Prezada Márcia, boa noite. A menoridade cessa aos dezoito anos (18 anos). O Código Civil regula o instituto da emancipação, que é a perda da menoridade quando presentes as situações descritas no parágrafo único do Art. 5º, que enumera situações em que a emancipação se dará de forma voluntária e de forma judicial. Veja os casos:
"Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;
II - pelo casamento;
III - pelo exercício de emprego público efetivo;
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria."
Atente para a hipótese do inciso V, que considera a perda da menoridade nos casos em que o menor constituir estabelecimento civil ou comercial. Nesses casos, a doutrina ainda não é pacífica, havendo parcela de doutrinadores renomados que consideram essa hipótese não é válida em razão do disposto no art. 974 do Código Civil, que apenas autoriza o menor a continuar a atividade empresarial já iniciada por alguém maior e capaz. Veja a redação do artigo 974:
"Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança.
§ 1o Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após exame das circunstâncias e dos riscos da empresa, bem como da conveniência em continuá-la, podendo a autorização ser revogada pelo juiz, ouvidos os pais, tutores ou representantes legais do menor ou do interdito, sem prejuízo dos direitos adquiridos por terceiros.
§ 2o Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz já possuía, ao tempo da sucessão ou da interdição, desde que estranhos ao acervo daquela, devendo tais fatos constar do alvará que conceder a autorização.
§ 3o O Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais deverá registrar contratos ou alterações contratuais de sociedade que envolva sócio incapaz, desde que atendidos, de forma conjunta, os seguintes pressupostos: (Incluído pela Lei nº 12.399, de 2011)
I – o sócio incapaz não pode exercer a administração da sociedade; (Incluído pela Lei nº 12.399, de 2011)
II – o capital social deve ser totalmente integralizado; (Incluído pela Lei nº 12.399, de 2011)
III – o sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o absolutamente incapaz deve ser representado por seus representantes legais. (Incluído pela Lei nº 12.399, de 2011)"
Uma última observação que faço é sobre o casamento de menor. Vale lembrar que o Código estabeleceu que a idade núbil (ou seja, a idade em que é permitido o casamento civil) é de dezesseis anos. Nesse caso, o menor precisa ser assistido por seus pais para estabelecer o regime de bens do casal, sendo dispensada a assistência para o ato de casamento perante o cartório.
Bem, em síntese, a lei estabelece hipóteses em que o menor pode se emancipar.
Abraço. Márcio
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