Pode o juiz estabelecer pena abaixo do limite mínimo legalmente previsto na segunda fase da pena?
Pode o Juiz utilizar o motivo torpe para elever a pena do agente que esta sendo culpado pelo homicídio qualificado pela torpeza?
Quanto ao respondido pelo colega Claudio, somente a título de complementação, já que muito bem respondido, me atenho ao item 1. Na dosimetria da pena, conhecida como sistema trifásico de aplicação da pena, na primeira e segunda fase, o juiz está adstrito aos limites mínimo e máximo do preceito secundário do tipo penal (pena privativa de liberdade). Assim, não pode o magistrado reduzir a pena abaixo do mínimo legal em nenhuma dessas duas fases. Nesse sentido é a súmula 231 do STJ: "A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo do mínimo legal". Só exemplificando: O indivíduo foi processado por determinado crime. É primário, portador de bons antecedentes. Possui todas as circunstâncias judiciais do art. 59 do CP favoráveis. Logo o juiz, nessa primera fase, fixará a sua pena no mínimo legal. Na segunda fase, o juiz reconhece a circunstância atenuante da confissão espontânea. Logo, mesmo diante dessa circunstância que levaria à redução da pena, o juiz não poderá reduzir a pena, posto que já fixada no mínimo legal. Assim, a confissão do agente, nessa hipótese, foi inócua, já que em nada afetou na redução da sua pena. Em sentido contrário encontra-se Rogério Greco, que defende a redução da pena abaixo do mínimo legal e o afastamento da Súmula 231 do STJ.
Abraços.
1) Pode o juiz estabelecer pena abaixo do limite mínimo legalmente previsto na segunda fase da pena?
Fernanda, na 2ª etapa da dosimetria (agravantes e atenuantes), o juiz se encontra atrelado aos limites mínimo e máximo abstratamente previstos no preceito secundário da infração penal, não podendo suplantá-los.
2) Pode o Juiz utilizar o motivo torpe para elever a pena do agente que esta sendo culpado pelo homicídio qualificado pela torpeza?
Aqui a resposta também é negativa. Para evitar a dupla valoração em prejuízo do réu (bis in idem), o legislador veda a incidência de agravante quando a circunstância já constitua elementar do crime ou sua qualificadora.
Para escrever sua resposta aqui, entre ou crie uma conta.
Direito Penal I
•UNIVERSO
Compartilhar