No CP extraem-se quatro diferenças fundamentais entre as penas de reclusão e as de detenção. Inicialmente, a reclusão pode ser cumprida nos regimes fechado, semiaberto ou aberto. Já a detenção, somente nos regimes semiaberto e aberto. Em segundo lugar, no caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se aquela por primeiro (art.69, caput, in fine, do CP). Posteriormente, isto é, depois de executada integralmente
a pena de reclusão, será cumprida a pena de detenção. Em terceiro lugar, a reclusão
pode ter como efeito da condenação a incapacidade para o exercício do pátrio poder
(atualmente poder familiar), tutela ou curatela, nos crimes dolosos cometidos contra
filho, tutelado ou curatelado (art. 92, II, do CP). Esse efeito não é possível na pena
de detenção. Finalmente, a reclusão acarreta na internação em caso de imposição de
medida de segurança, enquanto na detenção o juiz pode aplicar o tratamento
ambulatorial (art. 97, caput, do CP). Além disso, cumpre destacar a regra veiculada
pelo art. 2.º, III, da Lei 9.296/1996, autorizando a interceptação de comunicações
telefônicas de qualquer natureza como meio de prova somente nos crimes punidos
com reclusão.
(Código Penal Comentado - Cleber Masson, ed.2014)
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