Basicamente as jurisprudências são decisões repetidas tomadas pelos tribunais, então citar jurisprudência é citar decisões jurídicas em casos similares para embasamento
Poder Judiciário
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE PERNAMBUCO
ACÓRDÃO
RECURSO ELEITORAL nº 434-14.2016.6.17.0012 - Classe 30a
Recorrente (s): MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
Recorrido (s): DÉBORA DARQUES DA SILVA, CANDIDATA AO CARGO DE VEREADOR, Nº 20156
DIREITO ELEITORAL - Eleições - Candidatos - Registro de Candidatura -Registro de Candidatura - RRC - Candidato - Cargos - Cargo - Vereador -Escolaridade - Comprovação - Ausência - Deferimento
1. Candidato apresentou a documentação em sede recurso. Entendimento já firmado pela possibilidade de juntada de documentação nas instâncias ordinárias.
2. Recurso provido.
Sob a presidência do Excelentíssimo Desembargador ANTÔNIO CARLOS ALVES DA
SILVA, ACORDAM os membros do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco, por unanimidade, DAR
PROVIMENTO PARCIAL ao Recurso, nos termos do voto da Relatora. Acórdão publicado em
sessão.
Recife - PE, 04 de outubro de 2016
DESEMBARGADORA ELEITORAL ÉRIKArBE BARROS LIMA FERRAZ -RELATORA
Poderjudiciário Federal
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE PERNAMBUCO
Gabinete da Desembargadora Érika Ferraz
RECURSO ELEITORAL Nº: 434-14.2016.6.17.0012
RECORRENTE (S): MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
RECORRIDO (S): DÉBORA DARQUES DA SILVA, candidata ao cargo de VEREADOR, N^20156
RELATORA: DESEMBARGADORA ELEITORAL ÉRIKA DE BARROS LIMA FERRAZ
RELATÓRIO
Trata-se de Recurso Eleitoral interposto pelo Ministério Público Eleitoral contra sentença que deferiu o Registro de Candidatura de DÉBORA DARQUES DA SILVA ao cargo de vereadora.
Discute-se nestes autos a condição de alfabetizada da candidata, havendo entendido o d. Juízo Eleitoral que a requerente preenche as condições de elegibilidade.
Em seu recurso, o Ministério Público E]eitoral alega que o requerente não apresentou comprovante de escolaridade ou outro que possibilitasse inferir sua alfabetização, juntando apenas uma declaração manuscrita de sua condição (fl. 07), mas que não foi firmada na presença do Juiz Eleitoral ou de servidor do cartório eleitoral.
Pede, por isso, a reforma da sentença para negar o registro da candidata.
Instada a se manifestar a Procuradoria Regional Eleitoral opinou pelo provimento parcial do recurso para que a sentença seja anulada.
É o relatório, Senhor Presidente.
RecifeOn qu de seíembfo i^xrih-U^o de 2016
ÉRIKA DE BARROS LIMA FERI
DESEMBARGADORA ELEITORAL
TRIBUNAL REGIONAL Poder Judiciário ELEITORAL Federal DE PERNAMBUCO /-áj "3/*
Gabinete da Desembargadora Érika Ferraz C4$j
RECURSO ELEITORAL Nº: 434-14.2016.6.17.0012
RECORRENTE (S): MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
RECORRIDO (S): DÉBORA DARQUES DA SILVA, candidata ao cargo de VEREADOR, N^ 20156
RELATORA: DESEMBARGADORA ELEITORAL ÉRIKA DE BARROS LIMA FERRAZ
VOTO
A Constituição Federal, no art. 14, § 4Q, prevê que os analfabetos são inelegíveis e o art. 27, § 11 da Resolução TSE 23.455/2015 estabelece que:
A ausência do comprovante de escolaridade a que se refere o inciso IV do caput poderá ser suprida por declaração de próprio punho, podendo a exigência de alfabetização do candidato ser comprovada por outros meios, desde que individual e reservadamente.
Como se nota, referida norma permite que o juízo competente para o julgamento de pedido de registro de candidatura afira a exigência de alfabetização por outros meios - diversos do comprovante de escolaridade e/ou declaração de próprio punho -apenas exigindo que isso ocorra de forma individual e reservada.
Assim, havendo dúvidas quanto à condição de alfabetizado do candidato, a jurisprudência do tribunal Superior Eleitoral é no sentido de que a declaração de próprio punho deve ser realizada na presença do juiz eleitoral ou do servidor do cartório. Eis o teor das ementas:
AGRAVO ELEIÇÃO REGIMENTAL 2012. ALFABETIZAÇÃO. RECURSO COMPROVAÇÃO. ESPECIAL ELEITORAL. DECLARAÇÃO REGISTRO DE DE PRÓPRIO CANDIDATURA. PUNHO.
VALIDADE, DESDE QUE FIRMADA PERANTE A JUSTIÇA ELEITORAL. FUNDAMENTOS NÃO INFIRMADOS. SÚMULA N^ 182/STJ.
1. Para que o agravo obtenha êxito, é necessário que os fundamentos da declaração
agravada sejam especificamente infirmados, sob pena de subsistirem suas
conclusões. Nesse sentido: Respes nos 25.948/BA, DJ de 19.2.2008, Rei. Min. Gerardo
Grossi; 26.034/GO, DJ de 27.9.2007, Rei. Min. Caputo Bastos de Rcl n^ 448/MG, DJ de
28.9.2007, Rei. Min. Cezar Peluso.
2. Nos termos da jurisprudência desta Corte, é imprescindível que o candidato firme a
declaração de próprio punho na presença do juiz ou de serventuário da justiça para que esse ato tenha o condão de comprovar sua condição de alfabetizado. Precedentes.
3. No caso concreto, a declaração de próprio punho apresentada polo candidato não
foi firmada perante a Justiça Eleitoral, razão pela qual não comprova a condição de
alfabetizado do agravante.
Agravo regimental desprovido.
(Agravo Relator (a) Regimental Min. JOSÉ em ANTÔNIO Recurso DIAS Especial TOFFOLI, Eleitoral Publicação: n^ 8153, PSESS Acórdão - Publicação de 23/10/2012, em
Sessão, Data 23/10/2012)
Presença do juiz eleitoral ou serventuário da Justiça Eleitoral. Exigência. Teste. Rigor
excessivo. Precedente. Outros meios de aferição. Observância do fim constitucional
Agravo provido.
1. Na falta do comprovante de escolaridade, é imprescindível que o candidato firme
declaração de próprio punho em cartório, na presença do juiz ou serventuário da Justi
Eleitoral, a fim de que o magistrado possa formar sua convicção acerca da condição de alfabetizado do candidato.
2."O rigor da aferição no que tange à alfabetização do candidato não pode configurar um cerceio ao direito atinente à inelegibilidade"(Acórdão nQ 30.071, de 14.10.2008,
rei. min. Arnaldo Versiani).
3. A norma inscrita no art. 14, § 4Q, da Constituição Federal impõe apenas que o
candidato saiba ler e escrever. Para este efeito, o teste de alfabetização deve consistir em declaração, firmada no cartório eleitoral, na qual o candidato informa que é
alfabetizado, procedendo em seguida à leitura do documento.
(Agravo Regimental em Recurso Especial Eleitoral nQ 30682, Acórdão de 27/10/2008,
Relator (a) Min. JOAQUIM BENEDITO BARBOSA GOMES, Publicação: PSESS - Publicado
em Sessão, Data 27/10/2008)
Assim, diante da inexistência de documento formal de comprovação da condição de alfabetizada da candidata, deveria o magistrado ter exigido a declaração de próprio punho fosse firmada presencialmente no cartório eleitoral na sua presença ou de servidor.
No entanto, assim não agiu o julgador, que entendeu suficiente a declaração manuscrita juntada pela requerente, mas que não foi firmada presencialmente no cartório eleitoral, sem sequer instar a interessada a firmar outra declaração em Juízo.
Destarte, forçoso se concluir não ter comprovada nos autos a condição de alfabetizada da candidata.
Por outro lado, considerando que não houve negativa por parte da requerente em firmar a declaração de alfabetização perante o Juízo Eleitoral, impõe-se a declaração de nulidade da sentença, sob pena de violação ao princípio da ampla defesa.
Diante do exposto, voto pelo PROVIMENTO PARCIAL do recurso, para que seja anulada a sentença, devolvendo-se os autos ao Juízo de origem para que se proceda à coleta de nova declaração de alfabetização da candidata, desta vez na presença do Juiz Eleitoral ou de servidor por ele designado, ou se faça provar por outros meios.
É como voto, Senhor Presidente.
Recife-PE, Ü^V de setembro de 2016
Para escrever sua resposta aqui, entre ou crie uma conta
Instituiçao de Direito Uni
•UNIP
Compartilhar