emancipação é a legal, que encontra-se disciplinada no art. 5, parágrafo único, inciso II e seguintes, do Código Civil. A primeira hipótese de emancipação legal é por meio do casamento (II). Vale lembrar que, por ser a emancipação ato irrevogável e irretratável, se após o casamento, o emancipado, antes de completar os 18 anos, se divorcia, este continua sendo plenamente capaz, não sucumbindo a emancipação ao divórcio.

        O inciso III traz a hipótese de exercício de emprego público efetivo. Não basta a mera aprovação em concurso público, mas sim o efetivo exercício. Embora a redação do inciso traga a expressão "emprego", é pacífico o entendimento de que o exercício de cargo público também é abrangido pela disposição legal.

        Já o inciso IV prevê a situação do menor que cola grau em curso superior, enquanto o inciso V traz a hipótese do menor que, por meio de emprego ou de estabelecimento civil ou comercial, adquire economia própria.

        Ressalta-se que, em todas as hipóteses, o menor a ser emancipado deve contar com, no mínimo, com 16 anos completos.